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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
"Imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre elas, sobretudo, entre nações amigas”
Hoje no seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente do Brasil não poupou nas palavras e foi contundente no seu repúdio à politica de vigilância dos Estados Unidos posta a descoberto por Edward Snowden.
A Presidente do Brasil que subiu ao púlpito antes do presidente Obama a quem eram dirigidas as críticas, acusou os Estados Unidos de atentarem contra a soberania dos outros paises, de violarem o direito internacional e os direitos humanos.
Recorde-se que a presidente do Brasil tinha pedido explicações ao governo americano sobre as escutas de que tinham sido alvo ela e algumas instituições brasileiras, e que insatisfeita com as explicações recebidas, cancelou a visita oficial que estava marcada para o próximo mês.
Tudo o contrário do que se passou por cá e no resto da Europa, onde a maioria dos países e instituições também foram alvo de espionagem, para além de não termos visto ou ouvido grandes reclamações, ainda vimos como uma serie de países prestaram vassalagem ao governo americano ao não autorizarem a passagem do avião de Evo Morales, presidente da Bolívia.
Haja gente com capacidade de indignação no mundo... e haja mulheres com eles no sitio para mostrarem a quem se acha acima da jsutiça e do resto do mundo que há limites para a falta de respeito. Bem haja Presidente Dilma Rouseff.
Vídeo do Discurso da presidente do Brasil:
I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the colour of their skin, but by the content of their character.
Martin Luther King
Passaram 50 anos sobre o discurso em que foram proferidas estas e muitas outras palavras de esperança para um futuro muito diferente para melhor, um futuro de igualdade, sem discriminações, sem injustiças baseadas na cor da pele.
Hoje o mundo e os Estados Unidos são diferentes em muitas formas, e até há um homem negro sentado na cadeira do poder do páis mais poderoso do mundo, mas a verdade é que lá, como cá, como na maioria dos países, o sonho de Martin Luther King segue por cumprir.. e ainda há muitíssimas vezes em que os homens continuam a ser julgados pela cor da sua pele, ou pela sua ideologia, ou pelas suas escolhas sexuais, ou... em lugar de pelo seu carácter...
Passaram 50 anos e ainda falta tanto para que se cumpra o sonho
Jorge Soares
Imagem de aqui
De referir que Kristian tem 5 anos e a arma com a que matou a irmã era sua, foi-lhe oferecida como prenda de anos. E não, ninguém foi responsabilizado por isto, o caso foi arquivado dado que foi considerado um acidente.
É evidente que para quem não vive nos Estados Unidos é difícil entender como é que alguém oferece uma arma real a uma criança de cinco anos, como é que se deixa essa criança a brincar com outras crianças com a arma carregada, e é sobretudo muito difícil entender como é que para todo o mundo tudo isto pode parecer tão normal... afinal uma criança de dois anos foi morta a tiro por uma de cinco.
Noticias de acidentes com armas ou de loucos que pegam nelas e começam a disparar indiscriminadamente são frequentes nos Estados Unidos, mas isso não impede que no país continue a existir o culto das armas e que se veja como normal que uma criança tenha uma ou utilize a dos pais.
Como reagirá e a quem culpará esta criança quando crescer e tomar consciência que matou a sua pequena irmã porque alguém teve a irresponsabilidade de lhe dar uma arma para as mãos?
Depois da última matança de crianças numa escola o presidente Obama tentou mudar a lei e dificultar o acesso às armas, mas nem a visão recente de dezenas de crianças brutalmente assassinadas conseguiu vencer os lobbies e a lei foi chumbada, o que será necessário para que as pessoas compreendam que há algo de errado nisto tudo?
Jorge Soares
"Acredito piamente que apesar da confusão que é o sistema eleitoral americano, Obama vai vencer, e que isso irá significar uma grande mudança na maneira como os Estados Unidos estão no mundo... acredito que as coisas irão mudar para melhor e que isso irá trazer uma nova dinâmica à economia mundial. Os Estados unidos vão mudar, e com eles o mundo irá mudar... para melhor."
Foi neste Post, no dia 4 de Novembro de 2008 que escrevi o parágrafo acima, na altura tudo parecia possível e Obama parecia a pessoa certa para o lugar certo, o homem que iria revolucionar a política e o estado americano, para melhor, para muito melhor.
A verdade é que passaram 4 anos e atrevo-me a dizer que a montanha terá parido um rato, o facto de um político negro ter chegado a presidente da república é sem dúvida um marco na sociedade americana, mas a verdade é que negro ou branco é necessário muito mais que a boa vontade para que se consiga mudar o que quer que seja num país em que mais que as pessoas mandam os lobbies... e Obama esteve mesmo muito longe de conseguir ter a força suficiente para se opor aos verdadeiros poderes instalados.
Hoje é dia de eleições no Estados Unidos, a maioria dá por garantida a reeleição de Obama, se eu fosse americano teria uma enorme dificuldade em me deslocar às mesas de voto, porque deixei de acreditar que Obama consiga mudar o que quer que seja e do outro lado temos um Mick Rommey que só me faz lembrar as piores fases de Bush pai ou Bush filho.
