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Há quem consiga muito melhor que eu colocar por palavras muito do que eu penso, o texto abaixo é sobre o programa de ontem na RTP em que se falou de hiperactividade, de diagnósticos e de medicação, mas também é sobre a doença e os transtornos a ela associados  e quanto a mim, contribui e muito para desmistificar e esclarecer... usem 5 minutos para ler e reflectir.

 

O programa recentemente transmitido na RTP Cérebro meu – falsos diagnósticos de PHDA e os efeitos do metilfenidato – levanta uma séria de questões que não nos podem deixar indiferentes.

 

O diagnóstico de Perturbação de Hiperatividade / Défice de Atenção (PHDA) não pode ser tomado de forma leviana, pela primeira aparência. É uma regra de ouro da arte médica a importância da anamnese clínica cuidada e a recolha de informação de diferentes elementos, analisados de forma integrada.

 

No diagnóstico de PHDA, é essencial considerar outras causas de desatenção e hiperatividade, incluindo variações cognitivas e comportamentais aceitáveis para a idade, desadequação pedagógica, práticas educativas ineficazes, disfunção familiar, ansiedade, depressão, autismo, atraso no desenvolvimento, défice intelectual, disfunção familiar, perturbações da vinculação, entre outras. “Nem tudo o que mexe é PHDA” disse certa vez numa entrevista para um artigo, e é bem verdade. É um diagnóstico complexo, realizado com informação comportamental, eventualmente auxiliado por avaliação objetiva da atenção e de outras funções executivas em alguns casos.

 

Mas é importante esclarecer que não existe nenhuma evidência científica de que o doseamento de neurotransmissores nem outro tipo de análise química seja útil no diagnóstico da PHDA ou do Autismo. O problema dos neurotransmissores está no cérebro, não no sangue. Não é útil para confirmar e não é útil para excluir. A verdade científica demonstra-se, não se estabelece porque alguém diz da sua opinião ou experiência. É muito errado disseminar esta informação falsa que só pode beneficiar os laboratórios que fazem estas análises. As crianças não.

 

Num congresso recente sobre PHDA, que reuniu os maiores especialista e investigadores mundiais nesta área, ficou bem patente que a PHDA é uma situação muito heterogénea. As crianças que recebem este diagnóstico são muito diferentes e, provavelmente por isso, não foi possível ainda identificar nenhum teste químico útil para o diagnóstico. Os mecanismos podem ser bastante diferentes de criança para criança, embora as manifestações possam parecer semelhantes à superfície.

 

Os medicamentos que usamos para a PHDA são como todos os outros – são para usar apenas quando existe uma razão clínica, enquanto for necessário e se produzirem um efeito benéfico. Sim, podem ter efeitos secundários como todos os medicamentos, até mesmo os ditos “produtos naturais”. O tratamento tem de ser estabelecido por uma pessoa com experiência nesta área, com monitorização dos efeitos e reajustes ao longo do tempo.

 

Frequentemente, as crianças mais jovens não notam nenhum efeito da medicação, quem nota são os cuidadores. Mas é preciso que alguém note. Se ninguém nota efeito benéfico na altura suposta, não vale a pena continuar. Por outro lado, muitos efeitos secundários melhoraram com um ajustamento da dose, ou podem ser razão para suspender o medicamento.

 

O que é lamentável na peça jornalística, é a tentativa de  generalizar experiências pontuais negativas ignorando os milhares de crianças a quem a medicação ajuda de facto. A medicação tem ajudado a interromper muitas espirais negativas de baixo desempenho, má auto-estima, desmotivação escolar, depressão, envolvimento em comportamentos de risco, incluindo o risco de acidentes, consumo de substâncias, envolvimento em delinquência e exclusão social. Contudo, é importante realçar que a medicação não é tudo e não resolve tudo. A PHDA é um desafio que precisa de ser abraçado por todos: a criança, os pais, a escola, os médicos e psicólogos, a comunidade. Existem inúmeros ajustamentos que se podem fazer para além da medicação com potencial de melhorar a qualidade de vida destas crianças e das suas famílias – a  chamada intervenção multi-modal.

 

Outra ideia errada é que a PHDA foi inventada por Leon Eisenberg em 1969. Nem precisava, a PHDA sempre existiu e foram encontrados relatos médicos que descrevem muito bem estes sintomas pelo menos desde o século XVIII.

 

Em alguns países como EUA, pode existir um diagnostico excessivo de PHDA, com prevalências até 14%. A prevalência mais consensual é 5%, bastante conservada entre os continentes. Não existe uma epidemia de PHDA mas existe uma maior reconhecimento e uma pressão crescente sobre o desempenho que torna mais evidentes as dificuldades da PHDA, por vezes em idades mais tardias.

