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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
O senhor ali da fotografia é um dos supostos autores dos atentados de Boston, está neste momento internado num hospital da cidade, foi capturado após um cerco policial que envolveu mais de 9000 mil homens e de uma caça ao homem que levou as autoridades americanas de porta em porta durante quase 24 horas.
Na realidade não foi nada disto que levou à sua captura e à morte do seu irmão, o suposto cúmplice no atentado que causou 3 mortes e muitas dezenas de feridos. Não sei se repararam mas não demorou mais de uma ou duas horas desde o momento em que foram divulgadas as imagens captadas pela câmara de vigilância de uma loja em que se podiam ver os dois rapazes com as mochilas às costas, e o momento em que a policia os cercou e capturou o mais velho dos irmãos.
O que realmente permitiu o deslindar do caso foi a existência da câmara de vigilância a apontar para a rua, o resto foi fácil e no dia a seguir a meio da manhã na maioria dos jornais do mundo tínhamos não só os nomes de ambos os jovens, como toda a sua história de vida e até fotografias do mais velho na companhia de amigos e da sua bonita namorada e até já sabíamos que esta era meia portuguesa. Ainda estou para perceber como é que um terrorista mantém assim a sua vida nas redes sociais.
A existência de câmaras de segurança a apontar para os espaços públicos há muito que gera discussões, mas curiosamente neste tipo de coisas a sociedade americana é muito mais permissiva que a nossa. Em Portugal há até algumas Câmaras Municipais com o investimento feito e até com os aparelhos montados, mas sem permissão para a sua utilização.
Nos Estados Unidos as autoridades utilizaram as imagens para capturar os dois culpados dos atentados, em Portugal não se podem utilizar imagens nem gravações como meios de prova a menos que a sua captação tenha sido autorizada por um juiz.. ou seja, do pouco que eu percebo de leis, por cá aquelas filmagens eram ilegais.
Toda a discussão sobre a utilização de videovigilância em espaços públicos se tem centrado em volta dos direitos fundamentais dos cidadãos, mas será que neste momento alguém nos Estados Unidos e até no resto do mundo, acha que ao serem filmados a colocar as bombas que mataram e feriram muitas pessoas em Boston se atentou no que quer que fosse contra os direitos dos dois criminosos?
Há países como a Inglaterra ou a Espanha em que a videovigilância nos espaços públicos é uma realidade e até tem sido dada como responsável pela diminuição da criminalidade. Até agora não li em lado nenhum que os cidadãos destes países sintam diminuídas as suas liberdades, não estará na altura de em Portugal repensarmos este assunto?
Vivemos numa era tecnológica em que com um simples telemóvel se consegue fotografar ou filmar e no mesmo segundo colocar online para o mundo inteiro ver o que quer que seja, estamos sempre a ser fotografados ou filmados, nem é preciso o cenário descrito por Orwell no seu 1984 em que o estado era omnipresente e via tudo, neste momento todo o mundo vê tudo e basicamente estamos sempre a ser filmados.
Jorge Soares
Imagem do El Pais
Não deixa de ter a sua ironía, no dia em que se falava de mísseis de longo alcance e de bombas nucleares vindas da Coreia do Norte, afinal o terror voltou a atacar bem no quintal do tio Sam.
Duas bombas na linha de meta da maratona de Boston, há quem fale de uma terceira na biblioteca JF kenedy e de várias outras que não explodiram, para além do pânico que qualquer volume abandonado está a causar por toda a cidade de Boston. Fala-se de dois mortos confirmados e de várias dezenas de feridos que deram entrada nos vários hospitais de Boston.
Terá que descer a poeira para se saber quem é desta vez o inimigo, para já fala-se de nacionalistas americanos e de um jovem Árabe que foi levado para um hospital e que está sob vigilância, certo certo é que uma vez mais ficou provado que por mais medidas que se tomem, por mais segurança que se tenha, não há como escapar a este tipo de coisas, não há forma de se estar seguro enquanto houver no mundo alguém o suficientemente louco para matar em nome de uma religião ou de uma ideologia.
Jorge Soares