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Imagem do Facebook 

 

Democracia é a forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo.

 

"um tribunal de Luanda condenou a penas entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses de prisão efectiva 17 activistas angolanos" os jovens activistas foram detidos a 20 de Junho do ano passado, rejeitaram sempre as acusações que lhes foram imputadas e declararam em tribunal que os encontros semanais  promoviam a discussão política e não qualquer acção violenta para derrubar o regime.

 

Hoje na assembleia da República o PS e o Bloco de esquerda apresentaram a votação moções que condenavam a prisão dos 17 jovens. Ambas foram chumbadas com os votos contra  do PCP, do PSD e do CDS, os três partidos consideraram estas moções uma ingerência na vida interna daquele país.

 

Não deixa de ser curioso ouvir falar de ingerência na vida interna de um país aos deputados de dois partidos que nos últimos 4 anos governaram Portugal, seguindo à risca e sem desvios,  um guião que para além de ser ditado por instituições estrangeiras era rigorosamente controlado de três em três meses por funcionários menores dessas instituições.

 

Acho que não restam dúvidas a ninguém que estes 17 jovens agora condenados a penas que vão até aos 8 anos, são para todos os efeitos presos políticos. O ano passado estes mesmos partidos votaram a favor da condenação da Arábia Saudita pela prisão e as chicotadas  ao bloguer Raif Badawi. Alguém consegue ver a diferença entre os presos políticos da Arábia Saudita e os de Angola? Condenar a Arábia Saudita não era ingerência e condenar Angola é? Em 2003, num caso idêntico ao angolano, o PSD condenou a prisão de 12 opositores ao regime cubano.Onde está a coerência?

 

Sabemos que o PCP é próximo do partido que governa Angola e a forma como costumam pensar, mas será que haverá mesmo no PSD e no CDS algum deputado que acredite na mensagem que passaram hoje no parlamento? Não me parece que seja assim tão difícil entender a diferença entre condenação e ingerência... será que os senhores deputados tem consciência? E vergonha, terão?

 

Jorge Soares

publicado às 22:52

Podíamos ter um PCP mais engraçadinho?

por Jorge Soares, em 25.01.16

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Imagem do Expresso

 

Jerónimo de Sousa é um politico da velha escola do Partido comunista, um homem sério  e ao mesmo tempo capaz de despertar a simpatia do povo. 

 

Ontem viu o Edgar Silva obter o pior resultado de um candidato comunista em todas as eleições presidenciais, isto apesar de todo o seu apoio e o da máquina do partido. Pior do que isso viu como Marisa Matias, a candidata do bloco de esquerda, ficava em terceiro lugar com quase o triplo dos votos de Edgar Silva.

 

Ante  a insistência dos jornalistas saiu-se com o seguinte discurso: "Podíamos arranjar uma candidata mais engraçadinha e com um discurso mais populista" ... "São opções e não quero critica-las" .... "Não somos capazes de mudar. Fazemos sempre a mesma opção por uma forma séria de fazer política"

 

Não tenho Jerónimo de Sousa como uma pessoa machista ou sexista, sei que é uma pessoa justa e ponderada, mas convenhamos que ontem as coisas correram mesmo mal, até no discurso. Mas numa coisa ele tem razão, o grande problema do Partido comunista e o que contribui em muito para estes resultados é a incapacidade de mudar.

 

O mundo mudou, o país mudou, os portugueses mudaram, só o partido comunista não muda, a distancia do PCP e dos seus dirigentes para o mundo real é cada vez maior, o discurso é cada vez mais ultrapassado e em consequência os resultados eleitorais são cada vez piores.

 

Podíamos ter um partido comunista moderno e mais engraçadinho? Podíamos, mas não será de certeza com Jerónimo de Sousa e/ou Edgar Silva. Não era má ideia olharem para o que se está a passar no bloco de esquerda, esquecerem os discursos bacocos e as ideias ultrapassadas, olharem para o mundo real  e não para o que se passou há décadas e de aí tirarem algumas conclusões.