Na situação económica do mundo em que vivemos faz falta no governo da economia mais poderosa do mundo, que não a mais rica, alguém com capacidade de fazer a diferença, mas nem um nem outro dos candidatos a estas eleições são essa pessoa.
Jorge Soares
racismo
Foi nos Estados Unidos, algures num restaurante em Princeton, que ouvi por primeira vez falar de Obama, um americano negro que a um ano das eleições se começava a perfilar como candidato a substituir Bush. Achei a coisa tão inverosímil que nem me dei ao trabalho de pensar muito no assunto. Não, não tinha passado assim tanto tempo nem tinam acontecido assim tantas coisas como para que isso fosse possível.
Curiosamente um ano depois aconteceu mesmo, um negro chegou à presidência americana, um homem cheio de grandes ideias e de boa vontade. Passaram quase 5 anos, é verdade que o mundo mudou, mas ao contrário de todas as expectativas que eu e meio mundo depositávamos num homem diferente, a verdade é que muito pouco dessas mudanças se devem a Obama ou ao seu governo... e coisas como Guantânamo ou sistema de saúde e de politicas sociais, principais bandeiras da campanha de Obama e de quem o apoiava, pouco ou nada mudaram.
Na verdade os Estados Unidos mudaram muito menos que aquilo que podemos pensar, hoje foi notícia no Público que em pleno século XXI ainda há quem teime em viver como se vivia na década de sessenta do século passado, na época de Marther Luter King e do seu "I Have Dream".
Sabemos que é preciso muito mais que um presidente negro quando lemos que em Crystal Springs, uma cidade do Mississípi negros foram impedidos de casar em igreja frequentada por brancos.
Andrea e Charles eram frequentadores daquela igreja no Mississipi e, quando decidiram casar religiosamente, escolheram-na. O pastor, Stan Weatherford, marcou a cerimónia mas a comunidade baptista, composta por brancos, não gostou. O templo existe desde 1883 e nunca ali houvera um casamento de pessoas negras; queriam que assim continuasse.
Não sei o que me choca mais, se perceber que isto continua a acontecer ou se depois de isto acontecer, não só não acontece nada, como não há ninguém que simplesmente diga a estes senhores que isto não pode acontecer e eles se preparem para o continuarem a fazer.
Depois disto ficamos a perceber como é tão pequeno o poder do homem mais poderoso do mundo, que apesar de conseguir decidir o que vai acontecer em lugares tão distantes como o Iraque e o Afeganistão, não consegue fazer com que não exista descriminação e racismo contra pessoas como ele numa pequena cidade que fica no seu quintal.
Jorge Soares
Imagem do Público
justiçar - Conjugar
(justiça + -ar)
Na segunda feira Israel atacou em águas internacionais uma frota de barcos turcos que pretendiam fazer chegar à faixa de Gaza a ajuda que não pode chegar por terra devido ao bloqueio imposto por este país desde há mais de um ano. No ataque, que repito, foi em águas internacionais morreram 9 pessoas e muitas mais ficaram feridas.
Na segunda feira os telejornais dos 4 canais abriram com a noticia do Mourinho a ser apresentado como treinador do Real Madrid, na RTP foram mais de 10 minutos de Mourinho, nem sei se falaram dos barcos e do assalto de Israel, entretanto tinha mudado de canal. Ontem foi dia de jogo da selecção nacional, falou-se de futebol e do fecho das escolas com menos de 21 alunos... e da crise.... dos barcos, de Gaza, dos palestinianos, de todo um povo que sofre, pouco se falou.
Gaza é uma porção de terreno de 45 Kms de comprimento por 10 kms de largura onde desde há 4 gerações vivem 1,4 milhões de Palestinianos, pessoas que foram expulsas das suas terras e casas e confinadas em campos de refugiados. Em Gaza não há espaço para mais nada que para as pessoas, não há vida, não há empregos, não há economia, não há nada, só há miséria humana e raiva.... muita raiva.
Há mais de um ano e a propósito do ultimo ataque israelita em que morreram mais de 700 pessoas, escrevi o seguinte neste post:
Israel sabe que a mudança de presidente nos estados Unidos vai trazer ventos de mudança, a diplomacia Israelita sabe que mais tarde ou mais cedo, Obama vai trazer ventos de mudança que vão fazer abanar muitos equilíbrios precários. Vai daí, e enquanto é tempo, decidiu aproveitar todas as provocações para fazer uma limpeza do terreno antes que seja tarde.
O principal suporte do estado de Israel tem sido os Estados Unidos, só com a protecção do gigante Americano tem sido possível ignorar as dezenas de resoluções da ONU, só com a protecção dos Estados Unidos, Israel pode ignorar a censura do mundo durante tantos anos...e com Obama, mais tarde ou mais cedo, essa protecção vai acabar.
