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Barrigas de aluguer, o direito a ser pais acima de tudo?

Imagem do Público 

 

Chamou-me a atenção para o assunto um email dos senhores do PPV (Portugal Pro Vida), eles insistem em enviar-me estas coisas. O Bloco de esquerda vai entregar na assembleia da República uma petição para que se legalize em Portugal a maternidade de substituição. Há pouco foi noticia no Público um estudo que mostra que ... mais de 80% dos jovens inquiridos considera que é importante ter uma lei que permita às pessoas aceder à maternidade de substituição.

 

O assunto já passou por aqui mais que uma vez, neste post e neste, não é um tema fácil e nunca será consensual. Todo o mundo sabe que existe muita gente em Portugal que recorre a este método para ter filhos, casais heterossexuais e homossexuais, não foi há muito tempo que uma reportagem da RTP explicava direitinho como se fazem as coisas nos Estados Unidos e como há muita gente que lá vai para ter filhos. A grande maioria dos casos será através de esquemas mais ou menos legais, mas basta ver os comentários deste post do A ver o Mundo para se perceber que haverá muita gente que se sujeita quem sabe a que esquemas e ilegalidades para ter filhos.

 

Não tenho uma posição completamente formada sobre o assunto, mas tal como com o aborto, acho que olhar para o lado é garantir o negócio a muita gente e fomentar a ilegalidade. Sou pai adoptivo e evidentemente acho que antes de se ir por este caminho todos os casais deveriam optar pela adopção, mas tenho consciência que o número de crianças para adoptar no nosso país nunca será suficiente para tornar os processos de adopção céleres e/ou justos. Eu tive que ir buscar a minha filha mais nova a outro país, os meus dois filhos mais novos nasceram de outras mães, haverá assim tanta diferença entre uns casos e outros, não será a adopção um caso especifico de maternidade de substituição?

 

Por outro lado, qual é a diferença entre a maternidade de substituição e os milhentos métodos de procriação assistida que existem no mercado e que na sua grande maioria custam milhares e milhares de Euros e são física e psicologicamente desgastantes para quem envereda por esses caminhos?

 

É evidente que ninguém quer fazer disto um negócio, mas será licito fazer as pessoas passarem por processos de adopção que duram anos e anos e que no caso da adopção internacional podem custar milhares de Euros a quem quer ter filhos?

 

Não sei se o Bloco de Esquerda irá ter ou não sucesso com a iniciativa parlamentar, mas era bom que o tema fosse discutido e a sociedade portuguesa fosse devidamente esclarecida.

 

Já agora, passem pelo blog dos senhores do PPV e votem no inquérito deles, ao contrário do estudo de que fala o Público, por lá o "Não" leva a vantagem... mas é claro que isso não é nada estranho.

 

Jorge Soares

publicado às 22:14

 

Barrigas de aluguer já são um negócio em Portugal.

 

Imagem do Público  

 

Já se tinha falado sobre isto por cá, foi neste post, hoje voltamos ao assunto. Ficámos a saber que alugar a barriga de uma mãe pode custar entre 30 e 100 mil Euros e pelos vistos acontece muito mais que aquilo que estaríamos à espera. Como dizia no primeiro post, não tenho uma opinião formada sobre o assunto, haverá quem o faça por altruismo e a pensar em ajudar quem desespera por ter um filho, haverá quem o faça por necessidade, há de certeza quem o faça porque é só mais uma maneira de vender o seu corpo.

 

O aluguer do útero é desde 2006 “punido com pena de prisão até dois anos ou pena de multa até 240 dias” O trabalho de investigação é da Jornalista Sandra Martinho, da Lusa, e pode ser lido aqui, o assunto é tratado em profundidade e nas suas várias vertentes.

 

Na verdade nada do que lemos na noticia me estranha, há uns dias estava a olhar para os logs aqui do blog e seguindo o google, fui parar a um fórum brasileiro onde para além de muitas senhoras a oferecerem-se para serem barrigas de aluguer, encontrei um casal português que se oferecia para "com urgência, contratar uma barriga de aluguer ou comprar uma criança", era o que estava lá escrito preto no branco e com telefone para contacto.

 

O trabalho jornalístico é interessante e permite retirar algumas conclusões, do que foi dito e sobretudo, do que não foi dito. Podemos discutir se será mais ou menos ético, mas de uma coisa não há dúvida, é ilegal!.

 

Sendo ilegal levantam-se algumas questões, a começar por, como registam estas pessoas a criança? partimos do principio que quem entra num esquema destes vai querer registar a criança, ninguém paga cem mil Euros para depois ficar com um filho de outra pessoa, por outro lado, o estado português é picuinhas nestas coisas, não descansa até saber quem é o pai e a mãe das crianças.

