Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
O João Tamura enviou-me um mail para o endereço do Musica Portuguesa com uma humildade enorme a pedir-me para ouvir e publicar uma das suas músicas, esta, eu ouvi e depois ouvi outras e fiquei encantado, e pedi ao João que me enviasse um pequeno texto de apresentação para fazer um post sobre ele e a sua música e ele enviou o seguinte:
"sou joão tamura desde o ano de 1993. aos 14 anos, no bairro dos Olivais Sul, em Lisboa, experimentei pela primeira vez a música. desde então, escrevo e canto pedaços de mim. pedaços dos mundos por onde viajo e fotografo. pedaços algo íntimos do que sou."
Pronto, a sua música fala por ele, aqui com Catarina Sampaio em doces nadas:
Letra
falar sobre amor ou ter-te em mim amor é igual, para ti.
somos só nós e o que raio somos nós? pedaços de pó, em mim.
durmo para não existir amor, isto é foder ou é amar ou é sentir? a saudade é o teu perfume, e nós rasgamo-nos pelo ciúme estranha forma só de amar sem conhecer o que raio nos une é morrer numa alvorada o teu corpo é do silêncio e tu estás tão cheia de nadas hoje... um coração de um leão de barro rasgamos esta carne mais um bocado... e eu decidi ser escritor ou falador sobre o amor porque eu sei bem a saudade e amor eu sei que eu sou tão pouco mentimo-nos de dia. dançamo-nos só à noite o que raio sem mim és tu? e não há espaço em mim para a morte e são os segredos da cidade onde tu passeias e tu escondes todo o silêncio atrás de lingerie vermelha e são as almas desses homens que os teus olhos comem e tu és onde os meus sonhos morrem...
saudades do mar e o mundo é dos dois. ou foi.
e somos o quê? pedaços de ti? o que foi de mim, morreu.
sangue que eu não sei a noite és tu Vais com o vento, assim.
agir sem saber crescer sem agir quando eu fui de ti, morri.
escrevo para existir e depois há a saudade e o não saber viver sem ti um coração a corda e eu carrego em mim a noite quando morre, acorda. os meus pais foram os lobos comemos esta cidade. a vida é o que foi morremos com a idade e amor até que existas dói-me pões-te bela para esse mundo e o teu corpo cheira a segredos e tu sabes tanto a silêncio... é o medo.