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Quem disse que o Fairplay é uma treta?

por Jorge Soares, em 09.04.13

Iván Fernandez Anaya

 

Imagem do El Pais

 

A imagem já tem uns tempos, aconteceu em Dezembro do ano passado. Num crosse em Navarra no Norte de Espanha, Abel Mutai, atleta Keniano que foi medalha de bronze nos 3000 metros obstáculos dos jogos olimpicos de Londres, liderava com uma vantagem enorme sobre o segundo classificado, um jovem atleta espanhol chamado Iván Fernandez. Quando faltavam uns 10 metros para a meta, Mutai comprimentou o público que o aplaudia, olhou para o relógio para controlar o seu tempo e pensando que já tinha chegado à meta, parou de correr.


Apercebendo-se do sucedido, Ivan Fernandez em lugar de acelerar o passo para ficar no seu palmarés com uma vitória numa corrida contra um atleta medalhado olimpico, ficou atrás do keniano, avisando-o de que ainda não tinha chegado à meta e inclusivamente empurrando-o para que fizesse os últimos metros, isto tudo sem nunca o ultrapassar.

 

Numa altura da vida em que já seja no desporto ou em qualquer outra coisa, parece que o que importa é vencer, um gesto como este faz-nos acreditar que ainda resta algo de esperança para o mundo. O seu foi um gesto de uma honestidade fora do comum, impensável para a maioria das pessoas e quase inimaginável para um atleta profissional.  

 

O desporto profissional está cheio de herois com muitas vitórias mas que em muitos casos não são grande exemplo para a sociedade, Ivan pode nunca vir a ser um destes grandes herois, mas com este seu gesto tornou-se no exemplo vivo do significado da palavra Fairplay e um atleta ele sim digno de exmplo para todos nós.

 

Quem disse que no desporto só interessa ganhar e que o Fairplay é uma treta?

 

 

Jorge Soares

 

 

 

publicado às 21:57

O fio pouco aprumado de Helena Sacadura Cabral

por Jorge Soares, em 07.01.13

Pagar impostos é um sinal da cultura civica

Imagem de aqui

 

"Se não chegar, arranjo um ou dois explicandos, cuja receita é integralmente para mim. Voltarei, deste modo, aos anos sessenta, quando tinha o primeiro emprego. Só que não tenho a mesma idade. Mas, em compensação, sou muito mais sabida..." Helena Sacadura Cabral no seu Blog Fio de Prumo

 

Alguém me explique qual a diferença entre dar explicações e embolsar toda a receita sem declarar os rendimentos ao fisco e fazer obras sem passar factura para não se pagar o IVA, ou dar consultas e ter um preço para quem quer recibo e outro para quem não quer, ou ter um restaurante e ir à caixa registadora apagar a conta após a saída dos clientes que não pedem factura, ou ter um café e para uma conta de 4 ou 5 Euros registar os 60 cêntimos de um café?

 

Qual a diferença entre os feirantes da reportagem de ontem na feira do Relógio e quem dá explicações embolsando todo o lucro?.. para mim não há nenhuma, tudo isto faz parte da economia paralela que contribui em boa parte para o estado do país.

 

Mas é claro que há uma diferença entre a cigana que vende meias na feira e Helena Sacadura Cabral que até é mãe de um dos ministros do governo actual. A primeira não é exemplo para ninguém, a segunda é uma figura pública que até é economista de formação e que deveria saber que defendendo-se ou não a política deste governo, não é com exemplos destes que o país vai sair do atoleiro em que nos colocaram  os políticos que nos tem governado e as pessoas que acham que a economia informal é a solução ou a forma de combater uma má política económica.

 

O país somos todos nós e enquanto continuarmos a achar que as obrigações são só dos outros, não há Governo ou Troika que nos tire do buraco em que estamos. Pagar os impostos devidos é um sinal de civismo, pactuar com a economia paralela é um sinal de quê?


Jorge Soares

publicado às 21:09

Centro hospitalar do Alto Ave

Imagem de aqui 

 

A noticia é da RTP e pode ser vista aqui (espero que alguém a coloque no Youtube) e bem que podia servir de exemplo ao resto do país.

 

O Centro Hospitalar do alto Ave é constituído pelos hospitais de Guimarães e Fafe e hoje foi noticia porque a sua administração decidiu vender em hasta Pública nove carros, entre os que se encontravam os atribuídos aos 5 administradores. Para além de vender os carros, os administradores decidiram abdicar das senhas de gasolina, do valor das portagens e da utilização dos telemóveis do hospital.

 

O valor obtido com a venda dos carros será utilizado na instituição de um prémio para trabalhos de investigação em boas práticas clínicas, assim como um outro prémio, ainda em estudo, para a comunidade. O dinheiro poupado nos gastos de administração, será utilizado na investigação hospitalar.


É evidente que estamos a falar de uma gota de água no meio de um enorme oceano que são as contas da saúde no nosso país, mas deveria servir de exemplo a muita gente, a começar pelos nossos governantes, Primeiro ministro, presidente da República, ministros, deputados, .... se toda esta gente seguisse este exemplo, esta pequena gota de água poderia tornar-se na onda que nos empurrasse para fora da situação em que estamos.

