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Para que servem os rankings de escolas?

por Jorge Soares, em 15.12.15

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A noticia do fim de semana  foi a saída dos rankings das escolas, ranking que como é costume e normal, é dominado pelos mais finos e mais caros colégios de Lisboa e Porto, sendo que é necessário descer até ao lugar 23 para encontrar a primeira escola pública.

 

Tenho 3 filhos, já todos andaram na escola pública e na privada, apesar de algumas coisas que já aqui fui contando, ver a tag educação, tenho a melhor das impressões da escola pública  e uma não tão boa opinião de alguns colégios que fui conhecendo.

 

Dito isto, em primeiro lugar não percebo para que servem os rankings, não sei qual o seu objectivo nem qual a finalidade para que foram criados.

 

Não percebo como pode existir um ranking que junta na mesma lista colégios privados das zonas finas das grandes cidades em que os alunos chegam de chofer,  com escolas publicas que ficam em concelhos rurais onde por vezes os alunos para estarem a horas nas aulas saem de casa antes do sol nascer e chegam depois do sol posto

 

Como é que se pode ter no mesmo ranking e avaliar da mesma forma, os alunos dos melhores e mais caros colégios do país com escolas inseridas em bairros sociais?

 

Não é segredo nenhum que para chegar ao topo dos rankings os colégios escolhem a dedo os seus alunos, há colégios onde se fazem exames de admissão  e outros onde quem não tem o aproveitamento e a atitude "certas" é  de uma forma ou outra "convidado" a mudar de ares. 

 

Os exames nacionais tornaram-se  num excelente negocio para as editoras, os colégios, os ATL's , centros de explicações e  milhares de explicadores. Em nome dos rankings todo o mundo lucra... bom, todos menos os alunos e os pais. Os primeiros porque em ano de exame nacional deixam de ter vida para terem treino intensivo para o exame, em ano de exame é certo e sabido que o tempo livre passa a ser para explicações e preparação  para o mesmo... tudo isto evidentemente pago à parte, mesmo que seja dentro do colégio e no fim contribua para o ranking e correspondente boa publicidade de quem fica no topo da lista,

 

Tudo somado os rankings não passam de uma enorme mentira que avaliam não os verdadeiros conhecimentos mas a capacidade de ensinar a resolver exames e comparam realidades que dificilmente são comparáveis. A verdade é que apesar de estarem inseridos no mesmo sistema de educação, as escolas, os alunos e os pais não tem acesso às mesmas ferramentas portanto dificilmente podem ter os mesmos resultados.

 

Jorge Soares

publicado às 23:16

Exames nacionais sim ou não? Não!!!

por Jorge Soares, em 01.12.15

aprovar.jpg

 

Imagem de aqui

 

Eu sou do tempo em que havia exame final na (então) 4ª classe, lembro-me perfeitamente do dia do exame, na mesma escola mas noutra sala e com outro professor, lembro-me de o ter achado muito fácil e da boa nota.

 

Curiosamente não me lembro de o facto de haver um exame final, para muitos dos meus colegas de escola era mesmo o final dos seus estudos, ter mudado o que quer que fosse nos meus hábitos de estudo, na altura não havia aulas de apoio, ATL ou explicações.

 

Não sou contra avaliações, sou profundamente contra o exame final do primeiro ciclo e contra tudo o que dele se fez nos últimos anos.

 

A escola é efectivamente para aprender e os alunos devem habituar-se  a serem avaliados, pela vida fora, mesmo depois do percurso escolar, somos avaliados muitas vezes, o que não me parece é que porque há um exame final em lugar de ensinar se  treine as crianças para que consigam passar num exame.

 

Não me parece que tenha alguma lógica que crianças de 9 e 10 anos, mesmo tendo aproveitamento no dia a dia cheguem ao 4º ano e passem a ter horas e horas  de explicações de matemática e português só porque no fim do ano vai haver um exame.

 

O exame nacional tornou-se num excelente negocio para as editoras, alguns colégios, os ATL's , centros de explicações e  milhares de explicadores.

 

As editoras publicam livros e manuais específicos para ensinar a resolver exames. Na Páscoa e durante os fins de semana, as crianças passaram a ficar  encerradas em colégios e centros de estudo especificamente a aprender a resolver exames, que sentido é que isto faz?

 

O que é que se ganha ao tratar assim crianças de 9 e 10 anos que deveriam aproveitar os tempos livres para, em primeiro lugar, serem crianças?

