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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
Já aqui falei muito mal de um livro do José Rodrigues dos Santos, foi sobre o Sétimo Selo, um livro que me desiludiu completamente e que fez com que não voltasse a ler nada deste escritor.
Não fazia a mínima ideia de que havia um novo livro do senhor no mercado até que ao fim do dia me deparei com o seguinte no Público online:
Igreja Católica arrasa o último romance de José Rodrigues dos Santos
O livro chama-se o Último Segredo e só pela ira que pelos vistos causou na cúpula da igreja católica Portuguesa, deve ser digno de se ler. Em circunstâncias normais seria mais um livro que me passaria ao lado, depois deste barulho todo, fiquei curioso... quem sabe e até gosto do livro e recupero a vontade de ler este escritor.
A igreja católica não escarmenta, com tanto barulho, não só mostraram ao mundo que o José Rodrigues dos Santos tem um novo livro, como deixaram meio mundo com vontade de o ler. A última vez que tinha havido um tal burburinho foi com o Caim de José saramago (ver aqui), é claro que JRS não é Saramago, mas aposto que neste momento deve andar com um sorriso de orelha a orelha, é que publicidade deste tipo não é para qualquer um... aposto que este livro bate por longa distância a tiragem de todos os anteriores.
Update: A resposta de José Rodrigues dos Santos aqui
Jorge Soares
A Distancia não permitia a Caim perceber a violência do furacão soprado pela boca do senhor nem o estrondo dos muros desabando uns após outros, os pilares, as arcadas, as abóbadas, os contrafortes, por isso a torre parecia desmoronar-se em silêncio, como um castelo de cartas, até que tudo acabou numa enorme nuvem de poeira que subia para o céu e não deixava ver o sol. Muitos anos depois se dirá que caiu ali um meteorito, um corpo celeste dos muitos que vagueiam pelo espaço, mas não é verdade, foi a torre de babel, que o orgulho do senhor não consentiu que terminássemos. A História dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.
José Saramago em Caim.
À falta de melhor, hoje na RTP as noticias sobre o Haiti durante longos minutos versaram o religioso, primeiro a missa ao lado do que resta da catedral, depois a visita a um sacerdote Vudú, uma festa evangélica com muita gente e de novo as pessoas na Catedral... O José Rodrigues dos Santos ficou de certeza com tema para mais um ou dois dos seus livros.
Estava a ouvir as pessoas e não pude deixar de dar por mim a pensar em Saramago e no Caim que estou a ler, e não pude deixar de me lembrar de algumas passagens que já li. Quando escrevi o primeiro post sobre a tragédia que assolou este país que há muito tinha sido esquecido pelo mundo, houve uma frase que decidi retirar mesmo antes de carregar em Publicar, a frase dizia:
-Se duvidas houvesse, está visto que deus não existe!
Retirei a frase porque na verdade a mim não me restam dúvidas e era de ajuda que queria falar naquele dia.
A verdade é que se juntarmos a tragédia às palavras sobre deus que ouvi hoje na reportagem, tudo isto podia ser mais um capitulo do livro de Saramago, com José Rodrigues dos Santos no papel de Caim. Porque o livro é assim, um conjunto de reportagens sobre os principais capítulos da bíblia, sobre deus, o homem e a relação entre ambos, uma relação feita de provas, desafios, prémios e castigos.... nada que não tivéssemos visto todos na bíblia, mas raramente com olhos de ver.
Este é um livro bem escrito, eu não sou grande fã da escrita do Saramago, mas reconheço que este é um excelente livro.
Quanto à história, ou às várias historias, a mim que sou ateu não me dizem muito, há muito que olho para a bíblia como um enorme guião para filmes de Hollywood, para quem acredita, talvez deveria ser um livro a ler com alguma atenção, há sempre outras formas de interpretar o livro que para muitos é sagrado.... esta é tão ou mais válida que outra qualquer.
Em suma, um bom livro, que a mim por vezes me fez sorrir pela clareza das conclusões, um livro que polémicas à parte, vale cada cêntimo que pagamos por ele.
Jorge Soares
Uma das minhas prendas de natal foi "O sétimo Selo", o livro de José Rodrigues dos Santos, tinha lido os anteriores e gostado muito, este para mim foi uma enorme desilusão.
Para um livro com enredo que gira à volta do aquecimento global, bem que o escritor podia ter contribuído para diminuir esse problema, o livro podia ter menos um terço das páginas, a evolução da concentração de monóxido de carbono na atmosfera e os seus efeitos é descrita três vezes, a explicação sobre as reservas petrolíferas é dada duas vezes, a partir do meio o livro torna-se repetitivo. Não sei se as editoras pagam à página impressa, mas este livro podia ter menos um terço das páginas, contava a mesma história e sempre se poupavam uns milhares de arvores.
Já agora, a imagem da capa do livro, chama-se The Essence of Imagination ” e é uma montagem fotográfica de Ralph A. Clevenger e segundo este site , foi imaginado para representar o conceito de que aquilo que vemos nem sempre é o que imaginamos....como o livro!.
Imagem retirada da internet.
Jorge