Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Porque: "A vida é feita de pequenos nadas" -Sergio Godinho - e "Viver é uma das coisas mais difíceis do mundo, a maioria das pessoas limita-se a existir!"
"Há profissionais da pobreza para quem assistência é forma de vida... que fazem da mendicidade um modo de vida"
“em Portugal há aquilo a que chamamos a transmissão intergeracional da pobreza e temos que quebrar essa transmissão”
Ela andava calada desde Abril.... bem que podia ter continuado.
Um dos problemas de quem vive na rua é que chegam a um ponto em que é muito difícil que voltem a ter a capacidade de terem uma vida estruturada, quanto mais tempo viverem na rua mais difícil será que de lá saiam, há estudos que mostram que assim é e todos os que andam na rua a tentar ajudar estas pessoas, tem consciência disto.
Mas isto é evidentemente muito diferente do que pretendeu afirmar Isabel Jonet, o facto de ser difícil retirar as pessoas da rua não significa que estas pessoas se tenham tornado em profissionais da pobreza, significa que o estado e todos nós temos que por um lado nos empenharmos muito mais para podermos efectivamente ajudar estas pessoas a voltarem a ter uma vida digna e por outro lado, melhorar a situação do país para que não haja mais pessoas a irem parar à rua.
Não sei onde foi Isabel Jonet buscar os dados para fazer estas afirmações, mas pretender que as pessoas vivem na pobreza porque querem é o cúmulo da insensibilidade e da estupidez.
Evidentemente há casos e casos, mas não se pode generalizar, se a pobreza é intergeracional é porque as pessoas não tem condições para dar uma melhor forma de vida aos seus filhos e termina por se entrar num círculo vicioso, não porque tenham escolhido isso como forma de vida, quem não quer o melhor para os seus filhos?, quem é o pai que se poder escolher não dá educação e meios aos seus filhos para que eles tenham uma vida decente?
Sinceramente não consigo perceber onde vai a senhora buscar estas ideias, mas ela fazia um enorme favor a si e ao resto do mundo, se estivesse sempre calada é que cada vez que abre a boca sai asneira, as suas palavras são uma enorme falta de respeito pelos milhares de pessoas que não conseguem ter meios para sobreviver sem ser na rua e até para quem os tenta ajudar.. que não me parece de todo que seja o caso dela.
É caso para dizer... E porque no te callas?
Jorge Soares
Imagem do Público
A Suíça costuma ser tema cá no blog principalmente devido aos muitos e variados referendos que por lá se vão fazendo, o sistema de governo Suíço está baseado na democracia directa e os suíços são consultados muitas vezes a propósito das mais variadas coisas.
Foi a propósito de um referendo em que saíram derrotadas as moções que pediam um aumento dos dias de férias e uma diminuição dos impostos que eu aqui disse que "nós nunca seremos suíços" e foi a propósito de um outro referendo em que os suíços decidiram fechar as suas fronteiras à comunidade europeia, que torci o nariz à democracia directa.
Hoje aconteceu um novo referendo, os suíços foram chamados às urnas a propósito de uma proposta dos sindicatos que sugeria um aumento do salário mínimo nacional. Por incrível que possa parecer a quem vive num país em que uma enorme franja da população ganha um salário mínimo de menos de 500 Euros, só 23 % dos votantes disseram sim a esse aumento, menos de um quarto dos eleitores.
Assim de repente parece dificil de entender, se olharmos com atenção não é assim tão estranho, vejamos:
A proposta dos sindicatos era de que o salário mínimo passasse a ser de 3200 Euros por mês, o mais alto do mundo. A proposta dos sindicatos tem por objectivo garantir que todos os trabalhadores tem um salário acima daquilo que, há falta de um valor legal para o salário mínimo, se considera um salário baixo, salário esse que está perto desse valor de 3200 Euros.
A percentagem de pessoas que estará abaixo desse limiar é de perto de 10% e pertence principalmente ao sector dos serviços pessoais (cabelereiros, cuidados corporais e de beleza, lavanderia,comércio, hotelaria e de restaurantes).