 

Infelizmente neste país só se seguem os maus exemplos.

 

Jorge Soares

publicado às 21:09

Sporting Falido

Imagem de Henricartoon

 

Não passou muito tempo desde o Verão passado quando três clubes nas meias finais da Liga Europa faziam do futebol Português um exemplo para o país, a final  entre o Porto e o Braga valeram ao futebol nacional um inédito primeiro lugar no ranking europeu. Na altura não faltou quem aproveitasse o momento para mostrar como o futebol podia ensinar o país a ter sucesso em momentos de crise.

 

Passado pouco mais de meio ano eis que a realidade aparece e mostra aquilo que todo o mundo sabe, mas que ninguém quer ver. esta semana o Sporting foi noticia, não só porque teima em não levantar cabeça no campeonato, mas também porque feita a auditoria às contas, a  conclusão a que se chegou foi que a instituição está há muito tempo na falência e  à imagem do país, a viver muito acima daquilo que seria possível.

 

É claro que a situação do Sporting não é única, no dia que façam auditorias ás contas de Porto e Benfica o resultado será o mesmo... aos restantes clubes não é necessário fazer auditorias, basta seguir as noticias da falta de pagamentos de salários para se perceber o que por aí vai....e sinceramente a mim faz-me muita confusão como é que clubes que todos os anos deixam de pagar em Novembro, conseguem ter jogadores e inscrever equipas no ano a seguir.

 

Hoje foi notícia Carlos Pereira, presidente do Marítimo, que reconheceu ter pago uma divida do clube ao fisco com um cheque careca... ora, fosse o senhor Carlos Pereira um cidadão normal e não um presidente de um clube de Futebol, a esta hora já teria a polícia á porta... como é do futebol que se trata, ele vem para os jornais cheio de razão e a reclamar justiça.

 

Quando olhamos para o futebol profissional deste país o primeiro que pensamos é que em algúm lado há um saco sem fundo, clubes que todos os anos dão prejuízo de muitos milhões, funcionam como se algures debaixo do estádio existisse um poço de petróleo, gastam-se milhões em jogadores, pagam-se salário milionários e vive-se como se não existissem contas. De onde sai o dinheiro para manter tudo isto é um enorme mistério, qualquer outra empresa ao fim de dois ou três anos no vermelho encerra as suas portas, os clubes de futebol passam décadas no vermelho e parece que cada vez há mais dinheiro... algo de errado tem que haver em tudo isto.

 

A realidade é que tal como o país, o futebol há muito que está falido, e ao contrário do que se tenta muitas vezes mostrar quando há resultados desportivos de mérito, não é exemplo para ninguém. Há muito que vive acima das suas possibilidades e só sobrevive, quando sobrevive, que há exemplos como o do Boavista, Salgueiros, Farense, ... graças a esquemas mais ou menos obscuros e para os que o resto do país teima em não olhar. É claro que também há os casos mais ou menos escandalosos daqueles que vivem em grande parte dos nossos impostos, graças à generosidade de regiões autónomas e algumas autarquias.

 

Não, o futebol não é exemplo para ninguém... bem pelo contrário.

 

Jorge Soares

publicado às 21:46

Mãe ajuda filhoa copiar em exame enviando SMS para o telmvel

 

Imagem do Público

 

No inicio do ano calhou-me ir assistir à primeira reunião da directora de turma da R., não altura achei um bocado exagerada a forma como ela proíbia terminantemente a presença de telemóveis dentro da sala de aulas, os aparelhos não podem simplesmente entrar, é proibido, mesmo que desligados e dentro da mochila... e ameaçou mesmo os espantados pais com confiscar qualquer aparelho que encontrasse. 

 

Sou dos que concordo que os telemóveis devem ser proibidos dentro das salas de aula, não me espanta que existam escolas em Portugal que já tenham instalado aparelhos para bloquear o sinal dentro do recinto da escola, afinal, para grandes males, grandes soluções.

 

Hoje a meio da tarde dei por mim a lembrar-me de tudo isto, a noticia não deixa de  ter o seu quê de insólito, não fosse porque dá uma imagem triste daquilo em que nos estamos cada vez mais a tornar, e até teria a sua graça. O que dizer quando lemos que numa escola de Chaves: Aluno do 5.º ano copiou em teste com a ajuda da mãe através de mensagens escritas.

 

Sempre achei que devemos educar em primeiro lugar pelo exemplo, dificilmente posso dizer aos meus filhos para serem bem comportados, se eu não o for, não há forma de fazer ver a uma criança que deverá respeitar colegas e professores se eu não o fizer, ora, que exemplo está esta mãe a dar a esta criança ao não só aprovar a falta de honestidade do filho, como ao ser cúmplice dessa desonestidade?

 

O que esperar do futuro desta criança se é a própria mãe que em lugar de o incitar a estudar e ser honesto, lhe apoia o facilitismo e a desonestidade?

