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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Tatiana Alves
Retirado de Samizdat
Imagem de aqui
Nós os portugueses temos algumas coisas singulares, uma delas são os nomes, para além de de utilizarmos uma regra diferente do resto do mundo para os apelidos, temos uma lista de nomes válidos... não sei se ainda é assim, mas os filhos dos portugueses na Venezuela, eram registados no registo civil com uns apelidos e no consulado português com outros, conheço pessoas que quando os pais regressaram a Portugal, simplesmente mudaram de nome e de apelidos quando foram tirar o primeiro bilhete de identidade.
Escolher os nomes para os filhos é quase sempre uma tarefa complicada, primeiro os pais babados tem que estar de acordo, o que nem sempre é fácil. Há quem deixe os padrinhos escolher e quem só lhes tente agradar, depois há que escolher um nome que agrade a avós paternos e maternos... complicação a multiplicar por 4... principalmente quando os avós gostavam muito que os netos se chamassem como eles... Há casos em que o nascimento da criancinha termina em zanga com uma parte da família, ou com as duas, e até em divórcio...
Eu lembro-me de estar sentado com a minha meia laranja numa esplanada da avenida de Roma e escrever num guardanapo de papel os nomes que eu queria para as meninas e que ela queria para os meninos, ... A coisa até nem começou mal... R. era o primeiro nome da lista... os dois seguintes é que já não foi bem assim, adoptar não é bem a mesma coisa que ter filhos naturais... e agora que penso nisso, um dos nomes não ia passar na famosa lista oficial.
Conheço casos de pessoas que no último dia do prazo legal para inscrever a criancinha ainda andavam às turras com o nome, outras que até já tinham escolhido o nome para o rebento... e um dia depararam-se com um babete bordado com todo o amor do mundo pela avó... com um nome de que até não gostavam muito... mas não iam fazer a desfeita... cá por mim desfazia-se o bordado, mas eu tenho mau feitio.
Há um casal que tinha um método infalível, se fosse menino ela escrevia 5 nomes e ele escolhia um, se fosse menina ele escrevia 5 nomes e ela escolhia um... parece-me bem. Há quem passe horas a olhar para listas de nomes a tentar chegar a um acordo... há quem tire à sorte... há muitas formas.
Voltando ao inicio do Post, eu sempre achei uma parvoíce o facto de em Portugal existir uma lista de nomes válidos, bem, a vida vai-nos ensinando que nem tudo o que parece parvo o é... no dia em que descobri que alguém chamou a uma pobre criatura Lyonce Viiktórya, só possível porque o pai nasceu em Bissau e não em Portugal, percebi que sim, que a lista é necessária..e que não deveria mesmo ter excepções... aposto que no Brasil e em Maracaibo na Venezuela, há mesmo crianças que se chamam Skype.
E vocês, querem contar como escolheram o nome dos rebentos?...
Jorge Soares
PS:Se ainda não o fez, Pode Lyoncificar o seu nome, aqui
Hoje a minha filha Raquel, que tem 8 anos e é uma adicta à leitura, requisitou o seu primeiro livro na biblioteca da escola, como seria de esperar de alguém de 8 anos escolheu o livro pela capa.....podia ser pior. O nome do livro?, André e a esfera mágica, de Manuela Gonzaga.
Depois de ler 60 paginas e de uma queixa da professora de musica, de que ela passou a aula a ler o livro em vez de estar com atenção à lírica, ela chegou a casa chateada, é que apesar de ser interessante, a capa e o nome não tem nada ver com a historia, grande frustração, porque é que as pessoas inventam capas para os livros que não tem nada a ver com a Historia? Boa pergunta, não acham?
Assim de repente, e para além de La sombra del viento, que convenhamos é um nome estranho, consigo-me lembrar de Cem anos de solidão, do Garcia Marquez, ou de a Voz dos deuses de João Aguiar, ou de O nome da Rosa de Umberto Eco, tudo livros fabulosos...e com nomes estranhos.
Jorge