Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Letra
Letra e música Rodrigo Guedes de Carvalho
Estou cansada - ainda agora chorei tanto
Outra noite - o terror andou à solta
Vai e volta e promete que não volta
Vai e volta e promete que não volta
Estou cansada - chorei tanto outra vez
Outra vez a pensar que hoje talvez
Haja paz - que o terror só vai não volta
Que a tua mão não se fecha contra mim
Estou cansada - não há fim nesta demência
Ou ciência que preveja que me mates
E quem bate depois chora e promete
Que não mais a mão se levanta fechada
Estou cansada - acho que não quero nada
Que não seja uma noite descansada
Sem ter medo ou chorar na almofada
Sem pensar no amor como uma espada
Tão cansada de remar contra a maré
O amor não é andar a pé na noite escura
Sempre segura que a tortura me espera
Insegura tão desfeita humilhada
Tão cansada de não dar luta à matança
À dança negra que me dizes que é amor
Que não concebes a tua vida sem mim
E que isto assim é normal numa paixão
E eu cansada nem sequer digo que não
Já não consigo que uma palavra te trave
Não tenho nada que não seja só pavor
Talvez o amor me espere noutra estrada
Mas tão cansada não consigo procurá-la
Já tão sem força de tentar não ser escrava
Já sei que hoje fico suspensa outra vez
Outra vez a pensar que hoje talvez…
Vozes: Aldina Duarte, Ana Bacalhau, Cuca Roseta, Gisela João, Manuela Azevedo, Marta Hugon, Rita Redshoes e Selma Uamusse.
Canção de sensibilização sobre violência doméstica, assinalando o 25º aniversário da APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
Vozes: Aldina Duarte, Ana Bacalhau, Cuca Roseta, Gisela João, Manuela Azevedo, Marta Hugon, Rita Redshoes e Selma Uamusse.
Canção de sensibilização sobre violência doméstica, assinalando o 25º aniversário da APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
-O que é que se festeja no dia internacional da Mulher?
-Há muitos anos umas mulheres morreram queimadas numa greve nos Estados Unidos
A conversa foi cá em casa e envolveu duas das três mulheres que cá moram, não consegui evitar intervir e esclarecer:
-Não é nada disso, o dia Internacional da mulher foi instituído para chamar a atenção para a enorme desigualdade de géneros que existia a meio da década de 70 do século passado.
Na realidade ninguém tem a certeza que tenha acontecido mesmo nos Estados Unidos uma greve em que centenas de mulheres terminaram por morrer queimadas dentro da fábrica em que trabalhavam, mas por incrível que pareça, há muito mais gente a associar o dia 8 de março a este facto que ao verdadeiro motivo da sua instituição.
O dia internacional da mulher está no calendário porque durante muito tempo o papel da mulher na sociedade era menosprezado pelo homem, durante séculos a mulher estava condenada a ter um papel secundário que a remetia para a cozinha e os fundos da casa. Durante a revolução industrial a mulher foi incorporada na mão de obra activa nas grandes fábricas, mas quase sempre em condições insalubres com jornadas de trabalho intermináveis e salários de miséria.
Hoje em dia a mulher tem um papel muito mais activo na nossa sociedade, mas falta ainda um longo caminho por percorrer para uma igualdade plena de direitos e sobretudo para uma efectiva protecção das mulheres contra a violência doméstica e de género...
Que o dia das mulheres seja todos os dias e não uma vez por ano....
Jorge Soares
A violência doméstica não tem que ser para sempre, fale agora
707200077
Segundo a UMAR, Observatório de mulheres assassinadas, só no que vai de 2012 morreram em Portugal 35 mulheres vitimas de violência doméstica, 35 mortes que se somam às 44 de 2011, e às 43 de 2010, e às 29 de 2009 e....
Contas feitas concluímos que a violência doméstica mata em Portugal quase uma mulher por semana, de quantas delas ouvimos falar? Basta que alguém morra vitima de um assaltante para que o assunto seja tema de jornais e noticiários de televisão durante dias e dias, mas morrem dezenas de mulheres vitimas de aqueles que as deviam proteger e a sociedade, todos nós, olha para o lado e finge que não se passa nada. Porquê?
