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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
O senhor ali da fotografia chama-se Martin Sonnenborn e foi 96º e último deputado ao parlamento europeu eleito pela Alemanha, é líder de um partido chamado "O partido" e cuja principal ideia política é não ter ideias nem conteúdos, a sua campanha eleitoral é feita de ataques a tudo o que mexe, seja de direita ou de esquerda e esta vez incluiu slogans como “Merkel é parva”.
Certo é que mesmo com este vazio de ideias e propostas, o senhor conseguiu ser eleito e nos próximos 5 anos estará em Bruxelas, presume-se que a esgotar a paciência ao resto dos eurodeputados.
Em Portugal não temos (ainda) "O partido", mas não deixamos de ter o vazio de ideias e propostas e em quase todas as eleições aparecem vários Sonnenborn's.
Hoje à hora do almoço discutíamos o fenómeno Marinho Pinto, a dada altura perguntei se algum dos presentes fazia ideia das propostas políticas ou sequer sobre qual o posicionamento político do senhor, se é de direita ou esquerda... éramos sete à volta da mesa, tudo pessoas minimamente cultas e informadas, nenhum fazia a menor ideia...
A verdade é que para além das tiradas mais ou menos populistas, ninguém faz a menor ideia sobre quais são as ideias do senhor, onde se vai posicionar, quem vai apoiar, não é o vazio de ideias de Sonnenborn, mas na realidade não anda muito longe.
Eu percebo que as pessoas estejam fartas dos partidos que nos tem governado e das suas falsas promessas, mas será que a solução é mesmo entregar um cheque em Branco a pessoas como o Marinho Pinto?
De resto, hoje saiu à luz nas redes sociais o seguinte:
São também conhecidas as ideias do senhor sobre a adopção, a co-adopção e os casamentos entre casais do mesmo sexo... e mesmo assim há quem vote nele...
Por certo, em Novembro o senhor criticou os partidos políticos porque estes recebem três Euros por cada voto recebido, fico à espera do momento em que ele ou alguém do Movimento Partido da Terra, venha a público dizer que não vão querer receber essas verbas correspondentes a estas eleições.
Jorge Soares
Quem ganhou estas eleições europeias? Não há como fugir à matemática, quem tem mais votos ganha, e esta vez quem teve mais votos foi o PS, ainda que esta vitória seja relativa.
O PS estava à espera de uma enorme derrota do governo para já esta semana lançar uma moção de censura e tentar que o presidente da República convocasse legislativas antecipadas, uma diferença de 4% não é uma vitória por aí além, e não me parece que convença alguém de que há legitimidade para fazer cair o governo de Passos Coelho e Paulo Portas.
A CDU, tal como em quase todas as eleições, declara-se como um dos vencedores, terá tido perto de 12% dos votos, também não me parece que seja motivo para grandes euforias, afinal supostamente o país está descontente com as políticas do governo e dos partidos do arco do poder, parece-me sim que terá sido este partido quem mais beneficiou da enorme abstenção, os seus votantes são fieis e não faltam nunca.
O Bloco de esquerda é sem dúvida nenhuma o maior derrotado destas eleições, para um partido que já esteve acima dos 10% em outras eleições, 4% são a prova de que há algo de muito errado com as linhas políticas escolhidas pelos seus actuais dirigentes, a perda do eleitorado tem sido uma constante ao que se tem juntado o abandono do partido por algumas das figuras mais carismáticas também elas descontentes com o rumo das ideias.
Por fim, do meu ponto de vista o maior vencedor destas eleições será Marinho Pinto, que levou o Movimento partido da Terra acima dos 7%, eu não gosto de populistas, não gosto de Marinho Pinto nem comungo com as suas ideias. Mas não deixo de reconhecer que numa campanha vazia de ideias ele terá sido quem melhor conseguiu chegar aos eleitores, mas isso não é só mérito dele, é sobretudo demérito dos partidos políticos, de todos os partidos políticos.
Há outras ideias que podemos retirar destes resultados:
Em primeiro lugar os partidos do arco do poder, os que nos levaram à situação onde estamos, tiveram 60% dos votos, e isso só pode significar que afinal, não há assim tanta gente descontente com a austeridade e os cortes como por vezes parece, só isso explica que se continue a votar nos mesmos.
Se fosse verdade que quase metade da população está mais pobre e uma boa parte na miséria, de certeza que os resultados seriam outros.
Por fim, há muita gente que acha que quem ganhou as eleições foi a abstenção, isso não é verdade, a abstenção só serve para as estatísticas, não elege nem castiga ninguém. O facto de que dois terços do país não tenha ido votar só mostra que as pessoas não se importam com o seu futuro ou que estão contentes com quem governa, de resto, as eleições valem o mesmo quer votem 100% ou um por cento.
Por fim, e olhando para o panorama Europeu, começa a ser assustador o avanço da extrema direita na Europa, que em França ganhe Le Pen mesmo depois daquelas declarações sobre o ébola, é mesmo muito assustador.. eu sei que a história não se repete... mas ainda não passou assim tanto tempo desde a segunda guerra mundial como para isto já estar a acontecer outra vez.
