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Abstenção

 

 

Quem ganhou estas eleições europeias? Não há como fugir à matemática, quem tem mais votos ganha, e esta vez quem teve mais votos foi o PS, ainda que esta vitória seja relativa.

 

O PS estava à espera de uma enorme derrota do governo para já esta semana lançar uma moção de censura e tentar que o presidente da República convocasse legislativas antecipadas, uma diferença de 4% não é uma vitória por aí além, e não me parece que convença alguém de que há legitimidade para fazer cair o governo de Passos Coelho e Paulo Portas.

 

A CDU, tal como em quase todas as eleições, declara-se como um dos vencedores, terá tido perto de 12% dos votos, também não me parece que seja motivo para grandes euforias, afinal supostamente o país está descontente com as políticas do governo e dos partidos do arco do poder, parece-me sim que terá sido este partido quem mais beneficiou da enorme abstenção, os seus votantes são fieis e não faltam nunca.

 

O Bloco de esquerda é sem dúvida nenhuma o maior derrotado destas eleições, para um partido que já esteve acima dos 10% em outras eleições, 4% são a prova de que há algo de muito errado com as linhas políticas escolhidas pelos seus actuais dirigentes, a perda do eleitorado tem sido uma constante ao que se tem juntado o abandono do partido por algumas das figuras mais carismáticas também elas descontentes com o rumo das ideias.

 

Por fim, do meu ponto de vista o maior vencedor destas eleições será Marinho Pinto, que levou o Movimento partido da Terra acima dos  7%, eu não gosto de populistas, não gosto de Marinho Pinto nem comungo com as suas ideias. Mas não deixo de reconhecer que numa campanha vazia de ideias ele terá sido quem melhor conseguiu chegar aos eleitores, mas isso não é só mérito dele, é sobretudo demérito dos partidos políticos, de todos os partidos políticos.

 

Há outras ideias que podemos retirar destes resultados:

 

Em primeiro lugar os partidos do arco do poder, os que nos levaram à situação onde estamos,  tiveram 60% dos votos, e isso só pode significar que afinal, não há assim tanta gente descontente com a austeridade e os cortes como por vezes parece, só isso explica que se continue a votar nos mesmos.

 

Se fosse verdade que quase metade da população está mais pobre e uma boa parte na miséria, de certeza que os resultados seriam outros.

 

Por fim, há muita gente que acha que quem ganhou as eleições foi a abstenção, isso não é verdade, a abstenção só serve para as estatísticas, não elege nem castiga ninguém. O facto de que dois terços do país não tenha ido votar só mostra que as pessoas não se importam com o seu futuro ou que estão contentes com quem governa, de resto, as eleições valem o mesmo quer votem 100% ou um por cento.

 

Por fim, e olhando para o panorama Europeu, começa a ser assustador o avanço da extrema direita na Europa, que em França ganhe Le Pen mesmo depois daquelas declarações sobre o ébola, é mesmo muito assustador.. eu sei que a história não se repete... mas ainda não passou assim tanto tempo desde a segunda guerra mundial como para isto já estar a acontecer outra vez.

 

Jorge Soares

publicado às 22:11

Um homem sem paísImagem retirada de Charquinho

 

Ouvi a noticia hoje de manhã na antena 1 PSD quer dar nacionalidade portuguesa a netos de emigrantes, segundo o PSD, há no Brasil milhares de pessoas que por terem pelo menos um dos avós portugueses, poderão com a aprovação da sua proposta passar a ser portugueses.

 

Na mesma noticia podia-se também ouvir o seguinte:

 

Para além desta proposta, os deputados vão discutir os projectos do PCP e do Bloco de Esquerda, que defendem que se deve dar a nacionalidade portuguesa aos filhos de imigrantes que nascem em Portugal. A maioria vai chumbar estes planos da Esquerda.


Não tenho nada contra a atribuição da nacionalidade portuguesa a quem o solicitar e cumpra os requisitos necessários, mas alguém me explica qual é a lógica de se apresentar uma proposta de lei que atribui a nacionalidade a milhares de pessoas a quem o país não lhes diz nada e recusar a nacionalidade a pessoas que na maior parte dos casos nasceram em Portugal e não conhecem outro país além deste?

 

Como queremos construir um país se começamos por excluir uma boa parte das pessoas que nascem nele?

 


Em todo o mundo estrangeira!

Toda a vida peregrina!

Vede se há mais triste sina:

Ser rica, e não ter um lar!

Sempre a lenda do Ashevero!

Sempre o decreto divino!

Sempre a expulsar-me o destino ....

 

(Do poema A judía de Tomás Ribeiro)

 

Jorge Soares

publicado às 22:00

Ana Drago .. queremos mais deputados assim

por Jorge Soares, em 02.02.12
 

"A deputada Ana Drago critica a "inenarrável" intervenção do deputado do PSD Duarte Marques, na qual este deputado "enxovalhou gerações e gerações de trabalhadores que trabalharam para construir este país" e "batalharam para haver liberdade e para o Sr. deputado poder vir aqui dizer esses deslaces" 

 

E quem fala assim não é gago, este país precisa de mais gente assim, sem papas na lingua, queremos mais gente assim, mais deputados assim.

 

Jorge Soares

publicado às 20:29

Bloco de esquerda e Partido comunista fogem ao diálogo

Imgem do Henricartoon

 

Um quinto dos eleitores não se fez ouvir. Bloco de Esquerda e PCP decidiram  não comparecer. Porque não se encontram com o inimigo?

