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zurrapa.jpg

Domingo foi dia de caminhada na Serra da Arrábida, organizada pelo Moove Setúbal, um grupinho pequeno como mandam as regras do Covid, um passeio da Quinta do Anjo ao Vale dos Barris e volta, ... mas não é da caminhada que quero falar, fica para outro post.

No fim da caminhada há sempre convívio, não podíamos ir à terra do moscatel sem o provar. Não foi fácil encontrar onde, há várias adegas por ali mas estavam quase todas fechadas, no fim lá encontramos um sitio. Era um café com uma loja de produtos regionais à entrada e um pátio anexo a uma adega , escolhemos uma mesa no pátio e abancamos.

Depois de alguma indecisão  entre a cerveja e o Tinto da Adega, decidimos-nos por este último, as senhoras do grupo escolheram dois queijos e a marca do Tinto.

Estávamos distraídos em amena cavaqueira quando os queijos e o vinho chegaram à mesa, nem reparamos que a garrafa já vinha aberta e não houve prova. Era suposto ser um tinto de 2017 de nome pomposo, Tradição!.

Uma das senhoras do grupo distribuiu o vinho pelos copos e provamos... opinião unânime, fraco, muito fraco. A garrafa custava 8 Euros, mas todos conhecíamos vinhos de dois euros bem melhores que aquilo. Aí fez-se luz que a garrafa tinha vindo aberta para a mesa, aquele vinho nunca podia ser de 2017, era claramente um vinho novo...e muito fraco.

Fomos comendo os queijos com o doce e no fim, fraco ou não, não sobrou, também mal deu um copo para cada um. Pedimos mais pão, uma das senhoras foi escolher uma garrafa de moscatel e aproveitou para se queixar da qualidade do tinto e de ele ter vindo aberto para a mesa. Não houve comentários, explicações ou pedidos de desculpa, quem estava ao balcão ouviu e calou.

Bebemos o moscatel, comemos o resto dos quejos e do pão, continuamos a cavaqueira que continuava animada. Pedimos a conta. 30 Euros. Dividimos por todos, eu recolhi o dinheiro e fui pagar.

-Quero factura com número de contribuínte.

-Não tenho computador. 

-Desculpe? Eu quero o recibo, não tem registadora?

-Não tenho computador, está avariada!

Não sei se foi o efeito do moscatel, se foi pela boa disposição da caminhada e do grupo, ou se eu estou mesmo mudado, mas o meu famoso mau feitio não apareceu. Noutra altura não saía de ali sem o recibo, isso ou negava-me a pagar e elas que chamassem a polícia.

Eu achava que lojas e cafés sem máquinas registadoras e sem passar recibos, zurrapas colocadas em garrafas com rótulos caros, eram coisas do passado, mas está visto que na Quinta do Anjo, isso continua a acontecer.

Sinais de tempos passados que teimam em persistir.

Jorge Soares

publicado às 20:57

Eu e o meu mau feitio, promoções do Continente

por Jorge Soares, em 18.11.18

continene.jpgImagem de aqui

Já cá faltava o meu mau feitio, eu não mudo e reclamar faz parte, sobretudo quando me deparo com erros e abusos.

 

Se calhar sou eu que tenho azar, a primeira vez aceitamos o erro, à segunda desconfiamos, à terceira achamos que há algo de errado com o sistema.

 

Há coisa de um ano abriu um Continente Bom Dia aqui na esquina, por uma questão de comodidade passei a ser cliente, especialmente das promoções. Com o tempo percebi que apesar de que se pode aproveitar muito, convém termos atenção, porque há coisas que falham .. e que se não estamos atentos o barato pode ser mesmo caro.

 

A primeira vez foi com um detergente para a loiça, era a caixa maior da marca topo de gama, o preço normal era acima de 19 Euros e estava em promoção por pouco mais de 4 .... a diferença era tão grande que não havia como não notar na conta, apanhei um susto. Tive que ir ao sitio com a menina na caixa porque ela insistia que o produto não estava em promoção .... depois de ver na prateleira lá se convenceu.

