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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Record
Fernando Madureira esteve esta segunda-feira com amigos na taberna do pai de Jorge Ferreira, juiz que apitou o jogo no Capital do Móvel entre o Paços de Ferreira e o Benfica. O líder dos Super Dragões surgiu no estabelecimento cerca das 21H30, já para lá da hora de fecho do mesmo e o progenitor de Jorge Ferreira negou-se a servir o grupo que terá questionado "onde está o gatuno?". As autoridades não tardaram em chegar ao local, de acordo com o "Jornal de Notícias".
Não vi o jogo do Benfica, não faço ideia se o árbitro errou muito ou pouco, não sei se era penalty ou não, sei sim que o que está a acontecer com o árbitro Jorge Ferreira não é digno do futebol. Sou e serei sempre adepto do Porto, já era antes de haver claques organizadas e espero continuar a ser depois de alguém as banir definitivamente do estádio do Dragão.
Como adepto do Porto e do futebol não me posso rever em comportamentos deste tipo, tal como não me revejo nos comentários de hoje de Pinto da Costa sobre tudo isto. Não me posso rever na cobertura que é dada às claques em comportamentos deste tipo, que tanto podem acontecer com árbitros e com jogadores ou adeptos de equipas adversárias, como com adeptos, treinadores e jogadores da própria equipa.
Visto de fora o que parece é que se criou e alimentou um enorme monstro, monstro que é muitas vezes utilizado em prol dos supostos interesses do clube (?) e de alguns. Mais tarde ou mais cedo o monstro vai-se virar contra os seus criadores, pode demorar mais ou menos tempo, mas chegará o dia em que por qualquer motivo as vitimas da intimidação serão os dirigentes da SAD ou do Clube.. talvez nessa altura quem de direito perceba que há muito já se foi longe demais.
O futebol português já foi uma festa familiar em que os pais levavam os filhos ao futebol, hoje há jogos da primeira liga em que os espectadores não chegam aos milhares, os estádios estão cada vez mais às moscas, há muitos jogos em que os únicos apoiantes das esquipas são mesmo as claques e muito pouca gente se atreve a levar os filhos ao futebol nos jogos em que possa haver alguma rivalidade.
É claro que tudo isto faz com que os clubes não tenham apoio nem receitas e na maior parte dos casos vivam de esquemas e da falta de pagamento a atletas e fornecedores, o que converte a competição numa enorme mentira onde quem é honesto não consegue competir com quem vive de mentiras e ilusões.
Voltando ao inicio, não vi o jogo do Benfica nem nenhum dos lances de que é acusado o árbitro, mas vi o resumo do jogo do Porto e sinceramente tenho muitas dúvidas no penalty sobre o Maxi que iniciou a reviravolta do resultado... A mim o que me parece é que o árbitro errou tal como terá errado o do Benfica, e como irão de certeza errar outros árbitros a favor e contra o Porto... O árbitro faz parte do jogo, é humano e portanto erra, tal como erram os avançados, os defesas e os guarda redes... E tal como erram os dirigentes, ou alguém tem dúvida que dar uma segunda época ao Lopetegui foi um enorme erro?...
E será que não contratar um defesa central em Janeiro e ainda por cima mandar o Maicon para o Brasil, não foi outro enorme erro que poderá custar muito caro? Quanto irão custar estes erros dos dirigentes ao Porto? Mas é claro que isso não interessa nada e se começar a interessar, arranja-se forma de usar a claque a desviar as atenções.
Assim não somos Porto, e sobretudo, assim não somos futebol,
Jorge Soares
Imagem do Público
No Egipto, um jogo de futebol terminou numa tragédia cujo resultado até agora vai em pelo menos 73 mortos, no final do jogo os adeptos de ambas as equipas invadiram o relvado e após tentarem agredir os jogadores, envolveram-se em confrontes que resultaram em dezenas de mortos e num número indeterminado de feridos.
Manuel José, treinador português do Al-Ahly, uma das equipas que se enfrentavam, relatou para a RTP o ambiente inacreditável em que todo o jogo se desenrolou e as agressões de que foi vitima até que conseguiu sair do estádio escoltado pela policia.
O futebol sempre foi e sempre será um desporto de paixões, mas será que tudo isto é resultado dessa paixão?, o Egipto é um país que atravessa uma forte convulsão social, o povo que na Primavera Árabe se uniu para depor um regime com décadas liderado pelo ditador Mubarak, anseia agora pela implementação da democracia que os militares que herdaram o poder tardam em permitir.
O que aconteceu hoje, para além de revelar as condições de segurança inacreditáveis em que se desenrolam os espectáculos desportivos no país, recorda-nos como tantas vezes o futebol se revela como uma válvula de escape onde se libertam todos os demónios...
Numa altura em que por cá também vivemos momentos sociais complicados e onde as paixões clubistas são tantas vezes acirradas, deveríamos olhar com muita atenção para o que aconteceu... já diz o velho ditado, quando vires as barbas do vizinho a arder ..... já se queimaram cadeiras e bancadas em nome da cor clubista, esperemos que os demónios a libertar nunca passem disso, cadeiras queimadas e uns vidros partidos... que a morte nunca suba ao relvado.
Jorge Soares
Imagem da internet
Em primeiro lugar um disclaimer, gosto do futebol pelo futebol e sou portista. Talvez pela parte do gostar do futebol pelo futebol, há coisas que me passam ao lado.
