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Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
Imagem de aqui
É um estranho paradigma que numa altura em que a Europa toca cada vez mais a reunir e em que a união europeia se esforça por abrir fronteiras e combater diferenças, exista no seu seio quem se esforce por recorrer o caminho contrário e lute pela independência.
É já daqui a umas horas que quem vive na Escócia, escocês ou não, irá decidir entre o "Yes" que ditará o fim do tratado assinado em 1707 com a Gran Bretanha e fará nascer um novo país independente, ou o "No" que manterá tudo como está. As sondagens dos últimos dias dão uma pequena vantagem aos defensores da união, sendo que o número de indecisos é maior que a diferença, tudo é possível.
Curiosamente os mesmos políticos que querem a separação não tem poupado esforços para tentar garantir que o fim da união não implique um afastamento da União Europeia, eles querem ser independentes sim, mas sem deixar de gozar de todos os benefícios que lhes garante uma entrada imediata do novo país para a comunidade com todas as vantagens a nível económico e comercial que isso lhes pode trazer... vá lá a gente perceber estas coisas.
O que está por trás de tudo isto? o mesmo de sempre, dinheiro e política, é no mar do norte escocês que estão as grandes reservas de petróleo e gás natural, há entre os escoceses quem ache que sem ter que repartir os benefícios desses enormes recursos com o resto da união, a Escócia poderia tornar-se um dos países mais ricos do mundo, assim uma espécie de Qatar da Europa só que mais chuvoso e verdejante e em os homens em lugar de turbantes utilizarão kilts .
Curiosamente os políticos independentistas não pretendem abdicar da Libra como moeda do novo país, nada como uma moeda sólida para garantir um bom futuro, os ingleses é que evidentemente não parecem estar muito para aí virados.
Mas caso o sim vença, a Escócia dificilmente terá entrada directa na União Europeia, isto porque a sua entrada deverá ser aprovada por unanimidade e a Espanha já disse que nunca aprovará tal coisa, não fossem os Espanhóis estarem na Catalunha com uma situação muito parecida entre mãos.
Os catalães, que ao contrário da Escócia, nunca foram um país independente, há muito que clamam pela sua independência, tendo inclusivamente o actual presidente Artur Mas prometido um referendo para Novembro deste ano. Referendo que não está previsto numa constituição Espanhola blindada contra este tipo de situações e que nunca será autorizado pelo governo de Madrid.
Ao contrário da Escócia, a Catalunha não tem petróleo nem recursos naturais, e apesar das afirmações, de catalães e não só, de que é o motor industrial de Espanha, a verdade é que a província é a que tem a maior dívida entre todas as autonomias espanholas e sem as ajudas da União Europeia e de Madrid seria certamente muito complicada a sua sobrevivência como país independente.
Jorge Soares
Imagem do Ionline
Há pouco víamos o Khadafi a sorrir no telejornal, enquanto ele sorri para a televisão americana o povo morre nas ruas das cidade da Líbia, e à medida que aumentam os mortos e a inconsciência deste louco, o petróleo nos mercados internacionais vai aumentando na mesma proporção. Noticia terrível para todos nós que vivemos dependentes deste ouro negro que por um qualquer estranho designío da natureza, jorra de forma abundante em países que na sua maioria são governados por loucos, monarquias com forte tendência religiosa, fanáticos religiosos... ou uma estranha combinação de tudo isto. Assim de repente até parece que a natureza goza connosco.
Ao contrário do que se passa por cá, em que parece que estamos todos reféns de uma moção de censura que não vai a lado nenhum e de uma manifestação que à Rasca irá de certeza ter 4 gatos pingados.. que falar é bonito e fazer Gosto no Facebook é fácil, mas manifestar dá trabalho, na vizinha Espanha já se começaram a tomar medidas para fazer descer a factura energética do país.
Como primeira medida foi reduzida a velocidade máxima nas auto-estradas de 120 para 110 Kms por hora e decretada a diminuição dos preços dos bilhetes de comboio em 5%. Calcula-se que isto faça diminuir entre 10 e 15 % no consumo dos combustíveis. Hoje ouvi o ministro Rubalcava dizer que iriam ser invertidos 12 milhões de Euros na substituição da iluminação pública para lâmpadas led de baixo consumo. E nós por cá? Nós por cá falamos de novas medidas de austeridade...
Mas eu percebo o governo, na prática, num país em que que os que andamos a 120 nas auto-estradas somos ultrapassados até pelos camiões, reduzir a velocidade máxima teria efeito zero, ninguém cumpre mesmo os limites. Há até quem ache que os espanhóis são parvos, porque descer a velocidade não diminui o consumo... juro, eu li isso algures num blog... devia ter perguntado ao senhor que carro é que ele tem.. porque no meu e nos que tive até agora, diminui mesmo.
E se em lugar de falar em novas medidas de austeridade se seguissem estes exemplos e se tomassem medidas?, medidas reais e de efeito imediato?
Jorge Soares
Imagem do Público
É curioso, hoje vinha no carro a ouvir as noticias na rádio e vinha a pensar naquele meu post de Domingo à noite com os seus mais de 100 comentários, a quantidade de gente que em Portugal vira as costas à Democracia, as pessoas que dizem que é necessário sair à rua e fazer uma revolução que corra com estes políticos que temos... ou naquele inquérito que diz que antes do 25 de Abril se vivia melhor que agora... e depois vemos as noticias e vemos todo um povo que sai à rua e desafia tudo e todos em nome da Democracia.. quanto dariam os Egípcios por poderem votar?, por poderem eleger os seus governantes? Quantas vidas estão dispostos a sacrificar em nome da Democracia que pelos vistos por cá há quem despreze?
Hoje o Petróleo chegou aos 100 Dólares por barril, daqui a dois ou três dias nós veremos as consequências disso cada vez que formos abastecer o carro. É pelo Egipto que passa o canal de Suez e é pelo canal que todos os dias passam mais de um milhão de barris de petróleo. Foi este petróleo que fez com que Mubarak se mantivesse no poder nos últimos 30 anos, o ocidente não prescinde do ouro Negro e entre apoiar o poder de um ditador ou correr o risco de com umas eleições livres o país pender para o lado árabe, o amigo americano e os seus seguidores apoiam o ditador.. No Futuro o Egipto pode ser uma nova Turquia, ou um novo Irão, na dúvida, o ocidente mantinha o amigo Mubarak.
Nós observamos de longe, mas joga-se muito do nosso futuro e da nossa crise por estes dias no Egipto.
Jorge Soares