 

A segunda vez foi com uma garrafa de vinho rosé alentejano, preço normal 12 Euros, preço em promoção 3 e qualquer coisa, de novo tive que lá ir com a menina, que inicialmente me levou a um local onde o vinho estava a 12 Euros, mas eu levei-a onde estava com preço de 3... eles tinham o vinho em dois locais da loja com dois preços diferentes.

 

A última vez foi no dia de halloween, latas de sidra marcadas a 90 cêntimos que na caixa apareceram a 1.6... esta vez eu não fui lá, disse à menina que faltava a promoção da sidra,  ela foi lá sozinha e voltou com a etiqueta na mão, a dizer que a promoção tinha terminado no dia 29.. dois dias antes,. Pois, mas eu não tenho culpa que não troquem as etiquetas ... a contragosto e depois de uma reposta não vou dizer torta, mas dada de uma forma que eu não chamaria conveniente, lá veio a supervisora que desceu o preço para mim. Em dois dias quantas pessoas terão sido levadas ao engano?

 

Eu percebo que haja enganos, mas três vezes em poucos meses é abuso, e sinal de que temos que estar atentos, porque pelos vistos o rigor é coisa que não abunda, pelo menos nesta loja.

 

Jorge Soares

publicado às 21:19

queixa.jpg

 

 

Foi no início de Fevereiro que no Post  "A MEO e a falta de respeito pelos clientes" relatei a insólita situação que me aconteceu quando tentei retirar o terceiro telemóvel do pacote M4O de que sou cliente na MEO.

 

Na manhã do dia  em que escrevi o post tinha sido contactado por alguém da MEO em resposta a uma reclamação, nesse telefonema, que foi mais ou menos surreal e que me deixou ao borde de um ataque de nervos, foi-me explicado que ao contrário do que me tinha sido dito e prometido em três ocasiões diferentes, não era possível retirar o número e que utilizasse ou não, teria que continuar a pagar os sete euros e meio para sempre.... ou até que o período de fidelização terminasse e eu me mudasse com os serviços todos para outro operador.

 

Evidentemente não era uma conversa telefónica de surdos que me iria fazer desistir de reclamar, decidi dar-me um tempo para acalmar a raiva. A seguir ia ir  ir com o meu mau feitio a uma loja da PT  pedir o livro de reclamações e esta vez fazer a reclamação por escrito, não é um telefonema parvo que me derrota.

 

No início da semana passada chegou-me uma carta da MEO, para minha grande surpresa, afinal, pelo menos quando o cliente reclama, parece que por vezes o impossível se torna possível. A carta era para me informar que conforme o meu pedido, o número tinha sido retirado do contrato e seriam feitos os acertos financeiros na seguinte factura. 

 

Como já estou na fase ver para crer, decidi esperar a dita factura antes de ir reclamar, que chegou no fim da semana passada e onde efectivamente não constava o número em causa e constavam acertos relativos a períodos facturados indevidamente com anterioridade....

 

Está visto que ter mau feitio compensa, reclamar compensa, juro que quando me lembro da conversa telefónica com a senhora que me respondeu à queixa, ainda fico nervoso... Dá trabalho e cabelos brancos, mas pelo menos com a MEO, ainda conseguimos fazer com que o impossível se torne possível.

 

Uma das coisas que fiz foi pegar no post e colá-lo na página do Facebook da MEO, passados dez minutos alguém da gestão da página, não vou divulgar aqui o nome da pessoa em causa mas o comentário ainda lá está, respondeu ao  meu post lamentando o facto de eu estar insatisfeito e pedindo mais dados para irem averiguar a situação, com a garantia de que me contactariam para dar novidades à posteriori. Dados que eu facultei de imediato. Ainda estou à espera desse contacto.... antes de receber a carta tinha lá passado a perguntar se sempre me iriam responder... até hoje.

