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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
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Este fim de semana estava de prevenção e portanto a caminhada foi em Setúbal pela baixa e à beira Sado, havia uma prova do campeonato nacional de triatlo, alguma gente na avenida a aplaudir os atletas e para o que é costume, pouca gente a caminhar junto ao rio. Fiquei agradavelmente surpreendido, 80% das pessoas com quem me cruzei usava máscara na rua, havia mesmo pessoas a fazer caminhadas junto ao rio e de máscara.
Hoje o presidente da república aprovou a lei e vai passar a ser obrigatório o uso de máscara na rua quando não for possível manter a distância de segurança. A julgar pelo que vi no fim de semana, lei ou não lei, a mensagem está a passar, usar máscara é fundamental para fazer abrandar a pandemia e quer-me parecer que uma boa parte da população já percebeu isso.
Curiosamente é no Facebook e nas redes sociais onde vejo mais gente a queixar-se da lei, a dizer que não vai usar máscara, que o vírus não existe, que a aplicação não serve para nada, sei lá... Começo a achar que está na hora de fazer uma limpeza nos meus contactos das redes sociais, começo a estar um bocado farto de aturar malucos e adeptos de teorias da conspiração.
Supostamente não há evidências cientificas que digam que as máscaras protegem do vírus, não há? Então desde há dezenas de anos que os cirurgiões usam máscaras nas operações só porque querem? Aquelas máscaras, as batas, tudo o resto que eles utilizam não serve mesmo para nada? Não as utilizam porque há estudos cientifico que provam que elas protegem os doentes?
Na realidade as máscaras cirúrgicas estão lá não é para proteger o médico que opera, é para proteger o doente, porque está provado que protegem o doente, há dezenas de anos que isso foi provado, se o médico espirrar, se tossir, se estiver doente, a máscara serve para evitar que o doente seja contaminado. Será que a estas alturas da vida alguém coloca isso em causa?
Ora, se protegem o doente do médico, protegem qualquer pessoa de outra que esteja infectada, deu para perceber? É preciso um desenho? Vão ao Facebook, há muitos desenhos a explicar isso, como o este:
Há uns tempos li um livro em que se explicava como é que passou a ser obrigatório os médicos lavarem as mãos entre actos médicos. Algures no século XIX um médico observou que havia um hospital onde a mortalidade entre parturientes era muito menor que nos outros. Um pouco de investigação levou-o a concluir que a diferença era que naquele hospital o médico que atendia os partos tinha o hábito de lavar as mãos entre cada parto. Apesar do estudo cientifico e das conclusões, a maioria dos outros médicos riu-se dele e insistiam em não lavar as mãos, demorou até o estudo e as evidências serem aceites e passar a ser obrigatório lavar as mãos. Entretanto morreram milhares de mulheres após os partos por infecções que eram transmitidas pelo médicos que as assistiam.
Quantas mais pessoas tem que morrer de Covid e de outras doenças devido a termos um SNS colapsado antes de percebermos que é de simples bom senso usar máscara?
Fiquem bem e por favor, usem mascara e/ou mantenham a distância social
Jorge Soares
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Foi há um ano que Maria Luís Albuquerque, na altura ministra das finanças do Governo de Passos Coelho, confessou que ganhava 6000 Euros e não lhe chegava para nada (ver aqui). Ora, em Portugal um deputado tem um salário bruto de €3683,42, muito menos que os 6000 Euros que há um ano não chegavam para nada, não é portanto de estranhar que a senhora tenha arranjado um segundo emprego
Pessoalmente acho que os deputados deveriam ser obrigados a ter dedicação exclusiva, eles estão na assembleia da república em representação de quem neles votou e isso deveria ser algo importante, não um emprego que se possa acumular com part-times em escritórios de advogado, empresas de consultadoria, bancos, construtoras ou empresas que vivem dos créditos mal parados de outras empresas e até países.
Governar e legislar são assuntos muito sérios e que não me parece possam ser levados de ânimo leve ou algo que se faça nos tempos livres, afinal, ninguém é obrigado a ser político e muito menos a ser deputado... Se calhar, porque há muita gente que como Maria Albuquerque, acha que são assuntos em part-time, é que o país está como está e tem os governantes que tem.
A Ex. ministra das finanças decidiu que precisava de mais salário e de dar mais utilidade aos seus conhecimentos, consigo entender isso, segundo consta irá juntar qualquer coisa como 5000 Euros brutos ao salário de deputado.... Confesso que fiquei admirado com estes números, em Portugal qualquer director de segunda numa empresa média, ganha mais que isso... mas também é verdade que é só um Part-time.
Imagino que alguém que foi durante anos ministro das finanças não tenha dificuldade em arranjar emprego, por isso custa-me entender que a senhora entre as muitas propostas que lhe terão de certeza chegado, tenha escolhido logo uma que para além de pagar mal, deixa muitas dúvidas sobre algumas questões éticas...
