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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
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Já aqui falei de 4 livros de Joanne Harris, já li outros para além desses 4, é a autora de um dos melhores livros que já li, Chocolate, que por sua vez deu origem a um excelente filme que também vi e até já revi com um enorme prazer. Os seus llivros não tem a magia do realismo mágico latino de que tanto gosto, mas tem uma magia diferente, talvez seja a influência do romance suave e subtil de chocolate, mas enquanto os leio termino sempre por pensar em grandes histórias de paixão nas margens de algum rio francês.
Como tem acontecido últimamente, foi a R. que o escolheu para mim, isto de que uma miúda de 14 anos me escolha os livros falará muito bem ou muito mal de mim? Foi um dos que levei para as férias... curiosamente umas férias em que a paisagem me recordou muito do que já li desta autora que nos consegue transportar para a França rural.. que descobri agora, existe mesmo como é retratada em Chocolate.
Maligna é o primeiro livro de Joanne Harris, talvez por isso tem pouco a ver com tudo o que ela escreveu depois, mas não deixa de ser um livro que nos prende da primeira à última página.
A história é narrada a duas vozes, por Rosemary e por Daniel Holmes que através dos diversos capítulos nos levam às vidas de Alice, Ginny e Joe.
Daniel é um jovem com 25 anos, intelectual e pacífico que vê a sua vida mudar no dia em que, de forma heróica, salva Rosemary de uma morte certa no rio. Rosemary é uma rapariga estranha, aparentemente frágil e vulnerável, é dona de uma beleza etérea, que deixa Daniel completamente apaixonado. Provoca no jovem uma impressão tal que Daniel nunca mais será o mesmo.
Cerca de 50 anos depois de Daniel ter salvo a vida de Rosemary, é-nos apresentada Alice, uma artista e pintora promissora que perdeu a capacidade de ser feliz no dia em que o namorado Joe, a abandonou. Quando este lhe liga, passados três anos sem dar notícias, para lhe pedir um favor que envolve Ginny, a sua nova namorada, Alice não lhe sabe dizer que não e acaba por ser arrastada para o meio de uma história de terror, com personagens sinistras e assustadoras.
O livro conta-nos uma história de vampiros, sem que, como nos conta a própria Joanne no prefácio, estes sejam alguma vez nomeados, é uma história que envolve sangue, mortes e investigações policiais, mas que apesar da crueza de alguma descrições, não deixa de ser de leitura fácil e agradável até para quem não aprecia este género de coisas.
É sem dúvida um excelente livro que recomendo.
Sinopse:
Algo dentro de mim recorda e não esquecerá...
Alice e Joe têm em comum a paixão pela arte - ela é pintora e ele é músico - e, em tempos, estiveram também unidos pelo amor que sentiam um pelo outro. As suas vidas seguiram diferentes rumos, mas o reencontro é inevitável. Joe tem agora uma nova namorada, Ginny, que provoca em Alice uma intensa perturbação. A beleza etérea e singular de Ginny repele-a, e o seu sinistro grupo de amigos atemoriza-a. Os hábitos estranhos da jovem deixam Alice suficientemente inquieta para levar a cabo uma investigação por conta própria. E o que descobre vai mudar tudo. Ginny tem em seu poder um velho diário que conta a trágica história de amor de Daniel Holmes e Rosemary Virginia Ashley, cujo poder de sedução não conhece limites. Só que Rosemary morreu há meio século... mas o seu magnetismo não está certamente extinto. À medida que as histórias se entrelaçam, passado e presente fundem-se; Alice apercebe-se de que o seu ódio instintivo em relação à nova namorada de Joe pode não se dever apenas ao ciúme, já que algo em Ginny a arrasta irremediavelmente para um universo de insondável obsessão, vingança, sedução e sangue...
Jorge Soares
Há muito que não falo de um livro.... também quem costuma reparar ali para os livros da barra lateral pode ver que os livros que lá estão são os mesmo há muito tempo... é verdade, tenho descuidado as leituras, os blogs, as fotografias, os miudos....são muitas coisas....
Tenho pendente o meu comentário à adopção por homossexuais...e as minhas respostas ao amigo Rolando do Entremares, mas ainda não assentei as ideias todas... já lá irei.
