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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Afecto
1. Impulso do ânimo; sua manifestação.
2. Sentimento, paixão.
3. Amizade, amor, simpatia.
Imagem do Sol
"Santidade, na sequência das informações veiculadas por ocasião do último Sínodo, constatamos com dor que para milhões de fiéis a luz dessa tocha pareceu vacilar sob os ventos malsãos de estilos de vida propagados por lobbies anticristãos. Com efeito, observamos uma desorientação generalizada, causada pela possibilidade de que se tenha aberto no seio da Igreja uma brecha que permite a aceitação do adultério – mediante a admissão à Eucaristia de casais divorciados recasados civilmente –, e até mesmo uma virtual aceitação das próprias uniões homossexuais, práticas essas condenadas categoricamente como contrárias à lei divina e natural."
O texto acima foi retirado de um site brasileiro, faz parte de uma petição que pretende recolher assinaturas para convencer o papa Francisco a que volte atrás na sua abertura para com os divorciados e os homossexuais dentro do seio da igreja católica.
Segundo o site em questão, já terão sido recolhidas mais de 73000 assinaturas, entre as quais estará a de Duarte Pio, duque de Bragança...
Há por aí muita gente que pelos vistos enche o peito quando proclama a sua religião, mas que depois se mostra muito pouco tolerante com os seus semelhantes...e já nem o Papa escapa à sua foirma de ver o mundo.
Curiosamente uma outra petição onde se pede ao papa a abolição do inferno só conseguiu reunir 15 (quinze) assinaturas... é natural, de abolicem o infernopara onde mandavam os divorciados e os homosexuais?
Jorge Soares
Imagem retirada do Ponte Europa
João César das Neves no DN
Obscurantismo? Promoção aberta da sodomia? Mas este senhor lê o que escreve? Para ele o tema da adopção por casais do mesmo sexo, não devia ser discutido pois diz respeito a umas poucas centenas de indivíduos homossexuais casados.... e lá por serem poucos não tem direitos porquê? E as crianças que com eles vivem são menos que as outras porquê? E lá por terem gostos sexuais diferentes dos dele tem menos direitos porquê?
Quem lê o artigo completo fica com a ideia que todos os males do mundo são o resultado da revolução sexual, não fosse a invenção da pílula e o mundo seria perfeito, não haveria divórcios, os casamentos seriam todos perfeitos, a natalidade seria altíssima e não haveria no mundo pessoas sozinhas.
Segundo ele a liberdade sexual é um mito, que é utilizado pelos liberais deste mundo para fazer revoluções que só servem para destruir famílias....Está-se mesmo a ver que para ele o mundo perfeito era aquele em que os casamentos eram combinados pelos pais, o sexo era uma vez por semana e só para fazer filhos e depois de os ter a mulher tinha era que estar em casa a tratar dos filhos e das refeições do marido e claro, ir à missa todos os dias.
Há muito tempo que não lia tantas parvoíces juntas, e custa-me entender como é que um jornal como o DN, que eu tinha por sério, dá voz a alguém que parece que entrou numa máquina do tempo algures a meio do século XIX e aterrou no meio da Lisboa do século XXI.
Na realidade não é de estranhar, foi este mesmo senhor que disse que "A maior parte dos pensionistas não são pobres, fingem" ou "É criminoso subir o salário mínimo" ou ainda "Esta crise é uma oportunidade de bondade, de caridade e de solidariedade"... entre outras coisas que não fosse o tom sério com que ele fala e escreve, fariam dele o humorista perfeito.
Alguém me explica em que século vive este senhor?
Jorge Soares
UM DESABAFO Chamo-me Fabíola Cardoso, tenho 41 anos, sou professora em Santarém e mãe de duas crianças com 9 e 11 anos de idade. Estas duas crianças são fruto de uma relação lésbica e têm crescido na realidade de uma família que em tudo as cuida, que sempre soube provir a todas as suas necessidades mas que não é reconhecida pelo Estado Português. Estas duas crianças têm como figuras parentais duas mulheres, a quem chamam mãe, ainda que nos seus documentos apenas conste o meu nome. Foi-me diagnosticado, em Julho deste ano, um carcinoma invasivo da mama. Na sequência desse diagnóstico fiz uma mastectomia no Hospital Distrital de Santarém e encontro-me neste momento a fazer quimioterapia, da qual já resultou a necessidade de um segundo internamento hospitalar.