O Vale e Azevedo é extraditado para Portugal para ser julgado por mais um dos seus negócios e sabemos ao pormenor até a cor das paredes da cela em que ele foi encerrado, de quantos dos julgamentos aos assassinos destas mulheres ouvimos falar?
Há de certeza algo errado com a nossa sociedade e com as nossas prioridades, porque vale a vida destas mulheres menos que a vida de qualquer outra pessoa?
O Crime de violência doméstica é considerado um crime público, qualquer pessoa pode fazer a denuncia quando suspeita da existência de violência familiar, não olhe para o lado, não espere que seja tarde, denuncie!!!!!!!
Gritos mudos
Neons vazios num excesso de consumo
Derramam cores pelas pedras do passeio
A cidade passa por nós adormecida
Esgotam-se as drogas p'ra sarar a grande ferida
Gritos mudos chamando a atenção
P'ra vida que se joga sem nenhuma razão
E o coração aperta-se e o estômago sobe à boca
Aquecem-nos os ouvidos com uma canção rouca
E o perigo é grande e a tensão enorme
Afinam-se os nervos até que tudo acorde
Gritos mudos chamando a atenção
P'ra vida que se joga sem nenhuma razão
E a noite avança, e esgotam-se as forças
Secam como o vinho que enchia as taças
E pára-se o carro num baldio qualquer
E juntam-se as bocas até morrer
Gritos mudos chamando a atenção
P'ra vida que se joga com toda a razão
Xutos e pontapés
"De acordo com as Estatísticas/Relatório Anual 2011, elaboradas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), 19 mulheres por dia foram vítimas de violência doméstica em Portugal, no ano passado. No total foram registados 15.724 crimes de violência doméstica contra as mulheres.
Num momento em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a APAV assinala que a mulher continua a ser a principal vítima de todos os tipos de crime, com 80% dos crimes praticados contra o sexo feminino. O autor do crime é predominantemente do sexo masculino (78%).
Traçando o perfil da vítima de crime, com base nos dados recolhidos pela APAV, verifica-se que: a vítima é mulher; tem entre os 35 e os 40 anos ou mais de 65 anos; é portuguesa; é casada; tem a sua família nuclear com filhos; trabalha por conta de outrem e reside nas grandes cidades.
Na área da violência doméstica verificaram-se mais 505 factos criminosos ao nível dos maus tratos físicos, relativamente a 2010; mais 427 factos nos maus tratos psíquicos; mais 55 factos criminosos no homicídio tentado e mais 5 mortes por homicídio consumado do que em 2010.
A APAV tem tido um papel determinante ao nível do apoio directo à vítima de crime, mas também na prevenção do crime, anterior à vitimação. Essa resposta tem-se traduzido na qualificação dos profissionais que prestam apoio às vítimas de crime, e na sensibilização do público em geral para essas temáticas.
Ao longo de 2011 a APAV realizou 421 acções de sensibilização sobre os temas da violência no namoro, violência doméstica e violência nas escolas, que envolveram 19.624 participantes.
Fonte APAV
O dia da mulher foi instituído porque durante muito tempo o papel da mulher na sociedade era menosprezado pelo homem, durante séculos a mulher estava condenada a ter um papel secundário que a remetia para a cozinha e os fundos da casa. Durante a revolução industrial a mulher foi incorporada na mão de obra activa nas grandes fábricas, mas quase sempre em condições insalubres com jornadas de trabalho intermináveis e salários de miséria.
Hoje em dia a mulher tem um papel muito mais activo na nossa sociedade, mas falta ainda um longo caminho por percorrer para uma igualdade plena de direitos e sobretudo para uma efectiva protecção das mulheres contra a violência doméstica e de género...
Que o dia das mulheres seja todos os dias e não uma vez por ano....
Jorge Soares