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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem minha do Momentos e Olhares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Nas margens do Rio Eo num dia de verão nas Astúrias
Imagem minha do Momentos e Olhares
Rosa Amarela com a luz do fim de tarde
Cacela Velha, Tavira, Algarve
Fevereiro de 2012
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Se não tivéssemos inverno, a primavera não seria tão agradável: se não experimentássemos algumas vezes o sabor da adversidade, a prosperidade não seria tão bem-vinda.
Anne Bradstreet
Jardim do Bonfim
Março de 2012
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Nenhuma tarefa, se bem feita, é verdadeiramente privada. É parte do trabalho do Mundo.
(Autor desconhecido)
Setúbal, Março de 2012
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Reparei nesta flor no dia em que chegamos, um ponto de cor quente no meio das cores frias do inverno, o primeiro que pensei foi em como é que ela conseguiu sobreviver e estar assim viçosa nesta altura.... no dia a seguir tudo estava branco e coberto de geada, tudo à volta estava gelado, mas ela continuava lá... um ponto laranja no meio de um mar de branco gelado.
Póvoa Dão, Viseu
Dezembro de 2011
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Alvejava de neve outrora a rosa,
Nem como agora, doce recendia;
Baixo voava Amor sem tento um dia,
E na rama espinhosa
De sua flor virgínea se feria.
Do sangue divina! gota amorosa
Da ligeira ferida lhe corria,
E as flores da roseira onde caía
Tomavam do encarnado a cor lustrosa.
Agora formosa
A rúbida flor
Recorda de Amor
A chaga ditosa.
Para os braços da mãe voou chorando;
Um beijo lhe acalmou penas e ardores:
E tão doce o remédio achou das dores,
Que Amor só desejou de quando em quando
Que assim penando,
Com seus clamores
Novos favores
Fosse alcançando.
Súbito voa, pelos ares fende;
As rosas viu de sua dor trajadas,
E que só de suas glórias namoradas
Nada dissessem com razão se ofende:
A mão lhe estende,
E delicioso
Cheiro amoroso
Nelas recende.
Vós que as rosas gentis buscais, amantes,
Nos jardins do prazer,
E, em vez da flor, espinhos penetrantes
Só chegais acolher,
Resignados sofrei, sede constantes,
Que a desventura,
Que a mágoa e dor
Sempre em doçura
Converte Amor.
Almeida Garret
Uma rosa em Hide Park
Londres, Agosto de 2011
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
É hábito meu apreciar jardins. Eu poderia olhar e me encantar também com o céu, todos os dias, mas o céu às vezes fica tão sensível que se derrete em lágrimas. As flores têm sempre mais humor.
Imagem do Sinal de Alarme
Talvez fosse no José que João Gil estava a pensar quando escreveu "São os loucos de Lisboa que nos fazem duvidar", é uma daquelas noticias que parece que foram inventadas para a época do natal, e no entanto a história é real, damos uma volta pela página do facebook e vemos como há tanta gente que até já tinha reparado na rosa atada a um papel e pendurada no sinal de alarme de uma carruagem do metro de Lisboa, a grande maioria reparou e seguiu em frente, porque reparar não é olhar... e convenhamos que não é muito usual ver o amor assim, pendurado num sinal de alarme.
Mas o José decidiu acreditar e de um jantar de encalhados em dia dos namorados nasceu uma ideia que teima em manter-se viva, dia após dia José rouba uma flor, ata-lhe um papel com uma frase sobre o amor e pendura-a no sinal de alarme da carruagem do Metro que o leva para o trabalho ou para casa.
Que sentido faz faz tudo isto?... nenhum, e no entanto a página do Facebook tem até agora 2869 seguidores e centenas de comentários de incentivo, há até quem peça autorização para copiar o gesto no Metro de outras cidades, sucursais do amor por quem acredita que ainda há amor em pequenos gestos anónimos.
Não consta da história que entretanto o José tenha deixado de estar encalhado, talvez não esteja escrito que esta seja a forma certa de procurar o amor, mas de certeza que haverá muita gente que vê neste pequeno grande gesto do José, sinais de que o amor ainda existe por aí... e está vivo... eu confesso que não vejo grande romantismo na frase “A paixão é tremoço, o amor é azeitona”, uma das que foi deixada pelo José... mas confesso que o romântico que já morou dentro de mim acha o gesto diário do José um sinal delicioso de que o amor e o romantismo, mesmo quando parecem gestos bizarros e inuteis, continuam vivos por aí.... um enorme bem haja para o José, para o amor e para todos o que ainda temos capacidade de amar e de acreditar nos pequenos gestos..
Jorge Soares
Imagem Minha do Momentos e Olhares
À porta da minha rua, passam-se passos passajados. É o tráfego das linhas na encruzilhada do peão. De vez em quando, oiço um desvio. É um criança que cresce no desvario do pião.
Ai, menino, quem me dera que fosses a certeza deste íngreme caminho!
Lídia Silva
Setúbal, Abril de 2010
Jorge Soares