UM LAMENTO Foi a situação da minha doença que alterou profundamente a minha visão da situação dos meus filhos e me leva a escrever-vos hoje esta missiva. Fomos até agora, as duas, capazes de zelar sempre pela segurança e o bem estar dos nossos filhos, mas esta situação de doença veio abalar significativamente a aparente estabilidade e firmeza. Que aconteceria aos meus filhos se eu tivesse morrido na mesa de operações? Conseguiria a sua outra mãe a tutela? Seria correto, face a essa situação, sujeitar as crianças a um processo legal deste tipo? Que enquadramento legislativo teria um juiz para decidir a favor das crianças e da manutenção da sua família real? Ou poderá alguém de bom senso e bom coração afirmar que será melhor para estas crianças serem entregues a um familiar ou até a alguma instituição??!! Estive uma semana internada, devido a uma complicação causada pela quimioterapia. Como pode a outra mãe destas crianças justificar perante a sua entidade patronal a necessidade de faltar para as apoiar se, legalmente, não lhes é nada?? Porque teremos nós, uma família que cumpre todos os seus deveres, de não poder beneficiar numa situação de infortúnio dos diretos que assistem às outras famílias?? Ficamos na dependência das simpatias, das disponibilidades de cada um. Lamento profundamente que, devido à situação legal existente no nosso país, eu tenha muitos mais motivos de preocupação do que aqueles que deveria ter neste momento e que as minhas crianças estejam numa posição de fragilidade que não deveriam estar.
E UM PEDIDO Venho pedir-vos a decência de aprovarem a Lei da Co-adoção, não porque a considero excelente, excelente seria simplesmente todas as crianças deste país terem uma família feliz onde crescer em segurança, mas porque nenhuma família deveria ter de passar pela situação que a nossa está a passar. Gostaria que, independentemente da cor do símbolo político que usam na lapela, pensassem honestamente nesta situação e se tentassem colocar, não no meu lugar, nem no da outra mãe, mas sim no lugar dos meus filhos. São eles os principais desprotegidos neste cenário e são-nos porque o Estado Português se sente na legitimidade de ilegitimar a sua família. Desejo o dia em que ninguém tenha de passar pelo acréscimo de sofrimento e insegurança em que a situação atual nos coloca. Nesse dia Portugal será um pais mais justo e mais democrático.
Está nas vossas mãos.
Obrigada, Fabíola Cardoso
(carta enviada às/aos deputad@s, dezembro 2013)
Retirado de Famílias arco iris
E pronto, é isto, quem mesmo depois de ler as palavras da Fabiola não conseguir entender por que é necessária a lei que permite a co-adopção, é porque usa mesmo palas.. e mais não digo
Jorge Soares
De vez em quando apetece-me repetir-me, foi em Setembro de 2008 que escrevi neste post, o seguinte:
Sobre orientações sexuais e casamento... discriminação!
Para mim o facto de viver em sociedade significa que os meus direitos terminam exactamente onde começam os das pessoas que me rodeiam e evidentemente espero que o resto do mundo se comporte assim quando olha para mim. Dito isto, a mim faz-me alguma confusão que a discussão da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo levante tanta poeira. Do meu ponto de vista, a pessoa com quem nos queremos casar é algo do foro pessoal, quando eu me casei com a P. só lhe perguntei a ela se queria casar comigo, porque só ela e a mim nos interessava o assunto, não me passou pela cabeça perguntar a mais ninguém e muito menos que haveria uma lei que permitiria ou não o casamento.
A orientação sexual das pessoas é algo pessoal, algo que só diz respeito a ela e aos seus parceiros, até porque quando falamos de sexo é muito difícil falar do que é ou não normal, basta uma simples pesquisa no google para encontrarmos muitos exemplos de orientações sexuais que incluem pessoas de sexos diferentes e que para a maioria são completas aberrações.
