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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do El Pais
Há uns tempos li um artigo (este artigo) num dos blogs do El País em que o autor escrevia que só há dois países do mundo em que ao pedir um expresso há 99% de probabilidades de se tomar um bom café, Itália e Portugal... eu diria que no resto do mundo e principalmente na Espanha, as probabilidades são quase ao contrário.
Eu comecei a tomar café aos 11 anos mais ou menos na mesma altura em que os comecei a servir. Não sei como será agora, mas na altura na Venezuela o café tomava-se em copos de plástico. Quando cheguei a Portugal estranhei as taças de cerâmica e principalmente o sabor do café, que pouco tinha a ver com o que eu estava habituado.
Com o tempo habituamos-nos a quase tudo... principalmente quando tomamos pelo menos 3 cafés por dia... ainda que na altura da faculdade podiam ser alguns mais.
Com a idade e o aumento de peso passei do açúcar para o adoçante, no inicio estranhei, depois entranhei até ao ponto de não gostar de café com açúcar.
De há uns tempos para cá virou moda o café puro, sem açúcar e sem adoçante, a maioria dos meus colegas é assim que o toma, dizem eles que é a única forma de conhecer o verdadeiro sabor do café...
Como estou numa de perder peso e é uma resolução mesmo a sério, uma das medidas foi retirar o adoçante, segundo as últimas teorias, para quem quer perder peso o adoçante é pior que o açúcar, isto porque no açúcar há uma parte que se transforma em energia e outra em gordura, no adoçante não há energia, vai tudo para a gordura....
A ideia era mesmo passar a tomar o café sem açúcar em nome da boa forma e do peso certo... como não é fácil comecei por tomar com meio pacote de açúcar.... o objectivo era ir diminuindo até passar a tomar sem açúcar.
Segundo os meus colegas em menos de uma semana devia estar habituado ao "verdadeiro sabor do café" .... pois. Passado mais de um mês e após algumas tentativas eu continuava com mais ou menos meio pacote de açúcar, umas vezes mais e outras menos, estava claro que a coisa não estava a resultar.
Como o que tem que ser tem muita força, e eu não sou de deixar resoluções a meio, um dia decidi que não devia ser tão difícil e deixei mesmo de colocar açúcar.. A realidade é que para mim o café sem açúcar sabe mesmo mal, é amargo, horrível... de inicio achei que tinha que dar tempo.. aquela semana de que todos me falavam....
Passado uma semana o sabor continuava a ser horrível, um dia dei por mim a pensar que tinha que tomar uma decisão, ou voltava ao açúcar, ou deixava de tomar café... Para mim tomar um café era um prazer, agora é um suplicio, acho que basta olhar para a minha cara para se perceber que há algo de errado.
Ainda não voltei ao açúcar, fixei uma meta para o meu peso ideal e não vou sair da linha até lá, todas as restantes alterações alimentares que tenho vindo a fazer são fáceis de seguir e não são sacrifício nenhum, o verdadeiro sacrifício, o que custa mesmo, é o raio do sabor do café sem açúcar e sem adoçante.
Os meus colegas continuam a dizer que gostam do café assim, desculpem lá, mas não acredito que alguém goste mesmo de uma coisa que só sabe a amargo e a queimado... horrível.
Sejamos sinceros, o verdadeiro sabor do café inclui açúcar ou algo que o torne mais suave e bebível, se o verdadeiro sabor do café fosse o que eu tenho estado a sentir nos últimos tempos, não haveria artigos como o do El país e ninguém gostaria de tomar café expresso. A minha meia laranja sugeriu adicionar canela... fica melhor, menos amargo, mas não o suficiente.
E sim, vale a pena o sacrifício, perdi quase 7 quilos em dois meses.... mas podem ter a certeza que das duas uma, ou volto ao café com qualquer coisa doce ou deixo de tomar café... assim não dá!
