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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Ontem o dia estava quente, quando chegámos a Vila Nova da Barquinha por volta das 16 horas, estavam 36 graus, muito calor, deu para apreciar o belíssimo parque ribeirinho junto ao Tejo... mas só à distância, sentados à sombra dos enormes plátanos e com um gelado na mão. Ficou a promessa de lá voltarmos noutra altura... menos quente.
A peça só está em cena uma vez por ano, no máximo um ou dois fins de semana de Setembro, este ano foi só uma função.. e foi ontem. O palco não pode ser mais monumental, com o castelo de Almourol e o rio Tejo como pano de fundo, é baseada num dos meus livros preferidos, A voz dos deuses e fala da nossa história e das nossas origens como povo.
Se o cenário é grandioso, a representação não lhe fica atrás, são dezenas de actores e figurantes e inclui até a entrada em cena de grupos de cavaleiros a galope.
Como todas as obras deste grupo, inclui a participação do público, que é convidado de honra no banquete do casamento do Viriato. Um banquete à imagem dos da época dos romanos, com carne assada no pão, vinho de razoável qualidade e fruta da época, tudo servido pelos mesmos actores e participantes que momentos antes víamos no centro da acção.
Dizia alguém que esta será a obra mais grandiosa e mais bem conseguida do grupo, pela historia em si e pela grandiosidade de todo o ambiente que a rodeia, talvez seja, ainda que eu ache que não fica atrás de O Nome da Rosa de que já falei neste post
Ontem e apesar do calor, estava um ambiente fantástico, o facto de a representação ser ao fim do dia dá uma luz mágica à primeira parte, a segunda parte ocorre já noite dentro o que nos permite ver o castelo iluminado por fogos e tochas, algo verdadeiramente inesquecível.
Em suma, como todas as peças deste grupo, é algo que vale realmente a pena, porque nos dá a conhecer uma parte importante da nossa história, porque acontece num lugar verdadeiramente mágico e porque a representação é grandiosa.. a não perder.
A História do grupo de teatro Fatias de cá retirada do site:
O Fatias de Cá (criado em Tomar em 1979) tem 6 centros de produção teatral (Tomar, Barquinha, Chamusca, Constância, Coimbra e Lisboa) enquadrados pelo Fatias de Cá - Mãe. Enquanto Companhia de Teatro, desenvolve projectos de âmbito profissional e amador para o que conta com mais de 100 membros (entre permanentes, regulares e pontuais).
A designação "Fatias de Cá" inspira-se no nome de um doce conventual (Fatias de Tomar) cuja receita pode ser considerada uma metáfora do acto teatral: batem-se as gemas de ovos demoradamente até obterem um aspecto cremoso e uniforme e vão a cozer em banho-maria numa panela especial até ficarem com a consistência do pão que se fatia e frita-se em calda de açúcar.
A opção estética do Fatias de Cá assume três vertentes:
- o património, quer o construído quer o paisagístico, é entendido como um espaço teatral privilegiado tendo em conta o cenário natural que comporta;
- a partilha com o público de um momento de refeição é assumido como uma forma de sociabilização e de concentração no espaço-tempo convocado pelo espectáculo;
- o acto teatral é entendido como um momento que emocione e divirta.
O Fatias de Cá usa como lema uma frase atribuída a Galileu: não resistir a uma ideia nova nem a um vinho velho
Outras obras do mesmo grupo e de que já aqui falei:
O Anel Quebrado na Quinta da Regaleira
O Nome da Rosa no convento de Cristo
Jorge Soares
Imagem minha de Momentos e olhares
Já aqui falei do grupo Fatias de cá a propósito do Nome da Rosa no convento de Cristo em Tomar, e de a Voz dos Deuses no Castelo de Almourol, duas peças fantásticas que aconselho a todos. É uma maneira diferente de ver teatro e de conhecer lugares e monumentos fantásticos, nunca esquecerei os Kms que andei no Convento de Cristo, nem aquele fim de tarde junto ao Tejo no castelo de Almourol.
Na passada Sexta feira fui com a P. ver a peça O Anel Quebrado na quinta da Regaleira em Sintra. Tínhamos passado uma tarde na Quinta da Regaleira há 15 dias, como expliquei neste post, na sexta estivemos lá durante a noite e não há duvida que é um lugar mágico e propicio a representações como esta.
Como todas as peças deste grupo, o preço do bilhete inclui jantar, um arroz de frango que estava delicioso servido por pessoas simpáticas e bem dispostas, representação e kms a andar atrás dos actores.
Não conhecia o livro em que foi baseado esta peça, e ao contrario das outras vezes, achei simples demais, nada que ver com a representação grandiosa de O Nome da Rosa ou a atmosfera magnifica junto ao Tejo de A voz dos Deuses, mas não deixa de ser uma peça interessante que nos leva por túneis e passagens através de toda a quinta.
A noite vale pela simpatia das pessoas, pelo ambiente sempre fantástico de Sintra e da quinta e claro, pelas indispensáveis e deliciosas fatias Fatias de Tomar.
Se puderem não deixem de ir, a esta ou à O Nome da Rosa, que está em cena em Tomar.
Jorge Soares
Os monges voltaram ao convento de Cristo , pela mão do Grupo de Teatro Fatias de cá:
Podem ver aqui, o historial deste grupo de teatro.
Ontem fui a Tomar, para ver a representação da peça O nome da Rosa, adaptada por este grupo e apresentada no Convento de Cristo.
A peça desenvolve-se por todo o convento e os espectadores andam simplesmente atrás dos actores. São quase 5 horas a percorrer o convento, com 5 momentos para comer. A Obra tem inicio às 17:17 e terminou perto das 23, quando nos foi dado a degustar umas deliciosas fatias de Tomar, antes disso tínhamos comido: nozes e figos; Fatias de Pão com queijo, ervas e azeite; Canja de Galinha; arroz de frango com couves; Doces conventuais. Tudo acompanhado com um bom vinho tinto e servido num ambiente conventual e medieval.
Uma maneira diferente de visitar o Convento de Cristo e de ver uma peça de teatro, que aconselho vivamente a todos.
A não perder, esta e as restantes obras deste grupo.
Jorge
PS:Imagens minhas.