Ou seja, 90% dos trabalhadores suíços ganham muito acima desse valor e é portanto muito mais sensível aos argumentos dos partidos políticos que avisam para possíveis aumentos de preços nos serviços e do desemprego que viriam como consequência desse aumento de salário.
Por cá, onde cada vez há mais gente a ganhar verdadeiros salários de miséria, bastaria que quem ganha ou depende de alguém que ganha o salário mínimo ou pouco mais que isso, fosse votar, para que o referendo tivesse o sim assegurado, é a diferença entre um país rico como a Suíça e um país pobre como o nosso.
Diga-se de passagem que de cada vez que se fala num destes referendos e nos seus resultados, torço mais o nariz à democracia directa.
Jorge Soares
Imagem do DN
É curioso porque na mesma semana em que ouvi dois ou três economistas dizerem que tivemos um trimestre com crescimento positivo graças ao chumbo do tribunal constitucional que devolveu aos trabalhadores uma parte do seu salário e isso fez aumentar o consumo, ouvi hoje este senhor dizer que "aumentar o salário mínimo é um crime".
Eu percebo pouco de economia, mas a mim parece-me que o que impulsa o consumo é o dinheiro, quando as pessoas tem mais dinheiro gastam mais, quando as pessoas gastam mais, as empresas precisam de produzir mais, para produzir mais as empresas precisam de mais pessoas, e isso irá fazer com que diminua o desemprego. Mas é claro que há muitas formas de olhar para o assunto, este senhor olha para o assunto de outra maneira... ele deve ser da mesma escola daquele empresário de que falei no outro dia, o que preferia perder encomendas a pagar melhores salários e assim arranjar mão de obra... também acho que está à vista onde esse tipo de mentalidades nos tem levado.
Pelos vistos há quem ache que devemos voltar uns 30 anos atrás, ao tempo em que éramos competitivos porque os nossos salários eram os mais pobres da Europa, deve ser alguma teoria nova, porque se olharmos para os restantes países da Europa o que vemos é que os que estão em melhor situação financeira, até há quem tenha um enorme superávit, são os que tem os salários mais elevados.
Portugal é dentro da União Europeia um dos países com o salário mínimo mais baixo, onde é que isso nos levou até agora? Ao sucesso ou à penúria?
De resto, o senhor chega a contradizer-se, por um lado diz que não devemos aumentar os salários, e por outro diz que os jovens decidem emigrar porque "esquecemo-nos de criar empregos altamente qualificados", ora, como é que se criam empregos altamente qualificados se a ideia é manter os salários baixos?
O senhor também diz que "o Tribunal Constitucional não tem estado a funcionar em termos jurídicos, mas políticos" , e não será exactamente o contrário? O tribunal constitucional limita-se a olhhar para o orçamento de estado desde o ponto de vista legal e há quem, como ele, ache que o deveria fazer desde o ponto de vista político e/ou económico?
O senhor diz também que a maioria dos reformados não são pobres... ora, tendo em conta que a reforma média paga pela segurança social anda à volta dos 400 Euros... e que o limite da pobreza anda à volta dos 350 Euros... não sei onde foi ele buscar os seus dados, mas de certeza que não foi ao nosso país.
Numa coisa concordo com ele, há muita gente a falar em nome dos pobres, mas poucos representam mesmo os pobres... eu diria mais, os pobres tem falado pouco, principalmente na altura das eleições.. por isso é que gente como este senhor ainda tem voz....e não é precisamente para defender os pobres.
Mas em que país é que este senhor vive?
Jorge Soares
Imagem do Pontos de vista
Até à semana passada o Brasil era o exemplo acabado de uma economia em crescimento acelerado, um exemplo de crescimento sustentado cheio de projectos e desejoso de mostrar ao mundo como é capaz de organizar tudo e mais alguma coisa.