 

Como disse no inicio sou a favor das avaliações, mas não me parece que no fim do primeiro ciclo faça algum sentido um exame nacional, a avaliação deve ser feita no dia a dia e com testes periódicos, mas testes que se adaptem à realidade de cada criança e ao ambiente escolar em que ela está inserida.

 

Que sentido faz avaliar da mesma forma os alunos de um colégio de Lisboa em que as crianças são levadas à  escola pelo chofer, com os de uma aldeia qualquer do interior do país?

 

Como é que se pode ter no mesmo ranking e avaliar da mesma forma, os alunos dos melhores e mais caros colégios do país com escolas inseridas em bairros sociais?

 

Durante anos e anos não houve exames no fim do primeiro ciclo, curiosamente todo o mundo fala da geração mais preparada de sempre em Portugal, o exame fez-lhe falta para quê?

 

Além de mais, como diz ali no muro da fotografia, aprovar não é aprender!

 

Jorge Soares

publicado às 22:41

Greve aos exames

 

Imagem do Público

 

DECLARO:

QUE estou absolutamente contra qualquer coação que limite a minha liberdade de trabalhar.


QUE, por isso, estou contra as greves, piquetes sindicais e qualquer tipo de violência que me impeçam a livre deslocação e acesso ao meu posto de trabalho.

QUE por um exercício de coerência com esta postura, e como mostra da minha total rejeição às violações dessas liberdades,
EXIJO:

1 º. QUE me seja retirado o benefício das 8 horas de trabalho diário, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a jornada de 15 horas diárias em vigor antes da injusta obtenção deste benefício.

2 º. QUE me seja retirado o benefício dos dias de descanso semanal, dado que este beneficio foi obtido, por meio de greves, piquetes e violência, e que me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso de domingo a domingo.

3 º. QUE me seja retirado o benefício das férias, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar sem descanso os 365 dias do ano.

4 º. QUE me seja retirado o benefício dos Subsídios de Férias e de Natal, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de receber apenas 12 salários por ano.

5 º. QUE me sejam retirados os benefícios de Licença de Maternidade, Subsídio de Casamento, Subsídio de Funeral dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência, e me seja a plicada a obrigação de trabalhar sem usufruir destes direitos.

6 º. QUE me seja retirado o benefício de Baixa Médica por doença, dado que este benefício foi obtido por meio de greves, piquetes e violência, e me seja aplicada a obrigação de trabalhar mesmo que esteja gravemente doente.

7 º. QUE me seja retirado o direito ao Subsídio de Baixa Médica e de Desemprego, dado que estes benefícios foram obtidos por meio de greves, piquetes e violência. Eu pagarei por qualquer assistência médica e pouparei para quando estiver desempregado/a.

8 º. E, em geral, me sejam retirados todos os benefícios obtidos por meio de greves, piquetes e violência que não estejam contemplados por escrito.

9 º. DECLARO, também, que renuncio de maneira expressa, completa e permanente a qualquer benefício actual ou futuro que se consiga por meio da greve do dia 17 de Junho de 2013.

Alice Vieira

publicado às 22:26

 

Imagem do Público

 

Alguém me deixou o seguinte comentário no Post "Quem se importa com os professores?":

 

"... a verdade, é que somos nós, os alunos de 12º ano, que vamos ficar extremamente prejudicados, porque uma greve a um exame de Português significa que todos os prazos vão ter que ser adiados, inclusive as datas de colocações na universidade e o início do ano lectivo para os alunos do primeiro ano de faculdade. Para não falar de que as próprias greves às avaliações já vão ser um enorme problema, porque os alunos devem ir todos a exame sem ter a nota, e depois? E aqueles que depois do exame feito descobrem que afinal não tinham nota e o exame é anulado? Esteve o aluno a perder tempo a estudar para um exame que não lhe vai contar para nada quando podia ter estado a estudar para outros?
Estas greves vão ser portanto, brincar com o nosso futuro, o futuro daqueles que são o próprio futuro da país."


Eu cheguei a Portugal em 89, vinha para entrar na faculdade, já ninguém se lembra mas o ano lectivo de 89-90 começou em Janeiro de 1990, foi sair do ano novo para as inscrições na faculdade, se não me engano quem corrigia as provas de acesso estava em greve e portanto não havia notas para ninguém .. nem entrada na faculdade... como era muito tempo sem fazer nada, arranjei emprego...  

