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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem retirada de aqui
A imagem acima anda a circular há umas semanas nas redes sociais, lembro-me que me apareceu no Facebook um ou dois dias depois da primeira volta das eleições no Brasil. Na altura estava inserida numa noticia que dizia que apoiantes de Bolsonaro tinham agredido uma jovem lésbica e a tinham marcado desta forma. Estive quase a voltar ao blog nesse dia para falar do assunto, não foi na altura, é hoje.
Hoje a noticia do Globo diz que a jovem se auto-mutilou e inventou toda a história. Tenho o Globo como um jornal sério, mas para ser sincero, já não sei no que acreditar. Há outras noticias (Ver aqui) sobre o nazismo e o aparecimento de suásticas no Brasil, mas será que serão reais ou só mais um produto da gigantesca fábrica de noticias falsas em que degenerou o país nos últimos tempos?
E será que tudo aquilo que lemos e ouvimos sobre o Bolsonaro é verdade? E o que se diz sobre Lula e o PT? Podemos acreditar em quê?
Vivemos numa época em que a maioria das pessoas usa as redes sociais para se manter informado, já vi passar pelo Facebook desde a maior das barbaridades, até noticias com 4 ou 5 anos que são apresentadas e comentadas por quem as partilha, como sendo a maior das actualidades.
Naquela semana de Agosto em que Portugal chegou aos 45 Graus, alguém foi buscar uma noticia de Abril em que se dizia que na semana a seguir ia nevar, era uma noticia que tinha sido real em Abril, ninguém via a data mas todo o mundo comentava como se aquilo fosse mesmo acontecer em Agosto.
As pessoas acreditam simplesmente no que lhes aparece à frente, na maior parte dos casos só lêem o cabeçalho e nunca entram na noticia, mas todo o mundo comenta como se fosse um especialista e claro, não podem deixar de partilhar.
Há muito que deixei de acreditar em sondagens, desde a vez em que participei numa e que percebi como é que se leva as pessoas a escolher o candidato que interessa a quem a pediu. Mas quando nos perguntamos como é que o Bolsonaro pode ter quase 60% das intenções de votos, talvez uma parte da resposta esteja neste tipo de comportamentos. ... Uma parte, do resto falo noutro dia.
Jorge Soares
Imagem do HenriCartoon
“Essas pessoas do Portugal profundo já deveriam ter evoluído. Tenho discussões com pessoas que nunca viram o mar e nunca foram ao Pavilhão Atlântico… Pessoas assim, medonhas, feias, desdentadas…”
José Cid numa entrevista com Nuno Markl algures em 2010
Retirado de aqui
Algures em 2010 José Cid deu uma entrevista ao Nuno Markl, para além da frase (parva) copiada acima, e muito ao seu estilo, Cid teceu alguns outro comentários ao mesmo nível sobre Trás os montes, os transmontanos e a música que se faz e ouve para lá do Marão. Markl e quem estava no estúdio riu-se, presume-se que da estupidez das frases.
Não me lembro de na altura alguém ter dado pela entrevista e pela pouca sensatez do que foi dito por José Cid, passados seis anos o canal Q, não sei se com ou sem conhecimento do Nuno Markl, decide repor no ar a dita entrevista e em pouco tempo ficou o caldo entornado.
Como quem não se sente não é filho de boa gente, os transmontanos em peso tocaram a rebate e reagiram, foram cancelados concertos de José Cid em Alfândega da Fé, tanto Markl como o cantor se desdobraram em explicações e pedidos de desculpa, a conta do Facebook de José Cid teve que ser encerrada dada a avalanche de comentários, insultos e até ameaças de morte, e Nuno Markl cansado de lutar contra a maré enchente de comentários pouco abonatórios e ameaças, esteve a ponto de fazer o mesmo com a sua.
Como é que uma entrevista que em 2010 passou incólume levanta tanta poeira 6 anos depois? A razão chama-se Facebook. Em 2010 praticamente ninguém utilizava o Facebook, quem na altura viu a entrevista terá ficado mais ou menos indignado mas a coisa não passou de aí.
