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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
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“Os professores mantêm-se, disse, e como é evidente os professores mantêm-se até à nova lista de colocação corrigida, que tacitamente revoga a anterior. É a lei..... Eu digo [a 18 de Setembro] os professores mantêm-se, não digo manter-se-ão. ”
Um problema de português, foi assim que Nuno Crato explicou a diferença entre o que todo o país tinha percebido do que ele disse no célebre dia do pedido de desculpas e o que realmente aconteceu... foi um problema de português, onde nós percebemos "os professores mantém-se nos lugares em que estão e será encontrada uma solução para os erros" o que ele queria dizer era "os professores mantém-se até lá chegarem outros e irem para o desemprego"
Se isto não é atirar arei para os olhos de deputados, professores e de todo o país, eu não sei o que será. Será que depois disto alguém, para além de Passos Coelho pode confiar numa palavra que saia da boca deste senhor?
Passou um mês desde o inicio das aulas, para além dos milhares de alunos que continuam sem professores, há agora também dezenas de professores que viram de um dia para o outro a sua vida andar para trás e um mundo de incertezas onde antes havia emprego e certezas... e ante tudo isto o ministro tenta entreter o país com jogos de palavras.
Gostava de perceber qual o jogo de palavras que explica o facto de um mês depois de começarem as aulas a minha filha continuar sem professor de matemática? Ou o facto de continuarem a haver escolas que só abrem metade do dia porque para além de não haver professores, não há auxiliares!
Na verdade são precisos jogos de palavras porque tudo isto tem um nome, TRAPALHADA, tudo isto é a maior trapalhada dos últimos anos, não há memória de um inicio de ano escolar que tenha corrido tão mal como este, tudo isto denota uma enorme incompetência e desorganização e que faz o ministro? Jogos de palavras!.. e um pouco de vergonha, não?
Jorge Soares
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Já passaram três semanas desde que era suposto começarem as aulas e mais de duas desde que Nuno Crato foi à Assembleia da República pedir desculpa pela trapalhada que foi a colocação dos professores contratados, nesta altura, repito, três semanas depois do inicio das aulas, a minha filha continua sem professor de matemática, e ela está com sorte, no Liceu de Setúbal há turmas do sétimo e oitavo ano onde faltam seis e sete professores.
Crato veio a público pedir desculpas, houve um director geral que se demitiu e afinal, de que serviu isso, de que serviram as desculpas se há escolas onde para além de não haver professores também não há funcionários suficientes e portanto só abrem durante a manhã ou durante a tarde?
Ministros que pedem desculpa é uma novidade, mas para ser sincero eu preferia que não tivesse havido demissões ou pedidos de desculpa e nesta altura todos os professores estivessem colocados e todas as escolas a funcionar, eu não quero saber das desculpas do senhor, quero é que a minha filha tenha aulas, tal como imagino que os professores queiram é estar colocados a tempo e horas e que tudo funcione nas escolas como deve ser.
Desde Junho que a minha filha, que transitou para o secundário, sabia a turma na em que iria ficar, o que me leva a pensar que desde Junho que o Liceu tinha as as turmas formadas e sabia dos professores que iria necessitar, porque é que os concursos são só em Setembro e as colocações saem na véspera ou depois das aulas começarem?
Se as escolas sabem desde meio de Setembro, quando era suposto começarem as aulas, quais as vagas que ficaram por preencher, porque é que só no inicio de Outubro se fazem os segundos concursos?
E como é que se explica que havendo mais de 40 mil professores desempregados, seja tão difícil encontrar um professor de Matemática para um horário completo num Liceu que fica no centro de Setúbal?
Para todas estas questões só pode haver uma resposta, incompetência por parte de quem gere todo este processo, eu não me lembro de um inicio de ano com tanta trapalhada como este.
Senhor ministro, não peça desculpa, reconheça que não consegue fazer o trabalho e dê lugar a quem consiga.
Jorge Soares
Imagem de aqui
Um destes dias li o seguinte no Facebook:
Pega nesse copo.
-Peguei.
-Agora deixa-o cair ao chão. O que aconteceu?
-partiu
-Agora pede desculpa e vê lá se ele volta a ficar inteiro.
Achei que tinha que falar disto aos meus filhos, eles acham que pedir desculpa resolve imediatamente qualquer asneira ou problema em que se tenham metido e que a vida segue simplesmente como se nada tivesse acontecido.
Hoje quando pelo segundo dia consecutivo ouvi um ministro a pedir desculpa por uma asneira do seu ministério e a seguir em frente como se nada se tivesse passado, lembrei-me disto.
Ontem tinha sido a ministra da justiça a pedir desculpa pelas falha Citius, o já famoso do sistema informático da justiça que de um dia para o outro fez desaparecer os bites e os bytes que guardavam milhares e milhares de processos, hoje ficamos a saber aqui que há muito se sabia que o colapso do sistema era iminente, pelos vistos a única que não sabia era a ministra, a mesma que insistiu nos encerramentos de tribunais e reformas apesar de tudo e de todos.
