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papa_francisco.jpg

 

“O Big Bang, que é designado como a origem do mundo, não contradiz o acto divino da criação. Em vez disso, exige-o”, diz o Papa. “A evolução da natureza não contrasta com a ideia de criação, pois a evolução pressupõe a criação de seres que evoluem.”

 

Hoje muita gente até agora cheia de certezas terá posto as mãos na cabeça, que um papa admita assim em público e sem papas na língua que afinal a ciência está certa, que na origem do universo está o Big Bang e que não é assim tão disparatado dizer que todos descendemos se não do macaco pelo menos de um elo comum com este, é sem dúvida um enorme acto de coragem.

 

Com estas palavras a igreja deu um enorme passo em frente, admitir que para além de deus existem leis da natureza que explicam a nossa existência e que as forças da natureza estão muito além de um passe de varinha mágica é toda uma nova forma de estar.

 

Não sei por onde terá andado escondido este senhor na últimas décadas, mas uma coisa é certa, com ele a igreja vai definitivamente no caminho certo.

 

O que ele afirmou hoje é o que afirmam a maioria das pessoas que conheço, pessoas que lendo ou não a bíblia, olham para esta como uma série de metáforas e não como a verdade absoluta, pessoas que há medida que vão crescendo e vivendo se tem ido afastando da instituição igreja católica porque se recusam a partilhar a sua fé com uma instituição que se recusava a aceitar como certo tudo o que ia em contra dos seus dogmas.

 

Acredito que com este papa e com a nova forma de olhar para o mundo que veio com ele, muitas destas pessoas poderão voltar a olhar para a igreja católica como a instituição que representa a sua fé.

 

Acho que a principal virtude de Francisco foi conseguir olhar à volta e perceber o que de errado havia no seio da instituição, ter essa percepção e não ter medo de fazer evoluir a instituição à imagem do mundo à sua volta e não o contrário, faz deste homem alguém definitivamente especial.

 

Não deixo evidentemente de ser ateu, "deus não existe, ponto final" mas não consigo deixar de admirar a coragem e a força de vontade deste papa que definitivamente veio mudar muitas coisas.

 

Jorge Soares

publicado às 22:34

Um Papa que vive antes do seu tempo

por Jorge Soares, em 21.10.14

Vaticano sinodo do papa.JPG

 

Imagem de aqui

 

Terminou no Domingo passado no Vaticano o Sínodo dos bispos católicos onde o papa Francisco levou a discussão o conceito de família contemporânea, entre os temas mais polémicos em discussão estavam a comunhão dos divorciados e a homossexualidade.

 

O simples facto de estes temas terem sido levados a discussão já são um enorme avanço para uma igreja católica há muito encerrada em si própria e de costas para a forma como o conceito de família tem evoluído ao longo dos tempos e sobretudo a partir da segunda metade do século passado.

 

O papa tenta mostrar o caminho, há bem pouco tempo foi noticia a aceitar num casamento celebrado por si em Roma uma mãe solteira e na forma como tenta mudar a forma como a igreja olha para os homossexuais católicos.

 

Desde a sua chegada a Roma que Francisco não se cansa de ser uma autêntica pedrada no charco na forma diferente e mais terra a terra como tenta levar o seu papado. Um papa humilde, próximo dos fieis e consciente da realidade social que existe para além dos muros do Vaticano.

 

Mas está claro que Francisco é um homem que vive muito para além do seu tempo e do tempo dos que o rodeiam, visto desde fora a sensação que dá é que por muita vontade e ideias que ele possa ter, o conservadorismo instalado não está disposto a mudar assim tanto e tão rapidamente.

 

Prova disso é que após duas semanas de discussão os dois pontos mais polémicos, a comunhão dos divorciados e o casamento entre homossexuais, foram chumbado pela maioria dos bispos presentes e terão até ficado de fora dos 63 pontos a discutir no próximo sínodo que ocorrerá daqui a um ano.

 

Não sei se quando elegeram Francisco, um jesuíta latino-americano, os cardeais teriam ideia das suas ideias revolucionárias e se tendo esse conhecimento o teriam eleito na mesma, para o bem da igreja e até do futuro da cultura ocidental, ele dure o suficiente para ir avante com as suas ideias.