 

A sociedade da informação trouxe-nos muita informação útil mas também grandes desafios: distinguir o que tem fundamento, o que é fidedigno, o que é verdade, o que é generalizável, o que se aplica à nossa realidade e ao nosso caso. Nem tudo o que aparece no Google é verdade, alertava um jornalista nesta semana. Analise bem as suas fontes de informação sobre a PHDA, esclareça as suas dúvidas com os profissionais de saúde em quem confia e decida com liberdade, de forma verdadeiramente esclarecida.

 

FILIPE GLÓRIA SILVA

 

Retirado de Dormir e crescer

publicado às 22:06

Hiperactividade - o primeiro passo é aceitar!

por Jorge Soares, em 25.05.15

A Hiperatividade é uma condição física que se caracteriza

pelo sub-desenvolvimento e mau funcionamento de certas partes do cérebro.

Retirado de aqui

 

 

Não é a primeira e não será de certeza a última vez, mas nunca deixa de me fazer impressão, há uns dias num grupo do Facebook  onde se fala da hiperactividade, uma mãe vinha partilhar as suas preocupações e pedir ajuda a outros pais... só que começava a explicação com: "vocês desculpem mas eu não acredito nesta doença"

 

Estou habituado a ler e ouvir muitas vezes essa frase, principalmente vinda de: Quem não tem filhos e acha que tudo não passa de birras e falta de educação que se fossem eles os pais se resolveriam facilmente com  castigos e/ou com palmadas. Ou de professores que acham que tudo não passa de desculpas dos pais para o comportamento dos filhos que não souberam educar.

 

Há uns tempos também no facebook tive uma troca de ideias com uma mãe, no infantário, ante as atitudes e o comportamento do seu filho,  tinham-na aconselhado a levar o miúdo a uma consulta de avaliação. 

 

Evidentemente a senhora negava-se, ela concordava que o miúdo não era uma criança "normal", mas de forma alguma o levaria alguma vez à consulta... segundo ela o que a criança precisava era de amor e mão firme, ninguém a ia convencer que o miúdo tinha alguma doença e ia alguma vez precisar de tomar medicamentos.

 

Na altura dei por mim a pensar que eu também tinha passado por essa fase, também eu passei muito tempo a recusar-me a aceitar que o meu filho tinha um problema e que esse problema estava muito para além do que eu conseguiria resolver... 

 

Mais tarde ou mais cedo todos terminamos por cair em nós e perceber que o problema existe mesmo e que tem que ser tratado por médicos e especialistas, o problema é que no entretanto fazemos da nossa vida, da dos nossos filhos e da restante família, um inferno.

 

Eu demorei dois ou três anos a aceitar que não era por ficar sem prendas, por ficar de castigo durante semanas ou com palmadas e até sovas, que o meu filho ia melhorar o comportamento...

 

Não é fácil lidar com tudo isto, não é fácil lidar com os comportamentos, normalmente é muito difícil lidar com a escola, com os directores de turma, com os professores,até com os pais das outras crianças que acham sempre que os seus filhos são perfeitos. Nada disto é fácil, mas não é fácil para nós pais e não é fácil para os nossos filhos... mas a primeira regra para se conseguir viver e sobreviver é que temos que aceitar que o problema existe mesmo.

 

Depois há a questão da medicação, seja Ritalina, Concerta ou outro medicamento qualquer, há sempre mais alguém que leu um artigo ou ouviu uma teoria, para além dos milhentos efeitos secundários, aquilo causa habituação e não serve para nada.... e quem quer dar drogas aos seus filhos?

 

Ninguém, eu também não, infelizmente consigo ver a diferença entre quando ele toma ou não toma, mesmo os professores que nem acreditam em nada do que dizemos, conseguem ver a diferença quando por algum motivo nos esquecemos de lhas dar.... e na maior parte dos casos, os miúdos conseguem ver a diferença e terminam por nos pedir para lhas dar, porque sabem os efeitos no comportamento e no aproveitamento escolar, acreditem, ninguém é feliz a ser sempre o que tem mais castigos e recados e tira as piores notas da turma.

 

Negar que o problema existe, que seja uma doença e que tem que ser tratado na maior parte dos casos com recurso à medicação, só torna as coisas muito mais complicadas...

 

Voltando ao inicio, depois de ler o comentário da senhora no facebook dei por mim a ter pena dela e muita pena dos seus filhos, porque eu sei as vezes que fui, às vezes ainda sou, injusto com o meu.

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:49

Homenagem às mães de crianças com THDA

por Jorge Soares, em 03.05.15

 

 

Homenagem às mães de crianças com THDA (transtorno de hiperactividade e défice de atenção)

Está em Espanhol... mas vale na mesma

 

publicado às 23:08

hiperactividade.jpg

 

Imagem do Facebook

 

"Amanhã começa a minha dor de cabeça...estou com uma ansiedade que dá cabo de mim! Correram tão bem as férias! Passeou com o pai, passeou com a mãe, foi à feira, foi ao circo, correu, andou de bicicleta, jogou à bola, brincou com os vizinhos, com a prima, brincou com os cães, teve um aniversário de um amiguinho, dormia ate às 10h, 10.30h da manhã, n houve um castigo, n houve uma palmada...tentei que ele se esquece que a escola ia começar (andou a ultima semana a falar nisso e que não queria ir).... Andou tão bem o meu menino, tão feliz e eu feliz também! Agora estou eu aqui sozinha a remoer"

 

Desabafo no Facebook de uma mãe de uma criança com TDAH 

 

Durante as férias dei por mim a pensar assim mais que uma vez, pensamentos que não servem de muito, nem a mim nem a esta mãe, nem a todas as outras mães e pais de crianças com hiperactividade ou outros transtornos do mesmo tipo. Não há forma de que eles não voltem para a escola, e infelizmente cada vez me convenço mais que a maioria das escolas não sabe ou não quer saber lidar com estas crianças.

