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Ziferbalt

Imagem de aqui

 

O que pensaria de um café onde em lugar de pagar o que se consome, se paga pelo tempo que se permanece lá dentro? Um lugar onde à entrada entregam um pequeno relógio aos clientes, estes estão lá dentro o tempo que quiserem consomem o que entenderem entre o que está disponível e no fim paga-se pelos minutos que marca o relógio. O preço ronda os dois Euros à hora.

 

À primeira vista parece uma ideia maluca, mas acredite ou não é um conceito que já existe e que pelos vistos está a ter sucesso, já está em 11 locais, 9 na Rússia, um na Ucrânia e o último em Londres, chama-se Ziferbalte fica no 388 Old St., esquina con Shoreditch High Street,

 

A ideia ocorreu ao jovem Russo Ivan Mitin e o objectivo passa por criar lugares onde as pessoas possam socializar sem pressas e sem preocupações. Tudo começou quando ele abriu na Rússia uma especie  de café literário  onde se faziam gratuitamente tertúlias sobre literatura e poesia, a ideia inicial era a de que os participantes ajudassem a manter o local à base de donativos, como os donativos não eram suficientes para manter o negócio aberto, começou a cobrar pelo tempo e o conceito tornou-se um sucesso que já dá emprego a mais de 200 pessoas.

 

Segundo Ivan a sua filosofia é: "As pessoas não tem que pagar pelo consumo, nós pagamos o local, as pessoas pagam pelo tempo, é tudo uma questão de participação"

 

Há um pequeno detalhe, os empregados não estão lá para servir as pessoas ou atender pedidos, quem quer café ou tomar o pequeno almoço tem que o preparar.

 

Resta a questão de sabermos porque é que havemos de ir tomar o pequeno almoço a um lugar onde temos que pagar para sermos nós próprios prepará-lo ... em casa de certeza que é mais barato... em contrapartida a internet é gratuita.

 

Anda muita gente à procura de ideias para mudar de vida, que tal esta? Será que a moda podia pegar por cá? 

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:17

Livro - Regressar a casa, de Rose Tremain

por Jorge Soares, em 31.10.13
Regressar a casa
Confesso, nunca tinha ouvido falar desta autora inglesa, é mais um dos livros que estava no monte da R. e que me veio parar às mãos por sugestão da minha filha... a miúda tem mesmo bom gosto e uma capacidade de leitura que só é comparável com a minha na idade dela... com um bocado mais de sorte, que naquela altura o dinheiro para livros era escasso.

Talvez desde a  "Sombra do vento" que um livro não captava a minha atenção desta forma, fiquei preso na leitura desde a primeira página e não consegui desprender-me até à última. Não é um livro de altos e baixos, apesar de que a história que se conta é de altos e baixos, o nível da narrativa é linear e continuo da primeira à última linha...
A história em si é comovente, como milhares de pessoas no mundo inteiro, a meio da sua vida Lev descobre que não há nada para si na sua terra, à morte da sua mulher segue-se o encerramento do seu local de trabalho e não há forma de garantir o seu futuro e o da sua filha.
O livro começa com a Longa viagem de autocarro desde o Leste da Europa até Londres, onde Lev chega como tantos milhares de emigrantes à procura de uma nova oportunidade para si e para os seus.
Em Londres LEV para além de um emprego, encontra uma enorme solidão da que nunca se conseguirá separar, novos sonhos, novos amigos, o amor, a desilusão, o fracasso e o recomeço.
No fim, após alguns altos e baixos, quedas e recomeços,  LEV consegue realizar os seus sonhos e como diz o titulo do Livro, regressar a casa, com uma nova vida e um novo futuro para si e os seus amigos, mas nunca se conseguirá separar da recordação das mulheres do seu passado.

Em suma, um excelente livro que aconselho vivamente... curiosamente só há bocado quando andava à procura da imagem para o post,  reparei que é escrito por uma mulher.. é estranho, porque consegue descrever os sentimentos do Lev de tal forma que seria capaz de jurar que tinha sido escrito por um homem... já ando à procura de mais livros da mesma autora, fiquei fan.

Sinopse:
Lev, um homem ferido pela vida, parte da Europa de Leste para a Grã-Bretanha, à procura de um recomeço para si e para a sua família.

Perseguem-no as memórias dolorosas da mulher falecida, da filha de cinco anos e do extravagante amigo Rudi, que sobrevive, sonhando com o Ocidente.

Em Londres, vagueando pelas ruas hostis e pelos pubs tribais daquela estranha cidade, encontra a promessa de amizade, amor, dinheiro e uma nova carreira.

Mas a voz da filha habita o coração e a mente de Lev, e fá-lo duvidar se conseguirá realmente pertencer a algum lugar.

