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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de Aqui
O último acordo do governo Grego com com a Troika previa uma redução de mais de 15000 funcionários públicos até 2015, até hoje não se tinha visto por onde ia a coisa, hoje começou a retirar-se a ponta do véu, a partir da meia noite são encerrados os serviços públicos de rádio e televisão.
A ERT, uma empresa pública com mais de 70 anos e com mais de 2700 funcionários deixa de existir a partir da meia noite e a Grécia torna-se no único país da Europa sem um serviço público de televisão. Tudo em nome dos cortes das gorduras do estado.
Segundo Simos Kedikoglu, porta vós do governo, a empresa era um caso estremo de opulência e desperdício de dinheiro e por isso será encerrada por tempo indeterminado. Tal como em Portugal, uma parte dos custos da empresa estatal era suportada pela população que paga uma taxa de 4,3 Euros junto com a factura da electricidade.
A Grécia conta com uma taxa de desemprego de mais de 28% que será agora aumentada com os jornalistas e funcionários da ERT, empresa de radio e televisão.
Mas o pior é que a coisa não deverá ficar por aqui, o presidente da República aprovou por estes dias um decreto do governo que permite aos titulares de cargos públicos o encerramento de organismos públicos sem qualquer tipo de explicação ou pedido de autorização ao parlamento... veremos quais as gorduras que se seguem no guião.
Até agora a Grécia tem sido como que o balão de ensaio para as medidas que se aplicarão depois no resto da Europa, estará a nossa RTP segura?
É verdade que se não há dinheiro não deveria haver palhaços, mas será que um estado pode abdicar assim tão facilmente dos meios de comunicação que deveriam ser o garante da imparcialidade na informação e da defesa da sua cultura? É verdade que num mercado aberto e competitivo já pouco diferencia as televisões publicas das privadas, mas não deixa de ser irónico que os estados em lugar de optarem por colocarem regras que diferenciem o serviço público do comercial, optem por simplesmente abdicar dos meios de comunicação e da defesa da sua integridade.
Jorge Soares