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Imagem de aqui 

 

Todos conhecemos pessoas que passaram por processos de divórcio, há casos e casos mas na maioria as separações são sempre dolorosas e há sempre alguém que passa do amor ao ódio e que torna a separação numa guerra aberta em que os generais são os advogados e os peões os filhos quando os há.

 

Na Alemanha há um senhor que decidiu levar à letra a sentença proferida pelo juiz e que determinava que todos os bens deviam ser divididos exactamente a meio, chateado porque achava que lhe estavam a ser tirados os bens que ele tinha adquirido com o suor do seu trabalho, munido de regra e esquadro e de uma serra eléctrica, cortou literalmente a meio tudo o que tinha que dividir. Mesas, cadeiras, camas, televisores, até o carro, tudo foi dividido exactamente a meio... tal e como dicatava a sentença.

 

Teve o cuidado de gravar tudo em vídeo, o resultado pode ser visto aqui:

 

 

Ninguém o pode acusar de não cumprir o estipulado, gostava de ter visto a cara da senhora ao receber a parte dela..

 

Já ouvi muitas histórias de divórcios mais ou menos litigiosos, mas a forma mais justa e inteligente de dividir as coisas foi a ideada por um senhor que mal sabia ler e escrever, na hora da verdade virou-se para a ex-mulher, que já estava a fazer as contas aos muitos terrenos e bens, e disse-lhe:

 

- Não há problema nenhum, um divide as coisas  em dois grupos e o outro escolhe o grupo que preferir, preferes dividir ou escolher? 

 

Jorge Soares

publicado às 22:50

Na FIFA no pasa nada!

por Jorge Soares, em 28.05.15

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Imagem de aqui

 

O futebol é pródigo em criar figuras, na sua grande maioria o mais perto que estiveram do jogo foi nas tribunas vips dos estádios, mas estão sempre por perto quando se assinam contratos milionários já seja com jogadores ou com patrocinadores.

 

Blatter é o exemplo fiel destas eminências pardas, economista de profissão, não consta que alguma vez tenha sequer jogado futebol, mas teve o engenho suficiente para durante o consulado de João Havelange saber mover as peças de forma a em 1998 ser eleito o sucessor do brasileiro e manter-se no poder até agora.

 

O que acontece na FIFA não é de agora, desde há muito que a troca de influências e até a compra de votos principalmente na eleição dos países sede dos mundiais, são muito mais que um rumor, só é difícil de perceber como é que com tanta gente a comentar e a falar do assunto, só agora alguém decidiu tomar medidas.

 

Ontem a única opinião em contra do que está a acontecer na Suíça veio da Rússia, os dirigentes russos acusam os Estados Unidos de estarem a impartir justiça fora do seu país. Não será por acaso que a eleição da Rússia como organizadora do próximo mundial está no centro do furacão.

 

A escolha do Qatar como sede do mundial de 2022, um país sem estádios, sem futebol e com temperaturas no verão a rondar os 50 graus, é outro exemplo de como se fazem as coisas na FIFA. Para além do governo do Qatar e dos dirigentes da FIFA, ninguém acha que o mundial se deva jogar lá, mas o certo é que foi este o país eleito, e nem as provas de que os estádios e infra-estruturas estão a ser construídas com recurso a mão de obra escrava, conseguem convencer os todo poderosos senhores que mandam no futebol mundial de que há algo de errado.

 

Não acredito que  o timing escolhido pelas autoridades Suíças e Americanas para deter os suspeitos tenha sido inocente, as eleições da FIFA são amanhã, a prisão de vice presidentes e outros dirigentes destacados da cúpula do futebol mundial deveria ser um sinal claro para Blatter e sus muchachos.

 

Num mundo normal ante um escândalo como este Blatter, afinal o principal responsável, pediria a demissão e as eleições seriam adiadas até ao aparecimento de candidatos sérios, mas na FIFA e no futebol nada parece ser normal. Não só se mantém as eleições como continua a ser quase garantido que o senhor será reeleito e talvez com uma ou outra mudança de cara, vai ser difícil que quem está preso tome pose nos cargos, tudo continuará igual.

 

E há quem ache que estas coisas só acontecem por cá.

 

Jorge Soares

publicado às 22:39

ManuelLuísGoucha.jpg

 

Imagem de aqui

 

"Entre outras observações, Manuel Luís Goucha não aceita que a juíza tenha dito que ele se “põe a jeito de piadas”, nomeadamente por ter “atitudes e roupas coloridas, próprias do universo feminino”."

