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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem do Público
E de repente tudo passa a ser relativo, li e ouvi muitas vezes que na Europa o ébola seria uma doença relativamente fácil de controlar, ao contrário do que acontece em África, o sistema de saúde europeu estaria preparado para conter a doença de uma forma relativamente fácil.
Quando há pouco no telejornal ouvi um senhor espanhol a dizer que uma auxiliar de enfermagem entrou duas vezes no quarto onde esteve um doente com ébola, uma para medir a tensão e outra para buscar equipamento médico após a morte do doente, e isso foi suficiente para ficar contagiada, todas as certezas simplesmente desapareceram.
O primeiro que me veio à cabeça foi: "Se calhar eles não percebem assim tanto sobre as formas de contágio como querem fazer parecer". Se no ambiente controlado de um hospital europeu um profissional de saúde que se supõe estar equipado e preparado para se proteger é contagiado após ter entrado no quarto duas vezes, o que dizer do resto do mundo?
Evidentemente agora baralham-se todas as hipóteses, desde ter sido um erro humano até ao pormenor dos fatos utilizados para proteger o pessoal sanitário não serem os mais adequados.
Quer-me parecer que havia na Europa um excesso de confiança, li ou ouvi algures que após este caso, em Espanha foi convocado de urgência o gabinete de crise, li também que em Portugal vão ser tomadas medidas para tentar conter a entrada da doença no país, aplica-se o velho ditado, "quando vires as barbas do teu vizinho a arder" ...
Quer-me parecer que já vamos tarde, se havia hipótese de controlar a doença era algures há uns meses em África, agora quando começaram a aparecer os primeiros casos na Europa e nos Estados Unidos, não sei se iremos a tempo. E para mais quando me quer parecer que as formas de contágio nem estavam bem explicadas...
Já o disse aqui antes e agora volto a dizer, tudo isto é mesmo assustador e só me faz lembrar que há umas poucas centenas de anos, outra doença que veio de longe dizimou qualquer coisa como um terço da população europeia... sim, eu sei, os tempo são outros, mas isso não está a fazer grande diferença para melhor, bem pelo contrário.
Jorge Soares