 

Jorge Soares

 

publicado às 20:50

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Imagem de aqui

 

Por norma as eleições em Portugal tem sempre muitos vencedores, acho que esta vez não restam dúvidas,estas eleições só tiveram um vencedor, Marcelo teve mais de 50 % dos votos, todos os outros candidatos apostavam numa segunda volta em que a união da esquerda pudesse derrotar o candidato mediático e dos média, isso não aconteceu e portanto, não me parece que esta vez possam existir vitórias morais.

 

A maior derrotada foi sem dúvida nenhuma Maria de Belém Roseira, que pagou muito caro a forma e o momento em que lançou a sua candidatura, fez uma campanha pobre e vazia de conteúdo e não se conseguiu afastar do facto de ser um dos 30 deputados que pediu a fiscalização do tribunal constitucional da lei que exigia a prova de rendimentos para quem pretendia receber subvenções vitalícias.

 

Um resultado ao nível do Tino de Rens é um castigo pesado, mas também é a prova de que os nomes e o prestigio político já não são garantia de votos, o resultado obtido esteve ao nível do discurso e da campanha feita pela candidata.

 

Para mim, como para uma grande parte dos  portugueses,  Sampaio da Nóvoa era um perfeito desconhecido, fez uma campanha longa e afirmativa, apesar da falta de apoio do PS e mesmo contra alguns dos pesos pesados deste partido, conseguiu afirmar-se pelo discurso positivo, é verdade que não conseguiu chegar à segunda volta, mas também é verdade que contra um candidato que todo o mundo conhece e que teve os meios de comunicação ao seu serviço, conseguiu um resultado que poucos esperariam. Tem o enorme mérito de conseguir provar que é mesmo possível termos candidatos oriundos da sociedade civil com resultados...

 

Marisa Matias era a minha candidata, mais uma mulher do bloco com um discurso afirmativo, cheio de conteúdo e de sucesso. Os 10% de votos são sem dúvida um excelente resultado, mas não foram suficientes para impedir que Marcelo vencesse na primeira volta. Com este resultado o Bloco de Esquerda mantém a dinâmica de crescimento... e verá sem dúvida fortalecida a sua posição nas muitas e duras negociações com António Costa e o PS que irão acontecer nos próximos tempos.

 

Ao contrário do que costuma acontecer, hoje não vimos ambiente de vitória na sede do Partido Comunista português, apesar de todo o empenho colocado pela máquina partidária do partido, Edgar Silva  teve um resultado parecido ao do Tino de Rans. O partido comunista português é cada vez mais uma organização longe da realidade do mundo e isso notou-se no discurso e na  forma de encarar a campanha de Edgar Silva. No século XXI é preciso muito mais que falar de Abril e dos direitos dos trabalhadores para se conquistarem votos, não é que isso não seja importante, mas há muitas outras coisas que também são importantes e raramente se ouviu o que quer que fosse na campanha do Ex Padre madeirense.

 

Falta falar da grande surpresa destas eleições, Vitorino Silva, ou Tino De Rans, com uma campanha de um homem só, muitas vezes esquecido e até ostracizado pela comunicação social, consegui ter mais de 3% dos votos. Durante esta semana alguém dizia que Vitorino é o Marcelo Rebelo de Sousa dos pobres, alguém que conseguiu aproveitar ao máximo a sua notoriedade para se fazer ouvir. Ele queixou-se muitas vezes que não lhe era dado o mesmo tempo de antena que aos outros candidatos, a verdade é que ele soube aproveitar muito bem os poucos momentos que lhe deram e sobretudo o tempo que teve no último debate.

 

Dos outros candidatos não reza a história, Já aqui falei de Paulo Morais e da sua suposta "cruzada" contra a corrupção,achoque o resultado obtido está à altura da sua credibilidade, vão ler o post,não me vou repetir.