 

Algures no meio dos muitos pensamentos e constatações dei por mim a pensar qual será a solução, não é fácil retirar conclusões, para mim há uma que é evidente o meu filho está na escola errada... Não é difícil chegar a esta conclusão, mas o pensamento seguinte levou-me a um beco sem saída.... e haverá uma certa?

 

Para mim faz todo o sentido que a escola seja inclusiva, todas as crianças são diferentes, os nossos filhos só são mais diferentes, mas juro que há alturas que dou por mim a pensar se isso será mesmo possível, se a instituição em si, os professores, os responsáveis, querem realmente isso? É que muitas vezes o que sentimos é que é mais fácil excluir que integrar e que há muito boa gente que em lugar de ajudar complica com o intuito de se verem livres de crianças difíceis e pais exigentes.

 

Num dos comentários ao texto acima alguém deixou o seguinte:

 

"Hoje, meu filho com TDAH chega da aula e me diz que o professor o colocou virado para parede em pé"

 

e alguém a seguir disse o seguinte:

 

"Fizeram isso ao meu filho durante o 1ºano e o 1º período do 2º, até os colegas me contarem"

 

Estamos em 2015, colocar os alunos contra a parede era algo que se fazia algures nos anos 70 quando eu andei na escola. Eu e muitos outros pais já ouvimos e sentimos mais que uma vez que há por aí muitos professores que acham que a hiperactividade é um mito inventado pelos pais que não sabem educar os seus filhos, mas juro que não pensei que fosse possível em 2015 colocar as crianças de castigo contra a parede, pelos vistos há por aí muitos professores que continuam a viver nos anos 70. A maioria das crianças com TDAH tem enorme problemas de auto-estima, será que estes professores pararam para pensar que com isto só pioram a situação?

 

Jorge Soares

publicado às 21:25

Hiperactividade - Sou um PHDA…

por Jorge Soares, em 19.03.15

 

As coisas não andam nada fáceis por estes lares, tudo o que já aconteceu com o N. desde Setembro até agora, dava para muitos posts... dava para um livro sobre a hiperactividade... a escola... os colégios, ... vai de aí e se calhar dá mesmo, quem sabe e não é desta que o blog passa para o papel e o escrevo ... ainda estamos em Março e tenho a certeza que vão haver mais capítulos... espera-se um final feliz.... talvez.

 

Entretanto hoje encontrei o seguinte texto neste blog, um texto que deveria ser de leitura obrigatória para todas as pessoas que de alguma forma lidam com crianças com PHDA... leiam e reflictam.

 

Sou um PHDA…

Se não sabe o que é, continue a ler…

 

PHDA é Perturbação de Hiperactividade e Deficit de Atenção. Sim, sou um daqueles tipos que não consegue ficar quieto nem estar muito tempo a fazer a mesma coisa. Sabem, um daqueles que passou a porra da infância a levar chapadas porque não se portava bem. Não que as chapadas resolvessem fosse o que fosse, era mais para aliviar quem as dava que para ajudar quem as recebia. No meu tempo, ah a velhice começa com estas palavras, não havia Ritalinas e Concertas e quejandos, não, o que havia e de sobra era palmadas, chapadas e promessas de sovas de cinto. A única real diferença é que as Ritalinas e afins têm uma duração maior.

 

Entretanto lá cresci. Agora, dizem, sou um adulto e as chapadas são outras.

 

Entretanto vou lendo por todo o lado que SE os PHDAs SE mantivessem atentos eram os maiores da cantareira… De uma das vezes deu-me para responder assim:

 

“Ela não é má aluna… se estivesse concentrada na escola seria até excelente…”

 

No meu entender, muito pessoal entenda-se, é este a base do problema da maioria dos pais de PHDAs, o SE.

 

Meus caros/as, não há nenhum SE. A única coisa a fazer é ajustar as expectativas. Pois, eu também vivia melhor SE me saísse o EuroMilhões. Como diz a vox populi, SE a minha avó não tivesse morrido ainda hoje estava viva.