Está visto que eu, e já agora o mundo, esperávamos mais de Obama, para as pessoas da Palestina não mudou nada, Israel continua a fazer o que quer e lhe interessa, hoje as nações unidas condenaram o ataque aos barcos.... imagino que em Israel se devem rir do assunto, assim como desde sempre se riram de todas as resoluções e condenações das nações unidas e do mundo
O bloqueio israelita aos territórios da Palestina dura há mais de um ano, segundo noticia do Público, Israel nega-se a levantar o bloqueio, parece que o mundo, todos nós, decidimos olhar para o lado, até quando?
Imagem do Público
Segundo a noticia do Público, o comité deu muita ênfase aos esforços de Obama para resolver a questão nuclear.
Sempre achei que Obama seria uma volta de página na politica americana, um ano depois, acho que essa volta de página está por dar. É evidente que há coisas que demoram a mudar, mas a manutenção de Guantanamo e a recusa de receber em solo americano os prisioneiros entretanto ilibados, a demora no abandono das duas guerras em que o país está envolvido, a demora nas necessárias reformas sociais, são coisas que me fazem duvidar se esse virar de página irá mesmo acontecer... discordo da entrega do prémio, acho que ainda fez muito pouco para o merecer....
Jorge Soares
PS:post via email
Imagino que todo o mundo estará cansado de ouvir falar do Obama, durante todo o dia não se falou mesmo de outra coisa, na rádio, na televisão, até na blogosfera, podemos até ter uma fotografia nossa ao estilo Obama.... viva a internet e a tecnologia.
Já não me lembro com quem estava a falar, mas acho que foi no Colombo naquele fim de semana pelo direito a uma família, em que estivemos lá a ver o mundo passar. Lembro-me de perguntar:
-Então e se fosse cá?, O Obama ganhava?
-Não, claro que não.
-Também acho que não!
Tenho frescas na memória as enormes discussões no Nos Adoptamos, havia sempre alguém que dizia que tinha colocado restrições de raça, invariavelmente saltava eu, ou alguém.... e a discussão era acirrada.... de um e de outro lado esgrimiam-se argumentos, o racismo, os direitos, a família...sei lá. No fim, havia sempre alguém que abandonava o grupo no meio de acusações, veladas ou directas, de intolerância.
A semana passada estive na segurança social em Setúbal, uma das questões que coloquei foi se havia no distrito crianças que não se conseguissem colocar. Sim, há, 3 irmãos negros 2 meninas e um menino, o maior tem 6 anos, e algumas crianças negras de mais de 7 anos. E depois a conversa é sempre a mesma, casais dispostos a adoptar crianças de raça negra não esperam mais que dois anos, porque não há quem as queira.
Eu acho que somos um país racista, somos intolerantes e donos do nosso umbigo, fingimos que somos tolerantes, mas no fundo somos racistas.
Olho para o espectro político nacional e não vejo de onde possa vir um Obama, a hipótese nem se coloca, porque na nossa politica não cabem os políticos de cor... mas vamos lá colocar a hipótese:
E se fosse em Portugal, um politico negro podia chegar a presidente? o que acha?
Jorge Soares
PS:Imagem retirada da internet
Em Portugal falamos de crise, de perspectivas de desemprego, de avaliação de professores, coisas importantes porque é do nosso bem estar que se fala, da educação dos nossos filhos. Mas desde há 13 dias que o mundo tem o olhar noutro sitio, em Gaza.
Hoje no noticiário os números eram assustadores, em 13 dias morreram pelo menos 700 palestinianos, uma grande parte civis inocentes, e 11 judeus, 4 dos quais mortos por erro por fogo amigo. Se isto fosse futebol Israel estava a golear 700 a 11... infelizmente não é de futebol que falamos, é de vidas humanas. Pelos números podemos inferir a desproporção das forças que se enfrentam.
Gaza é uma porção de terreno de 45 Kms de comprimento por 10 kms de largura onde desde há 4 gerações vivem 1,4 milhões de Palestinianos, pessoas que foram expulsas das suas terras e casas e confinadas em campos de refugiados. Em Gaza não há espaço para mais nada que para as pessoas, não há vida, não há empregos, não há economia, não há nada, só há miséria humana e raiva.... muita raiva.
Israel sabe que a mudança de presidente nos estados Unidos vai trazer ventos de mudança, a diplomacia Israelita sabe que mais tarde ou mais cedo, Obama vai trazer ventos de mudança que vão fazer abanar muitos equilíbrios precários. Vai de aí, e enquanto é tempo, decidiu aproveitar todas as provocações para fazer uma limpeza do terreno antes que seja tarde.
O principal suporte do estado de Israel tem sido os Estados Unidos, só com a protecção do gigante Americano tem sido possível ignorar as dezenas de resoluções da ONU, só com a protecção dos Estados Unidos, Israel pode ignorar a censura do mundo durante tantos anos...e com Obama, mais tarde ou mais cedo, essa protecção vai acabar.
700 mortos em 11 dias..... aconselho a todos que vejam o seguinte vídeo.
Jorge
PS:imagem retirada da internet