 

É sempre positivo termos muitos candidatos e muitas opções de escolha, mas convém que estes tenham alguma coisa para dizer a quem vai votar, nestas eleições a grande maioria tinha pouco para dizer, mas havia mesmo quem não tivesse mesmo nada e não se perceba muito bem para que se candidataram.

 

Marcelo tentou convencernos de que era um candidato independente e longe do seu partido e da sua origem política, todos sabemos que nem sempre o que ele diz é para se levar a sério e que muda de opinião com alguma facilidade, há quem diga que António Costa é o outro grande vencedor da noite... esperemos que sim, para bem do país e de todos os portugueses.

 

Jorge Soares

 

publicado às 23:32

Pais 1 - Cavaco 1 ... e o jogo continua!

por Jorge Soares, em 10.11.15

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Imagem do Facebook 

 

Alguém dizia ao fim da tarde na Antena 1 que Cavaco Silva é o grande derrotado de tudo isto, chega ao fim do seu mandato não só sem que se tenha alcançado o acordo alargado (ao PS, CDS e PSD) a que ele tanto tinha apelado, como lhe vai chegar às mãos um acordo de esquerda e assinado por  partidos que para ele não fazem parte do sistema... vai ser um sapo difícil de engolir... 

 

Não li o acordo, não faço ideia se é um acordo para um orçamento de um governo PS ou para uma legislatura, mas tal como dizia António Costa, este é um acordo assinado por pessoas sérias que representam partidos sérios e acredito sinceramente que todos  querem o melhor para o país e para todos nós.

 

Esperemos que o presidente da república seja também o suficientemente sério para perceber que os votos dos deputados no parlamento representam a vontade dos portugueses que os elegeram e não se ponha a inventar jogadas que  tentem deixar Portas e Passos Coelho num governo de gestão.

 

Hoje continuamos a ouvir falar em falta de ética e em golpes de estado, parece que para os senhores da direita é difícil entender que  a constituição e as regras democráticas não se aplicam só quando é a seu favor... na realidade isso nem é de estranhar, afinal não foi em  vão que o último governo bateu todos os recordes de chumbos do tribunal constitucional...

 

Curiosamente e ao contrário de todos os profetas da desgraça que por ai andam, apesar do debate e do chumbo do governo psd/cds  mais do que  previsto, a bolsa de Lisboa fechou em alta e os juros da dívida em baixa... vá lá a gente perceber esta gente dos mercados....

 

Jorge Soares

publicado às 22:12

Alguém ganhou nestas eleições?

por Jorge Soares, em 04.10.15

Catarina Martins

 

Por norma as eleições em Portugal tem sempre muitos vencedores, para além de quem tem mais votos há sempre quem de uma forma ou outra consegue olhar para os seus (muitos ou poucos votos) de forma a ver o copo meio cheio... porque de uma ou outra forma ganhou algo... nesse sentido somos um país sui generis.

 

Olhando para o resultado destas eleições em que a maioria dos portugueses que foi votar escolheu manter no poder os mesmos e as mesmas políticas contra as que tanto ouvimos falar, não sei se haverá muita gente com razões para sorrir e festejar.

 

Para mim há uma vencedora clara, Catarina Martins, o Bloco de Esquerda teve o melhor resultado de sempre em eleições legislativas, cresceu em votos e em deputados, evidentemente um partido são muitas pessoas e há no bloco muita gente com imenso valor, mas não há duvidas que durante a campanha eleitoral ela teve um papel decisivo. Fez uma campanha em crescendo com uma enorme garra, uma mulher de armas e uma líder enorme.

 

Evidentemente o PS foi o grande derrotado, apesar da crise, da Troika e da austeridade, António Costa não se mostrou à altura e não conseguiu convencer os portugueses que seria capaz de fazer mais e melhor pelo país, uma derrota em toda a linha

 

Há outro derrotado claro, o PCP, ao contrário do que é habitual não havia grande ambiente de festa na sede do partido comunista, foram claramente ultrapassados pelo bloco de esquerda e não conseguiram capitalizar os votos dos descontentes.