 

A principal conclusão que eu retirei, é que há alguém, um hospital?,  uma clínica?, um médico?, que está a fazer desta situação um negócio. Não só as pessoas pagam pelo aluguer da barriga, como pagam pelo esquema de legalização da criancinha.

 

Parece que depois da legalização do aborto e com o fim de uma galinha dos ovos de ouro, outra terá nascido, é urgente que o estado português se debruce sobre este assunto, não vale a pena fazer de conta que não se passa nada, as mulheres portuguesas e os seus filhos não se podem tornar numa mina de ouro para gente sem escrúpulos. É urgente um debate aberto sobre tudo isto.

 

Jorge Soares

publicado às 22:22

Barriga de aluguer

 

Imagem do DN

 

O assunto apareceu já a madrugada ia alta, tudo a propósito do filho do Cristiano Ronaldo, por aqueles dias falava-se de uma barriga de aluguer, coisa em que eu não acreditava.. também não interessa nada, porque rapidamente deixamos a pobre (rica) criancinha para trás e passamos a discutir o conceito.

 

Dizia a Manu que é contra e que não consegue entender como é que alguém possa fazer algo assim... que ninguém que não seja estéril o deveria fazer, que não é a forma normal de ter um filho, e muito menos se for um pai sozinho a encomendar o filho, dizia ela que um homem não deve ter um filho sozinho... tudo argumentos que para a maioria serão válidos.

 

O nome em Portugal é "maternidade de substituição". Curiosamente, por estes dias no Dias do avesso da antena 1, a Isabel Stilwell e o Eduardo Sá, discutiam o assunto desde outro ponto de vista, principalmente o Eduardo Sá que se colocava no papel da mãe que do seu ponto de vista, vende uma criança.

 

Há muitas formas de olhar para um assunto destes, basta ver um filme ou uma série americana para vermos como este é um conceito comum nos Estados Unidos, tão comum que por vezes é e presta-se a ser, um negócio. Por vezes fico com a ideia de que existem mulheres que fazem disto quase um modo de vida, dar vida a um ser para que uns pais possam de alguma forma ter um filho. Podemos olhar e ver um acto de altruismo, dar felicidade a quem muitas vezes desesperadamente quer o filho que a natureza lhe nega, ou como um acto de egoísmo, gerar dentro de si um ser vivo a troco de dinheiro, muitas vezes muito dinheiro, sem o menor sentimento maternal por esse ser.

 

Não tenho uma opinião formada, qual a diferença entre uma destas mães que aluga o seu útero e outra que simplesmente ficou grávida porque não se preocupou mais que com viver o momento, decidiu ter o filho e depois entrega o mesmo para adopção?... haverá diferença?

 

Qual a diferença entre pegar em dinheiro, muito dinheiro, e ir por exemplo adoptar à Rússia, pagando a mediadores e centros de acolhimento, ou pagar a alguém para que mais fácil e rapidamente se  tenha esse filho?. Afinal, para quem vai criar essa criança não há diferença nenhuma, se a criança vem de um centro de acolhimento onde foi abandonada ou de alguém a quem se pagou.. é um filho, ponto final.

 

Em Cabo Verde em conversa com um dos taxistas, este contava-me o caso de uma mãe que ia a tribunal entregar mais um dos seus filhos para adopção, era  o terceiro processo e a quem a juiza perguntou directamente se ela era barriga de aluguer. Certamente não era, era só mais uma das muitos milhares de mães com uma dezena ou mais de filhos que não conseguem criar.. e que sabe que na adopção garante pelo menos a vida da criança.

 

Sou homem, nunca conseguirei sentir o que é levar um filho dentro de mim, não consigo conceber que se possa sentir tal coisa e não sentir algo por esse ser.. no entanto, já conheci mais que uma mulher que depois dos filhos nascerem, tiveram muitas dificuldades em sentir carinho por eles.. acontece.

 

Uma coisa posso dizer, sou pai adoptivo, e acredito que para mim não faria a menor diferença se os meus filhos tivessem sido abandonados algures ou nascido porque alguém decidiu ser barriga de aluguer..  e imagino que isto será verdade para a maioria das pessoas que adoptam.  A adopção por desejo de ajudar as criancinhas não existe.

 

Barriga de aluguer, será  um acto de altruísmo por quem não consegue cumprir os seus sonhos?, Será um negócio em que alguém se aproveita da ansiedade e do desejo das pessoas que querem ser pais e não conseguem?

 

Jorge Soares

 

PS:Andava à procura de uma imagem para o post..e encontrei este artigo do DN sobre o que se passa em Portugal.. a ler

publicado às 22:28


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