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O fio pouco aprumado de Helena Sacadura Cabral

por Jorge Soares, em 07.01.13

Pagar impostos é um sinal da cultura civica

Imagem de aqui

 

"Se não chegar, arranjo um ou dois explicandos, cuja receita é integralmente para mim. Voltarei, deste modo, aos anos sessenta, quando tinha o primeiro emprego. Só que não tenho a mesma idade. Mas, em compensação, sou muito mais sabida..." Helena Sacadura Cabral no seu Blog Fio de Prumo

 

Alguém me explique qual a diferença entre dar explicações e embolsar toda a receita sem declarar os rendimentos ao fisco e fazer obras sem passar factura para não se pagar o IVA, ou dar consultas e ter um preço para quem quer recibo e outro para quem não quer, ou ter um restaurante e ir à caixa registadora apagar a conta após a saída dos clientes que não pedem factura, ou ter um café e para uma conta de 4 ou 5 Euros registar os 60 cêntimos de um café?

 

Qual a diferença entre os feirantes da reportagem de ontem na feira do Relógio e quem dá explicações embolsando todo o lucro?.. para mim não há nenhuma, tudo isto faz parte da economia paralela que contribui em boa parte para o estado do país.

 

Mas é claro que há uma diferença entre a cigana que vende meias na feira e Helena Sacadura Cabral que até é mãe de um dos ministros do governo actual. A primeira não é exemplo para ninguém, a segunda é uma figura pública que até é economista de formação e que deveria saber que defendendo-se ou não a política deste governo, não é com exemplos destes que o país vai sair do atoleiro em que nos colocaram  os políticos que nos tem governado e as pessoas que acham que a economia informal é a solução ou a forma de combater uma má política económica.

 

O país somos todos nós e enquanto continuarmos a achar que as obrigações são só dos outros, não há Governo ou Troika que nos tire do buraco em que estamos. Pagar os impostos devidos é um sinal de civismo, pactuar com a economia paralela é um sinal de quê?


Jorge Soares

publicado às 21:09

Centro hospitalar do Alto Ave

Imagem de aqui 

 

A noticia é da RTP e pode ser vista aqui (espero que alguém a coloque no Youtube) e bem que podia servir de exemplo ao resto do país.

 

O Centro Hospitalar do alto Ave é constituído pelos hospitais de Guimarães e Fafe e hoje foi noticia porque a sua administração decidiu vender em hasta Pública nove carros, entre os que se encontravam os atribuídos aos 5 administradores. Para além de vender os carros, os administradores decidiram abdicar das senhas de gasolina, do valor das portagens e da utilização dos telemóveis do hospital.

 

O valor obtido com a venda dos carros será utilizado na instituição de um prémio para trabalhos de investigação em boas práticas clínicas, assim como um outro prémio, ainda em estudo, para a comunidade. O dinheiro poupado nos gastos de administração, será utilizado na investigação hospitalar.


É evidente que estamos a falar de uma gota de água no meio de um enorme oceano que são as contas da saúde no nosso país, mas deveria servir de exemplo a muita gente, a começar pelos nossos governantes, Primeiro ministro, presidente da República, ministros, deputados, .... se toda esta gente seguisse este exemplo, esta pequena gota de água poderia tornar-se na onda que nos empurrasse para fora da situação em que estamos.

 

Infelizmente neste país só se seguem os maus exemplos.

 

Jorge Soares

publicado às 21:09

Metade dos eurodeputados portugueses não abdica de viagens em executiva

 

Metade dos eurodeputados portugueses não abdica de viagens em executiva

Por cá a noticia passou mais ou menos despercebida, na Espanha por exemplo foi o tema do dia no Twiter, a proposta até foi de um deputado Português, Miguel Portas do Bloco de esquerda e em nome do grupo Esquerda Unitária Europeia, e que defendia a alteração dos critérios de viagem de modo a que as deslocações aéreas inferiores a quatro horas fossem feitas em classe económica) acabou rejeitada pela maioria dos membros do Parlamento Europeu (por 402 votos contra, 216 a favor e 56 abstenções).