Ou seja, é um daqueles casos em que a mulher de César deveria parecer mais séria, ter mais bom senso, mais respeito por quem a elegeu... e ainda por cima, quanto a mim, é mal paga.
Jorge Soares
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Foi na passada quarta-feira que a PSP apresentou uma iniciativa de apoio à selecção nacional que passa por construir uma bandeira de Portugal com 10 milhões tampinhas. A bandeira será construída no dia 10 de Junho debaixo da pala do pavilhão de Portugal no parque das nações e para além de tentar bater um recorde do Guinness, terá uma vertente social de apoio a instituições de solidariedade.
Hoje foi noticia no i o seguinte:
E é isto, desde quarta e até que os 10 milhões de tampas necessárias estejam separadas verde para um lado, vermelho para o outro, é este o novo trabalho policial de alto nível que foi incumbido aos agentes da força de intervenção rápida e a muitos outros polícias, separar tampinhas. Trabalho que tem estado a ser feito em dois turnos entre as 8 e as 18... e não há folgas para ninguém.
Será que é mesmo necessário sacrificar as folgas dos policias, muitos deles deslocados e que ficam sem ver as suas famílias, e desviar agentes que fazem de certeza falta nas suas tarefas habituais e no policiamento da cidade, para uma tarefa como esta? Não haveria forma de fazer isto com recurso a trabalho voluntário? Afinal é uma acção de solidariedade!
Então e um pouco de bom senso?
Jorge Soares
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Um destes dias numa mesa de família, descobri que além dos avós, eu era o único que era do tempo do exame da 4ª classe, foi em 1978 e deve ter sido algo importante porque passado este tempo todo eu ainda me lembro. Exame escrito na sala do andar de cima da escola Soares Bento em Palmaz e exame oral na mesma sala, eu sozinho sentado frente a uma mesa com 4 professores, dois dos quais nunca tinha visto na vida...
Eram definitivamente outros tempos, para muitos dos meus colegas aquele exame representava o fim da sua vida escolar, era o tempo em que ter a 4ª classe significava ter instrução. Desde a primeira classe aos seis anos que eu ia a pé para a escola, verão ou inverno, a quase dois kms, o ciclo era na vila, a 10 kms, eu tinha 10 anos e apanhava o autocarro todos os dias, sozinho, saia na estação de camionagem e caminhava até à escola.
Faz-me alguma confusão a imprtância que este ano se quer dar a este exame, afinal serve para quê? Há dois anos não havia exame, cá em casa decidimos que o N. ia repetir o 4º ano e foi o cabo dos trabalhos convencer a professora, a escola e o agrupamento, eles não queriam por nada, mesmo quando concordavam que ele não estava preparado. O que vai mudar com o exame? Quem reprovar vai repetir o ano? É claro que não. Vamos ficar a saber mais sobre a preparação dos alunos? Tenho sérias dúvidas.
O facto de obrigarem os alunos a irem fazer exame a outra escola é só uma tentativa do ministro Nuno Crato e do ministério da educação de dar importância a um exame que na realidade não serve para nada.
Mas o cúmulo do ridículo foi atingido esta semana quando ficamos a saber que os alunos vão assinar um “termo de responsabilidade” em como não utilizam telemóveis nos exames.
Isto é mesmo a sério? Estamos a falar de crianças de 9 e 10 anos, quantas delas vão entender o que estão a assinar? Que eu saiba sempre foi proibido copiar nos exames, nós sabíamos isso e nunca foi necessário assinar o que quer que fosse, qual é a diferença entre sabermos que não podemos copiar e que não se pode utilizar o telemóvel? Porque é que num caso bastam os avisos dos professores e noutro é necessário fazer crianças de 10 anos assinarem um documento?
Não sei quem terá sido o iluminado que se lembrou de tal coisa, podemos olhar para isto de muitas formas, mas ou alguém está a querer mostrar serviço, ou já não se confia na autoridade do professor para se fazerem cumprir as regras dentro da sala. Imaginemos que há um aluno a copiar e outro a utilizar o telemóvel, haverá alguma diferença no comportamento do professor? Ambos os testes serão anulados, mas será que no caso do telemóvel vai ser utilizada a assinatura para colocar a criança em tribunal?
Numa altura em que muitas famílias não conseguem alimentar os seus filhos, porquê criar mais um problema de transportes para a deslocação das crianças para sedes do agrupamento? Nesse dia milhares de crianças não vão ter aulas porque a sua escola vai estar ocupada com o exame, que farão os pais que ainda tem emprego com essas crianças?
Numa altura em que em muitas escolas não há dinheiro para tirar fotocopias e até já se pede aos alunos para levarem o papel higiénico de casa, porquê fazer as crianças irem fazer exames a outras escolas? Porque gastar-se mais dinheiro em vigilância de exames? E para que gastar muito dinheiro em resmas de papel numa declaração que na realidade não serve para absolutamente nada?
