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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
A maior tempestade de sempre, mais de 600 kms de uma ponta à outra, os ventos mais fortes de sempre, milhares de mortos e desaparecidos, ilhas varridas pela força do mar de uma ponta à outra, cidades completamente arrasadas, miséria, desespero, fome....
Olho para as noticias na televisão e para além de uma enorme sensação de impotência ao ver tanta destruição e tanta gente a precisar de ajuda urgente, dou por mim a pensar como somos tão pequenos insignificantes quando comparados com a enorme força da natureza.
Li algures que o Haiyan terá sido a tempestade mais forte que alguma vez tocou terra, e já há quem diga que esta "fúria" descomunal e da natureza é evidentemente resultado das alterações climáticas. O aumento da temperatura dos oceanos faz com que para além de haver um maior número de tempestades, estas sejam cada vez maiores, mais fortes e claro, mais destrutivas.
Há muito que se diz que uma das principais consequências das alterações climáticas será o extremar dos fenómenos meteorológicos, períodos de calor e de frio extremos, mais mais fortes tempestades, mais secas e inundações, tudo isto é o resultado da forma como temos vindo a descuidar a nossa relação com o mundo me que vivemos.
Hoje olhando para a enorme destruição e para o desespero de quem perdeu tudo, e não sabe como vai conseguir sobreviver aos dias seguintes à enorme tragédia, dei por mim a pensar no que será necessário para que de uma vez por todas o mundo se convença que temos mesmo que fazer algo para pelo menos minorar as causas de tudo isto.
Hoje há muita gente a falar do clima, das alterações climáticas, do efeito de estufa, mas a realidade é que amanhã, tudo voltará ao mesmo, as pessoa continuarão a desperdiçar energia, a utilizar os carros em lugar dos transportes públicos, a viver como se nada se estivesse a passar....
É verdade que comparados com a força da natureza somos insignificantes, mas é incrível como cada um de nós na nossa enorme insignificância, contribui de uma forma tão marcada para que o mundo mude e mostre a sua raiva pelo que estamos a fazer... era tão bom que tivéssemos consciência disso e fizéssemos algo para mudar.
Jorge Soares
Imagem do Público
Terá sido hoje, ou há uns meses, ou daqui a uns meses, a realidade é que é impossível saber quando ou onde foi que nasceu o habitante sete mil milhões do nosso planeta, alguém das nações Unidas decidiu que seria nas Filipinas e assim de repente saiu uma especie de sorte grande a uma menina chamada Danica e à sua família.
A população da terra cresce de modo exponencial, há dois mil anos pouco passávamos de 300 milhões, no inicio do século passado não tínhamos chegado sequer aos dois mil milhões... os últimos mil milhões demoraram só 12 anos em ser ultrapassados.
Num mundo em que 48% da população vive com menos de um Euro por dia e em que a distribuição da riqueza está mais desnivelada que nunca, talvez mais que perguntar onde nasceu, haveria que perguntar como poderá ser o futuro desta ou de qualquer outra criança que nasça no mundo actual.
Se tivermos em conta que a pressão demográfica é mais intensa precisamente nos paises mais pobres, o mais certo é que a criança sete mil milhões tenha nascido com a garantia de uma vida cheia de dificuldades.
Eu diria que muito mais importante que saber onde e quando nasceu ou nascerá o próximo bebé, o mundo deveria preocupar-se em encontrar uma forma de poder garantir alguma esperança de uma vida decente para ele e para todos os outros bebés que nascem hoje e que nascerão no futuro. Pensar numa forma de controlar de forma eficaz o crescimento da população e encontrar uma forma de garantir educação, saúde e alimentação para cada um dos habitantes do planeta.. isso é que era importante.
Jorge Soares