 

Não tinha ouvido falar deste caso, aliás, não gosto lá muito do Goucha e tirando a sua participação num dos programas sobre candidatos a chefes de cozinha, não me lembro de ter visto outro dos programas em que ele aparece... mas isso não me impede de achar que tal como qualquer outra pessoa, ele tem direito à sua vida privada e merece o mesmo respeito que qualquer outra pessoa.

 

O caso remonta a 28 de Dezembro de 2009, no programa da RTP2 “5 para a meia-noite”, Goucha, que poucos dias antes tinha revelado a sua homossexualidade,  foi eleito por Filomena Cautela como a  “a apresentadora do ano”, concorria com  Cláudia Vieira e Carolina Patrocínio.

 

O apresentador não gostou e decidiu processar o programa, foi aí que apareceu a juíza citada acima que pelos vistos tem um modo muito peculiar de interpretar as leis e que baseada entre outras coisas no facto de  ele ter" atitudes e roupas coloridas, próprias do universo feminino", decidiu  a favor dos apresentadores do programa e contra Goucha.

 

Entendo a revolta de Manuel luís Goucha e entendo muito bem a sua decisão de apresentar queixa contra o estado português. Até posso conseguir entender o que se passou no 5 para a meia noite, que afinal era um programa em que se fazia humor, nem sempre bem conseguido, mas humor, mas não há forma de conseguir entender os comentários da juíza.

 

A forma como a juíza se expressa é claramente discriminatória e preconceituosa, que alguém se vista de forma mais ou menos vistosa ou que diga mais ou menos piadas, não pode ser motivo nem de preconceito nem de discriminação. Eu não percebo nada de leis, mas não estou a ver qual é a lei que permite que uma pessoa seja achincalhada devido à forma como se veste, se expressa ou aos seus gostos e preferências sexuais.

 

Depois de casos como este, ou como este de que falei aqui, ou de este outro de que falei aqui, ou este outro de que falei aqui, é caso para perguntar: O que se passa com os juízes deste país?

 

Jorge Soares

publicado às 22:41

Sócrates e a justiça em vivo e em directo

por Jorge Soares, em 23.11.14

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Confesso que não era dos que acreditava que fosse possível estar a acontecer o que está a acontecer com Sócrates, não porque ache que o homem seja um santo, mas porque vendo o que aconteceu em casos como o do BPN, o da compra dos submarinos (na Alemanha há pessoas condenadas por corrupção)  e mais recentemente no BES, tinha sérias dúvidas na eficácia da nossa justiça quando se trata de pessoas importantes e poderosas.

 

A julgar pelo que aconteceu nas duas últimas semanas, parece que a maré está a virar, primeiro foi o caso dos vistos Gold em que caíram vários altos funcionários do estado e agora foi este caso do Sócrates. Esperemos que muitos outros casos se sigam, que não haja impunidade e que sejam julgados e condenados todos os que de uma ou outra forma estiveram no estado n para servir o país mas para se servir a si próprios.

 

Com o que não consigo concordar é com o autentico circo mediático que se montou à volta de tudo isto. Não se sabe bem como mas havia uma cadeia de televisão presente no momento da detenção,  na manhã seguinte, já havia jornais que sabe-se lá como, tinham tido acesso a elementos do processo que deviam estar em segredo de justiça. Chegou-se ao cúmulo de entre os nomes dos detidos haver o de uma pessoa que nada tinha a ver com o assunto, o suposto administrador de uma empresa farmacêutica, era afinal o motorista de José Sócrates.

 

É evidente que com todo este barulho e com tantas certezas, há muita gente feliz e a festejar como se o processo já tivesse decorrido e o homem tivesse sido condenado, quando afinal a procissão ainda nem saiu do adro e isto nem começou... é incrível como há muitíssima gente, a começar por muitos jornalistas que desde a porta da garagem do tribunal ou das cadeiras das redacções, parece que já julgou e condenou.

 

Sou dos que acham que não pode haver impunidade, a justiça deve ser igual para todos, mas para além de fazer feliz a todos os que odeiam Sócrates, de que serve tudo isto? Ninguém é culpado antes do julgamento e por muitas certezas que tenham alguns e algumas jornalistas, das duas uma, ou tudo isto não passa de boatos para enganar o pagode, ou há muita gente que faz tábua rasa da lei e que acha que o segredo de justiça é só para inglês ver.

 

A justiça tem que funcionar, tem que ser justa e igual para todos, mas não pode ser um circo mediático nem se pode fazer em directo no horário nobre da televisão... e há jornalistas que deviam ter vergonha.

 

Por certo, alguém sabe o estado do caso dos vistos gold?