Onde anda o bom senso na nossa educação?
Jorge Soares
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Já não sei o que me espanta mais, se a falta de bom senso das pessoas ou o facto de as empresas perderem tempo com coisas destas.
A notícia vem de Braga, no Hospital desta cidade há uma funcionária do departamento de comunicação que entre outras coisas, tem como tarefa periódica a monitorização da internet, leia-se: Facebook, blogs e restantes redes sociais, de modo a compilar tudo o que de bom ou de mau se diga acerca da instituição.
Não é algo assim tão estranho que as empresas se interessem pelo que delas se diz na imprensa, existem inclusivamente ferramentas do Google que servem para isso. O que já não me parece assim tão normal é que entre as pesquisas se encontre o facebook e o que dizem os seus funcionários.
Mas tudo isto só veio a público porque entre o que foi compilado nestas pesquisas estão uma série de comentários pouco abonatórios sobre o Hospital e as suas práticas, feitos por uma das funcionárias num grupo do Facebook destinado a trabalhadores do Hospital.
Convenhamos, já seria mau que a senhora fizesse os comentários no seu Mural do Facebook onde os poderia tornar privados e só acessíveis aos seus contactos, mas faze-los num grupo aberto desta rede social é o cúmulo da falta do bom senso. Como seria de esperar, os comentários não tardaram nada a chegar aos ouvidos dos responsáveis do Hospital que evidentemente não acharam piada nenhuma e a senhora encontra-se sujeita a um processo disciplinar.
Há quem olhe para todo o caso e veja excesso de zelo por parte da instituição e até um ataque à liberdade de expressão, concordo que ir espiolhar o que dizem os funcionários no Facebook pode ser excesso de zelo... mas convenhamos que a atitude da funcionária denota uma enorme falta de bom senso. Falar mal do Hospital e dos seus funcionários num grupo público do facebook é a mesma coisa que o fazer em voz alta num corredor ou numa das salas de espera das instituições e não me parece que alguém esteja para isso.
O Facebook é uma porta aberta a quem quiser entrar, convém que as pessoas tenham consciência disso, o que escrevemos no nosso mural, no dos nossos amigos ou conhecidos ou num dos milhões de grupos que existem é o mesmo que lançar folhas ao vento, nunca sabemos onde irão parar e nunca saberemos se elas serão esquecidas ou mais tarde ou mais cedo utilizadas contra nós.
Portanto, a próxima vez que entrar no seu Facebook, lembre-se: Bom senso, educação e respeito... nunca estarão demais.
Jorge Soares
Todos os anos mais ou menos por esta altura a empresa em que trabalho é invadida por jovens adolescentes, finalizadas as aulas os filhos dos funcionários com mais de 16 anos convertem-se em estagiários, ganham uns cobres, fazem um monte de trabalhos chatos que a a malta vai acumulando durante o ano e vão aprendendo o que custa a vida.
Há uns dois ou três anos uma jovem morena alta e formosa, filha de uma das secretárias, chamava a atenção pela sua beleza e sobretudo, pela (pouca) roupa que insistia em passear pela fábrica. Passados poucos dias foram distribuídos pólos da empresa por todos os jovens e de uma forma mais ou menos discreta, ficou claro que não podia haver mais tops justos, mini- saias ou calças no meio do rabo a mostrar a roupa interior.
Hoje, lembrei-me disto ao ver o reboliço que causou esta noticia do Público. Viver em sociedade implica a aceitação das regras da mesma, nem todos temos a mesma forma de olhar para a vida, cada um tem os seus gostos e a sua própria forma de entender e interpretar alguns conceitos.
É evidente que num mundo em que cada vez mais cada cabeça sua sentença, terá que existir um mínimo de bom senso para que cada um de nós possa viver dentro do seu espaço próprio e das suas ideias sem invadir o espaço do vizinho mais próximo e sobretudo, sem ferir susceptibilidades.
Quando o bom senso não é suficiente a sociedade tende a criar regras que sirvam de equilíbrio, foi isso que fez a empresa onde trabalho e penso que terá sido isso que tentou fazer a Universidade Católica.
O Dress Code é algo que existe na maioria das empresas e instituições. Bancos, seguradoras, consultoras, ministérios, .. instituem regras sobre a forma como se devem vestir os seus funcionários, são normas comuns e aceites por todos sem muitas reclamações... se calhar porque precisamos do salário no fim do mês.
Se aceitamos que as empresas imponham regras de vestuário porque nos choca tanto que uma universidade o faça?, se adultos formados e responsáveis precisam de regras que vão para além do bom senso, porque não as podem necessitar os jovens estudantes?
Ia falar da ministra da agricultura e das gravatas..mas fica para outro post que este já vai longo.
Jorge Soares