Bastou um aumento de poucos cêntimos nos transportes públicos para que emergisse uma realidade bem diferente, há uma enorme franja da população a quem todo este crescimento e prosperidade tarda a chegar. É verdade que a economia cresce a olhos vistos, mas também é verdade que este crescimento tarda em chegar aos mais pobres, aos trabalhadores, às favelas.
O país tem-se esforçado em mostrar ao mundo que consegue ser organizado, esforça-se por dar nas vistas, organiza cimeiras do meio ambiente, este ano é a Copa Federação, em 2014 será o mundial de futebol, em 2016 serão os jogos Olímpicos. No fim tudo isto se traduz em muitos milhares de milhões em investimento e terá de certeza um enorme retorno para a economia do país, mas para os mais pobres é dinheiro que se gasta e que a eles não lhes traz benefícios imediatos.
Os enormes e modernos estádios de futebol são construídos com vista previligiada para as enormes favelas onde milhões de pessoas tentam sobreviver no meio de uma enorme violência e insegurança, sem escolas suficientes, sem cuidados básicos de saúde, sem serviços básicos, sem transportes públicos, sem nada.
O Brasil é um país em crescimento acelerado, tão acelerado que no fim se traduz numa enorme desigualdade social, em quanto a classe média melhora o seu nível de vida a olhos vistos, os mais pobres continuam pobres e sem sentir em nada as melhorias que os governantes não se cansam de vender ao mundo.
O Brasil é um país com enormes dores de crescimento, após dias e dias de manifestações com transmissão directa para todo o mundo por parte das centenas de jornalistas que estavam no país para cobrir a taça das federações em futebol, o governo tentou salvar a face voltando atrás com os aumentos dos transportes... mas era tarde, porque na realidade não é disso que se trata, trata-se sobretudo de uma luta contra a desigualdade, uma luta por uma distribuição equitativa dos benefícios, por uma utilização mais justa dos recursos, uma luta dos mais pobres para que alguém perceba que eles existem
Jorge Soares
As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns em deixar a pobreza; que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguéns, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos.
Que não são, embora sejam.
Que não falam idioma, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não têm cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na História Universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Eduardo Galeano
(O livro dos abraços, tradução de Eric Nepomuceno)
Retirado de Trapiche dos outros
Imagem do Henricartoon
Hoje saíram finalmente as tabelas do IRS, de repente senti-me pobre, para o meu escalão, casado, dois titulares, três filhos, o aumento é de 3%, mais 3,5 da sobretaxa, dá um total de 6,5... somos um país pobre, que tem rendimentos de país pobre mas que paga impostos como se fosse um dos países nórdicos da Europa.
Havia tanta gente que queria ser como eles, que queria ter a educação da Finlândia, os serviços públicos da Suécia, os serviços sociais da Noruega... parece que o governo decidiu fazer-lhes a vontade... só que começou pelo lado errado da coisa e depois da entrada do orçamento de estado de 2013, vamos passar a ter o nível de vida de um qualquer país do Norte de África...
Há pouco no Telejornal a noticia era que em Ponta Delgada já se cancelam cirurgias porque no hospital já não há material suficiente para garantir o funcionamento... a isto chamo eu viver no terceiro mundo.... acho que o Passos Coelho lhe chamou "custe o que custar"....
Quem estiver interessado, as novas tabelas podem ser consultadas aqui ... e aqui há um simulador onde podem verificar quanto vão receber e qual a diferença para o que recebiam em 2012... mas só lá vão se não querem estragar o resto do dia...
Jorge Soares
Imagem do Público
Antes de mais, antes que me acusem de não ter ouvido ou de ter retirado as frases do contexto, eu ouvi com atenção as palavras da senhora, quem não ouviu pode ouvir aqui.
O problema no que disse a senhora, não está no facto de ser verdade ou não o que ela disse, haverá sem duvida muita gente que não soube gerir o que tinha e que deu a vida por garantida, o problema é que a forma como ela diz as coisas, primeiro empurra para quem sente dificuldades o ónus da culpa do que está a acontecer e depois torna pobreza quase como uma inevitabilidade, segundo ela, nós queríamos todos ser ricos quando a verdade é que somos pobres...e nada disto é verdade.
