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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
... a questão é quanto nos custaria a todos os trabalhadores se eles não existissem.
Oito deputados da JSD apresentaram uma moção para saber quanto custaram ao estado os sindicatos em 2013 e quanto custarão em 1014. Não é difícil perceber qual o objectivo da pergunta, os senhores deputados querem fazer passar a ideia de que os sindicatos custam muito dinheiro ao país.
Um Sindicato é uma associação de classe, constituída por assalariados da mesma profissão, da mesma indústria, que executam trabalhos similares ou correlacionados. O seu objectivo é tornar-se uma força que consiga criar para os seus associados condições capazes de resistir às ambições patronais no plano individual e profissional.
A grande maioria dos direitos adquiridos por todos os trabalhadores portugueses deve-se à existência dos sindicatos, foram sendo conquistados ao longo de décadas já seja com greves e paralisações, já seja nas negociações anuais dos acordos sociais. Acho que com excepção dos membros da JSD, não restam dúvidas a ninguém da importância da da existência das associações de trabalhadores.
Podemos imaginar como seria uma sociedade em que os trabalhadores não tenham quem os defenda e represente, imagino que seria algo parecido com o Bangladesch de hoje em dia ou com a Coreia do Norte, pelos vistos é isto que pretendem os senhores deputados da JSD, mas é compreensível, na sua condição de políticos eles tem tachos assegurados de por vida, nunca vão precisar de quem os represente ou defenda os seus direitos.
Não faço ideia de quanto custam os sindicatos, mas aposto que é bastante menos do que custam os políticos, os partidos e as juventudes partidárias, e desses custos só ouvimos falar quando os deputados votam por unanimidade o seu aumento.
Jorge Soares
Imagem do Público
A notícia é da semana passada, mas é algo de que já falamos cá em casa várias vezes e é um assunto que tinha pensado há bastante tempo cá para o blog.
Segundo o tribunal de Contas, cada aluno custa ao estado Português perto de 4500 Euros por ano, já seja no ensino público ou nas parecerias, sim estas também são parecerias, com os colégios privados.
Por acaso tinha ideia que nos tempos do Sócrates os números andavam acima dos cinco mil Euros, os cortes no número de professores e horários zero devem ter servido para poupar os 500 euros por aluno.
Cá em casa cada vez que ouvimos falar nisto fazemos sempre a mesma pergunta: porque é que o estado não nos pergunta se em vez de mandar os nossos filhos para a escola pública, preferimos receber os 5000 Euros por criança e com esse dinheiro escolhemos a escola privada onde queremos colocar os nossos filhos?
O nosso sistema de ensino não é evidentemente dos piores do mundo, mas quem como eu tem filhos na escola,s abe que há muitas coisas a repensar e a melhorar e que a cada ano que passa as coisas em vez de melhorarem vão piorando e a nós pais vão-nos crescendo as preocupações, as dores de cabeça e os cabelos brancos.
Não sou dos que acha que o ensino privado tem todas as virtudes e o público todos os defeitos, mas se me dessem a escolher, escolheria de certeza ficar com os 5000 Euros e com eles escolher a escola que me garantisse uma série de coisas que actualmente não tenho por garantidas na escola pública.
Porque não um ensino só com escolas privadas e com cheques educação que os país utilizariam na escola que lhes desse as melhores garantias?
É um sistema que já existe em alguns países e que está mais que provado que funciona.
É claro que haveria alguns problemas a resolver, nomeadamente a forma de garantir que haveria escolas disponíveis em todo o país, não seria fácil convencer os privados a abrir escolas nas aldeias do interior desertificado. Seria também necessário garantir que mesmo os alunos mais problemáticos teriam acesso à escola.. mas de certeza que quem já utiliza este sistema já terá arranjado forma de resolver estes problemas.
O estado teria evidentemente que ter um papel fiscalizador de modo a garantir padrões elevados, mas para além de definir as regras, finalizaria aí o seu papel, sendo que mesmo a contratação dos professores seria feita pela escola e caberia aos pais exigir a qualidade, coisa que neste momento é impossível....
Para quem acha que os 5000 euros não chegavam para pagar os colégios privados, em Setúbal e se exceptuarmos as elites, dava.. além disso, se todas as escolas fossem privadas, aumentaria de certeza a concorrência e os preços iriam descer.