 

Vejo este problema continuamente, seja aqui, em conversas no café, nas reuniões com os professores, em todo o lado. Sempre o malfadado SE. Os nossos filhotes não têm culpa das expectativas que colocámos neles. Não têm a obrigação de cumprir os sonhos de ninguém a não ser os deles, não têm de ser melhores que ninguém a não ser eles mesmos. No entanto, avaliamo-los segundo critérios que não são justos para eles. SE estivesse atento era o melhor aluno, SE escrevesse de forma que se lesse copiava tudo do quadro, SE decorasse a tabuada tinha boas notas, SE estivesse quieto não incomodava ninguém. Já todos dissémos e pensámos isto, somos TODOS culpados.

 

O facto é só um, eles não vão ficar mais atentos, eles não vão escrever melhor, não vão decorar e não vão ficar quietos. E não vão porque não querem, apenas porque não podem. É o mesmo que agora alguém vos exigisse que mudassem a cor dos olhos ou a altura das pernas.

 

Ajustem as vossas expectativas ao que os vossos adorados “diabinhos” SÃO, não o que alguém desejaria que ele/a fosse, seja quem for esse alguém.

 

Entendam que eles têm limites, entendam que eles têm capacidades, respeitem ambas.

 

Vamos por os “peixes” a nadar e deixar as árvores para os “macaquinhos”, tá bem?

 

Sempre a mesma treta, sempre a mesma conversa… SE o meu gato fosse um cão, ladrava.

 

Vamos lá a ver se a gente se entende, é muito bonito dizer, ah e tal SE fosses mais alto não eras tão baixo, pois como SE fosse eu que mandasse no crescimento das pernas. É exactamente o mesmo com os PHDA, nós não fazemos como os outros, PORQUE não somos como os outros. Não se trata de educação, não se trata sequer de medicação, os nossos cérebros, excelentes diga-se, trabalham de maneira diferente. Não, não servimos para tarefas repetitivas, não, não somos bons para decorar resmas de papel (se fosse para decorar eram de uso único), não, não somos capazes de estar anos a fazer o mesmo. Mas, dêm-nos uma tarefa criativa, dêm-nos espaço e liberdade para melhorar os processos repetitivos, dêm-nos liberdade de consulta em vez de nos pedirem que decoremos, e vão ver a diferença.

 

Em vez de nos exigirem que sejamos o que nunca seremos, dêm-nos antes espaço para sermos o que somos e adoramos ser.

publicado às 22:03

 

 

Disclaimer - Para quem aqui vem à espera de encontrar um daqueles artigos que dizem que a hiperactividade é uma invenção dos médicos e da industria farmacêutica, pode voltar por onde veio, a hiperactividade é uma doença real e infelizmente afecta mesmo muitas crianças.

 

Quem me costuma ler sabe que cá em casa temos um hiperactivo, que apesar de ser seguido e tratado desde os três anos de idade, sofre todos os dias o facto de ter uma doença que influência o seu comportamento, as suas capacidades de aprendizagem e a forma como se relaciona com a família, a escola e o mundo em geral.

 

Num mundo que cada vez mais vive de normas e padrões, um criança que por um ou outro motivo foge ao que se considera "normal" não tem um caminho fácil, ora o N. sofre de Hiperactividade, défice de atenção e dislexia.

 

O facto de ter sido diagnosticado ainda antes de entrar para a escola não ajudou grande coisa, infelizmente há, principalmente nas escolas, muita gente no mundo que acredita que sabe mais que médicos e especialistas e acha que tudo isto não passa de falta de educação e que tudo se resolve com palmadas, castigos, recados nas cadernetas ...  enfim. É triste mas a quantidade de professores que pensa assim é assustadora e muitas vezes para além de tornarem um inferno a estada das crianças na escola, tornam muito complicada a relação entre a escola e os pais.

 

Felizmente esta é uma doença para a que há medicação, mas convém lembrar que estas doenças não tem cura, a medicação normalmente ajuda a atenuar os sintomas, mas não cura. Uma criança  com hiperactividade vai ser um adulto com hiperactividade, e esta é uma realidade que temos que aprender a aceitar e com a que temos que aprender a viver.... cada dia é um novo desafio e cada dia aprendemos um pouco mais.

 

Mas se uma criança hiperactiva é um problema, um adolescente hiperactivo é como uma bomba relógio sempre prestes a explodir... 

 

A adolescência do N. não tem sido nada fácil, e também não tem sido nada fácil acertar com as doses certas da medicação. Por um lado os comprimidos fazem com que seja mais fácil a concentração e a atenção nas aulas, por outro lado há os efeitos secundários, que variam de organismo para organismo mas que no caso do N influenciam o apetite, o sono e especialmente o humor.

 

Nós verificamos que quando toma a medicação, e ao contrário do que acontece nas férias em que não toma, fica muito mais irritadiço e volátil, reagindo de forma abrupta e com forte oposição quando questionado ou contrariado.

 

Depois de vários episódios cá em casa e na escola, em conjunto com o especialista que o segue, decidimos que íamos retirar uma parte da medicação e optar por um tratamento alternativo sugerido pelo médico.

