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Tudo o que é bom, engorda, é caro ou faz mal

por Jorge Soares, em 26.10.15

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Imagem de aqui

 

Salsichas, bacon e enchidos são cancerígenos, diz a OMS

 

Este era o titulo da noticia no Público, mais abaixo estava mais explicado, não são só os enchidos e a carne processada, supeita-se são todas as carnes vermelhas.

 

Já sabíamos que tudo o que é bom, engorda, é caro ou faz mal, sendo que a maioria das coisas que gostamos mesmo está em pelo menos duas das três categorias... mas também não era preciso virem com este alarmismo todo, afinal isto nem é propriamente novidade nenhuma , há muito que se sabe que o fumo faz mal à  saúde e o fumeiro só existe porque há fumo.

 

A realidade é que absolutamente tudo o que comemos pode de uma ou outra forma fazer-nos mal, há uns tempos ouvi um nutricionista dizer que por exemplo os alimentos à base de soja que se consomem no ocidente são extremamente nocivos para a saúde porque excedem em muito a quantidade diária recomendada da proteína da soja e que esta em excesso é nociva.

 

O que diz o estudo é que quem come mais de 50 gramas diárias de carne processada  tem uma maior probabilidade de ter cancro, 50 gramas é meio chouriço por dia e mais ou menos a quantidade de fiambre que se consome cá em casa por semana... nós somos 5.

 

Eu percebo que se queira prevenir, mas a forma como a noticia foi dada pela comunicação social foi assim um bocado para o exagerado.

 

Vai ser divertido ver aquelas pessoas que fumam que nem chaminés, negarem-se a partir de agora a comer fumeiro, porque causa cancro, mas nem pensar em deixar de fumar... porque vamos morrer na mesma.

 

Jorge Soares

publicado às 21:54

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Imagem do JN

 

Fátima Galega, 39 anos, recupera de um cancro no estômago. O marido, José, de 57 anos, sofre de idêntico problema no pâncreas. O filho de ambos, João Pedro, de 14 anos, luta contra leucemia e a irmã, Ana Rita, de 9, sabe há um mês que tem um linfoma no intestino. "Foi uma bomba que rebentou dentro de casa"

 

A história não é fácil de contar, na realidade é difícil até de ler, ouvir ou sequer acreditar. Numa família de 5 pessoas há quatro que sofrem de cancro... pai, mãe e dois filhos, só a filha mais nova escapa à doença.

 

Entretanto com ambos os pais doentes e desempregados vivem do Rendimento social de inserção, recebem 426 Euros por mês, sendo que só de renda pagam 265... 

 

Evidentemente não dá e as dívidas acumulam-se, a começar pela renda que já vai em três meses de atraso, aguardam que  a Câmara de Viseu lhes atribua uma casa e vivem do pouco que a camÂra e a caridade lhes vai dando.

 

É nestas alturas que tenha a certeza que deus não existe.

 

Para ajudar esta família pode fazer uma transferência usando o NIB: 003507530001659270055 ou o IBAN: PT50003507530001659270055.

 

Jorge Soares

publicado às 23:08

Rabos - Não há nada de mau em olhar

por Jorge Soares, em 26.11.14

 

Não há nada de mau em olhar?, aliás, o mau pode ser não olhar.

 

Uma mulher bonita, roupa para fazer desporto e uma câmara oculta.... quase ninguém resiste em olhar. A ideia é chamar a atenção, não para as belas curvas da modelo mas para a saúde dos homens, a mensagem é:

Não te esqueças de olhar para o teu próprio rabo, sabias que um em cada sete homens poderá ter cancro da prostata no futuro? É curável em quase 100 % dos casos se for detectado a tempo.

 

Há curvas e curvas e gente com uma imaginação excepcional, já agora, eu só descobri hoje, mas há uma campanha internacional chamada Movember Novembro Azul, é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês de novembro dirigida à sociedade e aos homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças masculinas.

 

Jorge Soares

publicado às 22:22

A triste história de Ahsya King

por Jorge Soares, em 10.09.14

Ashya King

 

Imagem de aqui

 

O menino da fotografia chama-se Ahsya King, tem 5 anos e sete irmãos, é inglês e foi-lhe diagnosticado um cancro cerebral. Os médicos ingleses  receitaram quimioterapia ao Ashya para o tratamento da sua doença. Esta terapia é extremamente agressiva até para os adultos e tem efeitos secundários terríveis.

