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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e Olhares
Ao contrario do que muita gente possa pensar, o Carnaval não é uma festa inventada pelas mulatas esculturais no Brasil, também não é uma tradição católica e não tem nada a ver com a Quaresma e o jejum, que são invenções bem mais recentes.
A origem da tradição do Carnaval remonta à Grécia antiga, por volta de 600 antes de Cristo com o aparecimento da agricultura, os antigos gregos festejavam mais ou menos nesta altura a fertilidade e produtividade dos solos. Desde o século VII antes de Cristo, quando se festejava o culto a Dionísio e até ao ano 590 d. c., festejava-se o Carnaval pagão.
O festejo com folias e máscaras tem origem no antigo Egipto, onde os foliões se juntavam à volta da fogueira. Do Egipto a tradição espalha-se pela Grécia e Roma antigas e é nesta altura em que o sexo e as bebidas se incluem na tradição. A festa funcionava como uma válvula de escape para a intensa luta entre classes sociais.
No Ano 590 depois de Cristo, a igreja católica decide incorporar a festa como um evento religioso numa tentativa de a controlar, já que era considerada um evento libertino e pecaminoso. Em 1545, o Concilio de Trento reconhece o Carnaval como um evento de rua e popular e define a data em que se deve festejar. Isto para evitar que coincida com a Páscoa.
O Carnaval ocorre sempre 40 dias antes do Domingo de Ramos, que se festeja na semana anterior à Pascoa. A Pascoa católica por sua vez, ocorre sempre no primeiro fim de semana a seguir à primeira lua nova da Primavera.
O Carnaval foi levado para o Brasil pelos Portugueses, ainda que quem der uma olhadela pela maioria dos Carnavais que por cá se festejam, fique com a certeza que foi ao contrário... e este ano com o frio que está, causa arrepios só de olhar.
Jorge Soares
O Parque de Santiago, na Avenida Emídio Graça, em Setúbal, recebe, entre os dias 24 de julho e 2 de agosto, mais uma edição da Feira de Sant’Iago. Ana Moura, Diogo Piçarra, Master Jake, Expensive Soul, Toy, GNR, Capicua e Amor Electro são os artistas principais dos dez dias de festa.
Cartaz completo da Feira de Sant’Iago 2015:
24 de julho
25 de julho
26 de julho (Dia das Famílias)
27 de julho
28 de julho
29 de julho
30 de julho
31 de julho
1 de agosto
2 de agosto
Fonte A música Portuguesa
Imagem de aqui
Ando há uns dias com um post atravessado, algo que tem a ver com "ser normal isso acontecer", ainda não é hoje... ainda que tenha tudo a ver.
Há pouco no canal do Jornal A bola, um grupo de senhores discutia o que se passou ontem, primeiro em Guimarães e depois em Lisboa... por incrível que pareça havia alguém, não fixei os nomes, que estava com imenso cuidado no que dizia porque segundo ele, "é necessário ter cuidado, vivemos na era da imagem e assim como há muitas imagens, também há muitas formas de as manipular".
Sim, vivemos na era das imagens, agora cabe-nos a nós como sociedade aprender a tirar o melhor partido disso para fazer deste mundo um mundo melhor, mais justo e sobretudo, mais transparente.
O que se passou ontem em Guimarães não tem nome, felizmente há imagens, imagens que olhe-se por onde se olhe são tremendamente esclarecedoras. O polícia pode alegar o que quiser, pode defender-se com o que quiser, mas quanto a mim, não há absolutamente nada que justifique a reacção dele.
Como é que hoje, após as imagens que todo o país viu até à exaustão, explicamos aos nossos filhos que os polícias são os bons que existem para nos proteger dos maus, havia ali alguém bom que soubesse proteger?
É verdade que nas imagens, pelo menos nas que eu vi, é difícil discernir o que terá sido dito ali, pode até ser verdade que ele foi insultado e até cuspido, mas não há insulto ou cuspidela que justifique a sua reacção e muito menos quando pelo meio há crianças. Ele não estava sozinho, estava com um colega ao lado e vários nas proximidades, qual é a justificação para a forma como ele reage? Aquelas pessoas eram de alguma forma uma ameaça para a integridade dele? Tem que haver alguma diferença entre um agente de autoridade e um arruaceiro qualquer que reage com violência às palavras.
