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Vamos ter uma vacina?

por Jorge Soares, em 09.11.20

vacinas.jpg

Imagem de aqui

Hoje a notícia do dia veio da Pfizer, os testes da vacina para o Covid 19 estão a correr muito bem, no meio de tanta tristeza e tanta crise, uma noticia boa e muita gente ficou feliz. Vamos mesmo ter uma vacina? Vamos! Quando? Pois, aí a coisa já não corre tão bem.

Eu trabalho na industria farmaceutica, a semana passada  em convera com um dos meus colegas ele dizia que era público que a Pfizer está a fabricar vacinas, muitas vacinas, já à algum tempo. É lógico, a vacina só pode ser vendida depois de ser aprovada, não quer dizer que não possa ser fabricada antes.

A mesma noticia que fala do sucesso dos testes, diz que eles contam ter 50 milhões de doses até ao fim do ano, isso significa que 25 milhões de pessoas vão poder ser vacinadas no inicio do ano, são necessárias duas doses para se ficar imunizado.... 25 milhões de pessoas é muito menos que 1% da população mundial...ou seja, nada... Também dizem que até ao fim de 2021 contam fabricar mil milhões de doses, 500 milhões de pessoas... não sei qual será o limiar da imunidade de grupo, há quem diga que pelo menos 50% das pessoas precisam de ficar imunes, 3 mil e 500 milhões de pessoas.... sete anos de produção da vacina.

O melhor mesmo é esperar que venham mais noticias destas e que a vacina da Rússia e as da China e as da Europa também corram assim tão bem, acreditem ,vamos precisar delas todas ...e mesmo assim, duvido muito que a generalidade da população tenha acesso à mesma antes de 2021

Há pouco li algures numa rede social que afinal o Trump tinha razão, afinal há uma vacina em Novembro.... há até quem diga que se a noticia tivesse chegado uma semana antes.... pois, há Trumpistas onde menos se espera... e há quem continue a acreditar no que ele diz.

Vamos ter mesmo uma vacina? Vamos!  Mas vai demorar algum tempo a chegar a todos, o melhor mesmo é continuar com o bom senso, fazer a nossa parte, manter a distância social, evitar ajuntamentos, lavar as mãos e sobretudo não estar à espera que o governo ou a OMS ou alguém, faça o trabalho por nós, está nas nossas mãos, não nas de mais ninguém.

Cuidem-se e fiquem bem.

Jorge Soares

publicado às 21:12

Quando o futebol não é um bom exemplo

por Jorge Soares, em 14.10.20

selecçao.png

Imagem da Net (que a tirou do Twitter do CR)

Já todos terão visto a fotografia acima, andou a circular pelas redes sociais e pelos sites dos media de Portugal e de meio mundo, não sei se o teste foi feito antes ou depois da refeição em grupo, sei que a fotografia foi publicada no Twitter por Cristiano Ronaldo quando já ele estava em confinamento depois de acusar positivo no teste do COVID.

Se há coisa de que todos ouvimos falar de Março para cá foi de distanciamento social, até ao ponto que  muitos de nós já nos faz impressão ver ajuntamentos beijos e abraços nos filmes e series na televisão. Há regras para o número de pessoas que se podem juntar na rua, nas esplanadas e nos restaurantes, agora até vai ser publicada uma lei que vai obrigar a usar máscara na Rua.

A selecção portuguesa juntou-se na casa das selecções em Oeiras no inicio da semana passada, Ronaldo é o terceiro jogador a testar positivo, depois de José Fonte e Anthony Lopes, entretanto jogaram com a Espanha no Porto, a França em Paris e a Suécia em Lisboa. Fernando  Santos diz que eles estão numa bolha protegida, bom, então e com quantas pessoas contactaram  durante as viagens, os jogos, nos hotéis, nos transportes, será que não era de bom senso manterem no mínimo as regras de distanciamento social?