 

Os país de Ashya que são testemunhasde Jeová, depois de muita investigação principalmente na internet tentaram convencer os médicos do hospital a em lugar dos tratamentos com quimio, utilizarem a terapia de protões que se utiliza nos Estados Unidos e em alguns países europeus. Esta terapia é muito menos agressiva mas também é muito mais cara, pelo que não é autorizada pelo sistema de saúde britânica.

 

Ante esta negativa, os pais de Ahsya tiraram o menino do hospital e foram com ele para o sul de Espanha, a ideia era vendar a sua casa perto de Málaga e com o dinheiro obtido, viajar à Republica Checa onde o tratamento com portões custa perto de 20000 Euros.

 

Uma denuncia de rapto por parte do Hospital deu origem a um mandado de captura internacional e os pais de Ahsya foram presos pela policia Espanhola, Ahsya foi internado num hospital do sul de Espanha.

 

Entretanto todo o caso levantou uma enorme polémica na Inglaterra e as autoridades inglesas voltaram atrás na sua decisão de retirar o controlo parental aos pais de Ahsya... Imagino e desejo que entretanto os pais de Ahsya tenham conseguido o dinheiro de que precisavam e nesta altura o menino já esteja a ser tratado na República Checa.

 

Todos este caso levanta uma série de interrogantes, há pouco tempo em Portugal discutia-se se o estado devia ou não comparticipar um medicamento contra a hepatite que é muito caro mas garante a cura total aos doentes. O caso Ahsya não deixa de ser parecido, os hospitais ingleses não desconhecem o tratamento com protões, há na Inglaterra hospitais onde ele é subministrado aos doentes, só que Ahsya teve azar e foi levado para um onde o consideram muito caro e portanto não o utilizam.

 

Por outro lado fica a questão, até que ponto as autoridades de um país podem sobrepor-se aos desejos da família de um doente? Como disse, os pais de Ashya são testemunhas de Jeová, imaginemos que ele precisava de uma transfusão para salvar a sua vida e eram os pais que de acordo com a sua fé religiosa, a impediam, nesse caso as autoridades já podiam sobrepor-se à autoridade parental?

 

Os médicos e as autoridades inglesas consideraram que ao retirar a criança do hospital e viajar com ela para outro país, os pais tinham posto em risco a vida de Ashya já que este precisava de cuidados de saúde permanentes para sobreviver, mas não será licito que os pais queiram o melhor para os seus filhos e lutem por isso?

 

O mais triste da situação é que Ashya e a sua família tiveram de passar por tudo isto porque as autoridades de saúde inglesas, como as de tantos outros países, decidem o que é melhor para os doentes com base em critérios economicistas, na Inglaterra o novo tratamento custa perto de 120 mil Euros, e não no bem estar deles... quantos de nós não teríamos feito o mesmo que fizeram os país de Ashya?

 

Jorge Soares

publicado às 22:10

Amianto

 

Imagem do Público 

 

As doenças relacionadas com o amianto – utilizado em larga escala na construção civil e noutras aplicações até aos anos 1990 – mataram pelo menos 231 pessoas em Portugal entre 2007 e 2012, segundo dados da Direcção-Geral de Saúde.

 

Há uns dias uma reportagem sobre os temporais mostrava uma escola em que a cobertura com amianto tinha sido levada pelo vento, os alunos foram retirados daquele pavilhão, mas no resto da escola as aulas continuavam como se nada fosse.

 

Entrevistada a directora do agrupamento, esta mostrava estar consciente dos perigos que aquela cobertura degrada representava, estavam previstas obras para se remover os materiais com amianto, não se sabia era para quando.

 

Ainda há coisas que me chocam, a forma descansada como aquelas declarações foram proferidas chocou-me, havia partes da cobertura espalhadas pelo recreio da escola, mas as crianças continuavam por ali, e havia aulas nos outros pavilhões, como se não estivéssemos a falar de uma substancia que comprovadamente mata dezenas de pessoas todos os anos em Portugal.