 

A mudança foi da noite para o dia, em lugar de um adolescente irascível e resmungão passamos a ter um jovem que não classificaríamos de normal, mas que pelo menos anda muito mais bem disposto e sem estar em constante oposição.

 

Curiosamente os primeiros a queixar-se do novo N. foram os professores, antes tinham um miúdo que reagia mal à autoridade mas que pelo menos aparentava estar atento nas aulas, agora tem um jovem menos irascível, mais bem disposto, mas que tem muitas mais dificuldades em estar atento e seguir a aula.... curiosamente e apesar das queixas anteriores, os professores parece que preferem a versão com medicação.

 

Eu confesso que tive muitas duvidas sobre qual seria a melhor estratégia, mas a minha meia laranja usou lógica simples para me convencer: Ninguém vai preso por estar desatento e bem disposto nas aulas, mas pode ir se num dos momentos de impulsividade agredir alguém à sua volta.

 

É claro que a falta de atenção nas aulas pode ter consequências ao nível do aproveitamento escolar, mas não é nada que não se supere com trabalho, dele, da escola e nosso, assim haja vontade... 

 

Como disse acima, a hiperactividade é uma doença com a que ele e nós temos que aprender a viver, há dois ou três anos atrás seria impensável retirarmos a medicação, nós não dávamos a medicação nas férias e sinceramente havia anos em que a meio das férias dávamos por nós a desejar que os tempo passasse rápido para voltarmos aos comprimidos e à "paz" que estes traziam... mas isso era válido na altura com uma criança daquela idade, agora com um adolescente a realidade é outra e a forma de a encarar também será outra.

 

Jorge Soares

publicado às 23:21

Imagem retirada de aqui

 

Passou quase um mês desde que escrevi este post em que para além de confessar que sim, eu gritava aos meus filhos, me comprometia em deixar de o fazer. Deixei de contar os dias quando ia em 12 ou 13, um dia esqueci-me de escrever a conta no post do dia, depois houve dois ou três dias em que as coisas correram tão mal que estive prestes a perder a calma , a voltar ao passado e aos gritos, quando dei por mim já nem sabia quando tinha começado.

 

Não foi um mês fácil, pelo contrário, foi um mês muito difícil, mesmo... só houve duas vezes em que estive prestes a gritar, mas houve algumas mais em que  me apetecia chorar... ou fugir.

 

Ter um filho hiperactivo não é nada fácil, ter um filho hiperactivo e impulsivo que pela enésima vez mudou de escola e passou de uma onde havia uma balda total para uma onde há um controlo férreo e até algum exagero na forma como se avaliam as coisas, não foi mau, foi mesmo muito mau... tão mau que já dei por mim mais que uma vez a pensar se vale mesmo a pena o esforço, até financeiro, que estamos a fazer, se não seria mais fácil enfrentar a escola pública com todos os seus problemas.

 

Durante este mês mudei completamente a forma como me relaciono com o meu filho, não há gritos, há muitas e longas conversas, muitas mesmo, quando não lhe estou a explicar o porquê dos castigos, estou a repetir as mesmas coisas uma e outra vez.... isto parece estúpido, mas acho que de tanto repetir algo deve ficar naquela cabecinha de adolescente que para além de esquecer tudo muito rapidamente devido à sua doença,  acha que sabe tudo e que eu sou um velho chato.

 

Há evidentemente um clima diferente cá em casa, curiosamente já estive mais perto de gritar com a mais velha, com a qual raramente gritava, que com ele, mas ela tem duas contras, é adolescente e mulher. Isso significa que para além da natural sobranceria de adolescente, há sempre aquela fase do mês em que o mau feitio,  o nariz empinado e a costela de Salazar, se multiplicam por 10... cada vez me pergunto mais como é que ela pode ser tão igual à mãe... os genes são mesmo lixados.

 

Quem conseguiu aguentar um mês pode perfeitamente aguentar um ano, se eu consegui com tudo o que aconteceu durante este tempo, de certeza que não volto a gritar, pelo menos com os meus filhos, (com os meus colegas de trabalho já não tenho tanta certeza...e com algumas outras pessoas não sei não),...mas também tenho a certeza que neste mês ganhei muitos cabelos brancos, e vou ganhar muitos mais, ao gritar aliviava a minha tensão, agora não grito, mas passei a seguir a vida deles de outra forma e tenho muita mais noção de tudo o que acontece... e acreditem em mim, com uma criança como esta não é nada fácil.

 

Mas como disse no primeiro dia, é um dia de cada vez e um problema de cada vez, na vida a única coisa que não tem solução é morte, e não será de certeza um adolescente problemático e um colégio que me irão vencer, até porque ele crescer mais tarde ou mais cedo vai crescer... e acabar a escola alguma vez... já não tenho é tanta certeza que até lá não me internam algures.

 

Jorge Soares

 

PS:O próximo que me fizer aparecer no Facebook  aquela imagem estúpida e que diz "esta escola transmite conhecimentos, as crianças devem vir educadas de casa" vai ser insultado de cima a baixo... ou passar uma temporada com ele. As crianças não são todas iguais e não devem ser tratadas da mesma forma nem em casa nem nas escolas.