 

Jorge Soares

publicado às 21:47

Os juízes tem vida sexual?

por Jorge Soares, em 19.10.14

Justiça

 

O Supremo Tribunal Administrativo reduziu em mais de 60 mil euros a indemnização a pagar a uma mulher vítima de um erro médico, por entender que o sexo não é tão importante aos 50 anos como em idades mais jovens.

 

Sabíamos que os juízes do tribunal constitucional se reformam cedo e com a reforma completa, mas pelos vistos há outros que levam a palavra reforma um bocadinho mais longe.

 

Não é a primeira vez nem será de certeza a última que me pergunto em que leis se terão baseado os senhores que tomaram esta decisão, não percebo nada de leis mas duvido muito que exista alguma lei que decida a idade em que o sexo deixa de ser importante... até porque haverá de certeza  gente na casa dos vinte a quem lhe passa ao lado e muitos outros na casa dos cinquenta que dirão que são a idade e a experiência que dão outro sabor à vida e que poderá ser diferente, mas nunca menos importante.

 

No fim resta a dúvida, os juízes tem vida sexual?... há de certeza alguns que terão mais baixos que altos.. .depois dá em sentenças destas.

 

Update: entretanto li algures que os juízes que decidiram tem: 58 anos (uma juíza),   (64) e (66) anos.... está visto que estes já estão na reforma sexual e pelos vistos em lugar de num caso como estes usarem a lei com bom senso, julgam os outros por si próprios.

 

Jorge Soares

publicado às 22:40

Relvas e Passos Coelho

 

Imagem de aqui

 

Hoje ouvimos Passos Coelho dizer que vai pedir à procuradoria geral da República que investigue como foi a sua ligação à Tecnoforma, seria louvável não fosse o facto de a empresa ter desaparecido e até o contabilista já ter morrido.

 

Depois da trapalhada dos comunicados da assembleia da República em que ficamos a saber que o deputado Passos Coelho não tinha o regime de exclusividade mas afinal recebeu mais de 60 mil Euros por ter sido deputado em regime de exclusividade, não é de esperar muito mais desta investigação da PGR.

 

Com a empresa já falida, o desaparecimento de quem levava as suas contas, a falta de memória de Passos Coelho e a não obrigatoriedade de se guardarem os dados fiscais por mais de quatro anos, o que e onde irá a Procuradoria investigar?

 

Convenhamos que é difícil acreditar que Passos Coelho tenha trabalhado e dado a ganhar muito dinheiro a ganhar à empresa durante anos, à borla, (ver este link) , o primeiro ministro pode ser muito boa pessoa, mas há limites para  certas coisas que nos querem fazer crer.

 

Acredito que passados estes anos algumas coisas sejam difíceis de recordar, mas é difícil entender que, e dado que não restam dúvidas de que ele colaborou com a empresa, não se recorde se e quanto lhe pagavam, mais ainda quando em toda a vida se trabalhou para duas ou três empresas, como é o caso dele.

 

Entendo o suposto zelo de Passos Coelho e acho muito bem que estas coisas sejam investigadas por quem de direito, mas não percebo porque é que o primeiro Ministro não diz ao país preto no branco se foi ou não remunerado pelo seu trabalho para esta empresa e no caso de ter sido, porque recebeu os 60 mil Euros do parlamento.

 

No fim de tudo isto a imagem que passa para o país é que Passos Coelho chutou a bola para a frente e uma vez mais temos gato escondido com o rabo de fora ...  de novo se aplica a velha máxima da sabedoria popular, à mulher de César não lhe basta ser séria...

 

Jorge Soares

publicado às 22:41

Professores em protesto

 

Imagem de aqui

 

Um destes dias li o seguinte no Facebook:

 

Pega nesse copo.
-Peguei.
-Agora deixa-o cair ao chão. O que aconteceu?
-partiu
-Agora pede desculpa e vê lá se ele volta a ficar inteiro.

 

Achei que tinha que falar disto aos meus filhos, eles acham que pedir desculpa resolve imediatamente qualquer asneira ou problema em que se tenham metido e que a vida segue simplesmente como se nada tivesse acontecido.

 

Hoje quando pelo segundo dia consecutivo ouvi um ministro a pedir desculpa por uma asneira do seu ministério e a seguir em frente como se nada se tivesse passado, lembrei-me disto.

 

Ontem tinha sido a ministra da justiça a pedir desculpa pelas falha Citius, o já famoso do sistema informático da justiça que de um dia para o outro fez desaparecer os bites e os bytes que guardavam milhares e milhares de processos, hoje ficamos a saber aqui que há muito se sabia que o colapso do sistema era iminente, pelos vistos a única que não sabia era a ministra, a mesma que insistiu nos encerramentos de tribunais e reformas apesar de tudo e de todos.

 

Ela pediu desculpa, pena que não haja forma de colar os cacos e o sistema de justiça tenha voltado uns anos para trás ao tempo em que só havia papel.... e será que todos os processos tinham mesmo suporte em papel?

 

Hoje calhou ao ministro da educação pedir desculpa, pelos vistos aquilo que os professores apregoavam desde que saíram as listas era mesmo verdade e alguém fez asneira da grossa. Essa asneira fez com que neste momento existam muitos professores no desemprego que na realidade  deveriam estar a dar aulas, nos seus lugares já há outros professores contratados e colocados. Demoraram quase uma semana a verificar o que os professores descobriram em minutos, o ministro pediu desculpa e já há quem se tenha demitido, é claro que não foi o ministro.

 

É com agrado que vejo alguém reconhecer um erro, tal como gosto que os meus filhos o façam quando erram ou a asneira é grande, mas também aqui não vejo como poderão ser colados os cacos, como irá o ministério da educação resolver o problema? Vai despedir quem foi contratado por engano para contratar quem ficou de fora? E nos entretantos os alunos vão voltar a ficar sem professor?

 

É uma verdadeira novidade ver ministros pedir desculpa, mas era muito mais interessante ver que assumem a responsabilidade do erro, tal como digo algumas vezes aos meus filhos, as desculpas não se pedem, evitam-se.

 

Tanto a ministra da justiça como o ministro da educação podiam ter evitado o erro, bastava dar ouvidos a quem os avisou que as coisas não iam correr bem, ambos decidiram seguir em frente com o erro apesar dos avisos, agora não deviam pedir desculpas, deviam assumir a culpa e demitirem-se.

 

Jorge Soares

publicado às 22:24

Maria de Lurdes Rodrigues e a mulher de César

por Jorge Soares, em 15.09.14

Maria de Lurdes Rodrigues

 

Imagem de aqui

 

Todo o mundo é inocente até que se prove o contrário, hoje Maria de Lurdes Rodrigues, na sua qualidade de política foi condenada a 3 anos e  meio de prisão por prevaricação. O delito terá sido cometido enquanto era ministra da educação.

 

A senhora foi condenada "no caso da contratação, por ajuste directo, do irmão do dirigente do PS Paulo Pedroso para que este fizesse uma compilação da legislação portuguesa sobre o ensino".

 

A senhora, que evidentemente tem direito ao recurso e vai certamente fazer uso desse direito, alega que não cometeu nenhum crime e que está a ser julgada num processo politico.

 

A verdade é que ela até pode ser muito séria, mas é difícil de acreditar que seja coincidência que o estudo em questão tenha sido adjudicado a um irmão de um dirigente do PS,  partido que estava na altura no governo,  que por acaso nem era especialista no assunto. Que depois o estudo tenha sido entregue com atraso já me parece mais normal, afinal neste país raramente alguma coisa acontece dentro dos prazos contratados e planeados, tudo se atrasa, se arrasta e temos sorte se ficar dentro do orçamento.

 

Já quanto a João Pedroso, foi considerado culpado de receber dezenas de milhares de euros pelo estudo, que fez ao mesmo tempo que tinha  uma consultoria legal para outro ministério e um contrato de dedicaçãoo exclusiva para dar aulas na universidade de Coimbra, o que em teoria o deveria impedir sequer de se candidatar a trabalhos deste tipo. Evidentemente também irá recorrer.

 

Todo o mundo tem direito à legitima defesa e a ser considerado inocente até prova em contrário e acredito que a senhora tudo fará para mostrar a sua inocência, mas o que apetece dizer é que à mulher de César não lhe basta ser séria, tem que o parecer.... 

 

Jorge Soares

PS: nos comentários ao post anterior fui "acusado" de se comunista, socialista, racista, entre outras coisas, espero que esta vez não me acusem de ser do CDS ou do PSD, digo desde já que não sou.

publicado às 21:49

Justiça ou demagogia e caça às bruxas'

por Jorge Soares, em 02.09.14

Criança

 

Imagem do Público

 

Hoje levei os meus filhos para Lisboa, manhã cedo ouço sempre a Antena 1 e hoje não foi diferente, por muito que eles preferissem a Antena 3, às 8 as noticias falavam da hipótese de que os dados sobre pedófilos e condenados por crimes sexuais estivessem disponiveis para consuta de qualquer pessoa com filhos menores de 16 anos.

 

Antes mesmo que eu pudesse processar o assunto já a R. a adolescente reivindicativa cá de casa estava a reclamar:

 

- Mas isso é uma estupidez, as pessoas tem os seus direitos, já foram condenadas e já pagaram pela sua culpa, não podem ficar assim expostas a qualquer um que lhes queira fazer a vida impossível, isso é o que acontece nos estados unidos e as pessoas são impedidas de viver.

 

Nestas alturas fico sempre com um sentimento de dever cumprido.

 

Eu sei que o tema é melindroso, concordo que a pedofilia é um crime horrendo e que muitas vezes quem comete esses crimes o volta a fazer, mas, até posso concordar que as autoridades tentem de alguma forma registar e controlar estas pessoas, mas não posso concordar que se tornem públicos dados pessoas de pessoas que se é verdade que cometeram um crime, também é verdade que já pagaram por ele e após o cumprimento das penas tem direito à sua vida.

 

Qual a diferença entre um pedófilo e um assassino? Quem matou uma vez pode matar duas vezes, quantas vezes olhamos para o lado quando vemos violência familiar e depois esse olhar para o lado termina em morte de alguém com a cumplicidade de quem diz que "entre marido e mulher ...."?

 

Porque não disponibilizar da mesma forma os dados de quem agride mulheres .. e já agora, porque não divulgar publicamente quem foge aos impostos, quem excede os limites de velocidade, ou quem atravessa a rua fora da passadeira?.... se formos por aí de certeza que não vai ficar ninguém fora da lista.... mas aposto que aí vamos todos ser  muito zelosos da nossa privacidade?

 

Esta proposta de lei é completamente demagógica e mais que tentar controlar, o que tenta promover é uma caça às bruxas, vai haver muito ocioso que vai ir consultar as listas e esquecendo o dever de sigilo, vai tornar a vida de muita gente num inferno, seja ou não a pessoa culpada, tenha ou não pago a factura dos seus crimes...

 

Há uma diferença enorme entre controlar e humilhar, ninguém deixa de ter direitos porque cometeu erros na vida e pagou por eles, todo o mundo tem direito a uma segunda oportunidade e recomeçar em paz, não é promovendo a caça às bruxas que se resolve o problema da pedofilia, não se combatem erros com outros erros.

 

Jorge Soares

 

 

publicado às 23:00

A imagem dos tribunais

 

Imagem do Público

 

 

Se há coisa que sempre me impressionou foi ir a um tribunal e ver como os funcionários vivem  em pequenas ilhas rodeadas de papel, são mares e mares de processos que rodeiam tudo o que está à vista e que se acumulam em pilhas num aparente(??) caos organizado.

 

Numa altura em que tudo são bites e bytes, em que a informação se mede em terabytes e se guarda em centros de dados que estão algures no mundo e que tem o nome pomposo de "A nuvem", a justiça portuguesa continua a viver como há 30 anos atrás quando os computadores eram coisas de filmes de ficção cientifica.

 

Muita gente ficou escandalizada ao ver como durante os últimos 15 dias pilhas e pilhas de papel eram transportadas em camiões do exército, em carrinhas de empresas de transporte e até em vulgares carrinhas de caixa aberta sem sequer serem tapados.

 

Não sou dos que acham que não se devem fechar tribunais, não percebo é porque é que se fecham assim, de forma atabalhoada e de olhos fechados. Entendo que deve haver um limite para o numero mínimo de processos por ano, é evidente que não pode haver um tribunal em cada aldeia ou vila, mas também não se pode obrigar as populações a terem que se deslocar mais de 100 kms para irem a um julgamento.

 

Também não percebo porque é que se tem que fechar todos os tribunais no mesmo dia e muito menos porque é que se tem que fechar tribunais para abrir salas de audiência  em contentores obrigando funcionários a terem que se deslocar centenas de kms por dia enquanto terminam obras nos tribunais que no futuro os irão receber.

 

Será que não era de bom senso fazer-se tudo isto por fases, garantir que a aplicação informática que irá suportar tudo isto no futuro e que se espera venha substituir as toneladas e toneladas de papel que se gastam actualmente, esteja pronta e funcional para se fazer a mudança?

 

Será que não era mais inteligente fazer-se a mudança dos tribunais à medida que as obras que ainda decorrem fossem ficando prontas?

 

Porque é que se desloca funcionários centenas de kms para daqui a um ano os voltar a deslocar? Porque é que se gastam milhares e milhares de Euros em mudanças para coisas que se espera sejam provisórias?

 

A ministra da justiça e o governo querem apresentar obra feita, não percebem que o espectáculo está a ser esta reforma só mostra que nada disto foi pensado ou planeado e que em lugar de obra feita o que vai ficar é uma enorme dor de cabeça para todos os que tiverem o azar de ter que recorrer à justiça.

 

Jorge Soares

publicado às 22:31


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