Jorge Soares
Imagem do Expresso
Há coisas que não terminam de me fazer confusão, lembro-me de há uns anos atrás o anterior governo ter feito um despacho que obrigava os manuais escolares a serem utilizados pelo menos em 3 anos consecutivos... imagino que terá sido mais uma daquelas leis que são feitas na hora porque ficam bem na fotografia, mas que não são para levar a sério... mais uma de tantas outras.
Cá em casa há duas crianças com meses de diferença de idades, durante muito tempo andaram na mesma escola com um ano de diferença, agora são dois anos, certo é que não me lembro de alguma vez algum dos manuais escolares ter servido de um para o outro. Mesmo na mesma escola, todos os anos os livros e manuais são diferentes do ano anterior e não há forma nenhuma de se evitar ter de comprar novos e de se gastar centenas de Euros.
Eu e o meu irmão levamo-nos 4 anos de diferença, mesmo assim, lembro-me perfeitamente de que a maioria dos meus livros do secundário na Venezuela deram para mim e para ele.. .porque apesarv dos 4 anos de diferença, eram os mesmos.
Estes dias alguém me fez chegar o link para uma noticia que alguém relata em primeira mão como são as coisas na Holanda, chamou-me a atenção o seguinte:
"Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no início do ano lectivo, com um autocolante que atesta o estado do livro. Pode ser novo ou já ter sido anteriormente usado por outros alunos. No final do ano, os livros são devolvidos à escola e de novo avaliados quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo ou em parte.
Obviamente que as lojas estão, a partir de Julho/Agosto, inundadas de artigos apelativos mas nas escolas a política é a de poupar e aproveitar ao máximo."
Ora, por cá faz-se precisamente o contrário, todos os anos as escolas escolhem manuais escolares diferentes, todos os professores fornecem listas intermináveis de materiais que para além de serem diferentes para cada disciplina, numa pedem uma régua de 30 cms e noutra uma de 40, em muitos casos nem chegam a ser utilizados. Será que era assim tão difícil que no início do ano os professores se juntassem e fizessem uma lista razoável de materiais que pudesse servir para todas as disciplinas e permitisse poupar dinheiro aos pais?
O Caso dos livros e manuais escolares é gritante, se pegarmos num manual de há dois anos da R. e o compararmos com o actual do N., que até são de editoras diferentes, o que verificamos é que o conteúdo e até muitas das imagens são os mesmos, mas é claro que o professor exige o novo e aí do aluno que não o comprar.. porquê? e o que foi feito da lei que exigia a manutenção dos manuais em anos consecutivos?
Como diz o artigo, em Portugal cada início de um ano escolar é uma dor de cabeça para os pais que sabem que uma boa parte do seu salário terá que ser guardado para livros e material escolar, mas será que tem mesmo que ser assim?, não digo que se passe para um sistema como o Holandês, eu já ficava contente com o da Venezuela, será que com o país em crise não haverá forma de obrigar escolas e editoras de livros a cumprir a lei? Senhor ministro da educação, em nome da poupança, em nome da austeridade, não haverá forma de enfrentar os lobys e toda a gente que ganha muito dinheiro com a educação dos nossos filhos?
Jorge Soares
Imagem do Público
Sou só eu que já não posso ouvir falar da cimeira da Nato? Começou logo pela manhã, às 8 da manhã metade das noticias eram com directos ao parque das nações onde não se passava nada, à hora de jantar metade do telejornal foi com reportagens por meia Lisboa sobre o quanto nos vai afectar a coisa.
Não sou dos que acham que devíamos abandonar a Nato.. bom, eu sou um bocadinho mais Radical, nós devíamos abandonar toda e qualquer pretensão a ter um exército, uma armada e uma aviação militar... tudo dinheiro deitado fora... mas pronto, maluquices minhas. Também não sou dos que acham que não devemos organizar eventos, achei que a Expo foi das melhores coisas que nos aconteceu, e o Euro foi um enorme estimulo para a economia... mas alguém me explica o que nos vai ficar desta cimeira?
Vamos gastar milhões em equipamentos, em bandeirinhas, em arranjos que deveriam ser feitos sempre e em todos lados mas que só vão ser feitos por onde vai passar o circo. Muito dinheiro gasto em segurança, em controlo de manifestações, em mais uma tolerância de ponto que ninguém sabe para que é necessária.. em carros de luxo, em blindados para a policia, em atrasos nos aeroportos, em tantas outras coisas... milhões que vão servir para somar ao já odiado défice que nos vai tirar salários e dinheiro em mais impostos.