 

Percebo que fique bonito no Facebook responder aos clientes, mas convém que depois cumpram com o que lá escrevem, não é pelo facto de o post desaparecer da primeira página do mural que os clientes se esquecem do que lá foi escrito.... o que mostram com isto é mais falta de profissionalismo e de respeito pelos clientes.

 

Evidentemente a carta era do estilo curo e grosso, continuo sem perceber como é que em três ocasiões me foi garantido que o número tinha sido retirado do contrato, me foi enviada uma nota de crédito e depois há alguém que me diz que isso não é possível e que os funcionários do atendimento telefónico andam a mentir aos clientes... mas pronto, o que interessa é que está resolvido.

 

Jorge Soares

publicado às 22:28

A MEO e a falta de respeito pelos clientes

por Jorge Soares, em 07.02.16

queixa.jpg

 

Imagem de aqui 

 

Sou cliente da MEO com o pacote M40, com um telemóvel extra pelo que pago 7.5 Euros por mês. No dia 23 de Dezembro roubaram o telemóvel ao meu filho, como tínhamos decidido passar o número dele para pré-pago, aproveitei a ligação para bloquear o número e pedi para retirarem o número do pacote. A pessoa que me atendeu garantiu-me que tinha bloqueado o número e a retirada do mesmo do pacote, inclusivamente ofereceu-se para o passar de imediato para um pacote de pré-pago, coisa que não aceitei (parvo!)

 

No inicio de Janeiro a minha meia laranja foi à loja da Meo no Alegro de Setúbal para tratar de um pré-pago para o miúdo, para nosso grande espanto na loja informam que o numero estava bloqueado mas que continuava ligado ao pacote e que teria que ser eu (o titular do contrato) a lá ir para passar o número para pré pago.

 

Fui à loja e ouvi o mesmo, como é habitual naquela loja, ali não tratam de nada que não sejam vendas, pelo que a menina que me atendeu ligou para o 19200 e passou-me o telefone, lá me voltei a explicar, e de novo me garantiram que tinham retirado o número. Como eu não ia pagar os sete Euros e meio por algo que tinha pedido no mês anterior, foi apresentada uma reclamação e foi-me garantido por quem me atendeu, que esta vez o assunto iria ser resolvido.

 

Passados dois ou três dias e como resposta à reclamação, recebo um telefonema em que me explicaram que tinha havido um erro informático e que efectivamente o número estaria retirado, que não me iriam cobrar os sete Euros e meio na factura de Janeiro e que me seria enviada uma nota de crédito pela diferença dos dias que já estavam facturados do mês de Dezembro. Nota de crédito que eu recebi em casa por correio.

 

Ontem liguei para a linha de apoio a pedir um esclarecimento sobre a factura e para meu grande espanto verifico que o número continua associado ao pacote, isto depois de 3 pessoas diferentes, uma delas em resposta à reclamação, me terem garantido que o número teria sido retirado do pacote.

 

De novo pedi que retirassem o número e de novo a menina do outro lado do telefone garantiu que estava feito, evidentemente fiz uma nova reclamação já que não quero pagar os sete euros e meio de algo que pedi para retirarem em Dezembro.

 

Hoje tive a resposta à reclamação, afinal tudo o que me tinham dito desde 23 de Dezembro para cá é mentira, porque supostamente não é possível retirar o número do pacote e queira ou não queira, vou ter que continuar a pagar os sete euros e meio para sempre.

 

Evidentemente o meu mau feitio veio ao de cima e fartei-me de barafustar, para nada, porque a senhora que me ligou não quer saber do que aconteceu antes ou do que me tinham dito as outra pessoas, ela só me ligou para dizer aquilo, o resto não era com ela... Também não me dá a resposta por escrito... eu é que tenho que voltar a reclamar por escrito. Quanto à resposta à reclamação e à nota de crédito que me enviaram, ela não sabe nada nem é da sua responsabilidade... 

