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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Por acaso estava na Espanha quando a força aérea Espanhola transportou dois cidadão espanhóis suspeitos de estarem infectados com ébola, infelizmente um dos casos confirmou-se e apesar da utilização do soro experimental, o senhor viria a morrer passados poucos dias.
As imagens da chegada dos doentes a Espanha foram impressionantes pelo aparato, a começar pela forma como os doentes eram transportados, metidos dentro de uma bolha plástica, quem o transportava utilizava fatos completos e máscaras, as ruas por onde ia passar a ambulância foram encerradas ao transito e no hospital para onde foram transportados, um andar inteiro foi reservado só para estes dois doentes.
Por fim, após a morte de um dos doentes, no outro caso não se confirmou a doença, o corpo foi imediatamente cremado sem direito a autópsia ou qualquer tipo de cerimónia fúnebre.
No outro dia à hora do almoço alguém dizia que o facto de ainda não haver tratamento só tinha a ver com esta ser uma doença africana, feliz ou infelizmente, as epidemias anteriores ficaram confinadas a algumas aldeias africanas, é verdade que morreram umas centenas de pessoas mas pelos vistos nunca foram as suficientes como para chamar a atenção do mundo para a gravidade de uma doença cuja mortalidade dos infectados anda entre os 40 e os 80 % e para a que não há cura conhecida.
Esta vez já morreram mais de duas mil pessoas e foram infectados cidadãos europeus e americanos, apesar de de vez em quando alguém vir dizer que está controlado, a verdade é que o que parece é que está completamente fora de controlo e no mundo globalizado em que vivemos, com um período de incubação que pode ir até aos 20 dias, quer-me parecer que não tardará muito a expandir-se por todo o continente africano e a chegar à Europa.
É verdade que as condições dos sistemas de saúde europeus são muito mais evoluídas que as dos países africanos, isto em principio deverá fazer com que a doença seja mais fácil de controlar após o diagnóstico, mas com um período de incubação tão longo como se controlará todas as pessoas com quem o doente teve contacto?
Ainda estava em Espanha quando foi noticia a chegada a um dos hospitais de Madrid de uma pessoa com febre alta, como o senhor tinha estado num dos países africanos onde a doença está activa, ele e toda a sua família foram de imediato colocados de quarentena, felizmente o senhor só tinha mesmo gripe e passados dois ou três dias pode seguir a sua vida.
Fiquei a pensar, o que teria acontecido se se confirmasse a doença? Ele veio de avião, teriam ido pelo mundo inteiro à procura de todas as pessoas que viajaram com ele para as colocarem de quarentena?... e todas as que tinham viajado no mesmo avião nos dias a seguir?
Tudo isto é no mínimo assustador e só me faz lembrar que há umas poucas centenas de anos, outra doença que veio de longe dizimou qualquer coisa como um terço da população europeia.
Jorge Soares