 

Retirei estas frases do Arrastão de um post do Daniel Oliveira,  a mim faz-me alguma confusão, o inimigo?, inimigo de quem?

 

Nas últimas eleições a soma dos votos do Bloco mais os do Partido comunista andou muito perto dos 20%, como diz o Daniel, para bem ou para mal, eles representam um quinto da população, entendo que não queiram fazer parte de uma solução com a que não estão de acordo, mas por aquilo que entendi, estas reuniões eram para troca de ideias, para ouvir e ser ouvido. Se eles acham que têm soluções válidas e melhores que as que previsivelmente irão ser tomadas, porque não irem apresentar essas soluções, quem sabe e alguém os ouvia?

 

A mim não me parece que quem votou nestes partidos, se queira sentir à margem do que vai acontecer,  aliás, não estou a ver como poderá alguém ficar à margem de um pacote de medidas que de uma forma ou outra nos irá afectar a todos. 

 

Pessoalmente o que me parece é que ambos os partidos decidiram que será mais lucrativo a nível eleitoral manter-se à margem, já todos percebemos que da direita à esquerda neste momento ninguém faz nada que não seja com um objectivo claro, o maior número de votos possíveis no dia 5 de Junho.

 

Quanto a mim a imagem que deixaram com isto é muito triste, é a de que os votos e o número de eleitos estão antes das ideias do diálogo e das soluções, num momento em que todos deveríamos pensar no melhor para o país, em que todos deveríamos trocar e partilhar ideias para o bem de todos, eles decidem esconder-se atrás de palavras... é triste.

 

Entretanto aqui o blog vai entrar em reflexão... vou ali até ao Alentejo ver se chove... volto no Domingo, boa Páscoa a todos, não comam muitas amêndoas que não há dinheiro para dentistas

 

Jorge Soares

publicado às 22:41

Caiu o governo, Portugal é um país à Rasca

por Jorge Soares, em 23.03.11

Sócrates apresentou a demissão

 

Imagem do Público

 

Haverá muita gente que está feliz, finalmente o Sócrates disse basta, na verdade não me parece que exista motivo algum para estarmos felizes, esta crise politica vai trazer consigo mais desconfiança por parte de quem tem dinheiro para financiar o nosso país e essa desconfiança vai ter um custo enorme para todos nós.

 

Como estavam as coisas já era complicado que conseguíssemos seguir em frente sem ajuda do FMI ou da união europeia, agora será quase certo que seja mesmo necessário apelarmos a essas instituições, o custo a pagar por essa ajuda vai fazer com que estas medidas propostas agora pelo governo pareçam brincadeiras de criança... basta olhar para o que aconteceu na Grécia e na Irlanda após a entrada do FMI. Toda a oposição votou contra este PEC, o próximo governo sairá desta oposição, veremos como explicam depois que vão aplicar estas medidas e muitas mais, todas a penalizar o país.

 

Haverá eleições daqui  a pouco tempo, foi há pouco que toda uma geração acordou para o facto de estar à rasca, agora toda essa geração terá oportunidade de mudar o seu futuro, porque é nas eleições que neste país se fazem as escolhas, a abstenção nas últimas legislativas esteve perto dos 40%, veremos como será nas próximas e veremos sobretudo se esta geração, que como o resto do país está à rasca, vai querer continuar à rasca ou vai criar as condições para que as coisas mudem mesmo. Veremos o que vale realmente esta geração.

 

Jorge Soares

publicado às 21:21

Bloco de esquerdaHá uma coisa que não muda nas eleições portuguesas, é sempre difícil perceber quem perdeu, por norma todos cantam vitória, esta vez não é excepção.

 

Para além da vitória do PS, eu acho que há dois grandes vencedores, o CDS e o Bloco de esquerda, ainda que a mim me pareça que esta votação do CDS pode ser enganadora, muitos dos votos que saíram do PSD irão voltar, por outro lado acho que o crescimento do bloco é sustentado, a grande maioria destes votos veio para ficar e o bloco será a terceira força do país.

 

Grande derrotado, sem duvida o PSD, e a derrota é tão grande que inclusive na Madeira o PS elegeu um deputado e o CDS outro. Durante muitos anos havia muita gente que via em Manuela Ferreira Leite uma espécie de Don Sebastião, que emergiria do nevoeiro para salvar o partido, o resultado está à vista. 

 

A falta de ideias politicas, de carisma e até de bom senso da líder do PSD era mais que evidente, e a sua actuação nas duas ultimas semanas de campanha levaram a que as pessoas simplesmente não acreditassem  que ela era capaz de governar. Uma coisa é certa, estas eleições constituem o fim do cavaquismo em Portugal..e era capaz de apostar que nas próximas eleições presidenciais, vai haver muita gente dentro do partido que tentará que apareça outra figura para candidato... 

 

Quanto ao futuro do país,  a estabilidade politica do país irá depender da capacidade de negociação de Sócrates, depois dos comentários da ultima semana, não será fácil que surja um acordo politico com o BE ou a CDU, acho que serão feitos acordos caso a caso e acredito que o PS cumpra a legislatura... isto se o presidente da república deixar.

 

Jorge Soares

PS:Não falo da abstenção.. só conta quem lá vai!

publicado às 21:52


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