Por mais que me esforce olho para esta notícia e não consigo discernir nem a lógica do momento em que ela saiu, nem a importância que se lhe está a dar. Quanto ao momento, quero acreditar que o jornalista e o Jornal quiseram aproveitar a proximidade de um jogo importante em Alvalade para vender bytes e papel, achar que há algo mais para além disto vai contra a minha lógica de ver o futebol pelo futebol. Pensar que uma notícia sobre as paredes de um túnel possa servir de pressão a quem quer que seja ou ter influência em alguém que vá estar no Sábado dentro das 4 linhas do campo de jogo, é chamar estúpidos aos adeptos... eu não me dou por estúpido... mas a julgar pela chinfrineira que se está a fazer deve haver muita gente estúpida.
Quanto à importância da coisa, podemos achar de pior ou melhor gosto a forma como o Sporting decidiu decorar as paredes do túnel, pelo que sei no Porto há imagens das vitórias na Europa e das grandes estrelas do clube, em Alvalade há imagens da claque, se o objectivo é intimidar, haveria que perguntar o que pode intimidar mais, se as vitórias de um grande clube ou as fotografias dos arruaceiros da claque.... estamos a falar de futebol profissional, será que algum atleta profissional olha para aquelas paredes e para além de achar a escolha de gosto duvidoso, fica intimidado?
Como é costume, já vieram a terreiro todos os comentadores, especialistas e afins, há quem fale em processos da federação e em castigos para o Sporting, porquê?, porque colou umas fotografias na parede de um túnel vedado ao público? a sério?, então e se em lugar dos marmanjos com cara feia fossem umas meninas despidas de preconceitos? também merecia castigo?... definitivamente o futebol em Portugal joga-se num túnel e com coisas destas é cada vez mais difícil ver onde está a luz lá ao fundo.
Volto a dizer que não quero acreditar que tudo isto não seja simplesmente o Jornal a querer vender, e juro que como portista ficava muito triste e até preocupado se por trás de tudo isto houvesse a menor influência do meu clube do coração, o Porto não precisa destas coisas para ganhar um jogo.
Update: Parece que há quem acredite que de algum modo as minhas palavras sejam um apoio à utilização de imagens de violência ou à utilização de símbolos estúpidos ligados a ideologias de estrema direita, longe disso, simplesmente não acho que as fotografias do túnel tenham a importância que se lhes quer dar e muito menos devem constituir um caso que desvie a atenção do que verdadeiramente interessa, o jogo de futebol.
Jorge Soares
Imagem do Público
Desde há muito que o meu filho me pede que o leve ao futebol, tenho resistido, a última vez fomos aqui em Setúbal ver um jogo da taça com o Boavista e a verdade é que não guardo boas recordações. Com o Euro e a construção dos novos estádios com melhores condições, pensei que as coisas iriam melhorar, os novos estádios deveriam ser um incentivo para captar adeptos e para tornar este desporto no espectáculo que ele é em muitos lugares do mundo.
O Dragão é muito longe e eu gostava de ir a Alvalade ou ao novo estádio da luz, sentar-me e ver um espectáculo, como estão as coisas afigura-se uma missão impossível e nem é por falta de espectáculo, que eu sou dos que gosta de futebol bem jogado e sem olhar a cores das camisolas, não vou porque sozinho não me apetece e nem me atrevo a pensar em levar os meus filhos para o meio das estranhas tribos que se formam nas bancadas destes estádios.
Deve haver um motivo qualquer para que os clubes grandes não gostem de receber adeptos que não sejam os seus, O Benfica preferia ter jogado só para os seus adeptos, tal como o Sporting e o Porto preferem não ter adeptos dos outros clubes e só disponibilizam os bilhetes para os outros porque a isso são obrigados... a história da caixa de rede e acrílico não tem a ver com segurança, tem a ver com desincentivar a ida dos adeptos do Sporting... ninguém gosta de se sentir encerrado numa jaula... e é isso que se pretende.
Outra coisa que não entendo é o fenómeno das claques, seria capaz de apostar que quem incendiou as cadeiras da luz entrou para estádio com bilhetes disponibilizados pelo Sporting. O que ganha o Sporting com o apoio moral e monetário às suas claques? o que ganha o Porto com o apoio a claques que no fim dos jogos se dedicam a insultar e a ameaçar os jogadores e treinadores?, sendo que inclusivamente já houve quem tenha preferido ir jogar para a Rússia a ser ameaçado por energúmenos que se dizem adeptos? O que ganha o Benfica em manter claques cujos dirigentes e membros já foram detidos nas suas sedes no próprio estádio por venda de drogas e negócios de armas?
Será que é assim tão difícil perceber que são as claques e os seus comportamentos quem está a destruir o futebol? que me impedem de ir ao futebol com os meus filhos?
O que aconteceu no Estádio da Luz no fim do jogo de Sábado passado não tem nada de estranho, estranho é que só agora tenha tomado estas proporções, esta vez alguém puxou dos fósforos, mas os verdadeiros incendiários não estavam lá, esses estavam nos camarotes vips, na tribuna de honra ou na de imprensa, passaram a semana anterior a arranjar desculpas para incendiar o ambiente e agora vão passar as próximas a deitar gasolina para a fogueira que atearam...e pouco a pouco vão matando a galinha dos ovos de ouro, porque sem incentivo e sem paz os meus filhos e os filhos de muitos como eu, nunca vão aprender a gostar de futebol.
Jorge Soares
PS: Não deixem de ler este relato na primeira pessoa de quem lá esteve e as reflexões de quem escreve.