Em primeiro lugar não é verdade que todos vivessemos acima das nossas possibilidades, os portugueses, a maioria pelo menos, tinham emprego, produziam e contribuiam para a economia do país.
Em segundo lugar, não me parece que seja uma inevitabilidade nem que estejamos condenados a ser pobres, nem que a situação actual do país seja definitiva. Temos que olhar em frente e pensar não que temos todos que ser pobrezinhos e sim que temos que nos esforçar para que o país nos volte a dar condições para voltarmos a viver decentemente.
Ao contrário do que diz a senhora, não há nada de errado em comer-se bife todos os dias, nem em ir-se a concertos ou ao cinema, aliás, a economia só funciona se existir quem compre bifes, vá a concertos e ao cinema, errado era a situação há 30 anos atrás em que havia muita gente que nunca via um bife na vida.... haverá quem ache que temos que voltar a essa época, mas isso não vai acontecer.
Quero acreditar que com a ajuda e o esforço de todos nós, o país vai dar a volta por cima, vai voltar a haver emprego, e vamos poder voltar a comer bife e ir ao cinema quando nos apetecer... mesmo..e quem não acredita, quem acha que o destino é a pobreza e a miséria, então o melhor é emigrar mesmo, porque está a mais por cá... Isabel Jonet incluída.
Também acho um exagero que se peça a demissão da senhora, todos temos direito à nossa opinião, temos é que saber dar a importância devida a cada pessoa e se pensarmos bem.. quem é a Isabel Jonet?
Jorge Soares
Imagem do Pontos de Vista
A imagem acima é elucidativa do efeito que terá o orçamento que agora se discute tão acaloradamente na Assembleia da República, discussão que para além de zangar as comadres, não serve para nada, todos já sabemos as linhas com que a maioria que nos (des)governa se cose e que à partida o orçamento está aprovado e até benzido pelo presidente da República ,sua nulidade Cavaco Silva.
Basicamente este é um orçamento que vai deixar a maioria da população mais pobre e uma grande parte a roçar a miséria absoluta, mas incrivelmente há quem ache que isto ainda não é suficiente.
Segundo Fernando Ulrich, o país aguenta isto e muito mais, é claro que para ele e os amigos dele, o país aguenta sempre mais, afinal ele faz parte de uma classe social que é imune à crise, porque austeridade ou não, os bancos tem sempre lucro... e só para precaver algum deslize, o estado até está a pagar Juros dos 7000 milhões de Euros que estão guardados só para eles.
Mas não é só este senhor que acha que aguentamos mais, hoje ficamos a saber pela boca do Primeiro Ministro Passos Coelho, que no caso das coisas correrem mal, ou seja, se alguém se enganou a fazer as contas ou se afinal não lhes apetecer cortar nas gordurase mordomias, já há um plano B que irá cortar mais 800 milhões nas despesas.... onde diz despesas leia-se salários e subsídios da função Pública.
Ora, como todo o mundo sabe que estes senhores não são lá grande espingarda a fazer contas, está mais que visto que lá para Março ou Abril, vamos mexer o boneco despido para a esquerda da imagem acima e colocar no lugar dele um esqueleto... é porque com mais cortes, é nisso que nos vamos converter todos os portugueses, em esqueletos ambulantes... bom, todos não, que os Ulrich e passos Coelho desta vida vão continuar a viver a sua vidinha na maior... como se não fosse nada com eles.
Ó senhor Primeiro Ministro, e em lugar de depenar mais este povo que já não tem por onde espremer, não dá para ir buscar os 800 Milhões aos 7000 que estão guardados para a Banca?... olhe que ainda sobram mais de 6000.
Jorge Soares
PS: por motivos que já lhes contarei lá para o inicio da semana que vem, desde hoje e até Domingo o Blog entra em modo automático... portem-se mal e arejem-me a casa.