Em 2016 existe a ditadura do Facebook, basta um transmontano ver a entrevista e fazer eco da mesma, para que nos minutos a seguir centenas tenham ouvido falar do assunto e em dois ou três dias a coisa virar assunto nacional e ser falada por todos os meios de comunicação.
Além disso, o facto de não se estar cara a cara faz com que até o mais tímido vire de um momento para o outro o mais valente dos indignados e a diferença entre a indignação e o insulto fácil e ameaçador é nestas alturas muito ténue.
José Cid e Nuno Markl são figuras públicas, deviam saber que na época em que vivemos tudo o que dizem ou fazem tem consequências, ser-se figura pública e viver-se de e com esse estatuto tem evidentemente vantagens e desvantagens.
A entrevista foi feita há seis anos, numa altura em que não se vivia debaixo do big brother do Facebook e em que o eco e as consequências das palavras não tinham a dimensão que tem agora. Se tivesse sido gravada em 2016 aquelas afirmações teriam sido feitas da mesma maneira? Não há como saber... mas aposto que a partir de agora o canal Q vai ter mais cuidado com o que repõe.
Vivemos na época da comunicação, a informação e o conhecimento estão ao alcance dos dedos de todos nós, mas por outro lado tudo o que fazemos, escrevemos ou dizemos, torna-se publico em segundos e não há como apagar ou esquecer. O Facebook e as redes sociais são a pior das ditaduras e ao contrário das de antigamente, aqui não há clandestinidade ou asilo que nos valha... há sim que aprender a viver com isso.
Jorge Soares
PS: E sim, eu também acho que o José Cid estava a ser idiota quando decidiu falar assim de Trás os Montes e dos transmontanos...
Imagem do Público
Relação de Évora proíbe pais de publicarem fotos de filhos no Facebook
É o titulo da notícia no Público, mas poderia ser de outro jornal qualquer, porque foi assim que ela foi apresentada na maior parte dos jornais online. Um titulo que no mínimo podemos chamar de enganador, quando lemos a noticia percebemos que o tribunal proibiu aquela mãe de publicar fotografias da sua filha de 12 anos nas redes sociais, não os pais em geral de publicarem fotografias no Facebook.
Os tribunais não fazem as leis, quando muito tentam fazer com que elas se apliquem, e neste caso os juízes tentaram defender o direito à privacidade da menor ao impedir que a sua mãe publique imagens dela nas redes sociais, nada mais que isso.
Evidentemente não existem, nem faz sentido que existam, leis que impeçam os pais de mostrar fotografias dos seus filhos, já seja nas redes sociais ou de outra forma qualquer, se existissem, pelo menos metade dos pais que eu conheço estariam presos, porque o que mais se vê no Facebook, no instagram, nos blogs, etc., etc., é fotografias de crianças.
A maior parte das pessoas não tem ideia do alcance de uma fotografia publicada na net, nem faz ideia de que uma vez publicada foge completamente do seu controlo, além de que é quase impossível saber o que acontecerá com ela a seguir, é completamente impossível seguir o seu rasto ou simplesmente tentar apagá-la.
A maioria das pessoas acha que não há problema porque só publicam para os seus amigos, esquecem-se que qualquer um dos seus amigos a pode partilhar e a partir de ai qualquer amigo dos amigos, ou qualquer um no caso de essa pessoa não ter settings de privacidade activos, passa a ter acesso total à fotografia.
Além disso, o que é realmente um amigo no Facebook? Eu tenho 292 contactos no Facebook, a grande maioria são pessoas que conheço dos blogs ou das redes sociais e que nunca vi, muitas delas publicam fotografias dos seus filhos quase todos os dias, confiam em mim porque leram o meu blog ou eu sou amigo de um amigo deles no Facebook? Será que tem a noção que eu e muitos outros como eu, que não fazem a menor ideia de quem são, temos acesso a essas fotografias e a todos os dados da vida delas que publicam?.. será isso bom senso?
Eu não sou dos que ache que há um sequestrador ou um pedófilo atrás de cada perfil do Facebook, mas nunca publico imagens dos meus filhos nas redes sociais, por uma questão de bom senso e, lá está, porque prezo e respeito a privacidade deles.
Como em tudo na vida, tem que haver bom senso, e era bom que os pais tivessem a noção real de que publicar uma fotografia na internet é como pegar nela e a atirar ao vento, pode cair ali aos nossos pés ou ser levada para muito longe e quem sabe às mãos e às motivações de quem.
