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comidaorganica.jpg

 

Imagem de aqui

 

O assunto está na ordem do dia, cada vez mais desconfiamos dos alimentos manufacturados e há gente a virar-se para o natural e orgânico, o biológico mais que um estilo de alimentação é uma forma de vida, mas será que os alimentos são assim tão diferentes?

 

Há quem jure a pés juntos que sim, e que consegue distinguir a diferença dos sabores e a qualidade do que vem dos supermercados ou directamente da horta biológica ... será? 

 

Na Holanda dois jovens jornalistas compraram alguma comida no McDonald's, fizeram algumas alterações na apresentação e deram-na a provar numa feira de alimentação, vejam o que aconteceu:

 

 

Engraçado não é? Parece que a sugestão é muito mais importante que o verdadeiro sabor dos alimentos...

 

Jorge Soares

publicado às 22:01

Ziferbalt

Imagem de aqui

 

O que pensaria de um café onde em lugar de pagar o que se consome, se paga pelo tempo que se permanece lá dentro? Um lugar onde à entrada entregam um pequeno relógio aos clientes, estes estão lá dentro o tempo que quiserem consomem o que entenderem entre o que está disponível e no fim paga-se pelos minutos que marca o relógio. O preço ronda os dois Euros à hora.

 

À primeira vista parece uma ideia maluca, mas acredite ou não é um conceito que já existe e que pelos vistos está a ter sucesso, já está em 11 locais, 9 na Rússia, um na Ucrânia e o último em Londres, chama-se Ziferbalte fica no 388 Old St., esquina con Shoreditch High Street,

 

A ideia ocorreu ao jovem Russo Ivan Mitin e o objectivo passa por criar lugares onde as pessoas possam socializar sem pressas e sem preocupações. Tudo começou quando ele abriu na Rússia uma especie  de café literário  onde se faziam gratuitamente tertúlias sobre literatura e poesia, a ideia inicial era a de que os participantes ajudassem a manter o local à base de donativos, como os donativos não eram suficientes para manter o negócio aberto, começou a cobrar pelo tempo e o conceito tornou-se um sucesso que já dá emprego a mais de 200 pessoas.

 

Segundo Ivan a sua filosofia é: "As pessoas não tem que pagar pelo consumo, nós pagamos o local, as pessoas pagam pelo tempo, é tudo uma questão de participação"

 

Há um pequeno detalhe, os empregados não estão lá para servir as pessoas ou atender pedidos, quem quer café ou tomar o pequeno almoço tem que o preparar.

 

Resta a questão de sabermos porque é que havemos de ir tomar o pequeno almoço a um lugar onde temos que pagar para sermos nós próprios prepará-lo ... em casa de certeza que é mais barato... em contrapartida a internet é gratuita.

 

Anda muita gente à procura de ideias para mudar de vida, que tal esta? Será que a moda podia pegar por cá? 

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:17

As alegrias de ser pai

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Já por aqui se falou de comida muitas vezes, foi no post sobre a geração do Bacalhau escondido que falei na primeira e principal regra a ser seguida à mesa cá em casa: todo o mundo pode gostar ou não do que está no prato, ninguém é obrigado a gostar, desde que coma tudo não há problema nenhum em não se gostar da comida.


Há quem me ache um tirano e quem tenha aprendido a usar estas minhas palavras nas refeições lá em casa, certo certo é que cá por casa só há sempre um prato à mesa, não há cá pratos especiais para ninguém e em maior ou menor quantidade, todo o mundo come em todas as refeições e já seja porque aprenderam a gostar um pouco de tudo ou porque já perceberam que dizer que não gostam não os leva a lado nenhum, "Não gosto" são palavras que cada vez se ouvem menos por cá.

 

À medida que vão crescendo vai sendo mais dificil conciliar os estudos com as refeições, o ano passado durante o período escolar ou durante os períodos de férias, havia sempre alguns dias em que os dois mais velhos almoçavam no ATl e soube muito bem ouvir da boca das responsáveis lá do sitio que "vocês não imaginam o inferno que é dar comida a estas crianças, não há maneira nenhuma de conciliar uma refeição que agrade a todos..e há até aqueles que não há dia nenhum em que gostem do que aparece. Os vossos filhos são os únicos que comem sempre e raramente dizem que não gostam"

 

O meu método pode não ser lá muito democrático, mas de que funciona, funciona.