 

Jorge Soares

publicado às 22:24

Papa Francisco, Quem sou eu para julgar os gays?

Imagem do Público

 

 

"Quem sou eu para julgar os gays?" - Papa Francisco nas respostas aos jornalistas durante a viagem entre o Rio de Janeiro e Roma


“Não posso rezar a um Deus homofóbico” - Desmond Tutu, arcebispo sul-africano e prémio Nobel da Paz em declarações aos media da África do Sul.


E de repente parece que das trevas começa a sair algo de luz, estas duas declarações apareceram hoje na imprensa mundial, imagino que terá sido uma coincidência, mas sem dúvida nenhuma que ambas mostram um enorme passo em frente com respeito à forma como até aqui a religião olhava para este assunto.


Confesso, fui dos que olhou de lado para a escolha deste papa, mas não há dúvida que até agora a forma como ele tem enfrentado o seu pontificado constitui uma enorme pedrada no charco. Se o objectivo de Bento XVI ao renunciar era que viesse alguém que levasse a igreja a dar um passo em frente, acho que esse objectivo está completamente conseguido.


Nos últimos dias vimos e ouvimos um Papa muito mais próximo das pessoas e da realidade que o rodeia, um Papa que foi capaz de ir às favelas do Rio de Janeiro, que apelou à participação da população nas lutas sociais e que num Brasil que até há bem poucos dias estava em polvorosa, apelou aos jovens para que saiam à rua e lutem pelos seus direitos.


Hoje ouvimos Francisco a dar mais um passo em frente, “Se uma pessoa que procura Deus de boa vontade, e é gay, quem sou eu para a julgar?”. Não foi há muitos dias que em Lisboa se negou um funeral católico a uma pessoa simplesmente porque este vivia com outro homem, a homossexualidade é um tema tabu para a igreja, hoje Francisco desmistificou completamente este tabu.


“o catecismo da Igreja Católica diz muito claramente que os homossexuais não devem ser marginalizados [por causa da sua orientação] mas devem ser integrados na sociedade” 


Sabemos que este tipo de coisas demora muito tempo a chegar das palavras aos actos, mas não há duvida nenhuma que este Papa representa um enorme salto em frente ara a igreja, esperemos que tenha a força suficiente para fazer chegar as suas ideias até todos os católicos e que viva o suficiente para conseguir que toda a igreja consiga entender e absorver as suas ideias.

 

Jorge Soares

publicado às 21:27

O que esperamos deste papa? Absolutamente nada!

por Jorge Soares, em 14.03.13

Non Habemus papa

 

Imagem do Pontos de Vista 

 

A imagem acima apareceu-me ontem ao fim do dia no Facebook, já por si é uma imagem forte, ontem era ainda mais forte, porque foi um dia em que pudemos ver todo o fausto e o luxo em que vivem muitos dos que todos os dias enchem a boca com palavras cheias de intenção mas que na realidade não passam disso, de palavras.

 

Hoje a Golimix deixou-me o seguinte comentário no post que fiz com a imagem no Pontos de vista:

 

"Estavas à espera de um Papa que tirasse o seu anel, que vale uma pipa de massa, que retirasse regalias do Vaticano e acabasse com a excentricidade da Igreja para ajudar, para fazer a mensagem que "teoricamente" pregam?"

 

Na realidade eu não esperava nada, nem deste papa, nem dos anteriores, não há muito a esperar, estiveram 115 gajos encerrados no luxo quase pornográfico do Vaticano para decidir quem  será o galo que se sentará a seguir sobre o pote de ouro.

 

Esses 115, juntamente com muitos outros, vivem como príncipes há vários anos, todos os dias pregam ao mundo mas não se privam de nada, nem a eles nem ao séquito que os rodeia. Como é que alguém pode esperar que algum destes senhores mude o que quer que seja?

 

Alguém acha que alguma das crianças da fotografia sabe quem é o papa?, é claro que não, eles estão preocupados com coisas muito mais importantes, ter o que comer por exemplo. Mas ninguém duvida que todos os cardeais sabem da existência destas crianças, e alguma vez algum se privou do que quer que fosse para tentar acabar com situações como as que se vêem acima?