Jorge Soares
PS:é claro que tudo isto é muito mais complicado quando falamos de crianças adoptadas, e aí o assunto pode ser mesmo muito sério.
Imagem de aqui
Descansem, ainda não foi desta que o ministério das finanças se lembrou de taxar a utilziação do google .. nem passou a ser verdade aquele post que anda sempre a circular e que diz o Facebook vai passar a ser pago.
A noticia é do El Mundo e diz que o senhor ali da fotografia, George Osborne de seu nome e que é o secretário do tesouro Britânico, o ministro das finanças lá do sitio, anunciou que o Reino unido vai taxar com um imposto de 25 % as empresas que com artifícios legais, desviam a facturação para países como a Irlanda ou o Luxemburgo de modo a não pagar os devidos impostos.
Há uns tempos li algures um artigo que dizia que a filial da Google espanhola teve prejuízos de vários milhões de Euros, isto apesar dos negócios do gigante informático em Espanha orçarem em Milhares de milhões de Euros. Isto porque toda a facturação da empresa vem da filial Irlandesa, ficando em Espanha apenas os custos.
É precisamente este tipo de coisas que a Grã Bretanha pretende atacar. A Google, a Apple, o Facebook, a Amazon, Starbucks, as empresas de apostas online, tudo negócios que movimentam milhares de milhões de Euros em todo o mundo e que na maior parte dos casos deixam zero à economia dos países de onde vem o lucro.
Portugal não é excepção, todas estas empresas tem negócios por cá, fazem negócio com o nosso dinheiro e a sua contribuição para a economia do país se não é zero, andará lá perto...
Se realmente se concretizar, o imposto "Google" será uma autêntica pedrada no charco, não me parece que alguma destas empresas se possa dar ao luxo de abandonar um mercado como o inglês, se outros países seguirem o exemplo, de certeza que o que terminará por acontecer é que terminarão os truques fiscais e em lugar de empresas sedeadas em paraísos fiscais, serão as filiais das empresas em cada país a facturar e os impostos passarão a ser pagos em cada país e não onde dá mais jeito... com um bocado de sorte, serão mesmo os ricos a pagar a a crise... os ricos a sério.
Jorge Soares
Confesso que há uns tempos que ando alérgico aos apelos que me passam no Facebook, porque acho que um pouco à imagem do que aconteceu com os famosos banhos de água gelada, há muita gente que tem imensa pena, há milhares de partilhas mas em 99% dos casos a boa intenção fica ali, as pessoas partilham e esquecem o assunto.. . todos partilham mas muito poucos ou nenhuns fazem o que quer que seja para resolver o problema.
A semana passada foi noticia a venda em leilão pelas autoridades fiscais da casa onde vive uma mãe viúva, três filhos e duas netas, tudo devido a uma divida de que com juros e custas chegou a 1900 Euros, do imposto de circulação de um carro que a senhora já nem se lembrava que tinha tido.
A noticia foi passando várias vezes, sempre acompanhada de muitos comentários de gente indignada, a certa altura fiquei a pensar que 1900 Euros nem é assim tanto dinheiro, a julgar pelo número de partilhas, se cada pessoa que partilhou desse 10 Euros, pagava-se a dívida e ainda sobrava muitíssimo dinheiro para melhorar a vida daquela família.
Entretanto passou o dia do leilão e só hoje voltei a ouvir falar do assunto, outra vez via Facebook chegou-me o a seguinte noticia :
Através de um apelo lançado no Facebook, um grupo de técnicos oficiais de contas conseguiu angariar, em apenas 24 horas, dinheiro suficiente para pagar às Finanças a dívida de uma viúva de 52 anos, impedindo que esta perdesse a casa em que reside com dois filhos e dois netos, conta o Jornal de Notícias.
Felizmente há quem faça mais que partilhar, há quem use o Facebook para ajudar e neste caso, resolver mesmo o problema desta família.
O meu bem haja para quem fez mais que partilhar e para quem participou com o seu contributo na resolução deste problema... e já agora que nos sirva de lição a todos, partilhar algo no facebook serve muitas vezes para limpar as nossas consciências.. mas normalmente não resolve nada, resolve é quem, como fizeram estas pessoas, se chega à frente e toma medidas.