 

Quem teve mais votos foi a Coligação PSD/CDS, e quem tem mais votos costuma vencer, só que quanto a mim foi uma vitória insuficiente, já ouvimos Catarina Martins e Jerónimo de Sousa dizer que não irão viabilizar qualquer governo com o PSD/CDS, e António Costa já mandou  o recado "A coligação tem de perceber que há um novo quadro e que não pode continuar a governar como se nada tivesse acontecido".

 

Não vai ser fácil formar o próximo governo em Portugal e não seria nada estranho que as próximas legislativas fossem lá para meados do ano que vem.

 

Quanto ao resto dos partidos, eu pessoalmente tinha algumas expectativas em quanto a um resultado positivo do LIVRE, as primeira projecções da RTP davam a hipótese da eleição de um deputado, mesmo que se cumpram essas previsões, não deixa de ser um resultado curto para um movimento que conseguiu juntar tantos nomes de peso, sobretudo porque ficaram muito atrás, em número de votos, de partidos como o PAN, o PDR de Marinho Pinto e até do PCTP/MRPP.

 

Ia dizer que quem perdeu de certeza fomos todos nós, mas tendo em conta que 40% votou em seguir com a austeridade, o desemprego e as politicas da Troika..... se calhar sou eu que não percebo nada disto.

 

Update: O PAN conseguiu eleger um deputado por Lisboa e assim se converteu no quinto sétimo partido com assento na assembleia, quinto grupo parlamentar.

 

Jorge Soares

publicado às 22:43

Um homem sem paísImagem retirada de Charquinho

 

Ouvi a noticia hoje de manhã na antena 1 PSD quer dar nacionalidade portuguesa a netos de emigrantes, segundo o PSD, há no Brasil milhares de pessoas que por terem pelo menos um dos avós portugueses, poderão com a aprovação da sua proposta passar a ser portugueses.

 

Na mesma noticia podia-se também ouvir o seguinte:

 

Para além desta proposta, os deputados vão discutir os projectos do PCP e do Bloco de Esquerda, que defendem que se deve dar a nacionalidade portuguesa aos filhos de imigrantes que nascem em Portugal. A maioria vai chumbar estes planos da Esquerda.


Não tenho nada contra a atribuição da nacionalidade portuguesa a quem o solicitar e cumpra os requisitos necessários, mas alguém me explica qual é a lógica de se apresentar uma proposta de lei que atribui a nacionalidade a milhares de pessoas a quem o país não lhes diz nada e recusar a nacionalidade a pessoas que na maior parte dos casos nasceram em Portugal e não conhecem outro país além deste?

 

Como queremos construir um país se começamos por excluir uma boa parte das pessoas que nascem nele?

 


Em todo o mundo estrangeira!

Toda a vida peregrina!

Vede se há mais triste sina:

Ser rica, e não ter um lar!

Sempre a lenda do Ashevero!

Sempre o decreto divino!

Sempre a expulsar-me o destino ....

 

(Do poema A judía de Tomás Ribeiro)

 

Jorge Soares

publicado às 22:00

és suficeintemente parvo para voltar a votar em quem nos levou a este estado?

 Imagem de aqui

 

...o medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte, vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura, algo me sugeriu o seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas...


Mia Couto


Hoje no telejornal da RTP foi apresentada uma sondagem que diz que se as eleições fossem hoje, o PS estaria muito próximo de ter mais votos que PSD e CDS juntos. Bastou que Passos Coelho nos fosse ao bolso a todos para que um monte de gente que há um ano atrás mimava os socialistas com impropérios como: incompetentes, corruptos, ladrões, etc, agora se prepare para os voltar a colocar no poder... Quer-me parecer que para além de um povo sereno, somos principalmente um povo de memória curta.

 

Como é possivel que depois de tudo o que se disse sobre Sócrates e o seu governo socialista, o PS possa ser neste momento a alternativa para voltar a governar o país?