Segundo as normas da DGS, todos os contactos próximos de alguém que teste positivo devem ficar em quarentena preventiva durante 14 dias, bom, ou já passaram 14 dias desde que foi tirada a fotografia, ou alguém me explica porque é que na televisão o Pepe, que está a meio metro do Cristiano na Fotografia, está no momento em que escrevo este post, a fazer um jogo fantástico (mais um) contra a Suécia? Não deveria estar em quarentena? 

Não, o facto de ter testado negativo no mesmo dia em que CR testou positivo  não quer dizer nada, o vírus pode demorar até 14 dias a evoluir!

Sabendo que já tinha havido casos positivos na selecção, qual é o exemplo que fica da fotografia acima? Sim, nós sabemos que eles treinam e jogam juntos, mas será que era assim tão difícil evitar o péssimo exemplo para o país, tinham mesmo que estar à mesa todos juntos e uns em cima dos outros?

No outro dia correu o mundo uma outra fotografia futebolística, antes do Jogo Espanha-Alemanha, os jogadores perfilaram-se junto aos árbitros para ouvirem os hinos, de um lado os espanhóis juntinhos, do outro os alemães mantendo a distância social. Qual é que é mesmo o país da Europa com mais casos positivos e que até já tem uma grande parte da sua capital confinada?.... Na Espanha já se chega perto de um milhão de casos.... 

É isto, cuidem-se

Jorge Soares

publicado às 20:48

entubado.jpg

Imagem da Net

Um destes dias em conversa alguém me dizia que a imagem que temos do Trump é a que os meios de comunicação nos querem mostrar, ele na realidade não é nada daquilo, é tudo um exagero, é só a forma como a esquerda o quer ver e mostrar.

Quando se trata de ideologias, as pessoas acreditam no que querem ouvir, é verdade, mas quando falamos de Trump, não há como escapar ao que ele diz e faz, afinal todos o ouvimos sugerir o consumo de detergente para limpar os pulmões e eliminar o vírus.... houve até quem o ouvisse e fosse mesmo beber derivados de lixívia. Todos o ouvimos dizer que a Páscoa ia ser festejada normalmente, que íamos ter uma vacina antes de Novembro, que vai haver uma cura até ao fim do ano, etc.

Esta semana ouvimos algo como: "Foi uma sorte ter apanhado o vírus" ou ”Vou garantir que o tratamento que me foi dado vai existir para todos os americanos e vai ser gratuito"

Nos estados Unidos foram contabilizados até hoje 214 184 mortos, desde que Trump foi hospitalizado na outra sexta-feira, morreram mais de 5000 pessoas, será que as famílias dessas 5000 pessoas também acham que foi uma sorte os seus familiares terem apanhado o vírus?

Por aquilo que eu li, Trump foi tratado com um cocktail de medicamentos, entre eles está um medicamento experimental feito com células de fetos que nem sequer está aprovado. Está também o Remdesivir, um antiviral que é utilizado nos doentes que estão nos cuidados intensivos e que ajuda a acelerar a recuperação. 

Nenhum dos medicamentos é a cura para o vírus, são tratamentos extremamente caros e não há hipótesse nenhuma de poderem ser fabricados em quantidade suficiente para ser administrados nem sequer aos actuais infectados nos Estados Unidos, muito menos a todos os  americanos.

No momento em que estou a escrever este post estão contabilizados 1 073 780 de mortos por Covid  em todo o mundo, mais de 214 000 só nos Estados Unidos. Desde o início da pandemia Trump tem feito um esforço enorme por desvalorizar estes números. Cada vez que o ouço fico sempre com a sensação de que isso dos mortos não interessa nada, desde que ele possa continuar no poder e não seja ele a morrer.

Há quem ache que as medidas não servem para nada, a questão é: Sem elas quantas pessoas mais teriam morrido no mundo? E em Portugal? É verdade que todos os dias morrem milhares de pessoas de outras doenças, mas convenhamos, na maior parte dos casos não há como fugir a essas doenças, neste caso há. 

