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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Henricartoon
De vez em quando lembro-me desta anedota, a versão original metia contabilistas, também há uma com advogados, mas o resultado é sempre o mesmo e pelos vistos aplica-se que nem uma luva aos tempos actuais:
P: Quantos são 2 e 2?
Engenheiro: São 4, é claro!
Matemático: .... (depois de alguns minutos e várias folhas A4 preenchidas com cálculos ) 3,9999999....
Membro do governo português: Depende da altura e de quem pergunta, mas quanto quer que seja?
Está visto que alguns dos membros do governo tem uma forma estranha de fazer contas, primeiro foi o défice de 2014 que num ápice passou dos três e pouco para os mais de sete por cento por obra e graça de um banco (limpo), que para o governo vale ouro e para quem quer comprar vale pouco mais de lata.
Esta semana ficamos a saber pela Antena 1 que algumas das contas que serviram para calcular o défice de 2012, foram feitas mais ou menos a olho e de modo a não prejudicar muito o valor final de um défice que interessava manter baixinho para não parecer mal aos olhos do povo, dos mercados e da Troika.
Segundo a Wikipédia, défice público, em macroeconomia, ocorre quando o valor das despesas de um governo é maior que as suas receitas, ou seja: quando esse governo está a gastar mais do que aquilo que recebe. Em Portugal não há memória de défices negativos e é por isso que a dívida cresce sem controlo de ano para ano.
Nos últimos 4 anos a Troika e o governo utilizaram vezes sem conta a desculpa do défice para justificarem a austeridade que nos levou a todos mais ou menos um quarto do ordenado e a muitos a ter que emigrar para terem direito a ganhar a vida. As metas anuais foram definidas no acordo de resgate e as contas eram vistas à lupa antes de cada chegada do dinheiro ao país.
O défice era o santo graal do governo e não se admitiam desvios às contas.... até que nas duas últimas semanas descobrimos que afinal tudo não passa de contas e que nem os sete por cento de 2014, nem o de 2012 passam de valores contabilísticos que, pasme-se, não mudam nada.
Vá lá a gente perceber estas coisas e saber em quem acreditar ....
Jorge Soares
Imagem do Pontos de Vista
Segundo o Público, a frase acima foi retirada de um relatório do tribunal de contas em que são analisadas as contas dos diferentes ministérios. Segundo o mesmo relatório "não existe evidência de que as despesas de funcionamento dos gabinetes dos membros do Governo tenham diminuído".. ou seja, para os senhores ministros e demais senhores que nos desgovernam todos os dias, o único que eles conhecem como redução de despesa.. é na realidade a redução dos salários dos funcionários públicos.. no resto, continua-se a viver como se fossemos um país rico e de preferência sem dar contas a ninguém.
De realçar o seguinte comentário no mesmo relatório:
"... no actual dispositivo legal, à semelhança do anterior, não constam critérios sobre a atribuição de regalias como o cartão de crédito, uso de viatura e despesas de telefone" ... esclarecedor!
Segundo eles, a culpa de tudo isto é dos portugueses que vivemos acima das nossas possibilidades, mas não há forma de deixarem de governar acima das nossas possibilidades... com o dinheiro que insistem em nos tirar do bolso.
Até quando?
Jorge Soares
Imagem do Público
Eu ouvi em directo algumas partes do debate na assembleia da república, as tentativas de explicação do Passos Coelho, as respostas de Francisco Louçã, que de documentos em mão pôs a nu as contradições de um Primeiro Ministro que uma vez mais foi para um debate sem preparar os temas do momento e uma vez mais foi apanhado em contramão.
O primeiro Ministro diz que não houve duplo pagamento, diz que o dinheiro ficou retido pelas estradas de Portugal... eu fiquei na dúvida, o que tem as estradas de Portugal a ver com tudo isto?, então as portagens da ponte não são da Lusoponte?, e os funcionários que fazem as cobranças não são da Lusoponte?, então mas agora a Lusoponte pega no dinheiro do seu negócio e dá às estradas de Portugal?... a propósito de quê?