 

Como é possivel que depois do que tem sido o governo do PSD/CDS e a sua política do custe o que custar até ao descalabro final, existam 31% de eleitores que voltaria a votar nestes senhores?

 

Na verdade não é assim tão estranho, não conheço ninguém que consiga estar de acordo com Passos Coelho na questão da TSU, todos acham que é uma medida que só vai piorar a situação do país, mas quando tento aprofundar um bocadinho a conversa e tentar perceber em quem votariam as pessoas, a coisa termina sempre em "pois, mas não há alternativas"

 

Esta semana perguntei directamente a alguém porque não equaciona votar num dos partidos que nunca governou, por entre dentes e meio a medo, lá obtive a confissão, "o povo tem medo do comunismo".

 

Não, isto não foi dito por alguém de 60 anos que cresceu a ouvir dizer que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno almoço, isto foi-me dito por uma pessoa na casa dos trinta, ante a minha incredulidade e o silêncio das 3 ou 4 pessoas que estavam ali naquele momento. 

 

Medo, a explicação para o facto de apesar do roubo dos subsídios, do aumento do IVA, da TSU, do aumento das taxas moderadoras, do descalabro da politica educativa, e de tudo o resto, a soma dos votos do PCP e do BE apenas chegarem aos 20%, bem menos que nas eleições de 2008 por exemplo, é que as pessoas tem medo da mudança.

 

O medo explica que as pessoas prefiram ser roubadas, enganadas, espoliadas dos direitos que custaram décadas a ser conquistados pelos nossos pais, a acreditar na mudança, a acreditar que sim, que os políticos não são todos iguais e que poderá haver no nosso país quem possa governar de outra forma, de uma forma que não nos leve ao abismo.

 

Depois disto, e apesar de eu não estar muito para aí virado porque já passei por isso e não me estava mesmo a ver a repetir a experiência, acho que a mim e a muita gente que quer o melhor para os seus filhos, só nos resta mesmo uma hipótese, emigrar, porque pelos vistos com este povo não vamos lá...

 

Muito sinceramente já deixei acreditar na lucidez de quem vota neste país... tem medo, compre um cão, não abra as portas aos ladrões.

 

E tu és suficientemente parvo para voltar a votar nos partidos dos dois governos anteriores?

 

Jorge Soares

publicado às 22:13

Quem ganhou e quem perdeu estas eleições?

por Jorge Soares, em 05.06.11

Quem ganhou as eleições em Portugal?

Imagem Minha do Momentos e Olhares

 

Ao contrário da maioria das eleições anteriores, esta vez é fácil dizer quem ganhou e quem perdeu, em primeiro lugar eu acho que perdeu o país, 42% de abstenção é uma clara derrota para o país. Estas eram umas eleições muito importantes, talvez as mais importantes desde o 25 de Abril, metade das pessoas não quis saber, metade das pessoas não quer saber quem os governa. É bom que alguém reflicta muito seriamente sobre o que isto significa realmente. Estamos a criar uma sociedade sem consciência civica e politica e isso é muito perigoso.

 

Dos resultados dos votos expressos, acho que está muito claro quem ganhou e quem perdeu, ganharam claramente o PSD e o CDS. Tenho para mim que há nesta vitória do PSD muito mais demérito do Sócrates, que mérito do Passos Coelho, este soube estar no lugar certo no momento certo, a mim ficam-me sérias dúvidas sobre a sua capacidade politica, espero sinceramente estar enganado, a situação do país já é suficientemente grave como para termos à frente alguém sem pulso.

 

O outro grande vencedor da noite é sem dúvida alguma Paulo Portas, o Partido do táxi já quase chega a partido do autocarro e está às portas do poder. Quer-me parecer que não vai ser fácil o entendimento, Portas vai vender muito caro o seu apoio ao governo, Passos Coelho falou de um governo com 10 ministros,  bom, a mim quer-me parecer que depois da noite de hoje, Portas vai querer 5 só para ele ...