Tenho medo, Papá. Quando voltas para casa? Quando?

Jorge Soares

publicado às 20:55

A verdadeira imagem da emigração

por Jorge Soares, em 28.02.13

Emigração Portuguesa

Imagem de aqui

 

Ultimamente cá por casa fala-se muito da emigração, um destes dias após mais uma das reportagens num dos noticiários a R. perguntou:

 

-Nós também temos que emigrar?

-Esperemos que não, o teu pai já emigrou duas vezes e não me parece que tenha gostado lá muito.

 

A resposta da P. deixou-me a pensar, não tinha olhado para o assunto desta forma, para os meus pais foi emigrar e regressar, para mim foi mesmo emigrar duas vezes, e atrevo-me a dizer que a segunda vez, quando vim para Portugal, foi muito mais dolorosa que a primeira... e se houve alguma vez que me senti estrangeiro e fora de lugar foi quando cheguei a Lisboa.

 

Há pouco no programa Linha da frente no canal 1, mostraram os primeiros dias de um casal jovem que decidiu emigrar para Londres. Uma reportagem interessante sobre uma realidade que se calhar escapa a muita gente. 

 

Foi interessante ver como a abordagem inicial dos jovens passava por manter distância da comunidade portuguesa, eles queriam fazer amigos sim, mas não portugueses. No fim quando já começavam a desesperar porque atá as coisas mais básicas, como arranjar um local decente onde dormir, podem ser complicadas para quem cai de pára-quedas num sitio, foram precisamente os contactos portugueses quem lhes foi facilitando as coisas, e foi graças a dicas de outros portugueses que arranjaram casa e emprego.

 

A casa era um pequeno anexo sem casa de banho, sem janelas e sem televisão e  que mesmo assim custava mais ao mês que um apartamento grande por cá. Seria interessante ver quantos dos jovens que agora emigram aceitariam viver por cá  numa casa como aquela, ou arranjar um emprego qualquer a ganhar pouco mais de 7 Euros à hora... 

 

A meio da reportagem entrevistaram o responsável de uma agência de emprego, foi a primeira vez que ouvi de outra pessoa algo que eu já disse algumas vezes e que por norma irrita quem me ouve, "Se os portugueses aceitassem em Portugal os empregos que aceitam cá e a trabalhar as horas que trabalham cá, não precisavam de emigrar".

 

Toda a reportagem me fez lembrar a forma como vi chegar à Venezuela há 25 ou 30 anos muita gente, a imagem da emigração que eu guardo, desde os meus país a familiares e conhecidos é  esta. Por vezes ouço as pessoas falarem e fico a pensar que há muita gente que acha que a emigração é seguir o El Dorado,  que se chega a um sitio qualquer se mostra o titulo universitário e se abrem todas as portas... era bom que tivessem a noção de que a realidade é mais parecida com o que vimos hoje. A diferença que vemos no cartoon é a realidade à saída de Lisboa, em muitos casos não haverá assim tanta diferença à chegada ao destino e muita gente termina mesmo a fazer o que faziam os emigrantes de há umas décadas.

 

Link para a Reportagem

 

Jorge Soares

 

publicado às 22:05

A cor da rosa

por Jorge Soares, em 17.08.12

A cor da rosa

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Alvejava de neve outrora a rosa,
Nem como agora, doce recendia;
Baixo voava Amor sem tento um dia,
E na rama espinhosa
De sua flor virgínea se feria.
Do sangue divina! gota amorosa
Da ligeira ferida lhe corria,
E as flores da roseira onde caía
Tomavam do encarnado a cor lustrosa.
Agora formosa
A rúbida flor
Recorda de Amor
A chaga ditosa.

Para os braços da mãe voou chorando;
Um beijo lhe acalmou penas e ardores:
E tão doce o remédio achou das dores,
Que Amor só desejou de quando em quando
Que assim penando,
Com seus clamores
Novos favores
Fosse alcançando.

Súbito voa, pelos ares fende;
As rosas viu de sua dor trajadas,
E que só de suas glórias namoradas
Nada dissessem com razão se ofende:
A mão lhe estende,
E delicioso
Cheiro amoroso
Nelas recende.

Vós que as rosas gentis buscais, amantes,
Nos jardins do prazer,
E, em vez da flor, espinhos penetrantes
Só chegais acolher,
Resignados sofrei, sede constantes,
Que a desventura,
Que a mágoa e dor
Sempre em doçura
Converte Amor.

Almeida Garret

 

Uma rosa em Hide Park

Londres, Agosto de 2011

Jorge Soares

publicado às 17:38

O que eu fui ontem já é memória

por Jorge Soares, em 16.08.12

O que eu fui ontem já é memória

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

"O que eu fui ontem e anteontem já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro."