 

Jorge Soares

publicado às 21:40

Choco frito

Imagem de aqui

 

Já aqui falei das maravilhas naturais, foi neste post.. e neste, em ambos se falava da Arrábida e do que não mudou com uma eleição que para pouco mais terá servido que para gastar uns milhões de Euros.

 

Não sei se sou só eu, mas para mim esta coisa das sete maravilhas já virou praga e então quando chegamos à gastronomia, raia a estupidez. Num país que só de bacalhau tem mais de 365 receitas, a maioria delas verdadeiras delicias gastronómicas, como é possível eleger sete maravilhas?, como é que alguém acha que se vai chegar a um consenso?

 

Se há algo que é maravilhoso neste país é a comida, do Minho ao Algarve, do mar à serra, dos restaurantes mais caros das grandes cidades às mais humildes tascas de qualquer aldeia, os pratos típicos estão sempre presentes. Eu conheço restaurantes onde seria difícil escolher os sete melhores pratos... todos eles dignos de serem eleitos maravilhas gastronómicas... ora, tenham juízo.

 

Só esta semana li a Suspeita a reclamar sobre a Açorda escolhida a concurso.. eu cá prefiro a de camarão, no Expresso a Câmara do Fundão reclama e ameaça processar os responsáveis do concurso isto a propósitode uma Perdiz de Escabeche, li algures que pela Bairrada andam de candeias às avessas porque o Leitão é de muitas terras e propriedade de nenhuma.

 

Resumindo, o raio do concurso não tem ponta por onde se lhe pegue, 90% do país vai ficar chateado porque faltam lá pratos importantes, a promoção dos sete candidatos já está a custar bem caro às Câmaras Municipais que se digladiam e pagam muito dinheiro para que seja a sua terra a escolhida para aparecer no programa diário da RTP.

 

No fim vamos ter mais um espectáculo do estilo daquele das maravilhas naturais que quem sabe quanto irá custar e quem irá pagar, tudo para saber que a maior maravilha é um prato qualquer de que nem gostamos e que aquele prato que adoramos nem foi a concurso.

 

Alguém lá viu o choco frito? as bem alentejanas migas com entrecosto? as pataniscas com arroz de feijão e coentros?, a vitela assada de lafões?, o bacalhau com broa? e aqueles rojões de porco que a minha mãe faz num tacho de latão e que cozem a fogo lento durante horas na lareira lá de casa? e aquelas amêijoas à bulhão pato que comi naquela tasca portuguesa de Macau? e as espetadas em pau de Louro? e o polvo à lagareiro? e o peixe espada preto com maracujá que comi na Calheta? e.... aposto que cada um tem uma lista maior que esta.

 

Jorge Soares

publicado às 22:26

Biggest Loser.... de andar por Setúbal

por Jorge Soares, em 31.03.11

Como se isto fosse possível!

Imagem da Internet

 

Num destes dias ao fazer Zapping fui parar ao Big Loser, aquele concurso onde entram bolas e pelo que eu vi, saiem galãs de cinema, juro, era o dia da final, restavam 3 finalistas e eu não queria acreditar no que estava a ver, um era o senhor ali da fotografia.. que na televisão parecia bem maior. Estavam ali 3 pessoas magras com óptimo aspecto, mesmo. Depois das apresentações, seguiram-se as pesagens... e aquilo era inacreditável.. dois dos concorrentes tinham perdido mais de 50% do peso, de 200 Kgs para perto de 90. Mas o que mais me impressionou foi o aspecto, ninguém perde mais de 100 Kgs e fica com aquele aspecto, porque a gordura queima-se, mas as peles ficam lá.... aquilo só pode ser treta.

 

O resultado de tudo isto foi que eu achei que se eles conseguiram perder 100 Kgs, eu devo conseguir perder ai uns 10 ou 15, para ficar mais ou menos no peso deles, ficou logo combinado que desde esse dia, dado que o meu joelho não está para Karaté e a alimentação cá em casa é bastante saudável, eu ia passar a andar uma hora por dia.. e acreditem ou não, tem-se cumprido... não, ainda não me pesei.

 

No dia a seguir comunicámos a decisão ao resto da família, foi mais ou menos assim:

 

-Meninos, a partir de hoje o papá vai andar todos os dias antes de jantar?

-Como?, então e quem vai cozinhar?