 

Todos os restantes partidos perderam, e esta vez não há meias derrotas, só derrotas a sério a começar pelo Bloco de esquerda, que de quarto partido passa para quinto. Quanto a mim o bloco deslumbrou-se com o resultado de 2009 e esqueceu o seu norte. O Bloco passou de ser a esquerda moderna para uma cópia, muitas vezes pobre, do partido comunista. 

 

Eu sou votante do bloco desde que este apareceu, esta vez tive uma enorme dificuldade em decidir-me em quem votar, porque senti que o partido deixou de me representar. Eu não me senti representado naquela moção de censura fora de tempo e de lógica, e sobretudo não me senti representado na decisão de não ir falar com a Troika. Não era necessário assinar o memorando ou estar de acordo com as medidas propostas, mas era muito importante lá ir, dizer porque não se está de acordo e quais as medidas alternativas. Eu e muita gente sentimos que ficamos sem voz.

 

Não ouvi o que disse Jerónimo de Sousa, mas esta vez não há vitórias morais, num momento em que o PS caiu para baixo dos 30%, a CDU tinha que crescer muito, tinha que saber mobilizar os votantes da esquerda, tinha que crescer à custa do PS, não cresceu..de resto, foi igual a si mesmo... 

 

Por ultimo, o PS perdeu, deixou de ser governo e face ao resultado do CDS, mesmo com a renuncia do Sócrates, não tem a menor hipótesse de vir a fazer parte alguma coligação. Pior, a saída do Sócrates vai deixar um vazio, não se vê neste momento quem possa ter o carisma politico para voltar a fazer do PS um partido com aspirações de poder.

 

Esperam-nos tempos conturbados, veremos se PSD e CDS conseguem criar uma aliança forte que consiga manter-se no governo pelo menos até ao fim do periodo de intervenção do FMI... veremos quando são as próximas eleições.

 

Jorge Soares

publicado às 21:45

Vandalismo Camaradas, isso é vandalismo.

por Jorge Soares, em 25.05.11

Vandalismo Politico em Setúbal

 

Imagem minha do Momentos e Olhares

 

Antes de mais quero esclarecer o seguinte, este não é um post politico, fosse outro o partido e podem ter a certeza que o meu sentimento seria exactamente o mesmo.

 

É público que eu não gosto de grafittis, vai fazer dois anos em que no post Grafittis, arte ou vandalismo? o deixei bem claro aqui no blog. Não é difícil perceber porquê, basta dar uma volta pela baixa de Setúbal... por toda a cidade, para perceber que não é possível gostar. Nesta cidade não há o mínimo respeito por paredes, montras, janelas, prédios novos, prédios antigos, muros, ... qualquer espaço é bom para mais uns riscos, mais um boneco. 

 

Dito isto é evidente que não posso gostar de imagens como a que apresento aqui, para muita gente será propaganda politica, para mim é puro vandalismo. Pintar uma consigna politica numa parede em pedra de um prédio privado e habitado não é fazer politica, é vandalismo, não é fazer propaganda politica, é vandalizar propriedade privada.

 

escadarias da universidade de Coimbra vandalizadas

E do meu ponto de vista, o mesmo se aplica ao que fizeram em Coimbra nas escadarias da Universidade, para muita gente será propaganda politica, para mim é vandalismo e uma enorme falta de respeito pelo património da universidade e da cidade. Haverá quem diga que isso sempre aconteceu, que acontece em todas as eleições, pois, talvez, mas isso não faz com que não seja errado, há imensas coisas que sempre se fizeram e que agora consideramos errado e não o admitimos, exemplos é o que não falta.

 

E não, este post não é uma tentativa de censura de nada, simplesmente mostra a minha opinião sobre uma prática que não tem justificação possível. Vivemos na era da comunicação, os partidos tem tempos de antena, páginas no Facebook, blogs, twitter, mil e uma formas de passar a sua mensagem, atrevo-me a dizer que em lugar de ganhar votos, coisas como as que vemos na minha fotografia, tendem a afastar as pessoas.