Cada um deveria poder casar com quem bem entender, independentemente de sexo, raça ou religião, desde que ambos estejam de acordo e o façam de livre vontade, o que é que temos a ver com isso? O que estamos a discutir não é o casamento, é a discriminação, o facto de discriminarmos ou não alguém pelo simples facto de ter gostos diferentes dos nossos.
Somos um país com uma mentalidade mesquinha, um país de virtudes publicas vícios privados e sabem que mais, há muita gente por aí que deveria ter vergonha.
Bom, esta barreira já caiu... agora faltam todas as outras... a luta continua.
Jorge Soares
Já fez um ano que sobre casamentos disse, neste post, o seguinte:
"Para mim o facto de viver em sociedade significa que os meus direitos terminam exactamente onde começam os das pessoas que me rodeiam e evidentemente espero que o resto do mundo se comporte assim quando olha para mim. Dito isto, a mim faz-me alguma confusão que a discussão da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo levante tanta poeira. Do meu ponto de vista, a pessoa com quem nos queremos casar é algo do foro pessoal, quando eu me casei com a P. só lhe perguntei a ela se queria casar comigo, porque só ela e a mim nos interessava o assunto, não me passou pela cabeça perguntar a mais ninguém e muito menos que haveria uma lei que permitiria ou não o casamento."
Esta semana dei por mim incrédulo a ler noticias em que alguém sugeria um referendo para decidir sobre este assunto, desculpem?... um referendo???!!!!!... mas estamos parvos ou quê?
Sempre achei todo este assunto uma questão de discriminação, cada vez me faz mais confusão porque é que o facto de duas pessoas se casarem pode incomodar tanta gente? E acho ainda mais ridículo aqueles que dizem que essas pessoas até podem viver juntas e ter direitos, mas não se podem casar... afinal, que diferença faz um papel? O que os incomoda é o facto de as pessoas assinarem um papel? E querem fazer um referendo para ver se eles podem ou não assinar o papel?, mas estão todos parvos ou quê?
Nestes dias nos comentários deste post do Pedro no Vilaforte, alguém falava da perca do conceito de família, repito aqui o que disse lá:
Para mim o conceito de família não tem nada a ver com casamento, sempre existiram famílias muito antes de existirem casamentos, o casamento é só um papel, um contrato assinado entre duas pessoas, que é perfeitamente dispensável para qualquer família. O que define o conceito família não é o papel que as pessoas assinaram, é a partilha e a convivência e para isso não é preciso papel nenhum assinado.
Toda esta discussão à volta dos direitos das pessoas a casarem-se ou não, não passa de conservadorismo triste e de um enorme sinal de que existe neste país muita gente que se escuda em supostos valores para discriminar quem não pensa ou age de acordo como eles. E pensava eu que tudo isso tinha acabado há 35 anos atrás, há coisas que demoram mesmo muito tempo a mudar.
Evidentemente esta sugestão de referendar este assunto é de quem já esgotou os argumentos válidos para poder discutir e se tenta socorrer do suposto conservadorismo do povo para impor os seus pontos de vista.
Aceitam-se sugestões para coisas que não interessam a ninguém para serem referendadas.
Jorge Soares
Para mim o facto de viver em sociedade significa que os meus direitos terminam exactamente onde começam os das pessoas que me rodeiam e evidentemente espero que o resto do mundo se comporte assim quando olha para mim. Dito isto, a mim faz-me alguma confusão que a discussão da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo levante tanta poeira. Do meu ponto de vista, a pessoa com quem nos queremos casar é algo do foro pessoal, quando eu me casei com a P. só lhe perguntei a ela se queria casar comigo, porque só ela e a mim nos interessava o assunto, não me passou pela cabeça perguntar a mais ninguém e muito menos que haveria uma lei que permitiria ou não o casamento.
A orientação sexual das pessoas é algo pessoal, algo que só diz respeito a ela e aos seus parceiros, até porque quando falamos de sexo é muito difícil falar do que é ou não normal, basta uma simples pesquisa no google para encontrarmos muitos exemplos de orientações sexuais que incluem pessoas de sexos diferentes e que para a maioria são completas aberrações. A igreja católica acha que não é normal a utilização dos principais métodos anticonceptivos... então e se um destes dias se lembrarem de impedir o casamento de quem os utiliza?