 

publicado às 23:08

cxrianças hiperactivas

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Eram 8h50 da manhã desta quarta-feira. À porta da escola primária da Avenida, em Viana do Castelo, a encarregada de educação de um menino de seis anos é informada de que a criança não pode entrar.

 

 

A noticia é do público e tem como titulo: Criança de seis anos impedida de frequentar escola por ser hiperactiva, assim de repente para quem tem filhos hiperactivos é assustador, ao lermos percebemos que a criança foi impedida de entrar na escola porque supostamente está suspensa após vários episódios que envolveram violência com colegas e professores.

 

Eu tenho um filho hiperactivo, sei bem o difícil que é lidar com a situação e tenho a perfeita noção do que pensam as pessoas que estão do outro lado. Para nós como pais é difícil, mas aprendemos a lidar com isso, a realidade é que a grande maioria das pessoas, professores incluídos,  nunca deixa de olhar para estas crianças como se de um simples caso de falta de educação se tratasse.

 

Acredito que a escola tenha motivos para suspender esta criança e que esteja no seu direito de o fazer, custa-me a entender que esta criança esteja a ser seguida por um serviço de pedopsiquiatria, esteja medicada e continue com estes comportamentos. Ou está mal diagnosticada e medicada, ou simplesmente não toma a medicação... que diga-se de passagem não é nada barata.

 

Não é o facto de esta criança ter sido suspensa que me assusta, se existiram motivos a escola tem que tomar medidas e em último caso suspender a criança, o que me preocupa é perceber que com a mudança de governo e de ministro da educação, ao parecer existe uma tendência para ostracizar estas crianças.

 

Há poucos dias foi noticia que as crianças disléxicas deixam de ter direito a avaliações diferentes e a que lhes sejam lidos os textos em voz alta, na noticia são referidos vários outros casos em que as escolas simplesmente impedem a presença das crianças hiperactivas... o que se seguirá?

 

Convém recordar que a hiperactividade é uma doença, e que a grande maioria das crianças hiperactivas tem uma inteligência acima da média, simplesmente por si só e sem tratamento e medicação, não conseguem canalizar essa inteligência no caminho certo. 

 

Como pai, como pessoa, temo pelo futuro do meu filho e de todas as crianças com dificuldades.

 

Jorge Soares

publicado às 23:19

estado termina com exames diferentes para alunos com necessidades especiais

 

 ...Ministério da Educação e Ciência esclareceu ...... os alunos do 6.º com limitações cognitivas farão, já este ano, as mesmas prova finais de Língua Portuguesa e Matemática do que os seus colegas. Estas provas realizam-se este ano pela primeira vez e têm um peso de 25% na classificação final da disciplina. 

 

Esta noticia fez-me lembrar algumas das professoras do N., que se recusavam a acreditar nos diagnósticos de médicos e terapeutas e insistiam em o avaliar e tratar como aos colegas. Parece que agora é o estado que se recusa a aceitar que existem crianças com problemas...ou isso, ou se prepara para colocar um rótulo em quem tem más notas.... temo o que possa vir a seguir.

 

Actualmente as crianças são obrigadas a estar na escola até aos 16 anos, imagino que a seguir a esta medida virá uma que acabará com os currículos alternativos e os planos de recuperação, para que estar a investir em apoio e alternativas se depois os alunos chegam ao exame e são avaliadas com as mesmas regras? De que serve um plano alternativo se as exigências e forma de avaliar são as mesmas?

 

E qual o incentivo para enviar uma criança com necessidades especiais para a escola se à partida sabemos que esta será avaliada como se fosse normal, o que significará que na grande maioria dos casos a reprovação estará garantida?.. os pais enviam os filhos para a escola só para eles estarem ocupados?.. qual o incentivo ao esforço para uma criança destas?

 

Eu tenho um filho com Hiperactividade e dislexia, cá em casa sabemos em primeira mão o esforço  que é necessário para manter as coisas a funcionarem, a luta diária com ele para que acredite que é capaz, as guerras constantes com escolas e professores para que não desistam dele... temo que com medidas como esta tudo será em vão, afinal parece que o estado que é quem deveria dar o exemplo para a integração, já desistiu do meu filho e dos muitos milhares de crianças que necessitam de apoio para que possam ter direito a uma educação digna.

 

E já agora, como é que se decide uma coisa destas a meio do ano, quando professores e alunos já estavam preparados para exames diferentes e com condições diferentes?

 

E foi precisamente no  Dia Internacional da Síndrome de Down que saiu uma noticia destas.... deixo aqui as palavras da minha filha de 12 anos...