-Eu - diz a mamã

-Nãoooooooo, tem que ser o papá a cozinhar - Diz a mais velha 

 

Gosto tanto da minha filha.... isto demonstra bem a qualidade dos meus cozinhados, certo?

 

Certo é que excepto nos dias em que a minha meia laranja dá aulas à noite, eu tenho ido todos os dias, uma hora em passo acelerado... os percursos escolhidos é que não têm sido lá muito inteligentes, vou para a baixa de Setúbal, Luísa Tody, Beira mar... estão a ver?, a zona dos restaurantes.

 

Sete da tarde, está tudo a cozinhar, andar faz abrir o apetite, e os cheiros.. peixe grelhado no carvão, choco frito, batatas fritas... há ali uma tasca na zona da Praça du Bocage que tem um cheirinho a bifanas... aquelas bifanas com imenso molho e que cheiram a mostarda .. uma coisa... passei por lá na volta, estava com uma fome danada.. juro que tive que fazer um esforço enorme para não entrar e pedir uma bifana e uma cerveja gelada.... desde esse dia mudei o percurso, não voltei a passar lá.

 

Diz a minha meia laranja que daqui até ao Verão fico nos trinques.... tenho é que passar a ir andar para a serra.. assim não dá... 

 

Jorge Soares

publicado às 22:08

Em crise corta-se na comida e fica-se com o telemóvel

Imagem do Público

 

 

Já lá vão uns anos desde essa altura, ao mesmo tempo que estudava em Lisboa, eu era responsável pela informática de uma pequena empresa em Oliveira de Azeméis, que entre outros negócios, geria um supermercado. Eram os tempos do cavaquistão, da Europa choviam apoios, havia emprego para todos e ninguém falava de crise. Mas há coisas que aparentemente não mudam.

 

Ficaram-me na memória as conversas com as colegas da loja sobre as pessoas que chegavam à caixa e não tinham dinheiro suficiente para tudo o que tinham despejado para o carrinho das compras. Quando chegava a altura de decidir o que ficava, quase sempre o primeiro era a carne, depois o peixe, depois os restantes artigos alimentares, quase nunca eram os champôs, amaciadores ou artigos de maquilhagem. Ficava sempre incrédulo mas as histórias repetiam-se.

 

Pelos vistos as crises não mudam assim tanto os comportamentos das pessoas, hoje uma noticia do Público dizia o seguinte:

 

Crise: Famílias cortam sobretudo no supermercado e na farmácia

 

Segundo a Deco, as famílias portuguesas que se encontram com dificuldades para pagar os seus compromissos no primeiro que cortam é na comida, passando a comprar marcas mais baratas, deixam simplesmente de comprar medicamentos mesmo que estes sejam receitados pelo médico, mas raramente cortam em serviços e telecomunicações e simplesmente negam-se a vender o carro.

 

Somos um país em que vale mais parecer que ser, para a maioria das pessoas abdicar do telemóvel ou dos canais do cabo é descerem o nivel de vida, e tentam manter estas coisas mesmo quando não há dinheiro suficiente para comer.

 

Todos ouvimos falar da crise mas ninguém ouviu falar de aumento de passageiros dos transportes públicos, ou de diminuição das filas nas entradas das cidades. Estamos em crise, mas quando durante a semana passada tentámos arranjar bungalows para passar este fim de semana no Alentejo, verificamos com espanto que mesmo a mais de 100 Euros por noite, há muito que estava tudo cheio.... isto com previsão de feriados e fim de semana molhados.

 

Ontem passaram uma reportagem sobre uma loja em que oferecem roupa em Lisboa, as pessoas têm vergonha e não deixaram que lhes filmassem as caras, resultado, filmaram os pés..e não pude deixar de reparar que todas as senhoras andavam de sandálias e com as unhas dos pés muito bem pintadas... pobres mas vaidosas...e o verniz é barato... pena que não o ofereçam na loja.

 

A verdade é que a maioria dos portugueses dá por conquistado tudo o que tem, não faz contas, não abdica de nada, acha que vai ter sempre a vida que tem e nunca pensa que amanhã há mais dias... e a julgar pelo que diz a DECO, mesmo quando é apanhado pelas curvas da vida, nega-se a aceitar a realidade.... quer-me parecer que com pessoas assim, a crise veio mesmo para ficar.