Cada um deveria poder casar com quem bem entender, independentemente de sexo, raça ou religião, desde que ambos estejam de acordo e o façam de livre vontade, o que é que temos a ver com isso? O que estamos a discutir não é o casamento, é a discriminação, o facto de discriminarmos ou não alguém pelo simples facto de ter gostos diferentes dos nossos.
Somos um país com uma mentalidade mesquinha, um país de virtudes publicas vícios privados e sabem que mais, há muita gente por aí que deveria ter vergonha.
Como dizia o post de ontem... Nada tienen de especial....
Jorge
Imagem retirada da internet
A propósito deste post da Sónia no seu blog Os livros que ninguém quis dar a a ler de que sou habitual leitor, e dos posteriores comentários ao mesmo, recordei uma parte do debate no ultimo encontro sobre adopção.
Nesse encontro, e ante uma questão que coloquei sobre adopção singular, rapidamente a discussão passou de adopção singular para adopção por homossexuais, porque algumas das pessoas que estavam na mesa claramente identificavam os adoptantes singulares com a homossexualidade, uma associação completamente injusta e disparatada, e que pelos vistos é muito habitual entre as assistentes sociais.
No debate participavam entre outros, O Dr. Eduardo Sá, claramente a favor, o Dr. Luís Vilas Boas e a Drª Helena Simões, ambos completamente contra. A esta distância é difícil recordar os argumentos utilizados - de para a parte, mas recordo que no fim, e tal como nos comentários ao post da Sónia, a discussão terminou com a eterna questão, será melhor para as crianças estarem num centro de acolhimento a crescer sem o carinho e amor, ou no seio de uma família, seja ela de que tipo for.
Eu sou pai adoptivo e biológico e do meu ponto de vista, qualquer criança estará sempre melhor no seio de uma família que num centro de acolhimento, onde é mais um e vive na eterna esperança, já seja de ser adoptado, ou de voltar para a sua família biológica. Quanto a isso não há duvidas, e acho que não haverá duvidas para ninguém.
O problema deverá ser colocado então ao nível do que é considerada a uma família. Desde o ponto de vista católico o conceito de família está muito claro, pai, mãe e filhos, e quem se divorcia deixa de ter direito até à comunhão. Felizmente vamos vivendo numa sociedade em que essa imagem está cada vez mais ultrapassada, o numero de pais solteiros ou divorciados aumenta dia a dia e cada vez mais deixam de ser olhados de lado.
Seremos uma sociedade em que duas pessoas do mesmo sexo podem constituir uma família?, para mim sim, infelizmente para a grande maioria das pessoas, a resposta é não. Duas pessoas do mesmo sexo podem até viver juntas e ter os mesmos direitos que qualquer união de facto, mas em Portugal não podem casar e muito menos adoptar.
Confesso que não consigo perceber a lógica por trás desta prática, se um homossexual não pode adoptar, quer dizer que segundo a segurança social, não está apto para ter filhos, nesse caso, estará apto a ter filhos biológicos?
A homossexualidade é algo que existe, algo real e de certeza que existem em Portugal milhares e milhares de pais com orientações sexuais desse tipo, será que todos os seus filhos irão ser crianças traumatizadas e com as mesmas orientações sexuais dos seus pais? É claro que não, até porque como dizia a Sónia, todos esses homossexuais nasceram de casais heterossexuais e isso não fez deles heterossexuais.
Do meu ponto de vista, a orientação sexual de alguém não deveria em caso nenhum ser tida em conta para o que quer que fosse, até porque como definimos uma orientação sexual normal? O que é ser normal?
Já agora, o problema da adopção em Portugal, e da longa espera pela que temos que passar todos os candidatos, não está tanto na morosidade do processo, mas sim no facto de que ao contrario da ideia comum, não existem em Portugal muitas crianças à espera de ser adoptadas, na realidade existem muito poucas, existe sim é muitas crianças entregues ao estado e para as quais esse mesmo estado não se encarrega de criar projectos de vida que passem pela adopção.
Jorge Soares
PS:imagem retirada do Blog da Sónia