 

Evidentemente a conversa descambou e ela chegou a pôr em causa que me tivessem dito o que quer que fosse, mesmo quando eu lhe lembrei que todas as chamadas são gravadas... é claro que eles não tem nada que ir ouvir, se me disseram que era possível o que agora não é é porque se enganaram.... quer dizer, me enganaram a mim.

 

Há muito que não me sentia tão enganado e até roubado, nunca ninguém me disse que não podia retirar o número extra, mas várias vezes me disseram que era possível e que o iam fazer, inclusivamente na resposta á primeira queixa foi-me garantido que o número já estaria retirado.

 

Se não podem retirar o número como é que me enviaram a nota de crédito do valor dos dias que eu teria pago a mais? É um mistério que evidentemente a senhora que me ligou hoje não tinha porque saber nem estava para averiguar.

 

Se isto não é uma enorme falta de respeito o que é?

 

Demais está dizer que se não for antes, quando terminar a fidelização vou passar para o que na altura for mais barato, afinal se na atenção ao cliente são todos iguais, pelo menos vou ficar a pagar o menos possível.

 

Jorge Soares

publicado às 22:00

Meo-box.jpg

Imagem da internet

 

Há uns tempos atrás eram comuns por aqui os posts em que eu falava do péssimo que era o serviço de cabo que tinha na altura, até que um dia me fartei, mudei de operador e nos últimos 3 anos a única vez que estive sem serviço de internet foi durante o tempo em que estiveram a mudar a ligação para a fibra. Sei que há quem tenha problemas, mas cá em casa desde que entrou a MEO, terminaram os problemas com o serviço.... mas nem tudo são rosas.

 

Este fim de semana tivemos um problema com uma troca de telemóveis, o cartão antigo não servia no novo e ficou encravado dentro do aparelho, com receio de estragar, decidimos ir à novíssima loja da MEO no também novo centro comercial Alegro de Setúbal.

 

Primeira surpresa, as lojas da MEO não são todas iguais e não prestam todas o mesmo serviço, o telemóvel tinha que ir para os técnicos, mas eles naquela loja não o mandam, tínhamos que ir a outra.. que ao fim de semana está fechada. Curiosamente ao lado havia um cliente que pretendia resolver um problema que tinha a ver com troca de pontos... não, também não era ali, só em Almada... ali pelos vistos só vendem telemóveis.... indignada a senhora pediu o livro de reclamações e com toda a razão..

 

Entretanto como ainda tínhamos o telemóvel antigo, pedimos um cartão novo para utilizar enquanto não retiravam o antigo de dentro do novo... Sim senhor, elas tem lá muitos, mas a activação custa sete euros e meio! Aqui veio ao de cima o meu mau feitio ... e depois de reclamar, a menina lá decidiu ligar não sei para onde e afinal conseguiam activar o cartão de forma gratuíta.

 

Já que estava numa de reclamar, e dado que passam a vida a bater-me à porta com ofertas do mesmo serviço mas bastante mais barato, decidi perguntar quando termina o meu período de fidelização... Março de 2015... ora, então está numa óptima altura para renegociar o contrato...

 

Nova chamada telefónica por parte da menina, depois de muita música, pelos vistos elas ligam para a mesma linha para a que ligam os clientes, passou-me o telefone e pôs-me a falar com alguém do call center.

 

Depois de muita conversa e de muitas explicações de parte a parte, a menina do call center começou por me oferecer 5 Euros de desconto, coisa que não aceitei, o meu vizinho da frente paga muito menos pelo mesmo serviço e eu tenho pelo menos dois outros operadores a oferecer bem mais barato.