 

Reparem, não estamos a falar de duas semanas de atraso num exame, estamos a falar de quase seis meses de atraso... se isso teve influência no meu futuro?, teve, é claro que teve, aqueles meses a trabalhar foram muito importantes para decidir o que queria fazer na vida.. e ainda hoje é isso que faço.... e sim, de Janeiro a Julho deram-se dois semestres nas faculdades, e não me lembro de ouvir queixas por isso.

 

Hoje ao ouvir os comentários de pais e alunos, quase todos contra a greve e contra os professores, dei por mim a pensar em como é estranha a vida.. as pessoas acham que adiar duas semanas um exame porque os professores decidiram lutar pelos seus direitos é um atentado ao seu futuro.. as pobres criancinhas ficam com os planos de estudo estragados... estiveram a estudar para nada....

 

Então mas espera aí, eles estão à semanas a estudar e só porque adiam o exame duas semanas ficam com a vida estragada... então mas o que estudaram nos últimos dias esvazia-se se o exame não for hoje?.. fantástico.

 

É incrível como neste país as pessoas olham para o lado e esquecem tudo quando se sentem prejudicadas, de repente parece que todo o mundo menos  os professores esqueceu o estado lastimável em que está a nossa educação. Falta de segurança nas escolas, excesso de alunos nas turmas, falta de materiais, falta de dinheiro para aquecimento, salas em que chove lá dentro por falta de manutenção, escolas com cartões nas janelas porque não há dinheiro para vidros, etc, etc, etc... Tudo isso passa para segundo plano quando as criancinhas do 12º ano não podem fazer o exame no dia que estava marcado... fantástico.

 

E hoje pelos vistos valeu tudo, como li algures professores a  vigiarem exames para os quais não estavam preparados ; colaborarem em ilegalidades sem fim..trancarem as portas das salas para os alunos não saírem..e outros não entrarem...começaram os exames com 15 minutos de atraso...houve tolerância de 40 minutos..foram para refeitórios onde estavam 70 alunos...alguns vigilantes eram formadores dos Cursos Cef, de culinária...coadjuvante não existia..falavam com os alunos para os incentivar a continuarem...não se lembraram que estavam a ignorar um principio básico...a equidade.


Pelos vistos basta as pessoas se sentirem atingidas para esquecerem que os problemas que existem na educação nos afectam a todos de uma forma ou outra, não, não são os professores os únicos a serem afectados, porque todos temos filhos, irmãos, sobrinhos, amigos, conhecidos... que ou são alunos ou professores e é o futuro de todos eles que está em risco e é por esse futuro que se fazem greves... onde anda a consciência cívica deste povo?

 

Jorge Soares

publicado às 22:42

Onde anda o bom senso na educação em Portugal?

por Jorge Soares, em 05.05.13

Exame do 4º ano

Imagem do Público 

 

Um destes dias numa mesa de família, descobri que além dos avós, eu era o único que era do tempo do exame da 4ª classe, foi em 1978 e deve ter sido algo importante porque passado este tempo todo eu ainda me lembro. Exame escrito na sala do andar de cima da escola Soares Bento em Palmaz e exame oral na mesma sala, eu sozinho sentado frente a uma mesa com 4 professores, dois dos quais nunca tinha visto na vida... 

 

Eram definitivamente outros tempos, para muitos dos meus colegas aquele exame representava o fim da sua vida escolar, era o tempo em que ter a 4ª classe significava ter instrução. Desde a primeira classe aos seis anos que eu ia a pé para a escola, verão ou inverno, a quase dois kms, o ciclo era na vila, a 10 kms, eu tinha 10 anos e apanhava o autocarro todos os dias, sozinho, saia na estação de camionagem e caminhava até à escola.

 

Faz-me alguma confusão a imprtância que este ano se quer dar a este exame, afinal serve para quê? Há dois anos não havia exame, cá em casa decidimos que o N. ia repetir o 4º ano e foi o cabo dos trabalhos convencer a professora, a escola e o agrupamento, eles não queriam por nada, mesmo quando concordavam que ele não estava preparado. O que vai mudar com o exame? Quem reprovar vai repetir o ano? É claro que não. Vamos ficar a saber mais sobre a preparação dos alunos? Tenho sérias dúvidas.

 

O facto de obrigarem os alunos a irem fazer exame a outra escola é só uma tentativa do ministro Nuno Crato e do ministério da educação de dar importância a um exame que na realidade não serve para nada.

