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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
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Tudo começou com um estudo que pretendia mostrar que os carros a gasóleo podem ser menos poluentes que os a gasolina, não se sabe muito bem como vai terminar, mas para já ficou bem à vista que o famoso rigor e seriedade alemães são se não um mito, pelo menos coisa do passado
O estudo descobriu que a Volkswagen, a jóia principal e destacada ponta de lança da indústria e economia alemãs, planeou e executou uma fraude de proporções gigantescas para vender como ecológicos carros que não só não o são como em alguns casos, segundo as noticias, ultrapassam em mais de 40 vezes os limites americanos para emissões permitidas.
Em lugar de desenvolver motores realmente ecológicos e com baixas emissões, a empresa alemã desenvolveu um software capaz de manipular as emissões de modo a que nas medições o carro esteja dentro dos limites.
Os responsáveis alemães já admitiram que esta gigantesca fraude afecta não só os carros vendidos nos Estados Unidos, mas também muitos outros vendidos por todo o mundo, serão ao todo perto de 11 milhões de carros.
É difícil perceber como irá terminar tudo isto, não estou a ver que seja possível substituir o motor a 11 milhões de carros, que seria a medida lógica a tomar no caso de outra peça qualquer, mas é caso para perguntar: O que aconteceu com o tão famoso rigor e seriedade alemãs?
Entretanto a empresa perdeu mais de um terço do seu valor em bolsa nos últimos dois dias, pelo menos nos Estados Unidos vai ser muito complicado que alguma vez volte a recuperar o nível de vendas e por todo o mundo vai demorar anos a recuperar o prestigio que tinha até agora.
As primeira noticias diziam que os carros fabricados na Autoeuropa não estariam entre os afectados pela fraude, mas isso foi antes da noticia dos 11 milhões de veículos em todo o mundo. Quer-me parecer que não há forma de passar ao lado, mesmo que os carros fabricados cá não tenham os motores em causa, não há forma de fugir ao desprestigio da marca e À baixa de vendas que tudo isto irá causar.... A Autoeuropa é a empresa que mais exporta em Portugal, são muito más noticias para a economia portuguesa que tanto depende das exportações.
Nos últimos 4 anos ouvimos e sentimos muitas vezes o desprezo e a sobranceria com que alguns alemães olham para os outros povos, especialmente para os do sul da Europa, talvez tudo isto lhes ensine que afinal não são assim tão melhores que os outros. Quem sabe e agora percebem que pessoas desonestas e pouco rigorosas há em todos os lados, até na Alemanha.
Jorge Soares
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Tenho uma serie de colegas que vivem em Oeiras, a semana passada a vitória de Isaltino Morais, ou do seu movimento que é a mesma coisa, em Oeiras veio à baila mais que uma vez... e invariavelmente a conversa terminava naquela frase que me irrita solenemente:
- A verdade é que ele roubou, mas fez!
Até que eu me fartei e perguntei:
-Ouve lá, tu confiavas o controlo da tua conta bancária ao Isaltino?
-..... eu não!
- Então, se ele não é de confiança para gerir as tuas contas, como é que lhe podes confiar os milhões da câmara que além de serem teus e de todos, devem servir para o bem da população e não para o seu proveito pessoal?
Fez-se silêncio e o assunto eleições autárquicas não voltou ser tema de conversa de almoço.
Porque é que é assim tão difícil entender que seriedade e honestidade dos governantes tem que estar sempre em primeiro lugar? Como é que as pessoas podem confiar o destino do lugar em que vivem e em última análise o seu destino e o dos seus, nas mãos de alguém a quem não confiariam os seus bens?
Jorge Soares
A honestidade, do termo latim honestĭtas, é a qualidade do que é honesto. Portanto, a palavra faz referência àquele que é decente, íntegro, recatado, reservado, razoável, justo, probo, recto ou honrado
Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora.
Nos últimos dias tenho-me sentido mais ou menos extraterrestre, deve haver neste país umas três pessoas que acham que pedir facturas é positivo para o país, bom, eu sou uma delas. O resto do mundo já seja porque:
-tem raiva ao governo,
-não tem valor para enfrentar os comerciantes,
-acha que não lhe traz beneficio nenhum,
-acha que os impostos ficam melhor no bolso dos comerciantes que no Estado
-acha que com as facturas o governo vai invadir a sua privacidade
- etc...
Cada um inventa a desculpa que lhe dá mais jeito e há para todos os gostos.
Hoje à hora do almoço discutiu-se o assunto e no fim todos estávamos de acordo em que é tudo uma questão de honestidade, o problema é que o meu conceito de honestidade é ligeiramente diferente do do resto do mundo.
Para mim o facto de o governo não ser honesto não serve para me limpar a consciência, parece que para a maioria das pessoas isto não é tão claro. Parece que como o governo não sabe ou não quer aplicar o dinheiro da forma mais correcta, isto serve de desculpa para que o resto do mundo deixe de ser honesto.
Para mim é muito simples, eu fui educado com regras, aprendi que as leis são para se cumprir, os impostos são para se pagar e o que é dos outros não é para se roubar.
Para mim quem não paga os seus impostos, quem vive de biscates sem nunca declarar nada ao estado, quem coloca o dinheiro na caixa sem o registar, quem é cúmplice e não pede facturas, está a roubar o estado... ou seja, está-me a roubar a mim e definitivamente, não está a ser honesto... mas isso é para mim, para os outros eu não sou honesto, sou parvo... é que como o governo não é honesto, ninguém tem que o ser.
Éramos uns seis à mesa e no fim fiquei com a sensação de que era o único ali que pensava assim.... ora, assim de repente percebi porque é que o país está assim... e porque é que achando que os políticos não são honestos, a maioria continua a votar neles... a malta vota nos seus.
Como não consigo deixar de ser honesto, o melhor mesmo é pensar em mudar-me para outro sitio qualquer onde a maioria pense como eu.. e não em roubar ao estado.
Jorge Soares
PS: e não, cantar o Grândola Vila morena não nos torna melhores, na maior parte dos casos só nos torna mais hipócritas, porque na realidade não acreditamos naquilo que o Zeca dizia.