Imagem do Público
Este senhor foi apanhado com artigos no valor de 26 Euros, artigos esses que foram recuperados pelo segurança do supermercado... mas aposto que a este não há advogado ou recursos que o salvem...este vai ser condenado e pagar a sua pena.
Entre policia, funcionários do tribunal,juizes, advogados e restantes custos do processo, quanto irá custar ao estado este caso? e o que vai ganhar o Pingo Doce, que até já recuperou os produtos, com isto?
Para que serve um caso destes para além de entupir os já mais que congestionados tribunais?, o senhor será no pior dos casos condenado a pagar uma multa, que será traduzida em pena de prisãocaso ele não tenha forma de a pagar...
Em Novembro do ano passado, um sem-abrigo foi julgado por ter sido apanhado a roubar seis chocolates no valor de 15 euros numa loja Lidl, em Agramonte, no Porto..
É verdade que um crime é um crime, mas será tudo isto mesmo necessário?
Alguém se lembra do Carlos Cruz e dos restantes condenados da Casa Pia? e dos que fizeram desaparecer milhões no caso BPN?, e do Isaltino Morais e dos seus recursos? Não, porque esses tem dinheiro, bons advogados e muitas formas de evitar que se faça justiça. Aliás, o carlos Cruz está a virar de novo figura pública e em breve vai voltar a ser o senhor televisão....
É suposto a justiça ser cega, mas tem mesmo que ser burra?
Jorge Soares
Este post da Flor fez-me recordar uma situação que se passou há uns anos atrás. Era eu um pobre estudante deslocado em Lisboa quando um dia em companhia da P. decidimos tirar uma tarde de folga aos estudos e fomos passear até Belém. Lá chegados fomos tomar um café numa das pastelarias. Estávamos na fila para o pré pagamento e à minha frente estava uma senhora de idade, baixinha e magrinha, demorou-se imenso tempo, tinha muitíssimas moedas e algumas notas pequenas que estava a trocar por contos... no fim a quantia era muito perto de 10 contos... muito dinheiro naquela altura. Guardou as notas no bolso, virou-se para mim, estendeu a mão e disse:
-Não me dá uma ajudinha?
-Desculpe?
-Não me dá nada?
-.... . Não, claro que não!
Ela virou costas, resmungou qualquer coisa e eu fiquei ali de boca aberta... com o homem da caixa a olhar para mim.
-Grande lata - disse eu!
-E já é a segunda vez que cá vem hoje.... e ainda vai voltar .
Naquela altura, a mim estudante que só comia em cantinas, 10 contos dava-me para uma semana pelo menos, e tinha que dar, porque não havia muito mais..... em todo caso, eu é que devia ter estendido a mão a ver se ela me dava algo, está-se mesmo a ver que eu precisava mais que ela.
Este episodio marcou-me e deixou-me de pé atrás, mas há mais, aqui há uns anos eu tinha os meus filhos num infantário da igreja católica e pagava quase 30 contos por mês de cada um, um dia descobri que aquela instituição recebia alimentos do banco alimentar contra a fome... é claro que fiquei indignado. E ainda hoje continuo por perceber como é que isso era possível, porque eu estava a pagar e bem cara a alimentação dos meus filhos....desde então deixei de dar alimentos para o banco alimentar.
Não dou nada a pedintes de rua, nem a ceguinhos que cantam no metro, nem entro em peditórios ou campanhas de angariação de fundos. Eu desconto todos os meses 11 por cento para a segurança social e entendo que se as pessoas realmente necessitam é lá que se devem dirigir, é para isso que existe a acção social e também é para isso que servem os meus impostos.
Faço duas excepções, os bombeiros voluntários e é claro que pagaria comida a alguém que me pedisse isso, mas nunca daria dinheiro... porque por norma esse dinheiro é aplicado em tudo menos no bem estar das pessoas a quem seria destinado.
Bom, tenho dito.
Jorge
PS:imagem retirada da internet
PS:Pronto.. lá se foi a minha imagem... mas antes isso que achar que era preciso seis meses sem democracia!