Depois há o que aconteceu em Lisboa, lembro-me de há uns tempos todas as manifestações terminarem em violência entre grupos de arruaceiros e policias, pelos vistos à falta de manifestações, festejos de títulos de futebol também são bons.
O que se viu ontem no Marquês do Pombal foi um bando de arruaceiros vestidos com os adereços do Benfica, que aproveitaram a presença da polícia para armar confusão e estragar a festa ao futebol, curiosamente e ao contrário do que aconteceu em Guimarães, eu acho que a policia teve uma actuação inteligente e ponderada, e dada a presença de tanta gente que só ali estava mesmo para festejar, se limitou a controlar. Não deve ter sido nada fácil estar ali minutos e minutos a ser bombardeados com garrafas e pedras da calçada sem carregar furiosamente sobre o bando de palhaços.
Para além do já relatado, há noticias de destrição e prejuízos de mais de cem mil euros no estádio Afonso Henriques, de confrontos entre adeptos benfiquistas e polícias no Alvalade XXI e de detidos um pouco por todo o país, pelos vistos há muita gente que ou não se sabe controlar ou não percebe que o futebol é para ser uma festa... há que saber perder... e sobretudo, saber ganhar.... mas é claro que a esta gente o que menos interessa é o futebol.
É este o país dos brandos costumes?
Jorge Soares
Carlos Carreiro
Retirado de Samizdat
Imagem de aqui
".... é o ponto de vista do tuga mediocre, só querem festa, cerveja e futebol, mas lutar por um país melhor não vale a pena"
O comentário acima foi colocado no Facebbok ontem no fim do jogo da nossa selecção em resposta a alguém que referia que durante dois ou três dias ninguém se ia lembrar da crise.
Confesso, eu não consigo perceber, o que tem de mal gostar de futebol? O que tem de mal gostar que a selecção do nosso país ganhe? O que tem de mal festejar as vitórias já seja do nosso clube preferido ou do nosso país?
Parece que há muita gente que acha que a culpa da crise, do desemprego, de termos os políticos e governantes medíocres que temos é do futebol.
Eu gosto de futebol, não sou de modo algum um fanático daqueles que tem que ir ao estádio ou no mínimo não perdem um jogo na televisão, mas gosto, gosto que o meu Porto ganhe, gosto que a selecção do meu país ganhe, assim como gostei de saber que ontem um Português, o Rui Costa, ganhou a volta à Suíça em bicicleta, ou gostei de saber que outro Português, o Pedro Lamy, ganhou uma das categorias das 24 horas de Le Mans. Isto faz de mim pior pessoa que o senhor que fez o comentário parvo que transcrevo acima?
O que tem a ver alguém gostar ou não de futebol com fazer-se mais ou menos pelo país?
Será que todas as pessoas que desdenham do futebol e de quem gosta de futebol pagam todos os seus impostos?
Será que todos foram votar nas últimas eleições? Terão alguma vez participado numa manifestação? Terão participado em alguma greve? E já agora, terão votado em quem? na mudança das coisas ou em mais do mesmo?
Vivemos há dois ou três anos com o espectro da crise, da austeridade e do desemprego que nos entram todos os dias pela casa dentro, será que é assim tão mau podermos durante umas horas esquecer tudo isso e focar a nossa atenção em algo que nos pode realmente dar alguma alegria?
Mas alguém fica mais feliz se não existir o Euro e as noticias sobre o futebol? o país ia melhorar em quê?
Porra, há anos que nos tiram cada dia mais e mais pão da mesa, será que é assim tão difícil deixar-nos por momentos desfrutar do circo da bola?Afinal, daqui a mais 15 dias tudo isto acaba... e a crise vai de certeza absoluta continuar lá.
Há muitas formas de mudar um país, fazer comentários parvos e depreciativos sobre os 99% que gostam de futebol, não é de certeza uma delas...