 

Jorge Soares

publicado às 21:39

Diário de um pai de licença parental ... fim

por Jorge Soares, em 03.06.10

A D. nas suas investidas manuais

 

Amanhã volto ao mundo real, foram dois meses diferentes, mas dois meses que definitivamente valeram  a pena. Dois meses em que estive mais tempo com os meus filhos, principalmente com a D. mas também com os dois mais velhos... e acho que eles vão ter saudades deste tempo.

 

A D. está uma criança mais confiante, mais crescida e mais viva, ainda há pouco a P. me dizia que ela perdeu uma série de tiques nervosos em que tínhamos reparado ainda em Cabo Verde; Deixou de roer as unhas, de coçar as orelhas com fúria até se magoar, já não coloca tantas vezes a mão na boca. O único que se mantém é o esfregar os pés até tirar os sapatos quando é contrariada.

 

É claro que nem tudo são rosas, com o ganhar confiança aumentam as birras e se ela já era teimosa no inicio, agora é muito mais, e determinada, não gosta de ser contrariada mas em contrapartida tanta determinação faz com que aprenda tudo muito rapidamente... incluindo os esconderijos das bolachas, e é muito independente, tanto que por vezes dá asneira, vejam o mail que a mãe enviou esta semana para o grupo de mail sobre adopção:

 

"Em Dezembro recebo uma foto da minha menina. Um docinho de caramelo...um olhar doce...triste e calminho. Cá pela familia diziam: tão querida...um docinho...tem o ar de um anjo, tão calminha, parece a serenidade em menina.

Pois é, 3 meses em Portugal a conviver com uma mana com lingua afiada e um mano terrorista e cá temos uma Pirata.

Ultimas piratarias:
- Quinta-feira: sobe para a cadeira, da cadeira para a mesa,alcança o frasco do xarope abre-o e bebe meio frasco. Resultado: 1 noite no hospital a ser monitorizada e a receber soro.
- Sábado de manhã: acorda sai da cama, pega nos óculos da irmã...resolve brincar com eles e transforma-os em 3 peças: resultado uns óculos novos para a mana."

 

O médico não queria acreditar que ela tivesse conseguido abrir o frasco do medicamento sozinha, nem bebido sem se sujar ou sujar o chão.... pois... A partir de amanhã vai ficar a mãe com ela mais um mês... e eu vou ter saudades deste tempo... muitas.

 

A licença parental é um direito que nos assiste a todos, e por muito que custe à maioria das mulheres, é muito importante que os homens a partilhem, eu já achava antes e agora, depois destes dois meses fantásticos com a minha filha, tenho a certeza absoluta. Pais não deixem de exigir os vossos direitos, eles crescem num instante e há coisas que devemos viver mesmo... o tempo de qualidade com os nossos filhos é algo muito importante.

 

Jorge Soares

publicado às 22:26

Diário de um pai de licença parental

 

Não, este não é mais um dos meus posts de receitas.. ainda que o frango com cerveja de hoje até merecia o destaque.

 

Cá em casa já tivemos as duas versões, primeiro uma comilona que ainda não tinha um ano e já tinha sido colocada a dieta pelo pediatra e depois um que nos levava ao desespero porque utilizava todos os estratagemas para não comer, a comilona continua comilona mas está uma esquisita irritante, o irritante continua a irritar-nos e a comer que nem um pisco.

 

Quando conhecemos a D. ela era uma criança que comia tudo o que aparecia, enquanto havia comida na mesa ela comia, fosse o que fosse. Quando cá chegou descobrimos que: "Mamã, nã qué sopa".

 

Primeiro foi a sopa, depois foi o bacalhau, ela gosta de peixe, mas bacalhau... não é peixe... de resto, continua a comer praticamente tudo e cheira-me que o pediatra não vai gostar da relação peso altura... e vai recomendar cházinho em vez do sumo que ela adora e pede o tempo todo. Hoje estava a fazer fita com a sopa, mas mal viu chegar o frango à mesa... limpou a sopa num instantinho. Ela aprende rápido e já percebeu que quem não tem fome para a sopa... também não pode ter para o resto, que é a regra que impera cá em casa.

 

A semana passada descobri uma coisa engraçada, ao almoço estamos os dois sozinhos, normalmente vejo o que há no frigorífico que tenha sobrado dos dias anteriores, e tento acompanhar com vegetais cozidos ou gratinados; jardineira, macedónia e outras misturas que vou encontrando no supermercado. Ela costuma comer sempre tudo, sem esquisitices e pela mão dela... vegetais incluídos!

