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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
É verdade que todos temos direito à presunção da inocência, ninguém é culpado até que a sentença transite em julgado, é e deve ser esse o espírito da lei... e em caso de duvida beneficia-se o réu... terá sido isso o que fez com que Isaltino Morais saísse em liberdade após pouco mais de 24 horas.
Escrevi a frase acima neste post no dia 2 de Outubro de 2011, na altura Isaltino esteve "preso" durante umas horas, tempo suficiente para que os seus advogados conseguissem provar que ainda havia mais uns recursos e subterfúgios legais que permitiam não provar que ele era inocente, mas que havia motivos para seguir em liberdade.
Segundo o Público, "em Março deste ano, o Tribunal Constitucional recusou um último recurso do autarca que suspendia a pena na sua execução, o que deixou nas mãos do Tribunal de Oeiras a decisão de ordenar o cumprimento da pena de dois anos de prisão efectiva a que foi condenado."
Diz a mesma noticia que existem ainda pendentes mais dois recursos e outras reclamações sobre a suposta prescrição das penas.
Veremos se daqui a nada não tenho que voltar a escrever a mesma frase, pelo que todos sabemos a sentença que condenou este senhor já transitou em julgado há muito tempo, já não é uma questão de inocência ou não, é muito difícil para mim e para o resto dos comuns mortais perceber como é que passado tanto tempo, tantos recursos perdidos, tantos tribunais e tanto dinheiro gasto já seja por ele ou pelo estado, este senhor não só continuava livre, como continuava a ser presidente da câmara.
É sobretudo por casos como este que a maioria da população portuguesa olha de lado para a justiça que temos, era bom que finalmente fosse dado um sinal de que ainda há algo de positivo.... veremos.
Jorge Soares
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Gloria Araújo diz que não é o facto de ter sido apanhada a conduzir com uma taxa de álcool de 2.4, quase cinco vezes acima do nível legal permitido, que a deve fazer renunciar ao cargo de deputado...
Bom, se há quem roube gravadores a jornalistas, seja até condenado por isso e não só não renuncie ao cargo como volte a concorrer nas listas do seu partido e volte a ser eleito, porque é que ela havia de renunciar só pelo facto de ter conduzido com uns copos demais?.. curiosamente, ambos pertenciam à comissão de ética... o que se calhar explica muitas coisas.
Já agora, imaginemos que em lugar de ser apanhada pela polícia, a senhora que com 2.4 de álcool no sangue estava claramente ébria, tinha atropelado e matado alguém, será que olharíamos para a situação com a ligeireza com que olhamos agora?
Se calhar até é verdade que a senhora nem costuma beber tanto, mas naquele dia bebeu e depois de o fazer assumiu uma atitude completamente irresponsável quando mesmo assim decidiu conduzir.
Há muita gente neste país que se esquece que tal como a mulher de César, quem tem a responsabilidade de exercer cargos públicos não só deve ser sério, deve também parecer.
Já agora, se as eleições fossem uninominais, alguém votaria nesta senhora ou em deputados que roubam gravadores?.. se calhar a resposta não é assim tão simples, afinal o Isaltino continua a ganhar eleições e o Adelino Ferreira Torres até se vai voltar a candidatar...
Jorge Soares
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É verdade que todos temos direito à presunção da inocência, ninguém é culpado até que a sentença transite em julgado, é e deve ser esse o espirito da lei... e em caso de duvida beneficia-se o réu... terá sido isso o que fez com que Isaltino Morais saisse em liberdade após pouco mais de 24 horas.
Estive a reler os posts que já escrevi sobre este assunto, um deles mereceu até um comentário num blog da primeira divisão em que alguém me avisava que era prematuro eu estar a atirar foguetes antes de tempo, porque ninguém é condenado, antes de o ser...e até ao lavar dos cestos .... tudo pode acontecer... quer-me parecer que eu devia ter dado ouvidos ao ilustre bloguer.
Acho que a estas alturas já meio mundo terá percebido que para Isaltino e a sua defesa, o lavar dos cestos termina quando os crimes prescreverem, a forma como meticulosamente esperam até ao ultimo momento para dar entrada dos recursos, mostra que mais que mostrar a inocência, o que se tenta é o arrastar do processo, dar tempo ao tempo, deixar que as pessoas esqueçam e que a justiça não faça o seu trabalho.
Hoje no Público alguém diz que existe a possibilidade de os crimes pelos que o senhor foi julgado e condenado podem prescrever em 2012, isso explica muitas coisas.
Ninguém me tira da cabeça que o senhor há muito que deveria ter tido vergonha na cara e abandonado a governação da Câmara de Oeiras, todos somos inocentes até prova em contrário, mas será que a prescrição dos crimes torna alguém inocente? para mim não.
Mas muito mais triste que tudo isto é ver as entrevistas de rua em Oeiras e ouvir muita gente que diz: "ele não tira só para ele", ou "ele tira mas faz muitas coisas", ou " ele tem obra feita, ninguém é perfeito". Depois de ouvirmos coisas destas, o que podemos esperar dos nossos governantes?, se já nem exigimos que sejam sérios e honestos, como nos podemos espantar com coisas como as que acontecem na Madeira?, entramos no reino do vale tudo? A partir de agora tudo será permitido a quem nos governa desde que façam umas rotundas e umas fontes?
Triste o país em que os cidadãos já não tentam mostrar que são inocentes e sim aproveitar as falhas do sistema para saírem impunes, e pobre do povo que ante esta atitude, bate palmas.
Jorge Soares