Ela pediu desculpa, pena que não haja forma de colar os cacos e o sistema de justiça tenha voltado uns anos para trás ao tempo em que só havia papel.... e será que todos os processos tinham mesmo suporte em papel?
Hoje calhou ao ministro da educação pedir desculpa, pelos vistos aquilo que os professores apregoavam desde que saíram as listas era mesmo verdade e alguém fez asneira da grossa. Essa asneira fez com que neste momento existam muitos professores no desemprego que na realidade deveriam estar a dar aulas, nos seus lugares já há outros professores contratados e colocados. Demoraram quase uma semana a verificar o que os professores descobriram em minutos, o ministro pediu desculpa e já há quem se tenha demitido, é claro que não foi o ministro.
É com agrado que vejo alguém reconhecer um erro, tal como gosto que os meus filhos o façam quando erram ou a asneira é grande, mas também aqui não vejo como poderão ser colados os cacos, como irá o ministério da educação resolver o problema? Vai despedir quem foi contratado por engano para contratar quem ficou de fora? E nos entretantos os alunos vão voltar a ficar sem professor?
É uma verdadeira novidade ver ministros pedir desculpa, mas era muito mais interessante ver que assumem a responsabilidade do erro, tal como digo algumas vezes aos meus filhos, as desculpas não se pedem, evitam-se.
Tanto a ministra da justiça como o ministro da educação podiam ter evitado o erro, bastava dar ouvidos a quem os avisou que as coisas não iam correr bem, ambos decidiram seguir em frente com o erro apesar dos avisos, agora não deviam pedir desculpas, deviam assumir a culpa e demitirem-se.
Jorge Soares
Retirado do Público
O ministro Nuno Crato decidiu que no próximo ano lectivo haverá um novo regime jurídico de formação para a docência, um novo regime que daqui até ao inicio do novo ano lectivo deverá alterar não só a forma de acesso aos cursos de educação, como também os currículos dos mesmos. “As instituições devem remeter à A3ES, até 60 dias úteis após a entrada em vigor do presente diploma, os pedidos de acreditação dos ciclos de estudos que pretendam colocar em funcionamento em 2014/2015”,
Ou seja, o ministro decidiu que todo o sistema de formação para a educação irá ser alterado de uma ponta à outra num prazo de seis meses e decidiu à melhor maneira do "quero posso e mando", sem consultar nem a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, nem as universidades, nem os institutos politécnicos.
Serão afectados todos os estudantes actuais e futuros dos cursos de educação do país mas segundo a noticia do Público, o ministério já nem admite acreditar os cursos actuais para o próximo ano lectivo.
Todas as instituições deverão em menos de sete meses preparar e fazer aprovar os novos currículos dos cursos superiores, e ao mesmo tempo preparar e aprovar as regras de transição dos actuais para os novos currículos para os alunos que já se encontram na universidade.
Tudo isto terá sido decidido pelo ministério da Educação sem nenhum tipo de discussão ou consulta com as escolas do ensino superior... tudo muito democrático portanto.
Jorge Soares
Imagem do Público
Li ou ouvi algures que o senhor ministro da Educação, Nuno Crato, disse que o ano lectivo se estava a iniciar com absoluta normalidade. Hoje a meio da tarde ficamos a saber que para a turma da minha filha na secundária do Bocage em Setúbal, o normal é que as aulas se vão iniciar sem que se saiba quem são os professores de Matemática, Geografia e Francês.
Para começar não consigo perceber como é que se marcam reuniões com os pais para um dia de semana às 3 da tarde, mas pronto, é sexta feira e se calhar até há muita gente a quem até dá jeito ter uma desculpa para se baldar ao trabalho...
Depois gostava de perceber se é a este tipo de coisas que o senhor ministro chama "absoluta normalidade". Como referi neste post, o ano passado a escola esteve dois meses a tentar contratar um professor de matemática e não conseguiu, o resultado foi que a turma não deu perto de um terço da matéria, mas claro que ficou prometido pela directora de turma que seria recuperado no inicio deste ano.
Para amostra começamos bem, apesar da mesma professora continuar na escola, alguém decidiu não lhe atribuir a turma, vá lá a gente perceber porquê... está-se mesmo a ver que para uma turma do nono ano que até vai fazer exame este ano e que já vem coxa do ano anterior, o melhor mesmo é começar o ano lectivo sem professor... e se forem tão expeditos a contratar como no ano passado, eles devem ter aulas lá para Dezembro..
Mas deve ser a este tipo de coisas que o senhor ministro chama "Normalidade"... gostava de perceber o que será o anormal...
Jorge Soares
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Não, não sou professor, mas tenho ouvido e lido com algum espanto a forma como o ministro da educação, alguns pais e hoje até Cavaco Silva, olham para a greve que se anuncia nos dias dos exames nacionais.
Cavaco e o ministro Nuno Crato acusam os professores de utilizarem os alunos, e há um coro de gente que pede para que a greve seja noutra altura... noutra altura quando? Uma greve que não prejudique ninguém serve para quê? Para que quem faz greve perca um dia de salário? Se não se prejudica ninguém, qual o efeito da greve?
