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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
Lembro-me que durante os anos que vivi na Venezuela raramente vi sacos de plástico dos supermercados, em frente há linha de caixas dos grandes supermercados havia sempre caixas de cartão vazias das que vinham com os produtos à venda e era nessas caixas que eram transportadas as compras para minha casa.
Já em Portugal durante anos quando as compras eram no LIDL, onde os sacos plásticos sempre foram pagos, as coisas saiam da caixa registadora para a caixa de cartão que eu ao passar pela zona onde estavam os amendoins tinha posto para dentro do carrinho, entretanto os sacos de amendoins do LIDL deixaram de vir para as lojas naquelas caixas com o tamanho certo para carregar as compras cá de casa e passamos a utilizar os sacos de ráfia, que custam 50 cêntimos em qualquer supermercados e duram anos e anos.
Como raramente vou a hipermercados, há anos que me habituei que os sacos de supermercados se pagam, era assim desde que me lembro no LIDL, no Pingo Doce e no Dia e desde que deixei de usar as caixas de amendoins que passei a andar com sacos de ráfia no carro, que nos camompanham até para as férias.... os sacos do Pingo Doce com aquelas cores todas fazem um figurão nas Astúrias.
Dito isto, não percebo porque é que há tanto alarido com esta história dos sacos plásticos passarem a ser pagos, parece que as pessoas não estavam habituadas a isso há anos, qual é o problema?
Um destes dias estava a ouvir uma reportagem sobre o assunto na rádio e só me apetecia bater na jornalista, a senhora insistia em que as pessoas vissem isso como um problema, quando a maioria até nem via problema nenhum e até concordam que ecologicamente é uma enorme vantagem.... No fim, como já não havia nada para perguntar, ela lá insistiu em que nos sacos mais caros, os tais de ráfia ou parecidos, que existem há anos, o governo não leva nem um cêntimo e vai tudo para o supermercado e a industria... santa ignorância, então o IVA do saco não vai para o estado?
E qual é o problema dos sacos mais fortes não pagarem o imposto especial? Eu há anos que os compro e os utilizo, são super práticos, super resistentes, duram anos e ecologicamente são o ideal, melhor só as caixas de cartão...
É assim tão difícil perceber que o plástico é um enorme problema para a natureza, há milhares de animais que morrem todos os anos devido à forma negligente em que o utilizamos e ao pouco cuidado que temos com a forma como nos desfazemos dele
Este vídeo já aqui passou uma vez, mas nunca está demais, são só quatro minutos, não deixem de ver e pensar se qualquer motivo que contribua para haver menos plástico na natureza, não será um bom motivo, será que 10 cêntimos é assim tanto dinheiro? Quanto vale o mundo que conhecemos? Que mindo queremos deixar para os nossos filhos?
Jorge Soares
Imagem do Público
A maior tempestade de sempre, mais de 600 kms de uma ponta à outra, os ventos mais fortes de sempre, milhares de mortos e desaparecidos, ilhas varridas pela força do mar de uma ponta à outra, cidades completamente arrasadas, miséria, desespero, fome....
Olho para as noticias na televisão e para além de uma enorme sensação de impotência ao ver tanta destruição e tanta gente a precisar de ajuda urgente, dou por mim a pensar como somos tão pequenos insignificantes quando comparados com a enorme força da natureza.
Li algures que o Haiyan terá sido a tempestade mais forte que alguma vez tocou terra, e já há quem diga que esta "fúria" descomunal e da natureza é evidentemente resultado das alterações climáticas. O aumento da temperatura dos oceanos faz com que para além de haver um maior número de tempestades, estas sejam cada vez maiores, mais fortes e claro, mais destrutivas.
Há muito que se diz que uma das principais consequências das alterações climáticas será o extremar dos fenómenos meteorológicos, períodos de calor e de frio extremos, mais mais fortes tempestades, mais secas e inundações, tudo isto é o resultado da forma como temos vindo a descuidar a nossa relação com o mundo me que vivemos.
Hoje olhando para a enorme destruição e para o desespero de quem perdeu tudo, e não sabe como vai conseguir sobreviver aos dias seguintes à enorme tragédia, dei por mim a pensar no que será necessário para que de uma vez por todas o mundo se convença que temos mesmo que fazer algo para pelo menos minorar as causas de tudo isto.
Hoje há muita gente a falar do clima, das alterações climáticas, do efeito de estufa, mas a realidade é que amanhã, tudo voltará ao mesmo, as pessoa continuarão a desperdiçar energia, a utilizar os carros em lugar dos transportes públicos, a viver como se nada se estivesse a passar....
É verdade que comparados com a força da natureza somos insignificantes, mas é incrível como cada um de nós na nossa enorme insignificância, contribui de uma forma tão marcada para que o mundo mude e mostre a sua raiva pelo que estamos a fazer... era tão bom que tivéssemos consciência disso e fizéssemos algo para mudar.
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Vou começar por uma informação útil, se por acaso decidir comprar os bilhetes para a Eurodisney via internet, antes de comprar entre no site francês da Disneyland Paris e verifique o preço, não é sempre, mas a maior parte das vezes o preço é mais barato para os franceses.
Este ano as nossas férias foram diferentes, houve menos praia, menos montanha, menos natureza, em contrapartida, houve muitos mais horas dentro do carro, ao todo foram mais de 4400 kms, e há quem diga que houve mais diversão.
Estivemos a fazer as contas, se quiséssemos ir à Eurodisney de avião, a viagem mais a estadia de 3 ou 4 dias, ficavam bem perto dos 2500 Euros. As crianças acima dos 12 anos pagam tudo como adultos e cá em casa já são duas.