Há empresas privadas na zona da Expo que vão fechar as suas portas durante 3 dias, restaurantes que não vão ter clientes, um centro comercial com acessos controlados, centenas de julgamentos adiados, como se a nossa justiça já não andasse a passo de caracol sem estas coisas, trânsito controlado nas zonas dos hotéis, ruas fechadas por toda a cidade... e tudo isto para quê?
Como é que depois de todo este circo e todo este gasto desnecessário em luxo e mordomias, nos vamos sentir quando em Janeiro nos entrarem ao bolso com a força toda? Alguém já fez as contas em quanto nos vai ficar mais esta função de circo?, depois dos 75 milhões de Euros da visita papal, quantos mais milhões vão ser agora?... e quantos mais com a greve geral do dia 24?
Jorge Soares
Desde que neste post perguntei se deveríamos ou não pagar as SCUTS, tenho tido o blog invadido por gente que cà chega à procura de informação sobre onde comprar os benditos chips. Chips estes que afinal serão identificadores parecidos com os da Via Verde e que permitirão circular pelas autoestradas que antes eram SCUts ( vias sem custo para os utilizadores) e que supostamente a partir de 1 de Julho serão pagas.
Hoje finalmente fez-se luz, segundo as ultimas noticias,aqui, aqui e aqui, os benditos aparelhos poderão ser encomendados nas lojas da Via Verde e dos CTT.... para além de um site da internet que haverá de aparecer um destes dias.
Se é um dos felizardos que mora perto das scuts que não foram contempladas por esta lei, Algarve (Via do Infante), da Beira Litoral e alta, da Beira Interior e Interior Norte, saiba que segundo esta notícia do Público, o governo se prepara para as passar a cobrar também.
Mas eu não me apressaria, é que segundo esta noticia do JN, os partidos de oposição preparam-se para no dia 24 de Junho revogar a lei que foi hoje publicada em diário da Republica.... a ver vamos se esta vez o PSD está no governo ou na oposição.
Jorge Soares
Imagem do Ionline
Ora aqui está um tema polémico, à priori não tenho uma opinião definitiva sobre o assunto, se por um lado entendo que estamos a falar de vias que não têm grandes alternativas, por outro o país está cheio de exemplos de outros lugares onde não há grandes alternativas e em que é necessário pagar portagens.
Eu moro em Setúbal e trabalho em Loures, todos os dias para ir trabalhar eu tenho que atravessar o Tejo e todos os dias tenho que pagar portagens, sendo que não tenho absolutamente nenhuma alternativa. Nunca ninguém colocou em causa o pagamento das portagens nas pontes sobre o Tejo. Qual é a alternativa para o pessoal que utiliza a A8 e se desloca das Caldas para Lisboa?
Esta semana falamos sobre isto cá em casa, a questão é "Porque é que nós temos de pagar a A2, a A12 e as pontes para irmos trabalhar e os turistas no Algarve não têm que pagar a via do infante?" ou o pessoal de Aveiro a A29 para ir ao Porto?. ou....
É claro que podemos pensar que se deveria formar um movimento para acabar com as portagens nas pontes... mas para mim é claro que não há dinheiro para tal coisa, sem as empresas que gerem as pontes e sem o dinheiro das portagens simplesmente não haveria Vasco da Gama, o Estado não tem capacidade financeira para tal, assim como não tem capacidade financeira para continuar a pagar as Scuts ..
Nem é uma questão de os meus impostos estarem a pagar algo que eu não utilizo, é mais uma questão de eles serem necessários para muitas outras coisas, é uma questão de não haver dinheiro, nem para isto nem para muitas outras coisas..e de estar na altura de se começarem a fazer escolhas.
Entretanto, li uma noticia no Ionline que diz o seguinte:
A mim quer-me parecer que o estado não faz ideia do numero de carros que há a circular em Portugal e isto só pode ser uma anedota, estamos no fim de Maio e ninguém faz a mínima ideia de que é que se está a falar, deve ser inicio de Julho de 2011.. e mesmo assim tenho a minhas dúvidas.
Estive a reler o que escrevi.. afinal sempre tenho opinião... acho que todos devemos pagar.
Jorge Soares