 

Mais conversa, mais música, mais conversa, no fim abdiquei de dois serviços que em dois anos nunca utilizei, fiquei com os mesmos canais, os mesmos 3 telemóveis associados ao pacote, as mesmas chamadas gratuitas para todas as redes quer do fixo quer dos telemóveis, ou seja, com o mesmo serviço, mas fiquei a pagar menos 20 Euros por mês...  um desconto de mais ou menos um quarto do que pagava.

 

Os sete euros e meio que me queriam cobrar converteram-se em menos 240 Euros por ano... nada mau... e quando cheguei a casa o meu filho conseguiu resolver o problema com o cartão encravado.

 

Acho sinceramente que a MEO deveria rever a sua política de serviços nas lojas, não faz sentido nenhum que um cliente compre um telemóvel numa loja e se quando o abre, mesmo que seja ainda dentro da loja, este não funcionar, o tenha que levar a outra loja que pode ser a dezenas de kms, para tratar da garantia... assim como não faz sentido não conseguirem resolver uma situação de uma simples troca de pontos por carregamentos e nem sequer tenham um simples catálogo dos pontos para tentar ajudar o cliente.

 

Jorge Soares

publicado às 23:18

Adopção

 

Cada certo tempo recebo um destes mails, normalmente de alguém de um dos programas da manhã ou da tarde, de inicio ainda respondia, pedia desculpa mas não tenho feitio para algumas coisas, ultimamente  na maior parte das vezes já nem respondo, cansa ver os temas sempre apresentados e tratados da mesma forma e quase sempre da forma errada.

 

Hoje chegou mais um desses mails, chamou-me a atenção o seguinte:

 

"Naturalmente, e sabendo um pouco as dificuldades que existem em todo o processo de adopção, gostaria de saber se conhece alguém que esteja, neste momento, à espera de adoptar e que o processo parece não avançar. 

 

A nossa intenção é demonstrar a dificuldade e as burocracias por que passam as famílias que gostariam de adoptar e a força que têm para lutar por algo que, em última instância, estará a ser benéfico para uma criança que vive institucionalizada . Naturalmente, e dada a natureza do referido tema, seria pertinente termos testemunhos de "pais" que estejam, de facto, à espera há muito tempo (mais de um/dois anos)." 

 

Notem o detalhe do "pais" entre aspas. Não resisti e respondi o seguinte:

 

Já passei por dois processos de adopção e a verdade é que há muito pouca burocracia num processo de adopção, um questionário, duas entrevistas e uma visita domiciliária não são muita burocracia. Estamos a falar  da vida de crianças e isso não pode ser visto de animo leve, as avaliações devem ser o mais exaustivas e rigorosas possíveis, aliás, a julgar por alguns casos que vamos conhecendo de vez em quando, se calhar não são o suficientemente rigorosas e exaustivas.

O que faz com que os processos sejam demorados não é a burocracia ou o mau desempenho da segurança social, o problema é que em Portugal há muitos mais candidatos a adoptar, quase 4 mil, do que crianças cujo projecto de vida seja a adopção. A verdade é que em Portugal, feliz ou infelizmente, não há crianças para adoptar.

Há sim em Portugal  muitas crianças institucionalizadas, mais de oito mil, o problema é que 95% destas crianças estão entregues à guarda do estado mas não estão nem nunca estarão para adopção. Aquela ideia de que há muitas crianças à espera de uma família é um mito, uma mentira que é muitas vezes alimentada de forma errada pelas pessoas e pela comunicação social.

Destas crianças todas há algumas, perto de 500 que estão à espera sim, mas são aquelas que não são desejadas por ninguém, aquelas que não estão nos ideais nem nos sonhos dos mais 4000 candidatos de que falei acima. Crianças com mais de 10 anos, crianças com doenças crónicas, crianças deficientes, fratrias de irmãos, crianças de cor, crianças ciganas, etc. Crianças como a do caso de que falei aqui, que apesar de eu ter publicado a carta duas vezes e de esta ter chegado a dezenas de blogs e milhares de pessoas, por aquilo que sei, continua à espera de alguém disposto a amar.