 

Martha Medeiros

 

 

Casa de verão da Rainha, Greenwich

Londres, Agosto de 2011

Jorge Soares

publicado às 17:37

Símbolos

por Jorge Soares, em 15.08.12

Símbolos

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Simbolos

 

Símbolos? Estou farto de símbolos... 
Mas dizem-me que tudo é símbolo, 
Todos me dizem nada. 
Quais símbolos? Sonhos. — 
Que o sol seja um símbolo, está bem... 
Que a lua seja um símbolo, está bem... 
Que a terra seja um símbolo, está bem... 
Mas quem repara no sol senão quando a chuva cessa, 
E ele rompe as nuvens e aponta para trás das costas, 
Para o azul do céu? 
Mas quem repara na lua senão para achar 
Bela a luz que ela espalha, e não bem ela? 
Mas quem repara na terra, que é o que pisa? 
Chama terra aos campos, às árvores, aos montes, 
Por uma diminuição instintiva, 
Porque o mar também é terra... 
Bem, vá, que tudo isso seja símbolo... 
Mas que símbolo é, não o sol, não a lua, não a terra, 
Mas neste poente precoce e azulando-se 
O sol entre farrapos finos de nuvens, 
Enquanto a lua é já vista, mística, no outro lado, 
E o que fica da luz do dia 
Doura a cabeça da costureira que pára vagamente à esquina 
Onde se demorava outrora com o namorado que a deixou? 
Símbolos? Não quero símbolos... 
Queria — pobre figura de miséria e desamparo! — 
Que o namorado voltasse para a costureira. 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

 

Covent Garden, Londres

Agosto de 2011

Jorge Soares

publicado às 17:35

As Torres gémeas no dia do atentado
Imagem do Público

 

Hoje a meio da tarde, deitado ao sol do Alentejo, dei por mim a pensar que já estive em Nova Iorque, em Londres e em Madrid, três cidades que foram vitimas de atentados da Alqaeda. 

 

Estive em Nova Iorque em 2007, era Dezembro, estava muito frio, não fui ao Ground Zero e não me lembro de ter pensado nos atentados. Em Madrid foi diferente, talvez porque fui com toda a família e cheguei de comboio à estação de Atocha, um dos locais onde explodiram as bombas. Não falamos do assunto, mas lembro-me de ter sentido um friozinho no estômago.. O mesmo friozinho que senti quando cheguei a Londres há uns dias e fui de metro do aeroporto para o Hotel e nos dias seguintes quando ia no metro e dava por mim a lembrar-me do assunto.

 

É verdade que não deixamos de viver, mas somos humanos e  o que aconteceu nestas três cidades não deixa de nos marcar.

 

O Onze de Setembro para além do enorme número de vidas que ceifou, foi para todos nós o acordar para um mundo diferente, desde o fim da guerra fria que se vivia uma calma aparente. Os atentados acordaram-nos para a realidade e para guerras e receios diferentes.

 

Entretanto muitas coisas mudaram, de repente todos passamos a ser presumíveis terroristas com tudo o que isso significa: andar de avião é um suplício, visitar monumentos, museos e até igrejas implica quase sempre ser sermos vistos, revistados e vasculhados. Gastaram-se biliões de dólares em segurança, invadiram-se países, mudaram-se governos e regimes. Morreram perto de 3000 pessoas no dia 11 de Setembro de 2001, entretanto nas guerras geradas por esse dia, só americanos já morreram mais de 7000 soldados.Será que tudo isto nos faz sentir mais seguros?

 

A verdade é que não, como dizia alguém numa das muitas reportagens que vi ou li, andar numa cidade e ver soldados ou policias armados até aos dentes não nos faz sentir mais seguros, só nos recorda que o perigo é latente e que as ameaças podem vir de qualquer lado.

 

Um mundo seguro é aquele em que não são necessários policias armados até aos dentes, nem scanners corporais nos aeroportos, nem revistas nas entradas dos museus. A existência de tudo isto 10 anos depois da queda das torres só significa que todas as guerras, que todos os mortos que ocorreram entretanto, serviram para muito pouco, estamos muito longe, talvez cada vez mais longe, de ganhar a guerra ao terrorismo e ao terror que este semeia em todos nós. 

 

Jorge Soares

publicado às 21:33

Apontamentos sobre a visita a Londres

por Jorge Soares, em 30.08.11

Londres

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

A maioria das pessoas ruma a Sul e ao calor no Verão, cá por casa o hábito é o contrário, verão é a Norte, este ano incluiu uns dias um pouco mais a Norte ainda, em Londres.  

