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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
O deputado socialista Ricardo Rodrigues foi condenado a 110 dias de multa de 45 euros por dia, o que perfaz 4950 euros. Rodrigues foi considerado culpado no caso do roubo dos gravadores aos jornalistas da revista Sábado.
Para quem não se lembra, este senhor é aquele que há uns dois anos atrás a meio de uma entrevista com dois jornalistas da revista Sábado e ao não gostar das perguntas, se levantou e levou com ele os gravadores de quem o entrevistava.
Levou, roubou, apropriou-se, confiscou, tomou posse... utilize-se a forma que mais se goste, o certo é que o senhor levou com ele sem autorização algo que não lhe pertencia, agora ele foi condenado pelo crime de atentado à liberdade de imprensa e um crime de atentado à liberdade de informação.
Já na altura achei que um deputado da nação não pode ter atitudes destas, quem não gosta de perguntas incómodas não dá entrevistas ou em último caso nega-se a responder, até podia levantar-se incomodado e ir-se embora deixando os jornalistas sem resposta, não era bonito, mas pronto, agora, roubar os gravadores, nunca!.
Hoje, para além de que continua a ser deputado pelo PS, o senhor pertence à Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, convenhamos que uma comissão que trata da ética para a comunicação é o lugar certo para quem foge ao escrutínio público furtando os gravadores dos jornalistas.
Hoje o senhor foi condenado, é claro que faltam os cinquenta mil recursos da praxe e com um bocado de sorte dele e de azar da justiça deste país, a coisa estende-se até que o caso prescreva, mas tanto ele como o PS deveriam ter vergonha. este senhor que na qualidade de acusado já não deveria ter integrado as listas das últimas eleições, deveria na qualidade de condenado pelo tribunal, demitir-se de imediato e dar lugar a alguém que seja um melhor exemplo de honestidade e honradez.
Gostei das declarações do director da Revista Sábado que ouvi na antena 1:
"Está provado que quando os processos são analisados por instituições independentes e não por aquelas que foram criadas por políticos para defender políticos, a justiça funciona."
Para bom entendedor, meia palavra basta.
Para quem já não se lembra, temos aqui a prova do crime:
Update: Parece que afinal resta algo de vergonha algures, mas continua como deputado
Jorge Soares
Imagem do Público
Eu ouvi o senhor ministro dizer que não, que não tinha feito ameaças nenhumas e que o pedido de desculpas foi só pelo tom indelicado do telefonema, algum tempo depois ouvi a senhora ali da fotografia, Bárbara Reis de seu nome e directora do jornal Público, a dizer que sim, que tinha havido ameaças de divulgação de dados da vida privada da jornalista, alguém perguntou quais dados, ao que ela respondeu que isso não interessava naquele momento.
Eu ouvi, ninguém me contou... agora a questão é, quem está a mentir?, porque do que eu ouvi, alguém está a mentir...e mentir é muito feio.
Entretanto parece que começaram os danos colaterais de tudo isto, Adelino Cunha, membro do gabinete do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, demitiu-se na sequência de terem aparecido nas investigações algumas mensagens telefónicas trocadas com o ex-espião Jorge Silva Carvalho.
Jorge Soares
PS: Aceitam-se apostas sobre o que dirá a ERC, aposto que eles entenderam outra coisa completamente diferente do que eu entendi.
Imagem do Público
Foi há 17 anos que Carlos Borrego, então ministro do ambiente de Cavaco Silva se demitiu após ter dito uma piada, mais recentemente foi o ministro socialista Manuel Pinho quem teve que deixar a pasta da economia após o gesto dos chifres na assembleia da República, sendo que neste caso, para além do afastamento do ministro, o então Primeiro Ministro José Sócrates pediu desculpas públicas ao país.
Como são diferentes os tempos, "o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, rejeitou, neste domingo, que o ministro tenha “atacado a imprensa” e defendeu que “o Governo tem privilegiado muita transparência”. Ou seja, para Passos Coelho, tentar impedir que se publiquem noticias e tentar controlar o que se pode ou não publicar com recurso a ameaças aos jornalistas é privilegiar a transparência.
Acho que não restam dúvidas a ninguém que o telefonema para a direcção do Público existiu, também não restam dúvidas sobre qual era o seu objectivo, orientar a linha editorial do Jornal num tema em que cada vez mais o Ministro e muito mais gente está a aparecer mal na fotografia, ora para mim isto é muito mais grave que contar uma anedota ou fazer um gesto.
Se ameaçar um jornalista com a exposição de factos da sua vida privada não é atacar a imprensa eu não sei o que será, o Primeiro Ministro lá terá as suas razões para fazer estas afirmações. Mas assim de repente o que salta à vista após este caso e o caso Rosa Mendes em que se decidiu terminar com um programa de opinião na Antena 1 após uma critica a um prós e contras em que participou o mesmo Miguel Relvas, é que estes senhores gostam de ter a imprensa com rédea curta... vá lá saber-se porquê...
Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos, especialmente o que irá dizer a ERC sobre tudo isto.... mas confesso que não tenho lá muitas expectativas, eu nem nunca percebi para que serve a ERC.
Jorge Soares