Jorge Soares
PS:Juro que não volto a fazer piadas sobre contabilistas
Imagem algures do Facebook
Confesso, nunca tinha ouvido falar da senhora deputada Catarina Marcelino, apesar de que ela até foi eleita pelo distrito de Setúbal, são os defeitos do nosso sistema eleitoral.
A imagem acima andou o dia todo a rondar pelo Facebook, não dei grande importância, eu escrevo com erros no Facebook, escrevo muitas vezes com erros no mail e nos dias em que estou a despachar e o corrector do Sapo não anda nos seus dias, dou erros aqui no Blog... Ao fim do dia fiquei intrigado com o insistir da coisa e fui ver o porquê de tanto barulho.... fiquei esclarecido quando percebi que Catarina Marcelino é deputada, é do PS e é apoiante de António Costa.
São estes os perigos do Facebook, quando eu apesar dos avisos do browser escrevo um erro no Facebook, haverá uma ou duas pessoas que esboçam um sorriso, às vezes há uma ou outra alma caridosa que me avisa (muito obrigado) dos erros que escapam ao dicionário do SAPO, mas a coisa não passa a mais, eu não sou deputado nem figura pública e poucos se importam se depois de todos estes anos ainda meto palavras em castelhano pelo meio dos textos.
Quando se é figura pública e se escreve um texto como o que vemos acima, evidentemente a coisa não pode passar em claro e vai haver muita gente que se vai aproveitar da situação.
A senhora deputada esclarece num post do seu Facebook, que diga-se de passagem também tem alguns erros, que sofre de dislexia... eu tenho um filho disléxico, entendo as dificuldades na escrita de Catarina Marcelino, o que já não entendo é que tendo ela consciência dessas dificuldades e sabendo que tudo o que publicar será analisado por quem não gosta dela, não tenha o cuidado de passar por um corrector ortográfico o que coloca na internet. A maioria dos browsers tem verificação automática e sublinha a vermelho os erros ortográficos, se não tem esta opção activa, sendo disléxica deveria ter.
Evidentemente a dislexia e as dificuldades em escrever correctamente não impedem ninguém de ser deputado e de fazer um bom trabalho na representação de quem a elegeu, mas neste caso a dislexia não explica tudo. A Catarina Marcelino foi neste caso vitima, para além da doença, da sua falta de cuidado e dos perigos do Facebook.
Jorge Soares
Eu juro que não tenho nada contra a senhora, mas é que ela insiste em pôr-se a jeito... cada vez que abre a boca.
“O pior inimigo dos desempregados são as redes sociais”,... e eu que pensei que eram a crise, o encerramento das empresas e o governo que insiste em medidas da austeridade que reduzem o poder de compra e o investimento das empresas.
“as pessoas ficam desempregadas e ficam dias e dias inteiros agarradas ao Facebook, ou agarradas a jogos, agarradas a amigos que não existem e vivem uma vida que é uma total ilusão”.
Ninguém duvida que existirão casos de pessoas que baixam os braços e até desistem de continuar a bater com o nariz nas portas das empresas, mas não há nada pior que a generalização. As redes sociais são não só um escape para muita gente como também uma forma activa de procurar emprego, existem no Facebook e na internet imensas páginas para procura e partilha de anúncios de emprego, há imensa gente que arranja entrevistas e empregos através das redes sociais, já seja através destas páginas ou através d econtactos dos tais amigos que a senhora acha que nem são reais.
A Isabel Jonet parece que cada vez que abre a boca sai asneira, as suas palavras são uma enorme falta de respeito pelos milhares de desempregados do país. É caso para dizer... E porque no te callas?
Jorge Soares
Alguém viu um Youtube?
Sorry, something went wrong.
A team of highly trained monkeys has been dispatched to deal with this situation.
If you see them, show them this information:
Parece que não há música nem vídeos para ninguém, aposto que se forem medir a internet neste momento está muito mais rápida do que é normal....