Jorge Soares
Imagem de aqui
O que pensaria de um café onde em lugar de pagar o que se consome, se paga pelo tempo que se permanece lá dentro? Um lugar onde à entrada entregam um pequeno relógio aos clientes, estes estão lá dentro o tempo que quiserem consomem o que entenderem entre o que está disponível e no fim paga-se pelos minutos que marca o relógio. O preço ronda os dois Euros à hora.
À primeira vista parece uma ideia maluca, mas acredite ou não é um conceito que já existe e que pelos vistos está a ter sucesso, já está em 11 locais, 9 na Rússia, um na Ucrânia e o último em Londres, chama-se Ziferbalte fica no 388 Old St., esquina con Shoreditch High Street,
A ideia ocorreu ao jovem Russo Ivan Mitin e o objectivo passa por criar lugares onde as pessoas possam socializar sem pressas e sem preocupações. Tudo começou quando ele abriu na Rússia uma especie de café literário onde se faziam gratuitamente tertúlias sobre literatura e poesia, a ideia inicial era a de que os participantes ajudassem a manter o local à base de donativos, como os donativos não eram suficientes para manter o negócio aberto, começou a cobrar pelo tempo e o conceito tornou-se um sucesso que já dá emprego a mais de 200 pessoas.
Segundo Ivan a sua filosofia é: "As pessoas não tem que pagar pelo consumo, nós pagamos o local, as pessoas pagam pelo tempo, é tudo uma questão de participação"
Há um pequeno detalhe, os empregados não estão lá para servir as pessoas ou atender pedidos, quem quer café ou tomar o pequeno almoço tem que o preparar.
Resta a questão de sabermos porque é que havemos de ir tomar o pequeno almoço a um lugar onde temos que pagar para sermos nós próprios prepará-lo ... em casa de certeza que é mais barato... em contrapartida a internet é gratuita.
Anda muita gente à procura de ideias para mudar de vida, que tal esta? Será que a moda podia pegar por cá?
Jorge Soares
Assim de repente, apetecia-me um cappucino, este é de um café Romano ali bem perto da piazza Venezia, mesmo na esquina da Via 4 Novembre e da Via di Santa Eufémia, não será de certeza o melhor capuccino de Roma, mas foi o melhor que tomamos por lá, cremoso e com um suave sabor a chocolate.... arte em café
Passei os últimos 4 dias em Roma uma cidade monumental, a mais monumental das cidade onde já estive, uma cidade onde em cada ruela, em cada recanto, em cada rocha, há séculos de história.... muitos séculos. Já tinha estado em Itália antes, em várias cidades, mas em nenhuma onde como nesta se pode sentir o peso da passagem dos séculos e da civilização.
Andámos Kms, muitos kms e a verdade é que adorei cada momento, fazer a pé uma cidade como Roma é ir descobrindo pouco a pouco recantos e ruelas, em cada esquina há um prédio monumental, ou mais uma igreja com uma fachada grandiosa, ou um prédio antigo com um pequeno detalhe, um terreno onde decorre outra escavação.. ou tantas outras coisas que chega a um ponto que nos limitamos a contemplar, porque não há capacidade para absorver tanta história.
A dado momento dei por mim a pensar como é que tinha havido capacidade para construir tanto e de forma tão rica, a P. esclareceu, durante séculos o império Romano dominou o mundo e todos pagavam tributo para a grandiosidade de Roma, depois outro império floresceu, e o resto do mundo pagou tributo ao papa, o novo imperador, para continuar a manter a grandiosidade de Roma.
Não sei como será no Verão, mas nesta altura Roma é uma cidade visitável e de preços mais ou menos acessíveis para as nossas bolsas, a comida é relativamente acessível, a refeição mais cara que pagamos ficou em 50 Euros para duas pessoas, mas por menos de 10 Euros consegue-se almoçar.. basta gostar de Pizza ou de massas. Os transportes são baratos e muito funcionais.. mas vão por mim, andar a pé é mesmo o ideal... desde que não façam como eu que levei botas de andar... novas.
Em suma, adorei.... e como me apetece um daqueles capuccinos.
Jorge Soares