Querem fazer um programa interessante? e desde já disponibilizo-me para participar, façam um em que se dê a voz a estas crianças, um programa em que se confrontem os candidatos que dizem que o processo é moroso e burocrático, com estas crianças e com a sua espera, afinal qualquer uma delas pode fazer com que o processo em lugar de durar anos ou meses, dure dias.

Desculpem o desabafo

 

Jorge Soares

publicado às 23:16

Toma lá o teu Cocó

por Jorge Soares, em 05.03.14

Gostosa Cóco

 

Imagem de aqui 

 

Se há coisa que me irrita profundamente é que as pessoas levem os seus cãezinhos a passear, já seja à rua ou a um qualquer jardim e deixem os presentes do cão ali mesmo onde o animal se alivia. Eu percebo que as pessoas gostem de animais, mas era bom que gostassem tanto deles próprios e das restantes pessoas à sua volta, como gostam dos bichinhos, e está visto que a maioria não faz a menor ideia do que significa a palavra civismo, basta passear por qualquer rua das nossas cidades ou ir dar uma volta a qualquer bocado de relva dentro das cidades para se entender isso.

 

Tudo isto me irrita tanto que por vezes até faz vir o meu mau feitio ao de cima. Há uns 12 anos atrás levamos a R. que na altura teria pouco mais de um ano a passear à Praça do Bocage, na baixa de Setúbal. No meio da muita gente um casalinho passeava um cão enorme, que à falta de melhor, escolheu o meio da praça para deixar um cocó de umas dimensões acordes com o seu tamanho.

 

O casalinho esperou que o animal terminasse de se aliviar e seguiu caminho como se nada fosse... não aguentei e chamei-os de volta. Ficaram indignadíssimos comigo, que me metesse na minha vida, disseram. Não os deixei sair dali, felizmente havia um polícia por perto e os meninos foram obrigados a limpar a imundice.

 

Há uns meses atrás, no jardim da Algodeia, um avô e o seu neto passeavam o seu cachorrinho junto ao parque infantil onde brincavam várias crianças. À falta de melhor, o animal aliviou-se ali mesmo. Evidentemente o senhor fez como se não fosse nada com ele... de novo não me contive:

 

- Desculpe lá, o cão é seu, a limpeza é da sua responsabilidade!

-... - tentou ignorar-me.

-Ouça, é consigo, o cão sujou, o senhor deve limpar!

-Você é fiscal?

-Não, não sou, mas sou cidadão, há imensas crianças aqui, e o senhor é o responsável pelo cão, assim que tem que limpar.

-Quer que eu faça o quê?

-Se não sabe educar o cão para que não faça isto aqui, tem que limpar...

 

Quando eu já estava a ver que a coisa só se ia resolver com a chamada da polícia, mais alguém que andava a passear um cão chegou-se a nós, puxou de um saco do bolso e disse-lhe:

 

- Tome lá, use este saco, e para a próxima traga sacos.

 

O Homem engoliu em seco, pegou no saco e apanhou.

 

Infelizmente há muitos donos de cães que não tem o civismo suficiente para perceber que a responsabilidade pelo que o animal faz é deles e isso nota-se nas nossas ruas, nos nossos jardins... Existem normas e multas para quem não as cumpre, mas parece que não há multas e normas que resolvam a falta de civismo e educação.

 

Ciente de tudo isto a junta de freguesia de Benfica acaba de lançar o seguinte vídeo com a participação do Nuno Markl, que espero se torne rapidamente viral, pode ser que algumas pessoas percebam a mensagem e o nosso ambiente se torne um pouco melhor... 

 

Jorge Soares

publicado às 22:11

A propósito do Rio+20

por Jorge Soares, em 19.06.12

Aves mortas por ingerirem lixo

 

Um documento com novos princípios para dar impulso ao desenvolvimento sustentável foi aprovado nesta terça-feira, na conferência Rio+20, das Nações Unidas, no Rio de Janeiro. 

