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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem retirada de aqui
Eu para além de ter mau feitio, tenho um tom de voz elevado, muitas vezes a meio de uma conversa ou de uma discussão basta subir um bocadinho o tom para as pessoas acharem que eu estou chateado ou a gritar, na maioria das vezes não é o caso, mas já me senti prejudicado mais que uma vez por isso.
Ora tendo uma voz alta e três filhos que felizmente não primam pela perfeição, não é raro dar por mim a gritar com eles, e também já dei por mim mais que uma vez a pensar: "Como é que as pessoas conseguem não gritar?".
A primeira resposta é inevitavelmente uma pergunta: porque é que os os meus filhos não são normais? Eu gostava tanto de ter filhos com os que não fosse necessário gritar....
Evidentemente o assunto já foi tema de conversa mais de uma vez com a minha meia laranja, que também grita, principalmente quando se trata das desarrumações da R.
Por vezes tento conter-me e consigo durante dois ou três dias, mas quando temos um hiperactivo, uma cabeça no ar e uma teimosa, damos muitas vezes por nós a repetir as mesmas repreensões dia trás dia, e há um dia em que perdemos a cabeça e inevitavelmente terminamos aos gritos.
Pior mesmo é quando chegamos àquela fase em que eles já pensam e no meio da repreensão nos dizem: "Não é preciso gritar!!"... aí é quando eu me passo mesmo, tomo aquilo como um desafio à autoridade e elevando ainda mais a voz lhes respondo com um : "Eu falo contigo da maneira que entender e tu tens que me ouvir sem reclamar!"
Resta-me o consolo de saber que pelo menos cá no prédio não somos os únicos e quem tem filhos da idade dos nossos grita tanto como nós.. o que não quer dizer que seja correcto.
Há muitas teorias sobre o efeito dos gritos nas crianças, a mais comum diz que as crianças repetem na escola o comportamento que temos com eles e filhos de pais que gritam terminam a gritar com colegas e professores... se calhar é verdade... ou não! Comigo gritaram muito quando eu era pequeno, eu não gritava com os meus colegas e professores, mas agora grito com os meus filhos ... vale o que vale.
Este fim de semana no meio de uma enorme crise com os efeitos da hiperactividade do N. na escola, dei por mim a pensar que tenho que mudar, para começar não volto a gritar e se possível e eles me deixarem, quando for necessária alguma repreensão, vou tentar que em lugar de gritos as coisas se resolvam com conversas cordiais, educadas e construtivas.
Não faço ideia quanto tempo é que vou conseguir manter o desafio, isto vai ter que ser mesmo dia a dia, cá em casa há matéria prima suficiente para levar à loucura qualquer santo, será portanto um dia e um assunto de cada vez.
Ontem e hoje consegui, portanto: Número de dias sem gritar - 2
Jorge Soares
PS: No outro dia a Joana perguntava aqui como farão os outros pais para se controlarem, eu também me pergunto o mesmo.