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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Todo este barulho à volta do dinheiro que ganham os futebolistas e dos carros que eles compram, fez-me lembrar uma história que se passou comigo há uns anos atrás.
Um dos meus colegas de outra área descobriu vá lá a saber-se como, o valor do meu salário, um dia em que estávamos em amena cavaqueira à hora do almoço saiu-se com uma boca parva que tinha a ver com os gajos da informática que ganhavam o dobro dele... não me imutei virei-me para ele e perguntei:
- Tu sabes qual é a diferença entre o que tu fazes e o que eu faço?
- Isso não sei, mas sei que ganhas bem mais que eu!
- A diferença é que eu posso sentar-me no teu lugar e em meia duzia de dias consigo sem problema nenhum fazer tudo o que tu fazes, tu bem que te podes sentar no meu lugar e estar lá o tempo que quiseres, sem passares uns anos a queimar as pestanas na faculdade, duvido muito que consigas fazer 10% do que eu faço.
Embrulhou e alguém mudou de assunto.
Se calhar é defeito e explica muitas coisas, mas se há algo que não me faz perder um segundo do meu tempo é aquilo que os outros ganham ou deixam de ganhar, se é ganho com o fruto do seu trabalho e se esse trabalho é honesto, a mim não me diz respeito... não tenho nada a ver com isso e não tenho inveja nenhuma, nem do salário, nem do que as pessoas fazem com ele.
Há uns tempos atrás veio da Venezuela para a Galp um expert em refinação de produtos petrolíferos, veio ganhar 10 vezes mais que qualquer outro engenheiro português, meio ano depois tinha revolucionado a forma como se tratavam as ramas dos combustíveis e a empresa conseguia extrair quase o dobro do rendimento do petróleo que entrava na refinação, será que alguém acha que ele veio ganhar a mais?
Sobre o que ganham os futebolistas, se lhes pagam isso é porque há quem ache que o merecem, a vida é feita de escolhas, com a idade em que o Cristiano Ronaldo escolheu sair de casa e vir para Lisboa sozinho, longe da família e dos amigos, eu escolhi ir trabalhar e estudar, ele achou que o seu futuro era a dar pontapés na bola e tinha razão, eu achei que o meu futuro estava no trabalho e nos livros... não tive o sucesso dele... mas tenho a certeza que a jogar à bola também não ia lá.
O mesmo se aplica à forma como cada um utiliza o seu dinheiro, o Cristiano Ronaldo ia para o estágio num Lamborghini de 300 mil euros... e depois? Acham mesmo que o rapaz deveria ter comprado um Fiat punto só para não despertar a inveja de quem também quer mas não conseguiu lá chegar? Mas afinal o dinheiro serve para quê? Se o dinheiro é dele, se ele gosta de carros, porque raio é que não os pode comprar e utilizar, só se for para não estar sujeito às bocas parvas...
Ai esta inveja
que faz da vida um fado
viver a paz dos outros
como fosse nosso pecado.
Ai esta inveja
escondida numa varanda
parece sorte fingida
à espreita de quem abranda.
Ai esta inveja
que faz tanto amigos
torna as melhores pessoas
nos nossos piores inimigos.
Ai esta inveja
parece grande doença
Ai esta inveja
Malfadada sentença
Ai esta inveja
Onde esta gente rasteja
Inveja dos que nem vivem
Só para ver outros caírem.
Não sei o autor
Jorge Soares
PS:Diz a minha meia laranja, eu não ouvi, que hoje e a propósito do post sobre a derrota com a Alemanha, eu fui citado na rádio pelo senhor Pedro Rolo Duarte... agora morram de inveja
Já lá vão quase dois anos, era um daqueles dias em que não tinha mesmo nada para dizer, já tinha dado o post e o dia por perdidos ... até que a Cigana apareceu no messenger ... saiu um daqueles posts escritos de rajada e em 5 minutos, Mijam de pé sim era o titulo ... hoje um post da Sofia Rijo no A vida de saltos altos fez-me lembrar esse dia .. o essencial do meu post era o seguinte:
... esta conversa toda fez-me lembrar um livro que li de uma só vez numa noite de natal, comecei a seguir ao jantar e terminei por volta das 5 da manhã... acho que foi o único livro que li de uma só vez, de fio a pavio. O amor dos tempos de cólera, de Gabriel Garcia Marquez. Há uma parte da historia em que o protagonista fala das coisas que fez por amor, começou por falar dos concursos de urinar mais longe ou com mais pontaria, da forma como conseguia acertar no gargalo de uma garrafa a dois ou três metros de distancia, e sem deixar cair um pingo para fora... e terminou a dizer, que por amor, quando a idade fez com que essa pontaria e precisão começassem a falhar, e porque a sua amada não gostava dos pingos na sanita, ele mijava sentado.
Como podemos ver, gajo que é gajo mija de pé, mas por amor fazemos qualquer coisa, até mijar sentado..e estamos a falar de um qualquer macho latino-americano.... e de uma das mais belas histórias de amor que já se escreveram.
Mas dizia a Cigana, que gaja que é gaja mija sentada.... foi aí que me lembrei da dona Alzira, que morava numa casa muito velha e que alguma vez fora pintada de um cor de rosa escuro. A Dona Alzira era uma mulher dura, sozinha amanhava todo o quintal à volta da casa, batatas, cebolas, favas, tremoços, milho, feijão, abóboras.. tudo. No Outono víamos a Dona Alzira chegar do monte, carregada com troncos que ela mesma converteria nas achas que assegurariam o calor para combater o frio inverno que só nas casas antigas se consegue sentir.
Frente à velha casa de rosa desbotado, havia um largo onde com improvisadas balizas jogávamos à bola, um dia, quando a meio do jogo a bola fugiu para o quintal da dona Alzira, calhou-me em sorte subir ao muro para a ir buscar. Subi e olhei, a Dona Alzira preparava os regos para plantar as batatas, de repente parou, abriu as pernas e por entre as longas saias que chegavam quase até ao chão, ouvi a longa cascata..... amiga Cigana, talvez fossem outros tempos, os tempos em que se utilizavam sete saias mas não se utilizavam cuecas, mas ao menos nesse tempo, as mulheres mijavam de pé!
Os comentários são simplesmente deliciosos, muito mais divertidos que o post em si... mas destaco este da Smootha:
Ó Jorge... Tu e a Cigana devem ler pensamentos... (bem, ela deve ter bola de cristal )
Sempre que está frio, é quando mais vontade tenho de fazer visitinhas ao wc.
E como é de calcular, quem se senta para fazer o seu xixizito, tem de expôr o rabiosque à temperatura exterior...
Ora hoje, após a 3ª ou 4ª mija, lembro-me de estar sentada na sanita e pensar: "Que inveja dos gajos... mijam de pé!"
Ao contrário do que diz a Sofia Rijo no seu post... pelo menos no inverno... há quem tenha alguma inveja.
Mas há quem tenha pensado no assunto, aposto que foi uma mulher....e para que deixem mesmo de ter frio... alguém inventou isto: