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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Quatro? não, afinal segundo as últimas noticias, é só um, Mário Figueiredo. Aparentemente, após a avaliação das 4 candidaturas entregues para os três candidatos, estranhamente, ou talvez não, só uma passou pelo crivo da mesa da assembleia geral da Liga, a de Mário Figueiredo.
Ora, Mário Figueiredo é o actual presidente da liga, o mesmo que um monte de presidentes de clubes andam há meses a tentar tirar de lá para fora.... pelos vistos, ainda não é desta.
Imagino que haverá uma explicação lógica, e esperasse que clara e transparente, para o facto que as duas listas de Seabra e a de Rui Alves terem sido rejeitadas, mas não deixa de ser estranho e no mínimo suspeitoso, que após tudo o que ocorreu nos últimos meses, a mesma mesa da assembleia geral que insiste em não fazer a vontade a uma maioria de sócios, agora chumbe os concorrente e estenda a passadeira vermelha a quem se mostra tão agarrado ao poder.
Há muito que a liga de clubes tem vindo a ser esvaziada de poderes e funções, neste momento pouco mais resta que a cada vez menos interessante taça da Liga e a organização dos jogos dos campeonatos profissionais, na realidade o presidente da Liga pouco ou nada decide, pelo que não deixa de ser estranho que tanta gente se digladie para a controlar.
Desde há décadas que o futebol em Portugal é completamente controlado pelos três clubes grandes que se esforçam por manter a situação de modo a controlarem e a fazerem e desfazerem a seu bel prazer. Mário Figueiredo foi eleito contra a vontade destes clubes e com os votos dos pequenos clubes com a promessa de iria lutar por um futebol mais democrático e menos polarizado.
Gabe-se a vontade do senhor, mas está à vista que isso é areia a mais para a sua camioneta e após dois anos o que se vê é que aparentemente todos ralham e ninguém tem razão, os grandes são cada vez maiores e salvo esporádicas e cada vez mais raras excepções, os outros estão cada vez mais para trás.
Se pensarmos logicamente, dos muitos candidatos que mostraram intenções de se candidatarem, o único que realmente deveria merecer os votos dos pequenos clubes é mesmo Mário Figueiredo, é o único que continua a tentar lutar contra o quase monopólio das transmissões televisivas, para que exista uma distribuição equitativa do dinheiro e que mostra vontade de resolver os enormes problemas que afligem 99% dos clubes.... pena que não mostre a mínima capacidade de ser capaz de o fazer.
Está à vista que ainda não é desta que vai haver paz na liga Portuguesa de clubes... tudo isto cheira cada vez mais mal e se calhar, para bem do cada vez mais pobre futebol português, está na hora que alguém desligue esta liga.
Jorge Soares
Imagem do Público
A sede de poder por vezes dá nestas coisas, o senhor ali na fotografia, Mário Figueiredo de seu nome, conseguiu chegar a presidente da Liga de Futebol Profissional porque acenou aos clubes com a cenoura do alargamento do número de clubes nos campeonatos profissionais. Não conseguindo chegar aos ricos e poderosos, ele chegou aos pequeninos, aqueles que todos os anos fazem das tripas coração para se manterem à tona num futebol que cada semana que passa tem menos dinheiro, menos qualidade, menos espectadores e cada vez mais, menos moral e verdade desportiva.
Entre os que votaram a favor deste alargamento estava João Bartolomeu, o demissionário presidente do União de Leiria, um clube que normalmente conta pelas (poucas) centenas o número de adeptos que assistem aos seus jogos e que desde Novembro não paga aos seus jogadores. Um senhor que vem para a televisão acusar os futebolistas que decidiram que já estava bom de pouca vergonha, de falta de profissionalismo. Ora ele é presidente de um clube de futebol, conseguiu apresentar um orçamento que não durou mais que dois ou três meses, tem na equipa jogadores que não tem dinheiro para pagar nem o almoço, e acha que eles é que tem falta de profissionalismo... e ele terá falta de quê?, de vergonha não é de certeza.
Alguém me explique como é que numa liga em que é raro o clube que paga aos seus funcionários a tempo e horas, num mercado em que os patrocínios são cada vez menos, se pretende alargar ainda mais os clubes pelos que se terá que dividir o cada vez mais pequeno bolo? Mais equipas significa mais procura de futebolistas e portanto inflação dos salários o que levará a mais gastos e como é evidente a mais incumprimento, é assim tão difícil de perceber?
Se na liga estivessem dirigentes sérios e responsáveis, em lugar de um alargamento, estaríamos de certeza a falar na hipótese de se diminuírem os clubes, de se implementarem medidas de fiscalização reais que impedissem que clubes com orçamentos mirabolantes que depois se verificam que não tem uma base real, de participar.
Do meu ponto de vista não há em Portugal adeptos nem condições de mercado para mais que 12 clubes... e mesmo assim não sei se não estarei a exagerar o número, para que insistem em alargar a vergonha e a desgraça?
Jorge Soares