 

Hoje na RTP uma reportagem falava de novo no assunto, ninguém sabe quantas escolas ou edifícios públicos contém amianto, o levantamento está para ser feito há anos, mas está comprovado que os cancros causados por esta substância matam em média 39 pessoas por ano.

 

Desde há anos que se sabe dos perigos da exposição continua a esta substância para a saúde, assim como se sabe que uma grande parte das escolas tem esta substância nas suas coberturas,  e mesmo assim não se faz nada.

 

Quanto custa ao país o tratamento de um doente com cancro? quanto irá custar ao estado no futuro o tratamento das milhares de crianças, professores e auxiliares que estão expostos todos os dias a esta substância?  Não seria muito mais barato prevenir?, Não seria muito mais barato substituir as coberturas e demais materiais dos edifícios? Seria de certeza, até porque o sofrimento e a perca de vidas humanas não tem preço.

 

Não é obrigação do estado zelar pela saúde dos seus cidadãos? Então porque não o faz?

 

Jorge Soares

publicado às 22:43

Fabiola

 

UM DESABAFO Chamo-me Fabíola Cardoso, tenho 41 anos, sou professora em Santarém e mãe de duas crianças com 9 e 11 anos de idade. Estas duas crianças são fruto de uma relação lésbica e têm crescido na realidade de uma família que em tudo as cuida, que sempre soube provir a todas as suas necessidades mas que não é reconhecida pelo Estado Português. Estas duas crianças têm como figuras parentais duas mulheres, a quem chamam mãe, ainda que nos seus documentos apenas conste o meu nome. Foi-me diagnosticado, em Julho deste ano, um carcinoma invasivo da mama. Na sequência desse diagnóstico fiz uma mastectomia no Hospital Distrital de Santarém e encontro-me neste momento a fazer quimioterapia, da qual já resultou a necessidade de um segundo internamento hospitalar.

 

UM LAMENTO Foi a situação da minha doença que alterou profundamente a minha visão da situação dos meus filhos e me leva a escrever-vos hoje esta missiva. Fomos até agora, as duas, capazes de zelar sempre pela segurança e o bem estar dos nossos filhos, mas esta situação de doença veio abalar significativamente a aparente estabilidade e firmeza. Que aconteceria aos meus filhos se eu tivesse morrido na mesa de operações? Conseguiria a sua outra mãe a tutela? Seria correto, face a essa situação, sujeitar as crianças a um processo legal deste tipo? Que enquadramento legislativo teria um juiz para decidir a favor das crianças e da manutenção da sua família real? Ou poderá alguém de bom senso e bom coração afirmar que será melhor para estas crianças serem entregues a um familiar ou até a alguma instituição??!! Estive uma semana internada, devido a uma complicação causada pela quimioterapia. Como pode a outra mãe destas crianças justificar perante a sua entidade patronal a necessidade de faltar para as apoiar se, legalmente, não lhes é nada?? Porque teremos nós, uma família que cumpre todos os seus deveres, de não poder beneficiar numa situação de infortúnio dos diretos que assistem às outras famílias?? Ficamos na dependência das simpatias, das disponibilidades de cada um. Lamento profundamente que, devido à situação legal existente no nosso país, eu tenha muitos mais motivos de preocupação do que aqueles que deveria ter neste momento e que as minhas crianças estejam numa posição de fragilidade que não deveriam estar.

 

E UM PEDIDO Venho pedir-vos a decência de aprovarem a Lei da Co-adoção, não porque a considero excelente, excelente seria simplesmente todas as crianças deste país terem uma família feliz onde crescer em segurança, mas porque nenhuma família deveria ter de passar pela situação que a nossa está a passar. Gostaria que, independentemente da cor do símbolo político que usam na lapela, pensassem honestamente nesta situação e se tentassem colocar, não no meu lugar, nem no da outra mãe, mas sim no lugar dos meus filhos. São eles os principais desprotegidos neste cenário e são-nos porque o Estado Português se sente na legitimidade de ilegitimar a sua família. Desejo o dia em que ninguém tenha de passar pelo acréscimo de sofrimento e insegurança em que a situação atual nos coloca. Nesse dia Portugal será um pais mais justo e mais democrático.

 

Está nas vossas mãos.