 

O simplesmente diferente

 

Não aguento,
não compreendo,
porquê julgar-me,
se só veem aquilo que não tenho culpa de ser,
porquê  odiar-me,
sem  sequer  tentar perceber-me

 

Jorge Soares

publicado às 21:37

Hiperactividade e défice de atenção

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

O texto seguinte foi retirado do Energia a mais, é a carta de uma mãe para a escola do seu filho, é um texto duro, é comprido e custa a ler... a mim custou-me, no fim ficou-me uma sensação de revolta, tristeza e muita raiva... há coisas que esta mãe conta que já aconteceram com o meu filho, de algumas já falei aqui... outras ainda não aconteceram... mas podem muito bem acontecer....

 

Tenho imenso respeito por quem quem é professor, mas há coisas que não tem nome... 

 

«Carta à escola e professores do meu filho, A.(...)

Estou desiludida, triste e magoada com a forma como alguns professores têm tratado o meu filho dentro da escola.


Sempre fui defensora dos professores, afinal são eles que nos ensinam a ser adultos, que ensinam os futuros políticos, engenheiros, doutores, carpinteiros, electricistas e todas essas profissões tão dignas que farão com que o nosso mundo funcione e melhor…


Eu tive professores assim, que me faziam sentir feliz e segura dentro da escola, que me motivavam e elogiavam, que salientavam os meus pontos positivos e ajudavam a aceitar e ultrapassar os negativos…


Que tinham como objectivo a inclusão, o respeito mútuo mas acima de tudo o amor pelo ensino e pelos seus alunos, o prazer de ensinar e a capacidade de fazer a diferença.


Quando o meu filho iniciou a vida escolar fiquei feliz, ele sempre foi um menino inteligente e perspicaz…muito activo, é verdade, mas sempre com resultados excelentes…talvez porque também teve o privilégio e a sorte de ter professores excelentes!


Sempre senti que havia algo de diferente com o André, nunca o escondi e várias vezes pedi ajuda à escola e aos professores para estarem atentos e verem se viam o mesmo que eu, tanto é que o André teve a sua primeira avaliação psicológica na escola aos 8 anos e a partir daí nunca mais deixei de tentar “descobrir” o que se passava com o meu filho!


Desde que iniciou o segundo ciclo tudo se complicou…passou a ser mais ansioso, desorganizado e desmotivado, auto-estima baixa, crises de choro, acompanhadas muitas vezes de cólicas, vómitos e até diarreia! 


Na minha inocência de mãe, achava que eram apenas desculpas para não ir à escola e sempre, repito : SEMPRE o obriguei a ir à escola, mesmo quando ele me liga da casa de banho da escola a chorar e a implorar: “ Mãe, por favor tira-me daqui, tu não sabes o que seu sofro!” – nunca o fui buscar e, apesar de ficar arrasada por dentro e com o meu coração apertado, sempre o obrigo a ir à aula e lhe desligo o telefone…


Agora dou por mim a pensar que contribuí para isto tudo, que não protegi devidamente o meu filho!


Outras mães teriam ido imediatamente à escola, discutiam com os professores e protegiam os seus filhos…eu não, limitei-me a acreditar que ele era o culpado de tudo – pois a verdade é que ele não consegue mesmo estar quieto e assumo que se me faz perder a mim a cabeça, melhor fará perder a cabeça de quem não o “pariu” como eu e não o ama como eu, de quem não se habituou já a ser mais tolerante como eu…venceu-me pelo cansaço…admito…


Tantos recados na caderneta, tantas queixas do A., SEMPRE O A. 


Eu própria acabei por permitir que o rotulassem…porque não gritei, não briguei, não o defendi, não exigi! 


Mas eu não sabia tudo, ele não me conta, podem não acreditar, mas como ele acha que eu estou sempre “do lado dos professores”, deixou de me contar…e como a primeira vez que eu reclamei em relação ao Senhor Professor de Música, ele ainda foi mais penalizado, humilhado e maltratado na sala de aula, passando a ter sempre negativa, independentemente daquilo que faça na aula a ir mais vezes para a rua ou simplesmente a não o deixarem entrar na aula, ficando à porta um tempinho e só entrando mais tarde que os colegas, vai-se lá saber porquê! Sei estas coisas porque os colegas me contam… 


Então deixei de ir à escola, impotente e com a esperança que ele recuperasse o interesse que tinha tão grande em aprender. Sim, ele ADORAVA a escola, absorvia tudo…e era feliz lá.


Agora não é, tem sofrido humilhações e maus tratos psicológicos, situações graves que o têm afectado imenso, que o fazem sofrer e estar revoltado…perdeu a confiança e eu também.


Era suposto o meu filho estar em segurança dentro da escola, não ser vítima de ninguém, muito menos de professores!


Era suposto eu estar despreocupada e não ter necessidade de escrever esta carta à escola a pedir, como MÃE : POR FAVOR, NÂO MALTRATEM O MEU FILHO!!


Não o vou permitir mais, nunca o devia ter permitido! Mas como podia eu saber? Como podia eu imaginar sequer que um professor, neste caso até são mais iria discriminar desta forma o meu filho? 