 

Mas mais triste ainda é ler os comentários à noticia e verificar que há muitíssima gente que em lugar de criticar a mãe que é cúmplice num acto desonesto, centram a discussão sobre o facto de a professora ter invadido a privacidade do aluno ao ler as mensagens no telemóvel. Há quem fale dos direitos da criança, de autoridade, de ilegalidade, de advogados.... Como é que alguém consegue transformar o apoio à burla e ao facilitismo numa questão de privacidade de mensagens de telemóveis?... mas está tudo doido?

 

Jorge Soares

publicado às 21:00

Amy Winehouse, que a sua morte não seja em vão

por Jorge Soares, em 24.07.11

 

Amy Winehouse, a morte de uma estrela à muito cadente

Imagem Do Público

 

Morreu Amy Winehouse, morreu uma estrela há muito caída em desgraça.

 

A última notícia que tinha ouvido sobre ela falava do cancelamento da sua vinda a um dos muitos festivais de verão que apesar da crise enchem o país de Norte a Sul com os artistas do momento. A noticia anterior falava de vaias e assobios num concerto em Belgrado em que mal se conseguia ter em pé no palco e chegou ao cúmulo de esquecer a letra do que estava a cantar.

 

De resto, nos últimos tempos as notícias eram todas no mesmo tom, concertos falhados, dependência do Alcool, dos mais variados tipos de drogas, notícias de uma vida falhada. Ainda não há certezas ou versões oficiais sobre a causa da morte, mas não é dificil de adivinhar, porque mesmo que a causa directa não seja o abuso de qualquer substância, há muito que se adivinhava um desfecho destes, e todos sabemos a forma como o consumo de álcool e drogas vão corroendo pouco a pouco a vida de quem abusa como ela abusava.

 

Ela tinha uma voz excepcional e quase tudo o que faz uma grande estrela, mas é muitas vezes  no quase, nos pequenos detalhes que se faz a vida. No caso dela os detalhes passam por uma completa inépcia para lidar com tudo o que de bom e de mau vem com a fama, o estrelato e o dinheiro. Desde o momento em que alcançou o sucesso que toda a sua vida se tornou um enorme equivoco e se foi cavando um enorme buraco de onde ela nunca conseguiu sair.

 

Todos temos direito a escolher a forma como vivemos, quem tem o sucesso que ela teve, para além do direito a viver a fama e o dinheiro, deve lembrar-se que por trás dos holofotes há pessoas, milhões de pessoas, sobretudo jovens que olham para o exemplo. Neste caso ela escolheu ser o pior dos exemplos, em público ou em privado, Amy era um péssimo exemplo para a juventude deste mundo global em que vivemos.

 

Todas as mortes são tristes, todas as mortes se traduzem em perdas, era bom que esta morte servisse de exemplo e de aviso a quem vive nos limites, a quem apesar de tudo insiste em viver nos limites, que a sua morte sirva para evitar muitas outras mortes, que não seja em vão.

 

Jorge Soares

publicado às 21:45

Primeira ministra da Islândia é lésbica e decidiu ser a primeira a casar-se

 

Quem já não ouviu falar da qualidade de vida dos países nórdicos?, das excelentes escolas públicas, sistemas de saúde perfeitos, justiça social, excelentes condições de habitação, etc. É claro que tudo isto é financiado por um sistema fiscal que leva entre 40 e 60% dos salários, mas aposto que não há ninguém que não tenha dito ou ouvido :"Eu assim também não me importava de pagar impostos"... eu ainda hoje à hora do almoço ouvi esta frase. Eu bem tentei explicar que tem que ser ao contrário, primeiro temos que pagar mais impostos, depois com o tempo, um estado com dinheiro haverá de proporcionar as condições sociais.. em vão.. pagar impostos?, só menos!

 

Mas é claro que tudo isto vai muito mais além do pagamento ou não dos impostos, existe um enorme abismo cultural entre o norte e o sul da Europa.

 

Não foi noticia em muitos jornais, mas ainda foi em alguns, no ionline podemos ler o seguinte:

 

Primeira ministra Islandesa foi a primeira homossexual a casar-se segundo a nova lei

 

Na Islândia não só elegem para primeiro ministro uma mulher que assume sem problemas o facto de ser lésbica, como esta é a primeira a dar o exemplo e a casar-se. Em Portugal em época de eleições inventam-se boatos sobre a suposta orientação (homos)sexual do primeiro ministro. Passamos anos a discutir a alteração de uma lei que nem precisava de ser alterada, contaram-se espingardas, recolheram-se assinaturas, ameaçou-se com o inferno. Quando finalmente a lei foi aprovada e o presidente da república não a vetou, o seu partido viu  isto como uma afronta tal que se procuram candidatos alternativos.

 

Voltando aos nórdicos, não há quem não sonhe em viver como eles, desde que ninguém nos diga que para isso temos que pagar mais impostos, queremos ser como eles, mas a verdade é que a nossa mentalidade está a décadas da deles.. e cada vez que tentamos dar um passo em frente, há sempre alguém que diz ... mais devagar. Em suma, todo o mundo quer ser como os nórdicos, desde que continuemos a ser como somos...

 

Não, nós nunca vamos ser como eles, nunca vamos viver como eles ... não sei é se é feliz ou infelizmente.

 

Jorge

publicado às 21:23


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