Obrigada, Fabíola Cardoso

(carta enviada às/aos deputad@s, dezembro 2013)

 

Retirado de Famílias arco iris 

 

E pronto, é isto, quem mesmo depois de ler as palavras da Fabiola não conseguir entender por que é necessária a lei que permite a co-adopção, é porque usa mesmo palas.. e mais não digo

 

Jorge Soares

publicado às 19:50

Hospital

 

Imagem do Público

 

Há pouco na Antena 1, a  presidente da associação portuguesa de gestores hospitalares dizia que neste momento e em nome da lei dos compromissos tudo se atrasa. Para poupar nas despesas, atrasam-se ou reduzem-se os exames, atrasam-se as consultas, atrasam-se ou reduzem-se as cirurgias.

 

Isto tudo a propósito da doente do hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra)  que esteve um ano à espera de uma consulta e outro ano à espera de um exame, uma colonoscopia até finalmente lhe foi detectado um cancro, com todo este tempo de espera, o cancro evoluiu de tal forma que já não é tratável.

 

Ou seja, no fim, os atrasos, ou a lei dos compromissos, ou a austeridade do estado, ou o ministério da saúde, ou o governo, ou a Troika e as medidas que impôs, ou todos juntos, condenaram a senhora à morte.

 

Agora foi aberto um inquérito, há quem tente dar explicações, e quem peça responsabilidades mas a verdade é que nada disto irá servir para que o tempo possa voltar para trás e nada disto irá servir de consolo a quem foi retirada a esperança de ter uma cura.

 

Ficou célebre aquela frase do Primeiro Ministro "Vamos cumprir as metas custe o que custar", este é só mais um exemplo do que senhor queria dizer. 

 

A realidade é que o custe o que custar custou a vida a quem teve que esperar pelos atrasos dos hospitais, quantas outras vidas estará a custar todos os dias?

 

Há pessoas que esperam 24 horas para serem atendidas nas urgências dos hospitais públicos, há outras que passam dias seguidos nos corredores dos hospitais à espera de uma cama onde serem internados, é este o estado da saúde em Portugal... é este o verdadeiro significado daquele  "custe o que custar"

 

Gostava de poder perguntar ao senhor ministro se ele é capaz de enfrentar esta doente e olhos nos olhos dizer a quem resta pouco tempo de vida que os sacrifícios valeram a pena.... valeram a pena para quê e para quem?

 

Para o estado parece que tudo pode esperar... senhor primeiro ministro, senhor ministro da saúde,  infelizmente a morte não espera.

 

Jorge Soares

publicado às 22:16

Vamos ajudar o André

Imagem da Página Vamos ajudar o André



São tantas as coisas que nos passam à frente no Facebook que a maior parte das vezes olhamos e nem vemos, a história do André há dias que me passava em frente, fruto da perseverança da Paula que não desiste de tentar ajudar alguém com quem a vida foi tão madrasta.

 

Foi também através da Paula que em 2009, há mais de quatro anos, ouvi falar pela primeira vez da historia do André, foi neste post do Pepita, e que acordei para a realidade, o cancro de mama é uma doença que ao contrário do que todos achamos não afecta só as mulheres, os homens também estamos sujeitos e a  doença é igual de mortal em ambos os sexos.


Quero deixar aqui hoje um duplo apelo:

 

Em primeiro lugar, todos nós , homens e mulheres, devemos estar atentos aos sintomas, o cancro de mama é uma doença que pode afectar qualquer um. 


Em segundo Lugar, vou usar o texto que está na página do Facebook para deixar um apelo a todos para que dentro da vossa disponibilidade ajudem o André, ainda que seja partilhando este post ou a página do Facebook 


O André precisa da ajuda de todos. Em 2009 o monstro deste século apanhou-o desprevenido, quando nada o fazia prever foi-lhe detectado cancro da mama. Seguiu-se uma luta durante um ano em que entre quimioterapia, operação de mastectomia total e radioterapia, tudo levava a crer que o pior já tinha passado. No começo de 2013 em exames e analises de rotina o pesadelo voltou.


Deu-se inicio mais uma vez a tratamentos para o seu combate. Decorridos nove meses o resultados não se fazem notar. Tendo conhecimento de um tratamento inovador na Alemanha, o André precisa da tua ajuda para o poder realizar por se tratar de um tratamento bastante dispendioso.