 

E antes que me acusem de ser movido por motivos políticos, não, não sou filiado em nenhum partido, nunca fui e não penso ser...  e continuo sem saber em quem vou votar no dia 5 de Junho.

 

Jorge Soares

 

publicado às 21:27

O que é a Taxa Social única?

por Jorge Soares, em 15.05.11

O que é a Taxa Social ùnica?

Imagem de aqui

 

Taxa social única é uma expressão que entrou em nossas casas na última semana, na realidade ela foi trazida à ribalta pelo memorando da Troika, memorando que recorde-se foi assinado pelos 3 principais partidos, PS, PSD e CDS. Foi portanto com algum espanto que vi a forma como todos os partidos a utilizaram como arma de arremesso durante esta semana. Mas o que é realmente a Taxa social única? 

 

Um destes dias dizia a Sandra o seguinte no Facebook:

 

TSU - Taxa Social Única é um imposto pago em % dos ordenados dos trabalhadores pelas empresas.

A taxa aplicável é de 34,75%, dos quais 11% já são pagos pelos trabalhadores e 23,75% pelas empresas.

20,21% da taxa global é utilizada para cobrir as despesas do Estado com a velhice, 0,5% para doença profissional, 1,41% para doença, 0,76% para a parentalidade, 5,14% para desemprego, 4,29% para invalidez e, por último, 2,44% em caso de morte.

 

Na verdade não é só isto, é uma taxa social sim, mas não é única, porque existem percentagens diferentes pelo menos para os órgãos sociais das empresas e para empregados com algum grau de invalidez.

 

Como bem diz a Sandra, os valores pagos pelas empresas todos os meses são o garante da solidez financeira da segurança social, o que se traduz em reformas, funcionamento da caixa de previdência e hospitais, etc.

 

O que se pretende com a redução destas taxas?, em primeiro lugar aliviar custos fixos das empresas, pagando menos ao estado estas ficam com mais capacidade financeira para investir, investimentos que se poderiam traduzir em mais empregos e mais exportações. A médio prazo isto deveria traduzir-se numa enorme ajuda para superarmos a crise.

 

Do meu ponto de vista, os 23,75 % que pagam directamente as empresas são o principal motivo para a existência de tantos falsos recibos verdes e em último caso de uma Geração à rasca, para não ter que pagar esta percentagem as empresas preferem contratar a recibos verdes ou em outsourcing, reduzindo os custos fixos,  descer a taxa contribuiria para diminuir a precariedade.

 

É claro que, resta saber como seria compensada a menor entrada de dinheiro na segurança social, e aqui é a parte onde de todo não concordo com o PSD, se a alternativa é aumentar o IVA o que parece é que estamos a penalizar a população para beneficiar as empresas, e aí, eu não posso concordar.

 

Em suma, descer a TSU é uma medida que terá efeitos positivos para criar emprego e aumentar as exportações, e como disse no inicio, é uma imposição da Troika, pelo que Sócrates e o PS estão a ser demagogos quando criticam o PSD. É uma medida que terá que ser tomada seja quem for que ganhe as eleições a 5 de Junho, haverá que buscar alternativas para evitar a descapitalização da segurança social, e aí eu inclino-me fortemente para o que tem sido uma das batalhas do Bloco de Esquerda: aumentem-se os impostos aos lucros dos bancos, taxem-se as mais valias em bolsa e as transferências de dinheiro para fora do país.

 

Faltam 3 semanas para as eleições, os debates que vi foram pobres e pouco esclarecedores, debateu-se muito a Taxa Social Única e pouco as propostas sérias que cada um tem para governar, ou como disse alguém, muitos pentelhos ... e pouca uva... continuo à nora sobre em quem irei votar.

 

Jorge Soares

publicado às 22:08


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