Jorge Soares
A campanha eleitoral foi pobre, mesmo muito pobre, discutiu-se tudo menos os programas dos partidos para estas eleições, mas não é de certeza com abstenção que vamos fazer isso mudar, é com votos. Todos estamos mais ou menos fartos de políticos e de partidos, os últimos anos não tem sido fáceis e não me parece que as coisas vão melhorar muito nos próximos tempos, mas a verdade é que se as coisas estão como estão a culpa não é só dos políticos, é também nossa, porque somos nós quem elege quem nos governa... e quem não vai votar está sempre de acordo com quem ganha.
Tal como diz o cartoon, e ao contrário do que parece pensar muita gente, a abstenção não resolve nada, quem cala consente, basta um voto para que as eleições sejam válidas e serão válidas com 100% ou com 5% de participação, na realidade a abstenção favorece sempre os partidos com mais votos, porque muitas vezes quem se abstém é quem está descontento e quem não vai lá não vota nos outros partidos.
Portanto, pense bem, não deixe a decisão do seu futuro aos outros, vá e vote em consciência, seja em quem for, mas vote
Jorge Soares
Como podemos ler nesta noticia do Publico, o Presidente da republica vetou a lei do financiamento dos partidos, uma lei absurda e sem sentido onde o limite ao financiamento em dinheiro vivo passava de vinte e dois mil para mais de um milhão de Euros.
Na altura achei uma aberração que esta lei fosse aprovada e uma aberração ainda maior que o fosse por todos os deputados menos um. Estou portanto completamente de acordo com este veto por parte de Cavaco Silva.
Há pouco, enquanto esperava pela saída da escola da minha filha, estava a ouvir as noticias na antena 1 e qual não foi o meus espanto quando ouvi uma entrevista a Paulo Rangel, chefe da bancada parlamentar do PSD e "grande" vencedor das eleições do passado Domingo. Foi assim:
-O presidente da Republica acaba de vetar a lei de financiamento dos partidos, o que acha?
-Estamos completamente de acordo, aquela lei não faz sentido.
.-... Mas vocês votaram a favor.
-Sim, mas foi só para estabelecer consenso... nós sempre fomos contra.
Fiquei de boca aberta a olhar para o rádio do carro, eles sempre foram contra?... só votaram a favor para estabelecer consenso?.. mas este senhor acha que somos parvos?..se eram contra abstinham-se... ou votavam os suficientes para fazer passar a lei.... Todos os deputados do PSD votaram a favor da lei... todos... e na altura eu não ouvi ninguém do PSD dizer que era contra, bem pelo contrário.
Como é que era aquela caricatura do Sócrates com o nariz do Pinóquio?
Há quem diga que este senhor é candidato a líder do PSD... pobre país o nosso.
Jorge Soares
Estive a ler e reler os comentários ao meu post de sobre a Alexandra, a miúda Russa, não sei se foi eu que não me expliquei, se algumas pessoas não leram o post até ao fim, ou se o que eu disse não faz sentido, .... lá terei que voltar ao tema... mas não hoje.
Que me lembre, nunca votei nas eleições europeias, nunca falto a nenhuma das outras eleições, voto sempre nas autárquicas, nas legislativas e nas presidenciais, sempre, nas europeias não voto.
Considero-me uma pessoa informada, sei o que é o parlamento europeu e tenho algumas ideias sobre o que por lá se passa. Mesmo assim, nunca me senti impelido a ir votar nestas eleições... porque a verdade, é que não consigo perceber qual a vantagem de votar nuns ou noutros, nunca nenhum dos partidos me conseguiu seduzir, aliás, não me lembro de em alguma das campanhas alguém me ter deixado sequer uma ideia sobre qual a politica europeia que vai seguir, uma ideia que seja. E nestas então, a coisa é de bradar aos céus, não sei se será estupidez minha, inoperância das equipas das campanhas ou simples falta de ideias politicas por partes dos candidatos, mas até agora, e após ler muitos jornais, ver muitos telejornais e ouvir muitos programas de rádio, eu não consegui apurar uma única ideia sobre politica europeia, algo que diferencie o Bloco de esquerda do CDS, ou o PS do PSD, ou estes do PCP, nada, zero, niente......
Eu sou daqueles que acha que votar é importante, porque só votando conseguimos expressar a nossa opinião sobre os políticos que temos, farto-me dizer a quem não vai votar que quem cala consente e se a situação está mal, a culpa também é de quem não vai votar, porque o seu silêncio nas urnas contribui para apoiar quem governa.... sim, eu farto-me de repetir isto, mas quando chega a hora das europeias, não me consigo convencer a mim mesmo.
Quero deixar um apelo aos meus leitores, vocês vão votar no próximo Domingo?, sim?, porquê?, ....não? porquê?... eu não quero saber por quem, só quero saber porquê.....
Jorge
PS:imagem retirada da internet