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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Pontos de vista
Raif Badawi é blogguer e co-fundador do site Rede Liberal Saudita, segundo quem o condenou é culpado de: ser activista dos direitos humanos, ateu, criticar o poder dos líderes religiosos da Arábia Saudita e a sua ingerência na vida politica no país. Por estes crimes foi condenado a 10 anos de prisão e a receber 1000 chicotadas que deverão ser dadas em público ao longo de 20 semanas. A mulher e os dois filhos fugiram entretanto para o Canadá com medo de represálias por parte das autoridades sauditas e/ou fanáticos religiosos.
Há uma semana atrás recebeu as primeiras 50, na sexta feira passada, a pedido dos médicos da prisão, foram adiadas as segundas 50 devido a que as feridas das primeiras ainda não tinham sarado o suficiente.
Tal como Raif eu sou blogguer, quem me lê sabe que sou ateu, que muitas vezes critico os lideres religiosos portugueses e mundiais, e é habitual criticar o governo e o presidente da república... felizmente vivo num país onde ainda existe liberdade de expressão, é possível pensar, ter opinião e onde os castigos com chicotadas foram abolidos algures no século XIX quando por cá terminou a idade média.
Há muita gente que não percebeu o porquê da gigantesca manifestação em Paris, ou o que significa "Je suis Charlie", aqui está a explicação. Tal como explicava há pouco à minha filha adolescente e blogguer recente, se cedermos agora, se formos na conversa idiota do "Eles estavam a pedi-las", o mais certo é que a seguir usem a força para calar os bloguers ocidentais, depois serão os jornais normais, e quando dermos por nós terminaremos todos em silêncio com medo das chicotadas.
A liberdade de expressão é um bem precioso, a maioria das pessoas nem dá pela sua existência no dia a dia, em Portugal, como em muitos outros países, custou muitas vidas e muito sofrimento para poder ser conquistada, é portanto um direito do qual não podemos de forma alguma abrir mão.
A Amnistia Internacional já condenou esta pena e tem em curso uma campanha e uma petição que exige a libertação imediata do ativista.
#FreeRaif
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e olhares
Fosse eu o Gustavo Santos e a esta hora estaria a dizer mal da minha vida, há uns dois ou três anos numa passagem pela serra da estrela num dia em que havia a neve suficiente para se fazer umas bolas, paramos o carro na berma da estrada e entre toda a família pusemos mãos à obra, o resultado é o que está à vista ali na fotografia, não é um daqueles bonecos dos desenhos animados enorme e com nariz de cenoura, mas é um boneco de neve à medida portuguesa, pequenino como o país e de acordo com a quantidade de neve que por cá cai.
Hoje descobri que com aquela brincadeira, eu e o resto da família estivemos a "... promover a luxúria e o erotismo”
Segundo o sheikh Mohammed al-Munajjid, um conhecido clérigo islâmico da Arábia Saudita, “não é permitido fazer uma estátua de neve, nem que seja por diversão" porque isto vai contra a lei islâmica.
A julgar pela quantidade de jornais, especialmente americanos, que não se atreveram a publicar as caricaturas do Charlie Hebdo, não fosse alguém ficar ofendido, está-se mesmo a ver que os bonecos de neve são uma espécie em extinção... é que ninguém se quer pôr a jeito.
Brincadeiras à parte, tudo o que é demais é exagero, gostava que alguém me explicasse qual a lógica de uma coisa destas, como é que deus, o profeta ou lá o que seja, se podem chatear com um simples boneco de neve?.. e como é que uma figura feita juntando e amontoando bolas de neve, podem promover a luxúria e o erotismo?
Eu entendo que as pessoas queiram respeitar a sua religião e os religiosos, mas há alguma forma de levar a sério pessoas que levam as palavras e as escrituras à letra até este ponto?
Quanto a mim, não sei se o pobre boneco da fotografia será o suficiente ou não para ter enfurecido algum terrorista radical... mas pelo sim pelo não, juro que só nos estávamos a divertir e não estávamos a gozar com deus ou profeta algum.
Jorge Soares
Imagem do Expresso
Hoje, para além de um novo vídeo em que um jovem que já foi identificado como sendo inglês, decapita barbaramente mais um jornalista americano, há uma reportagem no Expresso sobre uma jovem portuguesa que deixou a sua família e a sua vida para ir para a Síria com o único propósito de se casar com um combatente da jihad, o marido também é português e para além do Facebook, eles nunca se tinham visto antes.
A jovem, que vivia com a mãe na Bélgica, tinha uma vida perfeitamente normal como qualquer outro jovem ocidental e de um dia para o outro decidiu abraçar o islamismo na sua versão mais ortodoxa, tendo inclusivamente passado a vestir burqha.
Tenho lido os mais diversos comentários sobre este fenómeno que leva a que jovens que muitas vezes nem tinham nenhum contacto com a comunidade muçulmana dos países em que vivem, de um dia para o outro não só se convertam, mas abracem a religião de uma forma completamente fanática. Raramente consigo concordar com algum destes comentários.
Consigo perceber que jovens que são criados no seio da religião muçulmana olhem para ela de uma forma mais ortodoxa, tal como consigo perceber que haja jovens católicos que aspirem a ser freiras ou padres, ou jovens judeus que decidem converter-se em ortodoxos. Mas como entender que uma jovem católica culta e educada decida de um dia para o outro passar de um estilo de vida ocidental e mundano para uma vida em que a mulher tem um papel completamente secundário e passivo, em que não pode sequer sair à rua sem autorização do marido e sem vestir burqha?
O que acontece na Síria e no Iraque actualmente não deve estar muito longe do que aconteceu na idade média europeia em que grupos de jovens católicos europeus iam para o médio oriente para com as armas obrigar a quem por lá vivia a converter-se ao catolicismo, na altura utilizavam-se lanças e espadas, agora utilizam-se ak47 e canhões, mas se pensarmos bem, o fim a que se propunham e a barbárie com que o faziam, não devem andar muito longe.. só que agora as imagens entram-nos pela casa dentro via televisão ou Facebook.... No fundo tudo se resume a fanatismo religioso transvestido de guerra santa.
Ou seja, há jovens europeus que estão a repetir a história, só que na idade média estavam do lado dos bons e agora estão do lado dos maus... ou ao contrário.
Para mim que abomino qualquer tipo de religião, tudo isto só me deixa a pensar que será que o que leva os jovens europeus à jihad? Religião, fanatismo, loucura?
Certo, certo certo é que em algum lado estamos a falhar, porque loucuras como as que vimos hoje e nos últimos dias não podem estar a ser cometidas pelos nossos filhos sem que a sociedade europeia e ocidental não tenha falhado algures...
Pelo sim pelo não, no que de mim dependa os meus filhos irão de certeza estar longe da religião... de qualquer uma delas... só aprendendo a pensar por si mesmos e sem estarem apegados a dogmas ou tabusse podem tornar em jovens equilibrados.
Jorge Soares
Imagem do Público
terrorismo