Então fala-se tanto de EDUCAÇÃO INCLUSIVA e estão a excluir o meu filho?


Apenas porque não o compreendem? Porque não sabiam lidar com a situação? Porque ele é diferente e dá mais “trabalho” que os outros?


O Professor de EVT dava-lhe sempre 2, agora passou para 1 ?!


Ele tem os trabalhos na pasta, eu até acho que estão muito bons tendo em conta a dificuldade que ele tem a nível de motricidade e destreza manual, que é típico em crianças com PHDA (hiperactividade com défice de atenção)…


1 é para quem não faz NADA! 1 é para lhe dizer tu não vales nada, para o desmotivar e lhe “destruir” a auto-estima! 1 é para o chumbar!


Não vou permitir…CHEGA! O ano passado foi igual com EVT e Musica, teve sempre 2 e no final do ano passou com 3! Para quê? Porque o maltrataram o ano todo para depois lhe darem o 3?


Nem merece nota pelo esforço? Por tentar? Até lhe deram negativa em trabalhos que fez comigo!


Considero isso um “ataque” ao meu filho e agora, depois de tantos relatórios e psicólogos, sim, porque o meu filho anda no psicólogo, eu ainda não desisti dele, nem vou desistir ao contrário do que estes professores fizeram, depois de toda esta caminhada venho a saber que afinal o meu filho sofre de maus tratos na escola?


Também fiquei a saber o nome do problema dele PHDA…afinal o meu filho não é um mal-educado, afinal e não sou “uma tonta que devia dar mais educação ao meu filho em vez de tanto mimo”, como disse a professora de Inglês/Português…


Afinal estávamos TODOS errados…também assumo a minha culpa, pois fiz muita asneira antes de descobrir o que passa com o meu filho, mas também fiz uma promessa: Vou fazer tudo o que me for possível para que ele volte a ser feliz na escola e a recuperar o gosto por aprender que ele tinha.


Mas para isso preciso de ajuda, não posso andar a medicar o meu filho e ir às consultas de psicologia se depois o continuarem a maltratar na escola.


Senhora professora de EVT: NÂO QUERO mais o meu filho na arrecadação a fazer cópias e tabuadas! De pé, encostado ao lavatório toda a aula? Quem lhe deu esse direito? E ainda foi dizer ao meu filho que quer marcar um dia para falarmos sobre o facto de a senhora achar que o meu filho não FAZ NADA nas aulas de EVT?


Ainda pretende assustá-lo mais? Porquê? Decidiu entrar em “guerra” com uma criança?


É ridículo…ele tem 11 anos e os professores supostamente são os adultos dentro da sala de aula e como tal devem ser os primeiros a dar o exemplo, a mostrarem valores…como podem exigir respeito de uma criança depois de o maltratarem e de o humilharem? 


Se ele está a fazer cópias e tabuadas é normal que não faça trabalhos de EVT…Mas marque o dia que eu terei muito gosto em ir visitar a arrecadação para ver como a senhora teve a coragem de humilhar e descriminar o meu filho dessa forma! Uma professora? Se os professores de EVT não estão em condições psicológicas de dar aulas que metam baixa ou atestado e que fiquem o lugar disponível para professores interessados em ensinar!


Estes professores têm prejudicado a vida e a saúde do meu filho, ao ponto de ele vomitar e ter cólicas antes destas aulas!


Agora já têm um diagnóstico, agora cabe a vocês senhores professores decidirem se vão continuar a prejudicar o meu filho ou se aceitam que erraram, como eu também já aceitei. Se estão dispostos a começar de novo e a colaborarem na minha luta pela recuperação da felicidade e auto-estima do meu filho e ajudá-lo a acreditar que os professores não vão voltar a tratá-lo mal.


Apenas pretendo saber: o meu filho está realmente seguro na vossa escola? Acho que ele merece um pedido de desculpas por parte destes professores e merece ser avaliado correctamente e com justiça, pois existe muita diferença entre os “favoritos” e os “indesejados” e uma coisa eu garanto : não o vou permitir mais! 


O meu filho merece uma avaliação justa e merece ser bem tratado dentro da escola e a partir do momento em que foram informados do diagnóstico dele tinham “obrigação moral” de olharem para as avaliações dele e verem o tão injustos que têm sido, tanto no desempenho escolar, como no comportamento, pois ele não está quieto porque não consegue mesmo, se bem que agora que está medicado e tenho a certeza que isso já está a mudar!


Tirem o rótulo ao meu filho de mal-educado, não o descriminem mais e por favor ajudem-me a faze-lo feliz e a voltar a acreditar que as pessoas erram, mas que também assumem que erraram e sabem pedir desculpa por isso…


Apenas quero agradecer à professora e directora de turma F. R., pois sei que nunca desistiu do A., ele respeita-a, confia em si e vê-a como uma amiga.


Agradecer também à Psicóloga P. P. que apesar de tanto trabalho tem sido o meu apoio.

Obrigada!

(...), 7 de Março de 2012»

 

publicado às 21:35


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