Nós fizemos a coisa por menos de metade, levámos uma semana para chegar a Paris, pelo caminho conhecemos sítios fantásticos, fizemos canoagem radical, subimos ao segundo andar da torre Eifel pelas escadas, andámos a passear nos Campos Eliseus e debaixo do arco do triunfo, vimos namorados a colocar cadeados na A Pont des Arts, descobrimos as ruelas do Quartier Latin, subimos ao topo da duna mais alta da Europa e até andamos nos comboios franceses à borla...
Esta vez não fomos ao Louvre, a fila era de centenas de metros e o truque que tínhamos utilizado da outra vez já não funcionou, mas vimos a catedral de Notredame e fizemos um picnic nos jardins das margens do Sena.
Para os miúdos o ponto alto foram os dois dias de visita aos dois parques da Disney.. mas eu acho que todos gostamos muito mais dos sete kms de canoagem "radical", sozinhos no meio da França rural... mas isso será história para outro dia.
As coisas podiam ter corrido melhor se tivéssemos feito melhor o trabalho de casa e reservado os parques de campismo de Paris e junto à praia em Arcachon e se a tenda não nos tivesse pregado uma partida, quase 20 anos a comprar tendas italianas sem um único problema, esta vez compramos uma (caríssima) tenda inglesa que supostamente aguenta climas árcticos e logo no inicio da viagem partem-se duas varetas...
Os parques que tínhamos escolhido estavam cheios, mas parques de campismo é o que não falta.. não são é todos iguais.. mas disso também falarei noutros posts.
A ideia inicial era levar uma semana para chegar aos arredores de Paris, passar uma semana por lá e demorar outra a regressar a casa. O problema com a tenda e a escolha errada do parque que ficava no sopé do sitio mais alto da Duna, abreviou a viagem de regresso e roubou-nos uns dias de praia, mas em contrapartida permitiu que conhecêssemos Burgos e a sua fantástica catedral... felizmente por cá também há excelentes praias... e este ano a temperatura da água nem era assim tão diferente.
A maior parte das pessoas não consegue entender, mas não troco as minhas férias de campismo, natureza e aventura.... por nada!
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Serras, veredas, atalhos,
Estradas e fragas de vento,
Onde se encontram retalhos
De vidas em sofrimento
Retalhos fundos no rostos,
Mãos duras e retalhadas
Pelo suor do desgosto,
que talha as caras fechadas
O caminho que seguiste,
Entre gente pobre e rude,
Muitas vezes tu abriste
Uma rosa de saúde
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão
As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São a água que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste
E depois de tanto mundo,
Retalhado de verdade,
Também tu chegaste ao fundo
Da doença da cidade
Da que não vem na sebenta,
Daquela que não se ensina,
Da pobreza que afugenta
Os barões da medicina
Tu sabes quanto fizeste,
A miséria não se cura,
Nem mesmo quando lhe deste
A receita da ternura
Cada história é um retalho
Cortado no coração
De um homem que no trabalho
Reparte a vida e o pão
As vidas que defendeste,
E o pão que repartiste,
São a água que tu bebeste
Dos olhos de um povo triste
Ary dos Santos
Imagem minha do Momentos e Olhares
Se não tivéssemos inverno, a primavera não seria tão agradável: se não experimentássemos algumas vezes o sabor da adversidade, a prosperidade não seria tão bem-vinda.
Anne Bradstreet
Jardim do Bonfim
Março de 2012
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Nenhuma tarefa, se bem feita, é verdadeiramente privada. É parte do trabalho do Mundo.
(Autor desconhecido)
Setúbal, Março de 2012
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Reparei nesta flor no dia em que chegamos, um ponto de cor quente no meio das cores frias do inverno, o primeiro que pensei foi em como é que ela conseguiu sobreviver e estar assim viçosa nesta altura.... no dia a seguir tudo estava branco e coberto de geada, tudo à volta estava gelado, mas ela continuava lá... um ponto laranja no meio de um mar de branco gelado.
Póvoa Dão, Viseu
Dezembro de 2011
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
uando Setembro chegar…
Quando Setembro chegar o verão terá acabado e o amanhecer virá me acordar, apressado.
Não mais haverá folhas secas caídas ao chão, pois as cores, antes tímidas, voltarão em puro êxtase, bailando num festival deliciosamente provocante.
Quando Setembro chegar o sol estará pleno, iluminando os mares do meu mundo.
Uma brisa suave teimará em bater de leve em meu rosto, desajeitando meus cabelos húmidos e pesados. Um aroma antigo se fará presente, trazendo consigo a quietude do meu ser.
Quando Setembro chegar serei embalada por uma música e por alguns instantes deixarei de respirar. Em órbita, minha razão terá sido arrancada de mim por algo que não pretendo explicar.
Teremos tempestade.
Ventania.
Um doce fechar de olhos.
Um meio sorriso preso nos lábios.
Quando Setembro chegar correrei ao encontro dos sentidos. Ao abrir uma janela descobriria um novo cheiro, ao escancarar uma porta um novo gosto. Na intimidade de um toque, desvendaria um olhar.
Uma onda de felicidade atingirá todo meu corpo. Alegria em forma de espuma nos pés, contentamento em forma de grãos de areia nas mãos. Não haverá nuvens no meu céu.
Quando Setembro chegar eu serei todas as estações do ano…
(Autora: Ludmila Guarçoni)
Borboleta Zebra "apanhada" no jardim aqui à volta do prédio em Setembro do ano passado.
Setúbal, Setembro de 2010
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
Eugénio de Andrade
Rio Sualón, Vegadeo, Astúrias
Agosto de 2011
Jorge Soares
Imagem minha do Momentos e Olhares
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro in Guardador de rebanhos
Praia La Isla, Colunga, Astúrias, Espanha
Agosto de 2011
Jorge Soares