 

Com o dinheiro que se gastou nestes últimos dias em Roma quantas crianças se alimentariam durante um ano?

 

É claro que eu não espero que ele venda o anel... mas se o fizesse e o convertesse em pão para os pobres seria sem dúvida nenhuma digno da minha admiração, até lá, não passa de um ditador mais, idolatrado por muitos sem que se perceba porquê, afinal o que fez ele até agora para merecer tantas loas e aclamações?  Agora está sentado num trono de ouro enquanto há zonas do mundo em que as crianças tem que lutar para terem cesso a umas migalhas de pão.

 

Para mim a existência de um papa e de tudo o que o rodeia é só mais uma prova de que deus não existe, porque de certeza absoluta que não há nem homem nem deus nenhum que aguente a utilização do seu nome em vão como o fazem estes senhores todos os dias.

 

Jorge Soares

publicado às 21:34

Franciso primeiro, papa argentino

Imagem do Sapo

 

Depois da renuncia do papa Bento em nome da necessidade de  alguém com uma outra energia e vontade de fazer a renovação da igreja, estava à espera da eleição de um papa mais jovem e que mostrasse uma maior ruptura com a linha que até agora se tem seguido no Vaticano. 

 

Independentemente da sua origem, parece-me que este papa longe de representar a renovação necessária, representará sim mais do mesmo, não só pela sua idade mas também porque é um homem da linha de Ratzinger.

 

Vivemos numa época em que a igreja necessita uma renovação real, de um papa que consiga levar à cúria ideias mais próximas da época em que vivemos. Temas como o celibato, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, os contraceptivos e sobretudo o escândalo da homossexualidade na igreja católica , tem que ser enfrentados desde uma perspectiva real e não desde uma posição dogmática.

 

Francisco Primeiro tem 76 anos, é um papa que vem da América Latina, mas isso não significa necessariamente que venham novos ventos de renovação, a igreja latino-americana não é conhecida precisamente por estar na vanguarda, bem pelo contrário. 

 

Quer-me parecer que ainda não é desta que a igreja vai acordar para o mundo, esperemos que quando o faça não seja tarde

 

Jorge Soares

publicado às 22:15

As muitas formas de conjugar o verbo ajudar

por Jorge Soares, em 25.06.12

A diferença entre ser pobre e ser rico 

Página de Vamos ajudar o Francisco 

 

Curiosamente desde que esta imagem começou a circular o número de fãs já vai nos 20000, não sei como é que isso se irá materializar em ajudas reais, mas não deixa de ser um exemplo do poder de uma imagem.

 

Não vejo esta imagem como uma crítica e sim como uma chamada de atenção à forma como a nossa sociedade funciona, mas não seria a primeira vez que via uma critica à forma como a sociedade respondeu aos pedidos de ajuda para o pequeno Gustavo. Há quem diga que toda aquela gente só se inscreveu como dador de medula porque se tratava do filho de um jogador de futebol, até pode ser verdade, mas isso não tem porque ser mau.

 

A primeira grande campanha de dávidas de medula que se organizou no país nasceu deste Post e de um apelo que eu fiz à Jonas aqui para que falasse no assunto. Ela fez muito mais que isso, colocou o post em destaque, criou um blog para a pequena Marta e organizou recolhas de medula que segundo ela contava há poucos dias num post, já serviram para salvar pelo menos duas vidas.

 

Ao contrário do que se possa pensar não é necessário ser-se rico ou jogador de futebol para se conseguir mover o mundo, basta que existam pessoas como a Jonas  com garra e força de vontade suficientes.

 

Nunca saberemos quantas vidas se irão no futuro salvar graças à campanha que se formou em volta do pequeno Gustavo, mas serão de certeza muitas.

 

Há muitas formas de conjugar o verbo ajudar, há pouco passei na página do Facebook e alguém estava a oferecer a cadeira para o Francisco, mas de certeza que ele necessitará de muitas outras coisas... passem lá e se puderem ajudem, mesmo que não carreguem no Gosto

 

Página de Vamos ajudar o Francisco 

 

Jorge Soares

publicado às 21:18


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