 

Um dos dias da semana passada a mãe veio almoçar connosco, já não me lembro o que comemos, mas o acompanhamento era uma mistura de vegetais que incluía entre outras coisas: feijão encarnado, cebola e pimentos vermelhos. Já tínhamos comido antes e ela tinha comido tudo.

 

Naquele dia decidiu que estava preguiçosa e queria ajuda da mãe, qual não foi o meu espanto quando no fim da refeição tinham ficado no prato, os feijões, a cebola e os pimentos.... Quando questionei a minha meia da laranja sobre o assunto a resposta foi:

 

-Ela não gosta!

 

-Mentira, quem não gosta és tu e por isso não lhos deste, ela comigo come sempre Tudo!

 

Quem  cria os maus hábitos nas criancinhas, quem é?... as mães é claro.

 

Jorge Soares

publicado às 21:37

Ainda a natalidade e a sobrepopulação

por Jorge Soares, em 12.08.09

Sobrepopulação e pobreza

 

Eu sei que disse que ia de férias, mas também disse que ainda faltavam 3 dias..e que poderia acontecer algo que me fizesse voltar... bom, aconteceu este comentário do Antonio Dias,  o comentário dele é pertinente e o assunto não deixa de ser interessante... comecei a responder na caixa de comentários e terminei aqui... na caixa de posts... até porque quem sabe e não há por aí algum ou alguma antropóloga que queira ajudar a fazer luz.

 

Diz o António o seguinte:

 

"Acho que já disse isto dezenas de vezes, mas aqui vai mais uma. Tomando como facto que há mesmo pessoas a mais no mundo (ver http://en.wikipedia.org/wiki/Ecological_footprint ou http://www.footprintnetwork.org/newsletters/gfn_blast_0610.html ) temos três hipóteses de sair daqui:

1. Tomar medidas para voluntariamente reduzir a população mundial. Isto iria requerer uma coordenação de todas (ou quase) nações do mundo, iria levar alguns anos, dependendo das medidas adoptadas, e teria sempre como resultado que a população iria envelhecer. Porque é que uma população voluntária e controladamente envelhecida é um problema é uma coisa que ainda não consegui compreender.

2. Reduzir a população à força. Isto tem resultados muito mais rápidos... mas menos controlados. Ou seja, os efeitos laterais deste método podem atingir os seus executores.

3. Dizer que esta visão é pessimista, que ainda há lugar para muito mais gente ou que o excesso de população é apenas no terceiro mundo (esquecendo que a Europa é o continente mais sobre-povoado). Ou seja, enfim, deixar tudo correr como está e continuar com o velho esquema de pirâmide (http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquema_em
_pir%C3%A2mide ) em que é baseada a economia capitalista global. O resultado será deixar os processos naturais de controlo de populações actuarem o que, trocado por miúdos, quer dizer que não haverá recursos para todos e uns morrerão por falta deles e outros lutando por eles até que a população chegue a um equilíbrio sustentável.

O que eu acho lamentável é que a espécie humana escolherá esta última opção, apesar de ser provavelmente a primeira neste planeta que tem o discernimento para perceber isto e os recursos para o evitar."

 

António, Porque é que uma população voluntária e controladamente envelhecida é um problema?

 

Eu acho que é, por vários motivos, vejamos:

-Infelizmente o mundo não vive numa sociedade global, os recursos não estão distribuídos uniformemente e para conseguir sobreviver e alimentar os seus habitantes, cada país tem que conseguir produzir já seja os bens alimentares ou a riqueza para os poder adquirir. Quanto mais envelhecida for a população, menos produtiva se torna, até que chega a um ponto de rotura em que a parte da população que consegue produzir não o consegue fazer de forma a conseguir alimentar quem já não produz... e não, não estou a falar de reformas e coisas dessas, só estou a falar de capacidade de produzir.

 

Reduzir a população à força não é um conceito novo, há décadas que a China com a sua politica de um só filho o tenta fazer, não conheço o suficiente como para poder expressar uma opinião sobre os resultados desta politica, pelo que li, os objectivos foram conseguidos em alguns meios urbanos mas ninguém sabe o que se passa na China Rural..e de resto, eles já são mil e trezentos milhões e continuam a crescer... na China e em todos lados.