Entretanto quando vinha a caminho de casa, no noticiário da Antena 1 alguém da Lusoponte explicava que não vai haver devolução, que os 4 milhões de Euros vão servir para acertar contas das dividas do estado à empresa... ou seja, ao contrário do que diz o Primeiro Ministro, a empresa reconhece que recebeu a dobrar.....
4 milhões de Euros são uma gota de água, mas todo este caso é o reflexo da forma como o país está a ser gerido, como é que o secretário de estado não reparou que estava a pagar o que já tinha sido pago?, como é que a empresa recebe uma quantia que sabe que não lhe corresponde e não diz nada?, como é que passado todo este tempo tem que ser a oposição a trazer o assunto à luz do dia para que o governo se decida a averiguar o que aconteceu? É esta a politica da verdade que tanto se apregoou na campanha eleitoral?
Assim de repente estes 4 milhões davam para pagar ao fornecedor das compressas do Garcia da Horta.... por exemplo.
No meio de tudo isto, a mim ficou-me uma certeza, entre o Primeiro Ministro, o Secretário de Estado das obras públicas e a Lusoponte, alguém está a mentir... e todos estão a fazer de nós parvos...
Update: Entretanto ao fim da tarde em nota explciativa... A secretaria de Estado explica que os 4,4 milhões de euros foram pagos porque esse é o montante que está estipulado pagar à Lusoponte por não cobrar portagens em Agosto e que como o contrato está em vigor .. e viva a incompetência.
Jorge Soares
É a notícia do fim de semana, afinal sobram dois mil milhões e até vamos ficar com um défice de fazer inveja por essa Europa fora, tudo porque alguém se lembrou que ainda havia uns fundos de pensões onde ir pescar, um subterfúgio a que Sócrates e os seus ministros recorreram nos últimos anos para enganar os números e que invariavelmente era objecto de critica por parte do PSD, principalmente porque eram medidas extraordinárias e dificilmente repetíveis nos anos seguintes. Afinal....
Esta vez foram 6000 milhões de Euros que vieram das reformas dos bancários, feitas as contas parece que sobram dois mil mihões... sobram?, sobram como?.. a mim quer-me parecer que faltam 4000 milhões, é que no ano que vem não vai haver fundo de pensões dos bancários... e o défice é suposto ainda ser menor que o deste ano.
Mas há mais coisas que eu não percebo, eu tinha entendido que o défice deste ano estava controlado, afinal faltavam 4000 milhões? porquê?
Vamos lá ver: dizia o Sócrates que as coisas estavam controladas e que o Pack 4 resolvia, depois veio a Troika e supostamente passou a pente fino as contas, não deram pelo buraco de 4000 milhões? A seguir veio o novo governo e entre outras coisas: aumentou o IVA da energia, levou metade dos subsídios de natal, etc... e isso não ia resolver o buraco?, agora faltavam mais 4000 milhões? é ideia minha ou andam a brincar com a malta?
Isto é assustador, eu nem quero pensar no que serão as coisas a partir de Janeiro, não é com medidas extraordinárias que se resolvem os problemas das contas, os subsídios de natal e de férias da função pública significam pouco mais de 2000 milhões de Euros...então e o resto vem de onde?... não sei, mas tenho uma leve suspeita, algures já deve estar escrito um decreto que vai criar um novo imposto sobre os subsídios do privado.... vai uma aposta?
Portanto, a quem acha que realmente sobra dinheiro e que até já pergunta porque não devolvem o imposto sobre o subsidio de natal, aconselho uma revisão da tabuada e das contas de somar e subtrair... principalmente nas de subtrair, porque sobrar, não sobra nada, bem pelo contrário e a partir de agora vai ser sempre a subtrair...e quem sabe que mais surpresas nos reserva este governo que afinal, foi eleito pela maioria do povo.