 

Mas o cúmulo do ridículo foi atingido esta semana quando ficamos a saber que os alunos vão assinar um “termo de responsabilidade” em como não utilizam telemóveis nos exames.

 

Isto é mesmo a sério? Estamos a falar de crianças de 9 e 10 anos, quantas delas vão entender o que estão a assinar? Que eu saiba sempre foi proibido copiar nos exames, nós sabíamos isso e nunca foi necessário assinar o que quer que fosse, qual é a diferença entre sabermos que não podemos copiar e que não se pode utilizar o telemóvel? Porque é que num caso bastam os avisos dos professores e noutro é necessário fazer crianças de 10 anos assinarem um documento?

 

Não sei quem terá sido o iluminado que se lembrou de tal coisa, podemos olhar para isto de muitas formas, mas ou alguém está a querer mostrar serviço, ou já não se confia na autoridade do professor para se fazerem cumprir as regras dentro da sala. Imaginemos que há um aluno a copiar e outro a utilizar o telemóvel, haverá alguma diferença no comportamento do professor? Ambos os testes serão anulados, mas será que no caso do telemóvel vai ser utilizada a assinatura para colocar a criança em tribunal?

 

Numa altura em que muitas famílias não conseguem alimentar os seus filhos, porquê criar mais um problema de transportes para a deslocação das crianças para sedes do agrupamento? Nesse dia milhares de crianças não vão ter aulas porque a sua escola vai estar ocupada com o exame,  que farão os pais que ainda tem emprego com essas crianças?

 

Numa altura em que em muitas escolas não há dinheiro para tirar fotocopias e até já se pede aos alunos para levarem o papel higiénico de casa, porquê fazer as crianças irem fazer exames a outras escolas? Porque gastar-se mais dinheiro em vigilância de exames? E para que gastar muito dinheiro em resmas de papel numa declaração que na realidade não serve para absolutamente nada?

 

Onde anda o bom senso na nossa educação?

 

Jorge Soares

publicado às 23:14

Os alunos souberam o que ia sair no exame via SMS

Imagem do Público

 

Já lá vão muitos anos desde que em Caracas fiz os exames nacionais do secundário, na altura não havia telemóveis nem SMS's, mas havia fotocópias e lembro-me perfeitamente que no dia anterior ao exame de matemática um dos meus colegas chegou à escola com um monte de folhas que ele garantia que lhe tinham sido dadas pelo primo de uma amiga que para o conseguir tinha dormido com alguém do ministério da educação.

 

Num país em que tudo funcionava com esquemas e corrupção a história não era assim tão estranha... passamos o dia a resolver o teste, foi um excelente treino para o dia seguinte, mas não, aquele não era o exame.. convenhamos que como esquema para levar miúdas para a cama não está nada mal.

 

Hoje ao ler no público que alguém denunciou que no norte do país  Dezenas de alunos terão sabido o que ia sair no exame de Português lembrei-me desta história, mas também me lembrei de outra coisa.

 

O ano passado no teste de Português saiu o poema Na casa defronte de mim, de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, poema que eu utilizei para acompanhar uma das minhas fotografias, esta, no Momentos e Olhares. Nesse dia o post teve milhares de visitas, coisa que eu achei muito estranho até que ao fim do dia sairam as noticias sobre o teste de Português. Na altura fui verificar os logs do blog, as visitas a este post específico começaram logo a seguir à meia noite e foram aumentando durante a madrugada, sendo que na hora em que o teste é retirado dos envelopes selados, já a coisa ia em algumas centenas.

 

Ora, é suposto os exames serem guardados pela GNR e pela PSP e serem entregues por elementos destas instituições de segurança directamente nas salas, alguém me explica como é que por volta da meia noite já eu tinha visitas no blog à procura do poema que estava no exame? E se "durante o tempo em que o teste está a ser respondido, os professores vigilantes de cada sala não podem sair nem ter meios de comunicação na sua posse (telemóveis ou computadores com acesso à internet, por exemplo)", como é que durante a manhã as visitas já iam em milhares? Resta saber se o ano passado a coisa também foi através de SMS ou se terá sido outro o método.

 

Gostei muito de viver em Caracas, muito do que sou, muito do meu pensar e sentir vem dali, mas estas coisas deixam-me seriamente preocupado... é que não me estou a ver a ser governado por um Hugo Chavez qualquer.