 

Há uns três ou 4 anos apanhamos o barco em Troia para atravessar para Setúbal, como sempre saímos do carro e encostamos à amurada para desfrutar da paisagem ou com um pouco de sorte vermos os golfinhos.

 

Ao meu lado a olhar para fim de tarde no rio ia uma senhora de idade acompanhada de uma criança, o miúdo estava a beber água por uma garrafa. Quando terminou de beber virou-se para a senhora e disse:

 

- Olha, bebi toda, o que faço com a garrafa?

- Dá cá.

 

A senhora que estava a meio metro de um caixote do lixo e com o neto ao lado, pegou na garrafa e deitou-a ao rio. Foi um daqueles momentos em que o meu mau feitio veio ao de cima, esqueci a idade da senhora e a presença do neto ao lado, quando dei por mim estava a dar um sermão de todo o tamanho e a perguntar-lhe se ela não tinha vergonha do exemplo que estava a dar ao neto? Se ela gostava de chegar à praia e encontrar a areia imunda com o lixo que pessoas como ela deitavam à água? Se não tinha visto o caixote do lixo mesmo ao seu lado?..

 

No fim de despejar o mau feitio e a raiva que aquilo me causou, tinha o miudo a olhar para mim de olhos arregalados e ela de boca aberta a balbuciar qualquer coisa sem muito nexo...

 

É verdade que conferências como esta do Rio+20, ou Kioto, ou as várias outras são importantes para que se debata a situação ambiental do mundo em que vivemos, mas é triste que passe o tempo e o que vemos é que os países com maior culpa na situação, os que mais poluem e mais influenciam o clima e o meio ambiente, como os Estados Unidos, a China ou a Rússia, ou se negam a assinar os tratados ou simplesmente fazem tábua rasa daquilo que assinam.

 

Por outro lado não é com conferências internacionais que se mudam as mentalidades como a daquela avó que simplesmente achou que o seu caixote do lixo era o rio Sado, é com educação e formação.

 

Muita gente já terá visto, mas eu vou repetir, termos consciência do mal que fazemos ao mundo que nos rodeia nunca está demais.

 

Midway é uma ilha em pleno oceano Pacífico, que fica a 2.000 milhas de qualquer costa continental. Esta ilha é desabitada, os seus únicos habitantes são aves marinhas, no entanto... Vejam o que se passa por lá!

 

 
Jorge Soares

publicado às 22:16

O quarto .. ou .. quem tem filhos ....

por Jorge Soares, em 03.07.11

O quarto

Imagem da internet

 

Já me tinha acontecido na outra casa.  Quando mudámos de casa da outra vez tínhamos a R. a casa tinha 3 quartos, dois eram enormes, um para nós, um para ela e o outro, o maior, ficou para escritório. Passado pouco tempo chegou o N. que foi partilhar o quarto com a irmã. Entretanto eles foram crescendo... e um belo dia a minha meia laranja chegou-me com a ideia de que tínhamos de trocar de quarto com os miúdos. Como o nosso quarto era maior ela podia colocar as duas camas e as secretárias deles. De inicio ainda estrebuchei, a ideia de passar a a ter o quarto mais pequeno da casa não me agradou... nem era por nenhum motivo especial.. simplesmente gostava do meu quarto. No fim tive de me convencer, a alternativa era desfazermos o escritório e colocar um em cada quarto, o escritório e tudo o que lá estava não cabia no quarto mais pequeno.

 

Quando trocamos de casa há três anos  certifiquei-me de que ia comprar uma casa com quartos suficientes, de modo a ficar a coberto de mais surpresas... esta casa tem 4 quartos, a saber: escritório, o nosso e um para cada um deles. Entretanto chegou a D., mas a coisa já estava pensada, ela ia partilhar o quarto com a irmã... pensava eu.