 

É claro que há soluções mais drásticas... mas acho que ainda não estamos o suficientemente desesperados para isso. 

 

Quanto ao ponto 3, partilho da tua opinião, de facto, no estado de evolução tecnológico e de capacidade de produção em que estamos, dificilmente haverá capacidade para alimentar de uma forma equilibrada toda a população actual, o que não quer dizer que no futuro não aconteça uma de duas coisas: a evolução nos leve a um estágio em que exista uma maior capacidade de produção, ou, como muito bem dizes, a própria natureza na sua constante tendência para o equilíbrio se encarregue de colocar tudo no seu devido sitio, já seja através da mão humana ( e aqui podemos voltar à redução à força ou não) ou através de uma qualquer gripe (uma a sério, não esta) 

 

Até agora a evolução humana e a distribuição da população ao longo do planeta, foi feita numa procura incessante de melhores condições, há algum tempo que atingimos um estágio em que já ocupamos o planeta inteiro e foi a comida que se passou a deslocar....se calhar está na altura de recomeçar... e ou muito me engano, ou não haverá quem pare este movimento.

 

E agora... volto para a preparação das férias.

 

Jorge Soares

publicado às 23:56

Das favas ao bacalhau escondido

por Jorge Soares, em 04.12.08

 

Favas
 
Uma conversa ontem à noite com uma amiga, fez-me voltar às minhas memórias. Era eu criança e não gostava de favas, cada vez que a minha mãe as cozinhava, era um suplicio, eu que não queria comer, que não gostava e o meu pai que eu tinha que comer, cenas de filme que mais de uma vez terminavam com lágrimas nos olhos e o prato limpo à força... Um dia, devia eu ter 7 ou 8 anos, fomos ajudar uma vizinha a colher milho, chegada a hora do almoço, a mulher puxou do taxo e dos pratos e saiu... frango guisado com favas..... e não sei se era do ar do campo ou porque a vizinha cozinhava as favas melhor que a minha mãe, eu nem me lembrei que não gostava, para grande espanto da todo o mundo previamente avisado que eu não gostava de favas, devorei tudo o que tinha no prato e até repeti. É claro que durante anos..e até agora, sou gozado pela minha mãe cada vez que se fala de gostar ou não de algo. Na verdade nunca fui má boca, se exceptuarmos as malfadadas favas, sempre comi o que me apareceu à frente... bom, quase tudo.
 
Durante 6 anos almocei e jantei em cantinas universitárias, e a única coisa que não comia era pescadinhas de rabo na boca...era chegar, ver a ementa e escolher outro sitio para ir comer... e nem é que não goste.. é mesmo mania...faz-me impressão, de resto, até o famoso e mal amado Red Fish eu comia.
 
Tudo isto porque ia falar de bacalhau, vem aí o natal e na grande maioria das casas portuguesas o fiel amigo é presença garantida.... mas há quem não goste de bacalhau... cá em casa tenho um exemplo. A verdade é que a maioria das pessoas que conheço que não gosta de bacalhau, adora bacalhau com natas ou bacalhau à Braz, ou seja, gostam de bacalhau escondido. Eu costumo dizer que é a geração do bacalhau escondido e dos bitoques. 
 
Sempre achei que gostar ou não de algo é mania das pessoas, a maior parte das vezes nem nunca provaram, mas não gostam. Lembro-me que o meu irmão sempre teve manias dessas, resultados do mimo a mais, a criancinha não gostava de frango guisado e a minha mãe fazia frango frito para ele, não gostava de salada com tomate e fazia-se duas saladas, uma com e outra sem tomate...e por aí fora. Isto para não falar das vezes que se fazia mais que um prato, porque o menino não gostava daquilo. 
 
Para evitar este tipos de situações, cá em casa está instituído que todo o mundo pode gostar ou não de tudo, ninguém é obrigado a gostar, desde que coma o que está no prato, não há problema nenhum em não se gostar.... nada como uma boa democracia para colocar ordem nas refeições.
 
Por certo, cresci e perdi a mania, e claro que adoro favas... de todas as maneiras possíveis.
 
Jorge
PS:Se o meu irmão deixar de me falar.... já sabem porque foi.
PS2:Imagem retirada da internet

 

publicado às 21:34


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