Vamos ao livro? Comecei a ler este livro no Hospital do Outão, num dos dias em que estive horas para ser atendido na consulta.... uma manhã à espera deu para ler quase metade. Não sou de abandonar livros a meio..mas confesso que este não me seduziu. Li algures que este foi o livro da transição da fase Inglesa para a fase Francesa da Joanne Harris e se não me engano era o unico que não tinha lido desta autora.
É um livro estranho, violento, um retrato gótico da Inglaterra Victoriana, uma história fria e forte. Henry Paul Chester é um artista vitoriano cujo passado esconde um segredo terrível que deixou marcas profundas nele próprio e na sua arte. A sua obsessão em pintar raparigas jovens e "inocentes" vai conduzi-lo a Effie, uma menina de nove anos, que passa a usar como modelo. Mas além de a utilizar como seu modelo exclusivo educa-a para mais tarde ser a sua mulher. Anos depois, Effie e Chester casam e é precisamente neste momento que a relação entre ambos azeda. Henry não aceita que Effie cresceu, que já não seja uma menina de traças e bibe e que reclame o seu papel de esposa e de mulher. Henry quer mantê-la numa redoma de vidro, quer só e sempre uma menina, tenta por isso mantê-la drogada e longe de tudo o que a faz sonhar, os seus livros, a poesia que ela adora. Effie procura então consolo junto de um rival de Chester, o inescrupuloso Moses Zachary Harper, que vai dar asas á sua imaginação e com quem cria uma enorme cumplicidade. Mas não vai ser ele a confortá-la e sim Fanny Miller, a dona de um bordel, que revê na doce Effie a filha assassinada dez anos antes. Juntas tentam e conseguem desvendar o sinistro passado de Henry Chester e tramam um sinistro plano para o desmascarar. No entanto o uso da magia, dos opiáceos, não vão dar exactamente ao rumo que traçaram e o fim é ainda mais tenebroso, cruel e surreal do que alguma vez se poderia imaginar. Apaixonante, violento e ao mesmo tempo terno, só mesmo Joanne Harris para o escrever, e aqui está a contradição, por um lado impossível ligá-lo a chocolate, por outro a sua extrema sensibilidade.
Demorei quase meio ano a retomar a leitura....e reconheço que a ultima parte conseguiu atrair aminha atenção...... é um livro com uma atmosfera diferente, Para quem leu Chocolate ou A praia roubada, poderá ser um livro estranho...mas não deixa de ser um bom livro.
Jorge
Framboise regressa ao lugar donde nasceu, à velha quinta da família donde tudo se tinha passado, com outro nome, tenta passar despercebida, passar ao lado das velhas cicatrizes, das recordações da mãe. dos amigos, das pessoas.
Framboise é agora uma viúva que partindo da única herança que a mãe lhe deixara, um velho livro de receitas, abre um restaurante e pouco a pouco vai conquistando a confiança e o afecto das pessoas da velha vila...
À medida que vai lendo o velho livro, vai abrindo uma caixa de Pandora, de donde vão saindo os segredos da sua relação muito difícil com a mãe, doente e dependente das drogas, que ela aprendera a manipular.
Pouco a pouco vamos descobrindo a vida de uma Framboise criança, que cresceu na época da ocupação nazi da França, da sua relação com Tomas, um soldado alemão.
Um livro que prende pelo detalhe, pelas descrições minuciosas, como é apanágio da autora, se no chocolate conseguíamos sentir o cheiro e o sabor do chocolate, neste podemos sentir os aromas do campo francês, dos cozinhados, das especiarias...e sobretudo, das laranjas.
Este é um excelente livro, muito bem escrito, que nos consegue prender do inicio ao fim da história.
Quero mais uma vez deixar um enorme beijinho à Mafalda por toda a sua simpatia e porque se deu ao trabalho de me enviar o livro.... ainda há pessoas simpáticas.
Hoje temos um Vídeo... escolha da FlordeLiz.... desculpem os puristas, eu sei que é dos Pnk floyd, mas eu gosto desta versão.
Mother - sinead O' connor
Jorge
PS:Imagem retirada da internet