Hoje tivemos noticias em Portugal de pelos menos dois hospitais saturados e sem mais capacidade para internamentos nos cuidados intensivos, isto apesar dos reforços que foram feitos desde Março até agora. Quantas vezes isso aconteceu neste país nos últimos cem anos? Há gripes todos os anos, todos ouvimos falar de muitas horas de espera nas urgências, mas quando tínhamos ouvido falar de cuidados intensivos sem capacidade para receber mais doentes? Dá que pensar, se calhar isto não é mesmo uma gripezinha.

Fiquem bem 

Jorge Soares

publicado às 21:20

O Covid19 no Centro de Saúde

por Jorge Soares, em 01.10.20

covid.jpg

Imagem da NET

Há dois dias que a R. se queixava de dores de garganta, dores de garganta não são sintoma, mas queira-se ou não, a primeira ideia é: E se for o vírus? Entretanto ela começou as aulas na faculdade e ontem foi para Lisboa. Hoje de manhã ligou, assustada, além das dores de garganta tinha dores no peito e dificuldade respiratória. 

Dificuldade respiratória é sintoma, como estava a piorar ligou para a linha da saúde 24 e como seria de esperar (ou não), veio a indicação para ir ao centro de saúde fazer a despistagem e se necessário fazer o teste.  Fui busca-la a Lisboa, com a suspeita de COVID estava fora de questão vir de transportes públicos . Avisei a minha entidade patronal e de imediato a empresa marcou  o teste para mim,  e na dúvida, para ela.

Em Setúbal o centro de rastreio funciona entre as 13 e as 18, almoçamos e fomos para lá. É difícil imaginar a confusão que é o exterior de um Centro de saúde na era Covid. Mal entramos na rua não há como perder-se, basta procurar um aglomerado de gente à porta de um edifício. Há umas três ou quatro filas diferentes que convergem para a entrada. Distancia de segurança só se for lá dentro, cá fora é tudo mais ou menos ao molho e (deve ser) fé em Deus. 

Pelo que eu percebi há a fila para quem tem consultas marcadas, outra fila para quem não tem consulta, a fila de quem vem para o Covid e a fila das outras pessoas todas. Há uma porta para o Covid e uma porta para o resto, em cada uma das portas há um segurança a tentar manter a ordem.... como devem imaginar, estes seguranças  tem que ter uma paciência de santo. 

As portas estão uma ao lado da outra, só entra quem vai ser atendido e o resto espera cá fora. Amontoados num pequeno átrio sem manter distancia nenhuma, e as filas estendem-se para a rua. Hoje estava sol, mas nem quero imaginar como vai ser nos dias de chuva. As pessoas, a maioria de idade, chegam cedo para as consultas, são barradas na porta porque só podem entrar pouco tempo antes da hora,  e ficam ali, de pé em frente à  porta, umas encima das outras, confundidas com quem está nas filas, durante o tempo que for preciso.  E ficam ali a esperar no mesmo espaço que quem vem para o despiste do Covid, e com quem ali está à espera para fazer o teste. Querem melhor sitio para se apanhar o Covid que um ambiente destes?

Fez-me confusão a falta de cuidado das pessoas, houve mesmo uma senhora de idade a quem eu tive que lhe dizer duas vezes para colocar a máscara, porque ia para o meio do amontoado de gente em frente à porta sem ela colocada.  Mas fez-me mais confusão o  facto de não haver praticamente indicações nenhumas nas portas, não haver nada a separar as pessoas, não haver regras, não haver cartazes, nada.

Só os dois seguranças  que tentam esclarecer o melhor possível as milhentas dúvidas e questões que se colocam e evitar que as pessoas entrem todas ao mesmo tempo para dentro das portas.

Depois de ver isto, estranho mesmo é como é que ainda não chegamos aos milhares de casos por dia.

O post já vai largo, depois faço outro sobre como foi o atendimento no COVID.

Fiquem bem e cuidem-se do vírus.

Jorge Soares

PS:parece que foi falso alarme.

publicado às 17:45


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