 

Jorge Soares

publicado às 21:31

Alunos do CEJ apanhados a copiar

Imagem do Público

 

Já passei duas vezes pela faculdade, em ambas vivi as situações mais estranhas, desde o exame de electromagnetismo do Brotas de que havia 4 versões há uma carrada de anos e que se repetiam todos os anos, um  exame de teoria dos jogos que ninguém conseguiu resolver, que pudemos levar para casa e entregar na semana a seguir e mesmo assim a melhor nota foi 13. Fiz um exame de electrónica com perguntas para 40 valores, das que podíamos escolher as que quiséssemos num máximo de 30 valores, em que o professor entregou os enunciados, saiu da sala e voltou duas horas depois para os recolher.

 

Vi muita gente copiar, desde os cábulas até aos melhores alunos e não me vou armar em inocente, também copiei algumas vezes. Não vou dizer que atire a primeira pedra quem nunca copiou, porque sei que há pessoas mesmo honestas que nunca o fizeram ....

 

Mesmo assim, não consigo de deixar de ficar chocado ao ler que no Centro de estudos judiciários 137 futuros magistrados foram apanhados a copiar num teste de cruzinhas e como prémio tiveram todos passagem administrativa com 10 valores.

 

Note-se que não estamos a falar de alunos normais, estamos a falar de advogados, pessoas adultas, formadas e presume-se com uma noção da justiça e da honestidade, que após a conclusão do curso irão fazer justiça e com as suas decisões decidir a vida de muita gente.

 

Não sei o que me choca mais, se perceber que o futuro da nossa justiça está nas mãos de um grupo de pessoas que não prima pela honestidade e sim pelo chico espertismo, ou que mesmo na justiça, o crime compensa, quanto a mim era 0 valores para todos e para o ano há mais. Afinal, a justiça e o exemplo devem começar por casa.

 

Entretanto hoje uma outra notícia fala de uma nova avaliação e do fim dos exames de cruzinhas ... então e uma cadeira sobre honestidade e ética na formação, não se arranjará?

 

Jorge Soares

publicado às 21:58

Copiar é uma arte..agora permitida na Espanha

 

Está visto que esta é a semana das noticias estranhas, depois dos cobertores com pernas, agora temos que numa universidade de Sevilha, ali ao lado nos nuestros Hermanos, os alunos ganharam o direito a copiar...... bom, pelo menos era o que dizia esta noticia do ionline:

 

Os alunos da Universidade de Sevilha já podem copiar nos exames. Isto porque a Universidade reconheceu o seu "direito" a fazê-lo, pelo que os professores já não poderão chumbar, expulsar ou suspender os alunos que forem apanhados a copiar.

 

Do primeiro que me lembrei foi das famosas passagens  dos tempos do PREC, em que só se podia chumbar um aluno em assembleia geral... ou algo parecido, que nessa altura eu andava na primária e lá era preciso fazer os exames....sem copiar!

 

Fiquei curioso e decidi ir à fonte da noticia, o jornal El Mundo, como estava à espera as coisas não são bem assim. Não sei se por queixas dos alunos ou porque a universidade desconfia do carácter de alguns professores, a universidade decidiu criar uma norma que impede a expulsão dos alunos que sejam apanhados a copiar. Assim, qualquer aluno apanhado a fazer batota, tem o direito a continuar no exame até ao fim, sendo que o professor deverá tomar nota dos factos e no fim deverá fazer um relatório ao que poderão ser anexados quaisquer elementos que o professor entenda, nomeadamente as cábulas apreendidas. Este relatório será depois analisado por uma comissão de 3 professores e 3 alunos que decidirão se o aluno passa ou não.

 

Qual o objectivo disto tudo?, evitar abusos e arbitrariedades por parte dos professores, ou como eles dizem na noticia:

 

"una medida garantista, para evitar la arbitrariedad de un profesor ante una mera sospecha de que un alumno está copiando"

 

Eu já passei por dois cursos universitários ..e quem nunca tenha pecado que atire a primeira pedra, conheci alguns professores que para além de terem 0 (zero) em pedagogia, estavam para lá do estado besta pura, ... mas esta medida é um bocado estúpida.... não?

 

O que será que eles fazem quando a votação der empate 3 a 3?, ou quando a meio do exame dois alunos que estudaram cada um metade da matéria decidem trocar os exames?

 

Estes Espanhois são loucos

 

Jorge Soares

PS:Era engraçado que os jornalistas do Ionline dessem as noticias completas não era?

publicado às 21:23


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