O presidente da República que parece que só acorda para vir defender o governo, vem dizer que não se podem utilizar os alunos, que "os estudantes não podem ser meios para atingir fins”, mas por acaso os professores tem algum outro meio para manifestarem o seu desagrado e indignação que não seja este?
Gostava de ouvir Cavaco Silva falar das condições quase surreais em que se dão aulas em Portugal, das escolas sem dinheiro para reparações, sem dinheiro para fotocópias, do facto de haver escolas onde os alunos tem de levar o papel higiénico de casa, dos roubos e da violência que acontecem dentro e fora dos recintos escolares, de alunas que são violadas pelos colegas de 13 anos... era disso que queríamos ouvir o presidente falar, mas não, ele preocupa-se é em atacar quem utiliza o seu direito à greve para se defender dos atropelos deste governo... se é para isso, mais valia continuar mesmo calado!
Jorge Soares
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Um destes dias numa mesa de família, descobri que além dos avós, eu era o único que era do tempo do exame da 4ª classe, foi em 1978 e deve ter sido algo importante porque passado este tempo todo eu ainda me lembro. Exame escrito na sala do andar de cima da escola Soares Bento em Palmaz e exame oral na mesma sala, eu sozinho sentado frente a uma mesa com 4 professores, dois dos quais nunca tinha visto na vida...
Eram definitivamente outros tempos, para muitos dos meus colegas aquele exame representava o fim da sua vida escolar, era o tempo em que ter a 4ª classe significava ter instrução. Desde a primeira classe aos seis anos que eu ia a pé para a escola, verão ou inverno, a quase dois kms, o ciclo era na vila, a 10 kms, eu tinha 10 anos e apanhava o autocarro todos os dias, sozinho, saia na estação de camionagem e caminhava até à escola.
Faz-me alguma confusão a imprtância que este ano se quer dar a este exame, afinal serve para quê? Há dois anos não havia exame, cá em casa decidimos que o N. ia repetir o 4º ano e foi o cabo dos trabalhos convencer a professora, a escola e o agrupamento, eles não queriam por nada, mesmo quando concordavam que ele não estava preparado. O que vai mudar com o exame? Quem reprovar vai repetir o ano? É claro que não. Vamos ficar a saber mais sobre a preparação dos alunos? Tenho sérias dúvidas.
O facto de obrigarem os alunos a irem fazer exame a outra escola é só uma tentativa do ministro Nuno Crato e do ministério da educação de dar importância a um exame que na realidade não serve para nada.
Mas o cúmulo do ridículo foi atingido esta semana quando ficamos a saber que os alunos vão assinar um “termo de responsabilidade” em como não utilizam telemóveis nos exames.
Isto é mesmo a sério? Estamos a falar de crianças de 9 e 10 anos, quantas delas vão entender o que estão a assinar? Que eu saiba sempre foi proibido copiar nos exames, nós sabíamos isso e nunca foi necessário assinar o que quer que fosse, qual é a diferença entre sabermos que não podemos copiar e que não se pode utilizar o telemóvel? Porque é que num caso bastam os avisos dos professores e noutro é necessário fazer crianças de 10 anos assinarem um documento?
Não sei quem terá sido o iluminado que se lembrou de tal coisa, podemos olhar para isto de muitas formas, mas ou alguém está a querer mostrar serviço, ou já não se confia na autoridade do professor para se fazerem cumprir as regras dentro da sala. Imaginemos que há um aluno a copiar e outro a utilizar o telemóvel, haverá alguma diferença no comportamento do professor? Ambos os testes serão anulados, mas será que no caso do telemóvel vai ser utilizada a assinatura para colocar a criança em tribunal?
Numa altura em que muitas famílias não conseguem alimentar os seus filhos, porquê criar mais um problema de transportes para a deslocação das crianças para sedes do agrupamento? Nesse dia milhares de crianças não vão ter aulas porque a sua escola vai estar ocupada com o exame, que farão os pais que ainda tem emprego com essas crianças?
Numa altura em que em muitas escolas não há dinheiro para tirar fotocopias e até já se pede aos alunos para levarem o papel higiénico de casa, porquê fazer as crianças irem fazer exames a outras escolas? Porque gastar-se mais dinheiro em vigilância de exames? E para que gastar muito dinheiro em resmas de papel numa declaração que na realidade não serve para absolutamente nada?
Onde anda o bom senso na nossa educação?
Jorge Soares
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Segundo noticia do Público, o Ministro Nuno Crato admite que nos casos em que se detectem irregularidades, o ministério poderá obrigar a Universidade Lusófona a anular as licenciaturas.
Como sabemos o Ministro Miguel Relvas foi um dos que beneficiou do sistema de atribuição de créditos pelo currículo profissional, terá inclusivamente sido um dos alunos a quem foi atribuído mais créditos por esta via.
O cúmulo dos cúmulos é que na ânsia de bater todos os recordes de menor tempo e menor vergonha para se ter uma licenciatura, Miguel Relvas teve equivalências em 4 licenciaturas que na altura nem existiam, ou seja, parece que a universidade preparou uma licenciatura especial só para ele.
Vai uma aposta que muita gente vai ter que voltar à universidade mas que Miguel Relvas não será um deles?
Jorge Soares