 

Primeira constatação, a diária em Londres para dois adultos e 2 crianças num hotel de 4 estrelas (da cadeia Novotel) fica mais barato que alugar um bungalow nos parques de campismo da costa Alentejana e nem estou a comparar com o mês de Agosto. Pagamos mais na Pascoa ou em Junho num bungalow que o que pagamos pelo hotel em Londres... é claro que a isto há que juntar as viagens... que se marcadas com a devida antecedência também não ficam assim tão caras. É verdade que o hotel não era no centro, mas tinha metro quase à porta e em 10 minutos estávamos na Tower Bridge. Com isto não é de admirar que por cá os ingleses sejam cada vez menos.

 

É claro que todos adoramos a cidade, evidentemente 5 dias não dá para ver tudo com a calma e o detalhe que gostaríamos, mas dá para ficarmos com uma ideia da grandiosidade da cidade e da enorme mescla de povos e culturas que vivem e convivem em (pelo menos) aparente calma e harmonia.

 

A maioria dos grandes museus são gratuitos, pelo que a nossa escolha de visitas recaiu principalmente sobre estes... e mesmo nos sítios em que não era gratuito existem os bilhetes familiares que tornam o acesso muito mais barato. A alimentação é mais cara que por cá, mas com algum cuidado consegue-se almoçar ou jantar a preços mais ou menos acessíveis... mesmo sentados e de faca e garfo conseguimos jantar por menos de 50 Euros, 4 pessoas.

 

Todos adorámos a cidade, a R. ficou um pouco triste porque não pode ir visitar o Museu da cera, mas 100 libras por um bilhete familiar era assim um pouco para o exagerado... fica para a próxima.

 

Aconselho vivamente o passeio de barco pelo rio, há uns barcos que vão do O2 até à zona do Big Ben, o bilhete familiar custou-nos 26 Libras, dá para o dia inteiro e podemos entrar e sair as vezes que quisermos, a perspectiva da cidade desde o Rio é fantástica e é uma  excelente forma de visitar uma grande parte da mesma sem termos que andar muito.

 

Jorge Soares

publicado às 22:35

Aprendemos a lição de Londres?

por Jorge Soares, em 29.08.11

Londres, aprendemos as lições dos motins?

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Este ano as minhas férias foram mais calmas e sem casos para o blog... mas foi por muito pouco. Estávamos em Londres quando tudo começou, por mero acaso o nosso hotel ficava nas Doclands, bem a Sul, longe dos bairros a norte da cidade onde tudo começou, não demos por nada... a  não ser que ao fim da tarde daquele dia havia bastantes carros da policia apressados e com as sirenes a tocar enquanto passeávamos pelas imediações de Trafalgar Square.

 

De resto, no centro da cidade era um dia normal, como o era o dia seguinte, o nosso último dia na Cidade e em que fomos ao museo de história natural.

 

Pilhagens e destruição não são novas para mim, eu estava em Caracas a 27 de Fevereiro de 1989 quando o fim dos subsídios aos transportes públicos ditou um aumento brutal dos preços e o inicio de uma revolta popular que em 3 ou 4 dias deixou centenas de mortos, uma cidade pilhada e num caos completo. A Venezuela era a democracia mais antiga da América Latina e os ecos daquele dia ainda se escutam hoje... sendo que Hugo Chavez será a mais forte das recordações.

 

O que aconteceu em Londres pode ser lido de muitas maneiras, há quem fale de desespero da população mais pobre que mal consegue sobreviver, há quem no extremo oposto fale da falta de educação e princípios cívicos, de uma sociedade sem valores... acredito que a verdade estará algures a meio.

 

É difícil acreditar que seja o desespero e a falta de bens básicos o que leva à pilhagem de lojas de electrónica e de moda, também é difícil acreditar na falta de educação quando entre quem foi detido temos estudantes das melhores universidades, filhos das melhores famílias, engenheiros, assistentes sociais, crianças de 11 anos....

 

Londres é uma cidade cheia de cultura e de culturas, pelas suas ruas passeiam-se em aparente harmonia todas a raças e credos que se possam imaginar... não sei até que ponto será fácil manter em equilíbrio uma tal babel de pessoas e culturas. O que vi da cidade não me dá evidentemente para ter a perspectiva do que há mais além, o que está por trás das fachadas e do turismo. Mas a minha experiência de vida diz-me que este tipo de coisas é sempre sinal de algo mais..... não sei se a nossa sociedade estará preparada para entender e aprender com tudo isto... sei sim que o resultado pode ser muito mau.

 

Será que para além de que policias desarmados não são uma boa solução para resolver casos destes, alguém terá tirado alguma lição do que se passou em Londres no inicio de Agosto? .... tenho sérias dúvidas. 

 

Jorge Soares

publicado às 22:43


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