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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Os dois senhores que na fotografia estão com cara de caso, são os dois locutores australianos que durante a semana passada fizeram um enorme sucesso na imprensa e na internet mundiais quando conseguiram a proeza de se fazerem passar pela rainha da Inglaterra e o Príncipe Carlos e com isso obterem em primeira mão do hospital informações sobre o estado de Kate Middleton.
Ontem foi noticia a morte de Jacintha Saldanha, a enfermeira que terá falado com eles e que ante a enorme proporção que o assunto tomou se terá suicidado na sua casa de Londres.
É evidente que qualquer morte é sempre uma tragédia e é claro que as mortes não tem piada nenhuma, é lamentável que uma brincadeira parva tenha resultado no suicídio da senhora, mas de quem será a culpa?
Quantas brincadeiras como estas vemos e ouvimos todos os dias na rádio, na televisão, na internet? É claro que o humor deve ter limites, mas alguém me explica onde neste caso foi quebrado algum limite? Para além da mentira inocente de se dizer avó da doente, onde é que está o exagero naquilo que aconteceu?
Goste-se ou não e dê-se a importância que se dê aos membros da coroa britânica, Kate Middleton é uma figura pública, acho que ninguém tem duvidas que a sua gravidez irá nos próximos meses encher páginas e páginas de tudo o que é imprensa seja ela cor de rosa ou não. O assunto será tratado de todos os ângulos e formas possíveis, não há como fugir a isso, não pode valer tudo, mas há de certeza coisas bem piores, ainda que na maior parte dos casos não terminem em mortes. Não foi há muito tempo que alguém vendeu, de certeza por muito dinheiro, fotografias em topless da mesma Kate e não vi ninguém dizer que se ia suspender quem as publicou.
Todas as mortes são lamentáveis, mas esta morte será culpa dos dois radialistas agora lançados para a fogueira ou da enorme industria que se alimenta do escândalo e da fofoca?
A morte não tem piada nenhuma, mas a vida tem? Vamos acabar com as brincadeiras e o humor por causa deste caso? E depois rimo-nos de quê? de nós próprios?
Jorge Soares