Jorge Soares
Deve ser da idade, mas já não consigo olhar para a vida e dividi-la em fatias de 12 meses, não sou capaz de olhar para trás e pensar se este foi um bom ou mau ano, assim como não consigo olhar em frente e desejar que o próximo seja bom.. ou melhor, não consigo fazer planos a tanto tempo, nem desejos para mais uma fatia da vida... Acho que cheguei a uma fase em que simplesmente quero viver, ir passo a passo, viver cada dia pela positiva, a passagem do ano não é mais que uma passagem do calendário e um motivo para festejar... o tempo passa é verdade.. mas passa todos os dias... deveríamos festejar cada um deles, porque é sinal de que já o vivemos... e cada manhã mais uma oportunidade para vivermos.
Os últimos 12 meses fizeram mudar a minha vida porque com eles veio o concretizar de um desejo antigo e uma nova vida cá para casa, com ela veio o recordar, por vezes saber as coisas não é suficiente, é necessário ver mesmo, que existem mais mundos e mais realidades para além da que vemos e vivemos todos os dias... ir a Cabo Verde e ver a realidade na que vivia a minha filha mostrou-me que há muito por fazer no mundo para que este seja realmente justo.... agora, há que fazer por isso... fazer que o mundo seja mais justo.
Ontem estava a ver a série Ossos (Bones, no original) e alguém dizia que não festejava o natal porque não fazia sentido nenhum festejar algo que na realidade terá acontecido algures em Março ou Abril.. é claro que é só uma forma de levar o significado do natal demasiado à letra.. mas deixou-me a pensar... todas estas festas, ano novo incluído, davam muito mais jeito se em lugar de no solstício de inverno fossem por exemplo no de verão, não acham?.. afinal a ideia é só festejar, ninguém sabe realmente quando ou onde supostamente nasceu Jesus, logo, 25 de Dezembro ou 25 de Junho... e solstício por solstício, qualquer um é bom.... e vão por mim, que já passei vários, passar o natal na praia... tem muita pinta...
Desejo a todos os que por aqui passam o mesmo que desejo para mim e os meus, que sejam felizes... sempre, todos os dias.. durante o próximo e todos os anos seguintes.. façam lá o que diz a Mafalda... ela é que sabe... e já agora, cuidado com os excessos.
Jorge Soares
A Festa das Vindimas é em Palmela, mais informações aqui
É aqui mesmo ao lado de Setúbal, quem quer pagar um copo de moscatel?
Update.... se fizerem questão... posso ser eu a pagar .. mas só um!
Jorge
Quando eu era pequeno a páscoa tinha dois dias, Domingo e Segunda-feira, nos tempos da outra senhora, trabalhava-se na sexta e era feriado na segunda, isto porque o padre visitava todas as casas da aldeia, no Domingo ia às que estão a norte do rio Caima e na segunda-feira às que estão a sul. A minha casa era a norte, a dos meus avós paternos era a sul, eu tinha páscoa no Domingo e na segunda.
Nesse tempo a páscoa era feita do almoço de Domingo, um dos poucos dias do ano em que se via carne de vaca na nossa mesa, de pão de ló e de amêndoas. As minhas preferidas eram as pequeninas que o meu avô me trazia, mais pequeninas e redondas que as outras, eu gostava porque eram as únicas que em lugar de uma amendoa amarga que eu detestava, tinham um amendoim no centro.. que eu adorava.
Com 10 anos o meu mundo mudou, a páscoa na Venezuela era bastante diferente, era feita de coelhinhos que por alguma estranha razão trazem ovos coloridos às crianças, não havia visitas de compasso pascoal nem padres a recolher envelopes com dinheiro, em contrapartida havia um passeio a pé pelo centro da cidade na tradicional e concorrida visita a sete igrejas.
Com 20 anos o meu mundo voltou a mudar, mas a pascoa na aldeia também tinha mudado, o feriado agora era à sexta, continuava a haver compasso pascoal, mas agora raramente víamos o padre, quem transportava a cruz era algum dos vizinhos.. é claro que o envelope com o dinheiro continuava a ser recolhido.. há coisas que não mudam. E claro, continua a haver amêndoas, muitas mais e de muitos mais tipos, não há muitos coelhos, mas em contrapartida há muitos e muito maiores, ovos de chocolate.