Site da Clínica com descrição do tratamento acima referido:
http://www.immune-therapy.net/

Apoio e encaminhamento através do projeto Safira:
http://blog.projetosafira.org/

O André é residente na Redinha, na rua dos Algares 3105-322 Pombal
Email: andrepifaro@hotmail.com

Veracidade de todas as informações prestadas poderão ser confirmadas no IPO de Coimbra


Jorge Soares

publicado às 22:08

Angelina Jolie

 

Imagem do Público

 

“A minha mãe lutou contra o cancro durante quase uma década e morreu aos 56. Aguentou o suficiente para conhecer os primeiros dos seus netos e para lhes pegar ao colo. Mas os meus outros filhos nunca terão a oportunidade de a conhecer e de sentir quão amável e graciosa ela era.


Por vezes temos a tendência a achar que estas coisas só acontecem às pessoas normais, mas não, ninguém por mais bonito ou famoso que seja deixa de ser humano e de estar sujeito às mesmas maleitas que qualquer outro comum mortal.

 

Angelina Jolie mostrou que para além de humana, é uma mulher preocupada com a sua saúde. O seu é um exemplo da forma como deve ser encarada a doença, a prevenção é e será sempre o melhor dos tratamentos, para a maioria das pessoas a propensão para a doença, as análises genéticas e a mastectomia preventiva seriam até hoje conceitos completamente desconhecidos. 

 

Para muita gente o caminho é manter-se na ignorância e isso faz com que quando se descobre a doença já seja em muitos casos tarde, é preciso muito valor para tomar a decisão que ela tomou, não deve ser de animo leve que uma mulher decide retirar os dois peitos, mas ela soube mostrar que acima dos clichés e da estética estão valores muito mais fortes, como a vida e a saúde.

 

"Cancro é ainda uma palavra que planta medo no coração das pessoas, produzindo uma profunda sensação de impotência. Mas hoje é possível descobrir, através de uma análise de sangue, se somos altamente susceptíveis ao cancro da mama e dos ovários e então tomar uma atitude."


Esperemos que com este exemplo muitas mais pessoas tomem consciência da importância da prevenção e de que por cima dos ideais de beleza, está a vida e a saúde.

 

O The Scar Project já por aqui passou antes, neste post, mas nunca está de mais recordar

 

 

Jorge Soares

publicado às 22:01

Desmorrer

por Jorge Soares, em 01.06.12

Miguel Esteves Cardoso, Desmorrer

 

Desmorrer, de Miguel Esteves Cardoso! (in Público, 30.05.12)

Desta vez, a Maria João teve sorte. Nunca tinha visto uma médica a chorar. Foi a Maria João que puxou as lágrimas, quando a Dra. Teresa Ferreira lhe disse que não havia mais metástases dentro dela. Ficámos os três a chorar e a olhar para os outros olhos a chorar.

A minha amada já tinha esquecido o futuro. Já não queria saber da casa nova, do tecido para forrar os sofás, do Verão seguinte. Estava convencida que estava cheia de metástases. Doía-lhe o corpo todo. Tinha desanimado. Estava preparada para a morte. Só a morte é mais triste. Tinha-se preparado para ouvir o que já sabia, para não se assustar quando lhe dissessem que o cancro na mama tinha voltado e que se tinha espalhado por toda a parte.

Depois - mas não logo, porque não é de momento para o outro que se desmorre - voltou a ver vida pela frente. Reapareceu um horizonte e um caminho até lá, com passos para dar. "São tão raras as boas notícias", disse a médica, "e é tão bom dá-las, vocês não imaginam". Nós não imaginámos. Começámos a chorar. As lágrimas ajudam muito. As dos outros especialmente. Chorar sozinho não tem o mesmo efeito. A Maria João tem chorado por razões tristes. Desta vez estava a chorar de felicidade.

Como chora cada vez que ouve ou lê palavras doces, a dar força, a partilhar a dor, a juntar-se para que ela saiba que há muita gente a sofrer com ela, tal é a vontade delas que ela não sofra. Ou sofra pouco. Embora isto de se ficar vivo também se estranhe um bocadinho.

publicado às 19:44


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