 

Na semana passada senti que estava a ter um deja vu... a minha meia laranja acha que o quarto das miúdas é pequeno, colocar beliches não é nada prático, elas precisam de mais espaço... e no nosso quarto cabem perfeitamente duas camas, duas secretárias e ainda sobra espaço para elas.... A conversa foi assim meio para o surreal.

 

- O que achas da ideia?

- Não

- Não?!!, mas porquê?

- Eu gosto do meu quarto.

- Mas tu só lá vais dormir, e ainda por cima dormes poucas horas.

- Não.

- Estás a ser egoísta, ainda por cima a vista desde a cama do outro quarto é muito mais bonita. - Convém dizer que os quartos são parede com parede, a varanda é comum e a vista.. a mesma.

- Já disse que não.

- Estás a ser egoísta e teimoso, já estive a medir e a nossa cama cabe lá perfeitamente e ainda sobra espaço para as cómodas.

-......

-Eu já estive a pensar pintamos as paredes, a cama fica mais perto da janela e está virada ao contrário, ficamos com vista para a serra.

-..... Grrrrr

-Vá lá, eu deixo-te escolher a cor das paredes do quarto.

 

Está demais dizer que é uma batalha perdida, as mulheres desta casa são especialistas em guerra psicológica. Um destes dias cheguei e havia duas amostras de  tinta coladas na parede do quarto... mas eu posso escolher a cor...está mais que visto que estou condenado para o resto dos meus dias a ter direito aos quartos mais pequenos das casas..... também, quem me manda escolher casas pequenas... ou  querer ser família numerosa? Mas vou-me vingar, vou escolher uma cor berrante.

 

Jorge Soares

publicado às 22:12

Parabéns ao INEM

 

Eu sou uma pessoa com mau feitio, é um facto,  se há coisa que não faz parte da minha personalidade é comer e calar, sou dos que reclama, muitas vezes,  principalmente quando sinto que os meus direitos estão a ser pisados, ou quando sinto que estou a pagar um serviço e este não corresponde ao que estava contratado... eu reclamo, e peço o livro de reclamações e já  muitas vezes aqui escrevi sobre estas situações

 

Já aqui relatei vários casos com empresas privadas  e organismos do estado,  ontem falei do INEM, ainda que em si o post não era uma reclamação contra esta instituição, era uma chamada de atenção para uma situação que aconteceu e que teve como protagonista uma criança na escola.

 

Mas assim como reclamo quando sinto que fui maltratado, também acho que se devem reconhecer os bons exemplos e os bons serviços, hoje fiquei muito surpreendido quando recebi o seguinte email:

 

"Exmo. Senhor Jorge Soares,

 

Boa tarde,

 

Teve o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) conhecimento da denúncia publicada no seu blog, na data de hoje, com o título «Como cuida o estado da saúde dos nossos filhos na escola?».

 

Neste sentido, vem o INEM questionar sobre a possibilidade de nos informar relativamente ao dia e hora aproximada em que a ocorrência relatada teve lugar.

 

Efectivamente, todas as reclamações/denúncias são devidamente analisadas neste Instituto, pois essa é uma das formas que temos para melhorar continuamente a qualidade dos serviços prestados.

 

Muito obrigado."

 

O INEM utiliza uma funcionalidade do google que os avisa cada vez que algo é publicado com a palavra INEM.. e na posse dessa informação dão-se ao trabalho de tentar perceber o que aconteceu, mesmo quando o que eu escrevi não é uma denuncia ou uma reclamação directa, nem podia ser, dado que o que contei não se passou comigo.

 

Desde aqui dou os meus parabéns ao INEM, é um exemplo que deveria ser seguido por muitas gente, por muitas empresas, por todo o estado e são atitudes como esta que me fazem pensar que ainda restam coisas positivas neste nosso país.

 

De minha parte tentarei obter a informação que me pedem de modo a ajudar no que for possível.

 

Jorge Soares

 

publicado às 21:56


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