As origens da páscoa remontam à antiguidade, era a festa das flores e da fertilidade, com o cristianismo tornou-se a festa da morte e da ressurreição, agora é a festa do fim de semana prolongado e dos ovos de chocolate. Alguém me explica o que se passou entretanto? O que tem a ver coelhos com ovos de chocolate coloridos e o que tem tudo isto a ver com a pascoa?
De resto, vou de férias para o litoral alentejano, para longe de tudo isto.... boa páscoa a todos... divirtam-se
Jorge Soares
PS:Só encontrei a imagem no fim de ter escrito o post.... mas vai de aí... e explica-se alguma coisa
Há uns anos... bem, há muitos anos, quando a internet dava os primeiros passos, a Atarraya era uma mailing lista de estudantes venezuelanos no estrangeiro, um sitio onde discutíamos tudo e mais alguma coisa. Já nem sei como fui lá parar, no natal sugeri que trocássemos postais de natal, o Brito era o intelectual da lista, vivia no Japão e nunca me vou esquecer a resposta dele:
-Jorge, eu sou ateu e não festejo o natal, mas terei todo o gosto em enviar-te um postal para o dia dos inocentes.
O dia dos inocentes é o equivalente latino-americano do dia das mentiras, festeja-se a 28 de Dezembro... hum.. amanhã.
Acho que todos sabem que sou ateu, não acredito em deus e muito menos num Jesus Cristo nascido numa manjedoura que mais tarde ressuscitou de entre os mortos. Na semana passada e em jeito de provocação, a Stilleto a propósito do meu post sobre o nosso natal, dizia que não entendia o que festejam os ateus nesta altura.
Não sou tão radical como o Brito, eu festejo o natal, não o natal religioso, esforço-me por não festejar o natal actual, o do consumismo, mas festejo o meu natal, o da festa da família e porque não?... o das tradições. Até porque muito antes da existência do cristianismo já por esta altura se festejava o solstício do Inverno, o renascimento da natureza que resultará de os dias começarem a ser maiores. Com o tempo a tradição foi mudando e a igreja, como em muitas outras das suas celebrações, apropriou-se destas datas para a sua festa de natal.
O que festejo eu?...para mim o natal é uma festa familiar, a altura de reunir as famílias, de partilhar afectos e presentes. Para mim ser ateu não significa renegar tradições, a ceia de natal, o bacalhau com batatas, bilharacos, rabanadas, pan de jamon, bolo-rei. Troca de presentes à lareira, árvore de natal e presépio, haverá quem diga que algumas destas coisas são tradições católicas, todas estas coisas ou já existiam há 2000 anos ou tem menos de 200 anos.... tirando talvez o presépio, tudo o resto tem a ver com a família e connosco e nada que ver com a igreja.
Cá em casa, e por agora, o único ateu sou eu.. e faz parte da minha forma de estar no mundo, o respeito das crenças das pessoas que estão à minha volta... natal incluído e se há coisa que não festejo é o dia dos inocentes... nem o das mentiras.
Jorge Soares
E a festa terminou, tenho por hábito passar o ano com a P e os miúdos, só nós, já virou tradição fazermos Fondue para o jantar, jantarmos em casa e irmos ver o fogo de artificio, já seja em Lisboa ou na baixa de Setúbal, éramos para ir a Lisboa mas depois de um dia de chuva intensa, decidimos que o melhor era ficarmos por cá.
Também já é tradição que falte algo para o Fondue, o ano passado tive que ir comprar Óleo para fritar, este ano faltava o álcool, depois de uma tentativa falhada de utilizar bagaço de vinho verde, lá fomos bater à porta dos vizinhos que felizmente tinham e não tive que ir à procura de algo aberto.
Eu adoro fogo de artificio, gosto mesmo, este ano o fogo não foi junto ao rio o que lhe tirou algum encanto, mas foi bonito na mesma. Havia passas à disposição, mas não sou de pedir desejos, afinal é só mais uma página que se vira no calendário e a vida continua.... sempre.
Recomeça...
Se puderes,
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
do futuro,
Dá-os em liberdade
Enquanto não alcances,
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
Miguel Torga
Para todos os meus desejos de um feliz ano cheio de motivos para festejar.
Jorge
PS:Imagem retirada da internet