s. m.
louco
adj. s. m.
1. Que ou quem perdeu a razão; que ou quem apresenta distúrbios mentais. = ALIENADO, DEMENTE, DOIDO, MALUCO, TOLO
Convenhamos que o senhor da fotografia não cabe nos estereótipos que todos temos do terrorista típico, faltam ali algumas coisas, o turbante, a Kalashnikov em punho, a barba, talvez um pouco de cor. O terrorista louro de olhos azuis, educado, católico, bem falante, não cabe não faz parte das ameaças com que nos habituamos a viver nos últimos tempos....
Talvez por isso há tanta gente que insiste em classificar on senhor de louco e não de terrorista...e sinembargo, ou talvez por isso, ele conseguiu colocar uma bomba no centro da cidade bem em frente à sede do governo e depois, calmamente, apanhar um barco até uma ilha onde havia uma concentração de jovens e matar a sangue frio uma centena de pessoas.
Sabem o que é mais assustador em tudo isto?, ouvir os vizinhos do senhor a falar dele como sendo uma pessoa calma e educada, porque é muito fácil suspeitar de quem é diferente, de quem veio de outro país e/ou professa outra religião, de quem causa problemas, de quem é violento ... complicado mesmo é que um dia aquele vizinho que vemos e cumprimentamos todos os dias, acorde e
mostre a sua verdadeira personalidade.
Louco?, talvez exista a quem dê jeito considerar que o senhor é um louco, um terrorista católico, xenófobo e racista não dá lá muito jeito nesta altura. É nas épocas de crise e desemprego que as ideias mais à direita florescem, as crises são terreno fértil para semear ideias xenófobas, haveria porventura nesta altura muita gente por essa Europa fora a preparar o terreno para a sementeira de ideias... terrorista?, não, louco!.
Um louco não escreve um manifesto com milhares de páginas com a sua cartilha, um louco age por impulso, este senhor não agiu por impulso, preparou muito bem o seu golpe. Louco?, não!!, terrorista, e dos piores.
É claro que independentemente das razões que estão por trás de tudo isto, já sejam elas a loucura temporária de um fanático católico ou o fanatismo político de um católico racista e xenófobo, será bom que quem de direito, leia-se políticos, governantes, forças de segurança, lideres de qualquer tipo, tomem as devidas notas, afinal o fanatismo religioso e as guerras santas não são um exclusivo das religiões que vem do médio oriente. Pelo contrário,
podem sair de qualquer lado, mesmo dos países mais calmos e pacíficos... e ninguém está livre de ser sua vitima, nem mesmo nós
neste rectângulo à beira mar plantado.
Jorge Soares