 

A proposta foi rejeitada, a maioria dos senhores eurodeputados não admite ter que viajar com o povo e insiste em viajar em primeira classe. Entre os 22 deputados portugueses 9 votaram a favor da moção, os três deputados do Bloco de Esquerda (Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares), os dois deputados da CDU (Ilda Figueiredo e João Ferreira) e quatro eurodeputados do PS (Luís Paulo Alves, Elisa Ferreira, Ana Gomes e Vital Moreira).

 

Votaram contra do PSD: José Manuel Fernandes, Paulo Rangel, Regina Bastos, Carlos Coelho, Mário David, Maria do Céu Patrão Neves e Nuno Teixeira. Do lado do PS, votaram contra os socialistas Luís Manuel Capoulas Santos e António Fernando Correia de Campos. Os deputados do CDS faltaram à votação.

 

Convém recordar que cada Eurodeputado ganha  7.956,87 Euros por mês, mais 304 Euros por cada sessão do parlamento em que participe, a isto pode acrescentar mais 4.299 euros para gastos de gabinete. Tudo somado pode chegar até aos 19000 Euros por mês... nada mal.

 

Convém registar quem votou a favor da moção e quem votou contra, num momento em que por cá se vai pedir ao povo português para apertar ainda mais o cinto, exemplos como este de alguns deputados do PS e dos deputados de PSD e CDS, mostram o que realmente interessa aos nossos políticos.

 

Um destes dias ainda vamos ver algum destes senhores que agora votou a favor de se continuar a malgastar os dinheiros públicos, a pedir aos portugueses para pouparem.... afinal, parece que vale tudo

 

Jorge Soares

publicado às 23:05

Terei eu sorte ou ele azar?

por Jorge Soares, em 05.08.08

Poupar

Imagem retirada da internet

 

O notário que fez a escritura da casa era um senhor com alguma idade e pelo vistos uma pessoa divertida,..bom, pelo menos foi a ideia com que fiquei.
 
O vendedor estava atrasado, mas o homem decidiu que também não precisávamos dele para nada, vai daí decide começar o acto sem ele.
 
Em todas as escrituras é necessário que se leia toda a documentação, ao mesmo tempo que o notário vai lendo, o representante do banco vai conferindo nas copias se todos os dados estão correctos..... afinal são eles que pagam. Lá foram lendo até que chega ao momento do valor da casa, o diálogo foi mais ou menos assim:
 
-...compram a casa no valor de xxx mil Euros- diz o notário.
-E só pedem empréstimo de xxx a dividir por três, mil euros doutor! - Diz o homem do banco.
 
O senhor fez uma pausa, ficou a olhar para mim e diz:
 
-Você é um homem de sorte, tem uma mulher que vale ouro.
-..........???????- Fiquei meio parvo, nem disse nada.
-Trate bem dela, olhe que não há muitas assim!
 
Nisto a P. reagiu e disse:


-Sabe doutor, nós temos por principio que só compramos o que quer que seja se tivermos pelo menos metade do valor.
-E é um excelente principio, fazem muito bem, o senhor é um homem com muita sorte.
 
Lá se continuou com a escritura e no fim, lá voltou o homem à conversa.
 
-O senhor é mesmo um homem de sorte, trate muito bem dela, olhe que não há muitas assim... bom, mas o senhor soube escolher, também tem mérito.
 
Fiquei na duvida, há varias interpretações possíveis para esta conversa, e na realidade não sei qual se aplica, vejamos se alguém me ajuda:

  • Primeira hipótese: as mulheres são as responsáveis pelo descalabro financeiro das famílias portuguesas, eu tenho muita sorte porque a minha não é assim e conseguimos poupar.
  • Segunda hipótese: Os homens não conseguem poupar nada, mas eu tenho uma que me põe na ordem.
  • Terceira hipótese: O notário tem lá em casa uma mulher que lhe dá cabo das economias e  apesar do valor absurdo que eu paguei por uma hora de trabalho dele, ele não consegue poupar nada.

Certo é que desde a perspectiva dele, o meu único mérito é que soube escolher e não fosse essa minha qualidade, estava condenado à penúria......é caso para dizer: E esta hein?
 
Jorge

 

publicado às 22:16


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