Jorge Soares
Tudo começou com uma campanha de marketing da marca de preservativos brasileira, que sugeria a implementação do Dia Mundial do Sexo a 6 de Setembro de 2008. O dia, que remete para um trocadilho entre o dia 6 e o mês 9, é agora um sucesso que pelos vistos veio para ficar.
Na realidade oficialmente não se comemora nada, mas na internet e especialmente no Facebook, isso não interessa nada, alguém disse que hoje é o dia do sexo?... pois, passa a ser, mesmo que não esteja escrito em lado nenhum.
"Dia das mães, dia dos pais, dia das crianças, dia dos namorados. No meio de tantas datas comemorativas no nosso calendário oficial, por que não criarmos um dia em homenagem àquilo que deu origem a tudo: o Sexo?", lê-se no manifesto que foi lançado pela marca de preservativos.
Com tudo isto, no Facebook e no Twitter, o "Dia do Sexo" virou trending tópic, viral mesmo, centenas de comentários e a moda hoje, pelo menos entre os meus contactos femininos no Facebook, foram os locais preferidos... e viva a imaginação... agora é só mandar os maridos lerem os facebooks.
Fiquei na dúvida, o dia do sexo não devia ser como o natal, não digo todos os dias, mas pelo menos quando a malta quiser?
Jorge Soares
Imagem do Público
O senhor ali da fotografia é um dos supostos autores dos atentados de Boston, está neste momento internado num hospital da cidade, foi capturado após um cerco policial que envolveu mais de 9000 mil homens e de uma caça ao homem que levou as autoridades americanas de porta em porta durante quase 24 horas.
Na realidade não foi nada disto que levou à sua captura e à morte do seu irmão, o suposto cúmplice no atentado que causou 3 mortes e muitas dezenas de feridos. Não sei se repararam mas não demorou mais de uma ou duas horas desde o momento em que foram divulgadas as imagens captadas pela câmara de vigilância de uma loja em que se podiam ver os dois rapazes com as mochilas às costas, e o momento em que a policia os cercou e capturou o mais velho dos irmãos.
O que realmente permitiu o deslindar do caso foi a existência da câmara de vigilância a apontar para a rua, o resto foi fácil e no dia a seguir a meio da manhã na maioria dos jornais do mundo tínhamos não só os nomes de ambos os jovens, como toda a sua história de vida e até fotografias do mais velho na companhia de amigos e da sua bonita namorada e até já sabíamos que esta era meia portuguesa. Ainda estou para perceber como é que um terrorista mantém assim a sua vida nas redes sociais.
A existência de câmaras de segurança a apontar para os espaços públicos há muito que gera discussões, mas curiosamente neste tipo de coisas a sociedade americana é muito mais permissiva que a nossa. Em Portugal há até algumas Câmaras Municipais com o investimento feito e até com os aparelhos montados, mas sem permissão para a sua utilização.
Nos Estados Unidos as autoridades utilizaram as imagens para capturar os dois culpados dos atentados, em Portugal não se podem utilizar imagens nem gravações como meios de prova a menos que a sua captação tenha sido autorizada por um juiz.. ou seja, do pouco que eu percebo de leis, por cá aquelas filmagens eram ilegais.
Toda a discussão sobre a utilização de videovigilância em espaços públicos se tem centrado em volta dos direitos fundamentais dos cidadãos, mas será que neste momento alguém nos Estados Unidos e até no resto do mundo, acha que ao serem filmados a colocar as bombas que mataram e feriram muitas pessoas em Boston se atentou no que quer que fosse contra os direitos dos dois criminosos?
Há países como a Inglaterra ou a Espanha em que a videovigilância nos espaços públicos é uma realidade e até tem sido dada como responsável pela diminuição da criminalidade. Até agora não li em lado nenhum que os cidadãos destes países sintam diminuídas as suas liberdades, não estará na altura de em Portugal repensarmos este assunto?
Vivemos numa era tecnológica em que com um simples telemóvel se consegue fotografar ou filmar e no mesmo segundo colocar online para o mundo inteiro ver o que quer que seja, estamos sempre a ser fotografados ou filmados, nem é preciso o cenário descrito por Orwell no seu 1984 em que o estado era omnipresente e via tudo, neste momento todo o mundo vê tudo e basicamente estamos sempre a ser filmados.
Jorge Soares