Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Escolha genéricos

 

 

Não sou dos que passo a vida a insultar o Sócrates, ou a dizer que eles não estão lá a fazer nada e que se deviam ir embora, já vivi o tempo suficiente para já ter sido governado por estes e pelos outros e para saber que ou mudam muitas coisas, ou dificilmente irá para lá alguém melhor... até porque se há pessoa de quem não gosto, essa pessoa é a Manuela Ferreira leite. Mas confesso que hoje ao fim da tarde quando ouvia as notícias na rádio.. me apeteceu insultar alguém.. aliás... insultei mesmo!

 

"O Serviço Nacional de Saúde não vai pagar às farmácias a comparticipação dos medicamentos que forem substituídos pelo genérico sem autorização do médico. O anúncio foi feito esta manhã pela ministra da Saúde que revelou ainda que todas as receitas substituídas contra a vontade do médico vão ser devolvidas às farmácias."

 

Isto é em primeiro lugar uma vassalagem ao lóbi dos médicos e dos grandes laboratórios farmacêuticos, e em segundo lugar é um insulto a todos os Portugueses.

 

Eu trabalho numa empresa que produz substâncias activas para medicamentos, é uma empresa que exporta 100% da sua produção, portanto não me venham acusar de estar a defender o meu emprego, simplesmente sei do que falo. Os genéricos são medicamentos que existem há muito tempo, muito antes de chegarem a Portugal já estavam completamente difundidos em muitos países, sendo que em muitos deles cobrem a maioria do mercado dos medicamentos, nestes países o normal é a pessoa utilizar genéricos e não marcas.

 

O que é um genérico e de onde surge? A maioria dos princípios activos é descoberto pelas grandes multinacionais que investem muitos anos e muitos milhões em investigação, quando descobrem um produto que tenha aplicação comercial, seguram a patente do processo e garantem que durante alguns anos mais ninguém consegue comercializar o seu produto. Quando está a chegar o fim do o fim do período de protecção, algumas outras empresas, como a que me dá emprego, gastam tempo e recursos para descobrir um processo de fabrico que no final garanta a obtenção do mesmo principio activo a um preço competitivo, dentro das normas de qualidade e segurança exigidas pela lei. Nem sempre se consegue, mas quando isso acontece, nasce mais um medicamento genérico.

 

Para terem ideia do controlada que é esta indústria, posso dizer que para além de todas as autoridades nacionais de qualidade e saúde, a empresa em que trabalho é auditada pelo FDA americano e pelas autoridades de alguns outros países.. para além dos clientes, que por norma são outras multinacionais. Por norma há duas ou três auditorias por semana.

 

Como disse, a empresa onde trabalho exporta 100% da produção e não produz medicamentos comerciais, mas imagino que todas as industrias terão os mesmo tipos de controlos... que garantem a qualidade dos medicamentos. Agora, alguém me explique com base em quê um médico pode dizer que eu não posso comprar um genérico e tenho que pagar o dobro por um medicamento de marca que se calhar até foi produzido no mesmo sítio.

 

Senhora ministra, senhores do governo, senhores médicos, não gozem com as dificuldades do povo, não brinquem connosco.

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:22

Medicamentos genéricos ou de marca?

por Jorge Soares, em 02.04.09

Genéricos vs marca

 

Eu nunca percebi porque é que na receita vem a famosa cruzinha para os médicos indicarem se o medicamento pode ser ou não substituído, vejamos a definição de medicamento genérico segundo a Wikipédia:

 

Um medicamento genérico  é um medicamento com a mesma substância activa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação que o medicamento original, de marca. E principalmente, são intercambiáveis em relação ao medicamento de referência, ou seja, a troca por pelo genérico é possível.

É mais barato porque os fabricantes de genéricos, ao produzirem medicamentos após ter terminado o período de protecção de patente dos originais, não têm os custos inerentes à investigação e descoberta de novos medicamentos. Assim, podem vender medicamentos genéricos com a mesma qualidade mas a um preço mais baixo do que o medicamento original.

 

Ante isto, o que é que faz a bendita cruzinha na receita, porque é que não pode ser o consumidor a decidir se quer o mais caro ou o mais barato? Porque é que o médico pode decidir se eu quero gastar mais ou menos dinheiro.... Aliás, porque é que a receita tem essa hipótese?

 

A associação nacional de farmácias decidiu que dada a crise actual, vai passar a ignorar as indicações do médico e vai ser o comprador, que é quem paga, que vai decidir se quer o genérico ou o medicamento de marca. Tendo em conta que a maioria dos genéricos custa entre 30 e 60% menos é fácil de ver que para muita gente isto vai representar bastante dinheiro poupado no fim do mês.

 

O mercado dos medicamentos vale muitos milhões de Euros, estes dias ouvimos falar de muitas empresas em crise, bancos, seguradoras, electrónica, automóveis... mas que eu me lembre, não ouvi falar de despedimentos em empresas farmacêuticas, ou de farmacêuticas a fechar. As grandes multinacionais dominam o mercado e uma boa parte deste domínio passa por convencer os médicos a receitarem os seus produtos, é claro que estas receitas tem contrapartidas para os médicos... talvez isto explique o porque estes se ergueram em bloco contra esta medida que só vem beneficiar  os consumidores...

 

Do meu ponto de vista, os médicos nem deveriam estar autorizados a receitar marcas, deveriam receitar o princípio activo e a dosagem... o consumidor ia à farmácia e escolhia se queria uma marca ou um genérico... e pagava o que escolhia.

 

Jorge

PS:imagem retirada da internet

publicado às 22:05


Ó pra mim!

foto do autor


Queres falar comigo?

Mail: jfreitas.soares@gmail.com






Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2008
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2007
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D